O nosso centrão de cada
dia
Depois de mais de quarenta anos de militância,
pensava que nada mais iria me surpreender nesta vida, principalmente no métier
da política. Infelizmente, percebemos que quanto mais o conhecimento das
ciências políticas evolui, as razões de alguns homens públicos vão se perdendo
conforme as “ oportunidades ” vão surgindo e moldando a base de seus interesses.
Ao afirmar
publicamente o que pensa, o PL faz uma escolha clara e por mais que sejamos pragmáticos,
temos que avaliar os quadros que a legenda tem na Assembleis Legislativa e até
que ponto podemos confiar para que possam usar a máquina do governo e não se
aproveite desta estrutura para apunhalar seus aliados pelas costas.
Autoconhecimento e conhecimento do
oponente são fatores críticos de qualquer planejamento estratégico no campo
eleitoral moderno. O que era essencial para Sun Tzu não era o que ele sabia,
mas o que ele não sabia. Desta forma, podemos entender que o grande problema de
Rui e do PT, não é a perda do PDT ou do PL, mas, como os outros partidos de
centro se posicionarão em relação a cabeça de chapa em 2022.
Um dos melhores quadros que o partido tem
hoje na Bahia é o ex-governador Jaques Wagner, sua habilidade de negociação é a capacidade de ouvir, fez
deste negociador sindical, uma peça importante neste tabuleiro de xadrez que é
a política eleitoral. Quando sabemos ouvir, conseguimos entender nossos aliados
e até nossos oponentes. Para entendermos os problemas do outro lado, temos de
estar prontos para aceitar seus argumentos e saber dividir a base de poder. Negociadores
que têm essa habilidade conseguem "desarmar" com facilidade seus
oponentes, pois os "ataques encontram o vazio"; o vazio é o vácuo, e
no vácuo não há resistência. Mas lembre-se: tudo isto só dará resultado, se
tivermos a caneta na mão. A esquerda tem uma virtude que se transforma em
defeito, ela honra seus acordos e é previsível, enquanto seus aliados, se
posicionam diante das “oportunidades” que aparecem.