terça-feira, 1 de setembro de 2020

ARTIGO - Convenção presencial e a insensatez (Padre Carlos)

 



 

 

Convenção presencial e a insensatez



Quando tomei conhecimento através da imprensa local que o prefeito Herzem Gusmão vai realizar a convenção do seu partido de forma presencial, não acreditei.  Se não estivéssemos vivendo uma crise sanitária, não seria problema algum, mas realizar uma convenção presencial e promover aglomeração neste momento, no mínimo é um gesto insensato. Vivenciamos uma das piores pandemias da nossa história e este vírus, tem tirada milhares de vida; além disso, ainda não existe cura nem uma vacina que possa amenizar este perigo. Assim, não me parece um gesto sensato, realizar um evento como este, principalmente se tratando da autoridade máxima do município.


Chamamos a atenção do Ministério Púbico para os números de óbitos que vem acontecendo em nosso município. Somente no mês de agosto foram 45 óbitos, por conta deste vírus. Em julho foram 39 e as outras 16 mortes aconteceram entre abril e junho. Diante destes números, poderíamos dizer que estamos vivenciando o pico da pandemia e que ela está em escala crescente.

 O número de casos ativos está subindo significativamente e juntar jovens e pessoas mais velhas, como se espera que aconteça na Convenção do MDB, no dia 9 de setembro, comporta “vários riscos”. Não precisa ser matemático para fazer uma projeção se encontrasse uma ou mais pessoas infectadas no local.

 A autorização da realização de uma convenção como esta, onde se propaga a presença de personalidades nacional, não deixa de ser uma banalização a todo o trabalho já feito até agora. Este evento na forma de aglomeração é um ato de desrespeito e de desprezo pelo povo conquistense. Nem mais nem menos: desrespeito e desprezo.



Primeiro, por parte do MDB, que não tem a decência nem a sensibilidade para abdicar, de uma convenção presencial nem um ato político, num contexto verdadeiramente difícil para sua gente.



        Desprezo, porque foram mais de cem mortes provocadas pelo coronavírus e todo o esforço que a comunidade tem feito, pode ser de alguma forma perdido.

Neste momento de dor, não basta decretar luto oficial é preciso gestos concretos. Municípios, estados e União erraram. A disputa política se sobrepôs aos interesses da sociedade.

 

 


Nenhum comentário:

ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...