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quarta-feira, 9 de setembro de 2020
ARTIGO - A oposição e o conto do vigário (Padre Carlos)
A oposição e o conto do
vigário
Segundo a lenda, o conto do vigário
aconteceu no século XVIII na cidade de Ouro Preto entre duas paróquias: a de
Pilar e a da Conceição que queriam a mesma imagem de Nossa Senhora.
Um dos vigários propôs que amarrassem a
santa no burro ali presente e o colocasse entre as duas igrejas. A igreja que o
burro tomasse direção ficaria com a santa. Acontece que, o burro era do vigário
da igreja de Pilar e o burro se direcionou para lá deixando o vigário vigarista
com a imagem.
Esta estória, reflete bem o que aconteceu
em Vitória da Conquista entre o prefeito e parte do parlamento que não apoia
sua administração. Quando os vereadores
de oposição ajudaram a aprovar o Finisa 1 e 2, empréstimo feito pela prefeitura
junto à Caixa nos valores de 105 milhões de reais para a execução de obras de
infraestrutura, achavam que Pereira, teria alguma consideração com esta bancada
e democratizaria os dividendos eleitorais com toda a casa. Desta forma, a
grande maioria dos parlamentares aprovaram o Programa de onde veio
recursos para muitas obras, não sabendo aquela bancada que ao concordar em dar
munição ao seu adversário político, estariam dando um tiro no próprio pé, ou
seria no peito?
Achar
que os eleitores vão lembrar que as oposições também votaram neste programa é
ingenuidade política. O eleitor não é um agente financeiro, nem sabe que aquele
recurso que foram necessários para realizar aquela obra teve a participação da
Câmara de Vereadores, ele só vai se lembrar do vereador que o prefeito vem nos últimos
dias desfilando entre estas obras e de uma forma indireta, vinculando estas
ações ao determinado candidato.
Diante
disto, lamentamos que vereadores da Situação queiram tirar o mérito desta Casa.
Não. Vereadores da Oposição votaram favorável também, assim como os vereadores
da Situação.
Em
determinado momento, a ética termina sendo uma grande inimiga da esquerda em
determinadas decisões. Além de combater a corrupção nos meios políticos,
ela busca construir uma sociedade inteira com base no princípio da honestidade
consigo mesmo e com seus semelhantes. Assim, em nome da honestidade ou do
politicamente correto, termina dando a corda para seu carrasco.
Na verdade, esta bancada de oposição foi composta com muitos
parlamentares sem experiência necessária e isto se tornou evidente nos embate
político, claro com raras exceções. Desta forma, estes calouros viveram nesta
legislatura um verdadeiro Guia de armadilhas para políticos inexperientes.
Outro problema enfrentado por este grupo, foram os parlamentares adesistas e
infiel, onde o líder nunca pode contar com aquele voto.
Mas,
gostaria de chamar a atenção dos
cardeais destes partidos e lembrar que estes parlamentares não tiveram apoio e
acompanhamento destas agremiações. Foi
com muita dificuldade que estes vereadores cresceram, evoluíram! Nada no mundo
da política é dado, tudo tem um preço a pagar, e só o tempo – a cada novo passo
a cada voto, foi ensinando isso para estes guerreiros e guerreiras, para cada
um e cada uma daquela bancada. O parlamento e a vida são uma escola sem
professor!
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