quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

ARTIGO - Falou com o corpo e pregou de cátedra. (Padre Caros)

 

Falou com o corpo e pregou de cátedra.



 

 

Hoje faz oito dias que Celebramos pela primeira vez, o Dia Internacional da Fraternidade Humana: a Assembleia Geral das Nações Unidas instituiu esta comemoração através de uma resolução de 21 de dezembro de 2020.  A ONU escolheu o dia 4 de fevereiro porque, nesse dia, em 2019, o Papa Francisco, durante uma visita aos Emirados Árabes Unidos, assinou com o Grande Imã de Al-Azhar, o xeque Ahmad Al-Tayyeb, o "Documento sobre a Fraternidade Humana em Prol da Paz Mundial e da Convivência Comum".


A celebração realizou-se online e contou com a presença destes dois protagonistas e destacados promotores da reconciliação e da paz. Participaram, também, António Guterres, secretário-geral da ONU, e diversos líderes políticos e religiosos de todo o Mundo.

Outro acontecimento relacionado ao diálogo inter-religioso foi protagonizado por Dom Zanoni, em Salvador. A presença do arcebispo de Feira de Santana (BA), e membro da Comissão Episcopal Pastoral para o Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso (Pastoral afro-brasileira) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em uma roda de capoeira no Terreiro de Jesus, para alguns, aquela reportagem que viralizou, do arcebispo desafiado alguns capoeiristas para uma apresentação desta arte no Pelourinho, não passou de uma brincadeira, para um teólogo ou historiador, este gesto representa o diálogo entre a cultura e o Evangelho, nosso pastor agora  pregava com o corpo.

Em tempos que ressuscitam narrativas xenófobas, racistas, nacionalistas - que promovem a desconfiança, a segregação, o conflito, o ódio e a divisão entre as pessoas - há quem resista e prefira continuar a propor a reconciliação, a sã convivência e a paz. Gente que continua "a estender a mão", a respeitar e a "escutar com coração aberto" quem é de uma religião, de uma cultura ou de uma tradição diferente da sua. São estas atitudes que, para o Papa e Dom Zanoni melhor traduzem a fraternidade humana.

 Este Pastor, sempre teve na sua caminhada a dimensão religiosa como um  componente fundamental da identidade e da cultura dos povos. Assim, Dom Zanoni vem chamando a atenção das Igrejas como as culturas  marcam profundamente muitas das comunidades que atualmente se cruzam entre nós. Esta diversidade de crenças, valores e de afirmações que trazem identidades baseadas na pertença religiosa constitui-se como um espaço privilegiado para o aprofundamento de uma cultura plural e aberto ao diálogo.

Desta forma podemos dizer, que esta foi a grande homilia do arcebispo de Feira de Santana na Roma Nega, falou com o corpo e pregou de cátedra.



 

 

 


terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

Aniversário do PT 41 anos (Padre Carlos)

 



“Cuidado companheiro”!

A vida é pra valer. E não se engane não, tem uma só. [...] A vida é a arte do encontro Embora haja tanto desencontro pela vida.”

 


Não. Não vou falar da falta que faz militar num partido onde não exista uma relação de poder. Não vou falar do mal que os mandatos com sua estrutura financeira e de poder fizeram ao partido ao longo das quatro décadas de existência. Não vou falar do nosso distanciamento do movimento sindical e popular. Também não vou falar que deixamos de fazer parte das pastorais e da perda de identidade com a Igreja. Não vou falar em nada disto porque os artigos que tratam destes quarenta e um anos de existência do Partido dos Trabalhadores, estão cheios destas constatações, os comentários a respeito destes assuntos proliferam, as análises sobrepõem-se e resta aguardar que as mudanças propostas pelos analistas e lideranças políticas do nosso partido se confirmem e esperar que a realidade de um PT para todos nos surpreenda.


Por isto, vou falar hoje dos companheiros que foram esquecidos pelos membros do partido, daqueles que por motivo de doença ou por não terem quem motivasse se afastaram apesar de se sentirem petistas. Quero falar daqueles companheiros que tiveram um papel importantíssimo, mas por questões políticas, não fazem mais parte do PT, mas quero falar também da alegria de ser petista da necessidade de celebrar esta data para que as comemorações dos 41 anos do PT não se esgotem num dia e espero que os companheiros tenham consciência que o partido não é uma estrela ou papel, o partido é de carne e osso. O PT não é uma sigla, o partido são pessoas, são elas que devem ser abraçadas e parabenizadas, estando dentro ou fora do partido. Quero parabenizar aqueles que a quarenta e um anos fundaram o PT e todas as gerações que deram continuidade a esta luta. 

         É um dever comemorarmos o aniversário do Partido dos Trabalhadores, valorizando a nossa História e fazendo dela fonte de inspiração do trabalho no presente e alicerce do nosso futuro coletivo. Dadas as atuais circunstâncias, vamos celebrar esta data de forma online para que possamos proteger nossos companheiros.

Hoje, quem está na direção do partido ou ocupa cargos na estrutura do poder, não deveriam esquecer a geração que dedicou sua juventude e renunciou a boa parte da sua vida pessoal, para servir ao partido, lutar suas lutas, sonhar os seus sonhos, sofrer as suas derrotas. Pois acreditam até hoje em suas propostas de transformação da sociedade. Vamos celebrar esta data para não esquecermos jamais do nosso sonho de criar um partido de portas abertas à sociedade e, por isso, temos que festejar o aniversário com uma celebração digna do que estas pessoas que militam ou militaram com a gente e aquelas que não se encontram mais nas fileiras do partido, possam se sentir abraçados.

 Porque não admitimos a importância que vários companheiros tiveram na nossa caminhada como partido? Será que por não estar dentro das estruturas partidária ou não estarem mais nas fileiras do PT, deixaram de ter importância na nossa história?

 Hoje, o PT ao completar quarenta e um anos, pode se orgulhar de tudo que fez, alcançamos resultados incríveis, principalmente, na redução das desigualdades, mas jamais seriamos o que somos hoje, se não tivéssemos contado com a ajuda destes companheiros que partiram desta vida ou lutam hoje em outras fileiras.


Como diz Vinícius de Morais: “Cuidado companheiro! A vida é pra valer E não se engane não, tem uma só. [...] A vida é a arte do encontro Embora haja tanto desencontro pela vida” O tempo passa crescemos, amadurecemos e lembramos-nos de tempos bons e ruins, fomos felizes e nos realizamos em cada  passeata, em cada campanha eleitoral, em cada jornada de luta, em cada esforço em busca do possível ou do impossível,  das risadas e ate de choros de felicidade, não podemos esquecer nunca de quem nós somos e das pessoas que ajudaram a construir este projeto, eles fazem parte da minha história da sua história que nunca vamos esquecer, porque no final de tudo isso vai ter memórias que duram para sempre.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

ARTIGO - “Os ventos do norte não movem moinhos" (Padre Carlos)

 


 


“Os ventos do norte não movem moinhos"

 

Durante muito tempo, a esquerda brasileira tinha os versos dos Secos & Molhados como uma máxima e embalado pela certeza que as elites respeitariam o jogo democrático, acreditaram que “os ventos do norte não movem moinhos". O pior é que  moveram não só aqui no Brasil, mas em toda América Latina e no nosso caso estes ventos trouxeram graves consequências. Os ventos, digo os votos, saídos das urnas não farão os moinhos da esquerda girarem na velocidade desejada. Mas, como o que “importa é não estar vencido”, nos apeguemos às nossas conquistas mesmo que nos pareçam frágeis. Aquele “antigo compositor baiano” segue tendo razão, pois “é preciso estar atento e forte, não temos tempo de temer a morte”.


Gostaria de lembrar para meus leitores, que não esqueçam que as análises refletem uma realidade de determinado momento, pois a política eleitoral, como as nuvens, dança ao sabor das tempestades. Dias atrás, a imprensa brasileira anunciava a quatro ventos que Jair Bolsonaro era o grande derrotado das eleições 2020, Segundo a mídia, onde ele pôs a mão, seus escolhidos malograram e em menos de três meses, Bolsonaro consegue eleger o Presidente do Senado, bem como retirar seu desafeto do Congresso Nacional, colocando naquela casa um dos seus aliados, demostrando naquele momento em que seus adversários achavam que ele estava ferido de morte, uma capacidade política de responder a situações adversas e agilidade para reverter um quadro inesperado. Com isto, a ultradireita mostra no tabuleiro do jogo que passa a ter neste momento conturbado da política brasileira, uma grande influencia nas duas casas para barrar qualquer processo de impedimento do seu mandato e tem no momento capacidade para levar o aprofundamento do programa neoliberal que foi abraçado integralmente pelo mercado e as elites brasileiras.

        Despida de qualquer pudor, a direita foi às compras e venceu. Neoliberais golpistas de 2016 (PSDB, DEM, MDB), extrema direita abrigada em siglas como Republicanos e o “centrão” governarão as duas casas do nosso parlamento. É preciso entender que quem melhor sabe jogar o jogo eleitoral é à direita. Sua maior vitória é quando impõe à esquerda que escolha entre dois dos seus atores políticos como aconteceu na eleição da Câmara: tem a direita liberal ou a extrema esquerda. Em Brasília, a direita venceu jogando nos erros da esquerda que não soube, não quis ou não pode se unir.


A direita venceu nas duas Casas legislativas. Ganhou o discurso racista\machista\misógino, com um conservadorismo reacionário flertando com o fascismo e na mais descarada compra de votos. Parabéns Arhur Lira, candidato comprado pelo presidente Bolsonaro, eleito presidente da Câmara dos Deputados:


- 2008: Preso por obstrução da justiça

-2010: Alberto Yuossef declara que repassou mais de 1 milhão de reais para Lira

- 2012: condenado por desviar 280 milhões da Folha de Pagamento da assembleia

- 2015: Denunciado pela PGR por corrupção e lavagem de dinheiro na Petrobras

- 2018: Investigado pelo ministério público de Alagoas por ocultação de patrimônio

- 2019: torna-se réu por corrupção passiva


- É filiado do PP, o partido mais investigado por corrupção no Brasil. É sempre bom lembrar que Artur Lira, além deste currículo indesejável, também é réu por corrupção em duas ações do STF. Além disso, não podemos esquecer que ele é aquele cara que espancou a mulher por 40 minutos na frente dos filhos e da babá! Estamos na mão de um verdadeiro DNA bolsonaristas! Que Deus tenha pena deste povo e desta nação!        

  

domingo, 7 de fevereiro de 2021

ARTIGO - A vida é o bem maior (Padre Carlos)

 


A vida é o bem maior

 


O município que até alguns meses atrás se vangloriava de ter a pandemia controlada em comparação com outras cidades do nosso estado é o mesmo que hoje vive uma explosão do Coronavírus. Não podemos negar que o número de óbitos e de pessoas infectadas tem aumentado de forma assustadora e o mais preocupante é que estes indicativos não têm sensibilizado os nossos representantes.


Os apelos dos profissionais que estão na linha de frente, não estão sendo colocado em prática pelo comitê gestor que junto com o Concelho de Educação, pensam em retornar as aulas presencias, antes destes profissionais e alunos serem vacinados. O problema está descontrolado e os hospitais estão cada vez mais com sua capacidade sendo colocada a prova a todo o momento. Porem gostaria de chamar a atenção dos responsáveis por esta decisão, que não se trata apenas de vagas em UTIs, e sim de uma doença que ainda não se sabe a capacidade de mutação deste vírus. Não existe um remédio que possa levar a cura. O certo é que o covid-19 esta matando cada vez mais jovens sem morbidade.  As filas de ambulâncias à porta dos hospitais tem mostrado  à evidência que se ainda não entrou em colapso, poderá entrar se algumas medidas forem tomadas sem um devido discernimento. Sejamos realistas: o município tem relaxado as medidas a cada mês. É isso que tem proporcionado o aumento dos números de infectados em nosso município. Foi o comportamento de algumas autoridades em lugares públicos que fizeram a população a não levarem a sério os protocolos nas comemorações do Natal, bem como no Ano Novo.

E as escolas? Os profissionais da área de saúde têm chamado à atenção das autoridades do risco das aulas presenciais neste momento de pico. Não podemos esquecer que só na rede pública colocaríamos em circulação 45 mil alunos que são atendidos na Rede Municipal de Ensino, 1.791 professores, mas uns 15 mil entre professores e alunos da rede privada, poderíamos dizer que manter neste momento as escolas abertas, colocaríamos mais de 60 mil pessoas em movimento e mesmo com todos os protocolos seguidos, seria difícil manter o vírus confinado. O momento não é propício para politizar esta conjuntura nem tão pouco para atender reivindicações de empresários.

 


Este assunto estar no topo das decisões política e acredito que será uma tarefa difícil e demandará coragem para defender o povo, mas é nestas ocasiões que se revelam os verdadeiros líderes. Muito provavelmente o Governo terá de ir mais longe nesta questão porque se é verdade que a democracia é um bem inalienável, o certo é que o primeiro bem que precisamos defender é a vida. Não há valor maior.

 

 


sábado, 6 de fevereiro de 2021

ARTIGO - Nossa geração fez a diferença! (Padre Carlos)

 


 

 

Nossa geração fez a diferença!

 


Sempre é um prazer conversar com amigos e um deles é o Dr. Afrânio Garcez, afinal amigo é aquela pessoa com quem conversamos sem reservas, independente da hora ele sabe oferecer o aconchego do seu coração sem pedir nada em troca, e quando ele precisa sabe que pode fazer o mesmo sem objeção.  Assim, eu e meu amigo, quando conversamos fazemos uma vagem no tempo e na história. Outro dia lembrávamos que decorridos tantos anos do fim da ditadura, observávamos que a geração da utopia está partindo e a nova moçada não está sendo capaz de produzir novas narrativas utópicas. Somos todos prisioneiros do presente e das suas dinâmicas.

 


A música do compositor cearense poderia servir, perfeitamente, como pano de fundo daquela conversa o percurso da geração que lutou contra o regime militar e numa viagem no tempo, fazer esta travessia do passado para o presente.

Eu com aquele meu jeito professoral perguntava a ele, como resgatar a nossas lembranças como seria uma abordagem junguiana da nossa memória coletiva e histórica, através do retrato de uma geração da qual fizeram parte muitos dos líderes estudantil e operário, de uma juventude forjada no movimento político Falei da minha militância no movimento estudantil e no PC do B, falei também da minha amizade com Valdélio o DCE e a (Viração), do racha do partido da fundação do PT e de minha aproximação com o 113 através de Wagner e Zezeu, ele por outro lado falava dos contemporâneos e da luta e citava com orgulho, os amigos, Bira Mota, Edmilson Gonçalves, Mara Porto, José Carlos Latinha, Pedro Massinha, 

 

É verdade amigo, a geração da utopia era constituída por estudantes de uma elite e da classe média que se encontravam nas metrópoles, muitos dos quais vivendo em residências estudantil e apesar da militância não traduzir na verdade um rompimento de classe lutava por democracia e todas as bandeiras que levaram ao fim do regime. Eram jovens promissores que pretendia através da profissão como você que fez do direito um sacerdócio, fizer a diferença, mesmo fazendo parte da elite local, abraçou a causa dos mais pobres dessa terra. O bom disso tudo é que parte desta geração tinha ambições de natureza sociopolíticas completamente diferentes da sua classe e foi este universo coletivo, que incorporado aos novos movimentos operário, passaram a fazer parte de uma nova narrativa para o país. Assim, fizeram dos seus sonhos uma utopia política. Estes jovens, já tinham mergulhado em lutas que não eram a via democráticas e aprenderam da forma mais cruel e dolorosa que a democracia era a via transformadora.

          A construção de uma esquerda, o movimento sindical e popular, a luta pelas diretas e o fim da ditadura, tiveram o papel de carregar, este lastro utópico, no sentido de um país mais justo e livre para todos os brasileiros.

         Neste momento a ficha caiu e assim olhei para meu amigo e falei: sabe companheiro, depois de tantos anos do fim do regime militar, observo que essa nossa geração está deixando a arena depois de combater o bom combate e os novos quadros da esquerda, não estão sendo capaz de produzir novas narrativas utópicas. Dando, sim, lugar a uma geração sem compromisso com seu passado, perdendo, deste modo, um referencial de luta e protesto, sem motivação para o enfrentamento com os regimes.

          Eu confesso meu amigo que também temos um pouco de culpa em está passando uma realidade presente para esta geração sem espaço para utopias, porque as necessidades materiais imediatas passaram a determinar as nossas ações presentes.

       Assim Afrânio, o nosso discurso que foi marcado durante todos estes ano, por uma visão sustentada por um tom utópico, é descrito como sendo irrealista e fora da realidade concreta. Ou seja, deixou de se alimentar uma possibilidade de futuro utópico porque somos todos prisioneiros do presente e das suas dinâmicas.

Desta forma chegamos depois daquela conversa à conclusão que as utopias que nortearam nossas ações são lembranças destes jovens que se despedem do picadeiro da vida e esperam que tenhamos força para dar continuidade as suas lutas.

         

          


 

 

 


sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

ARTIGO - Sem líder, sem estratégia! (Padre Carlos)

 


Sem líder, sem estratégia!




 

Quando estudamos filosofia passamos a entender que estratégia significava inicialmente a ação de comandar ou de conduzir exércitos em tempo de guerra. Representava, portanto, um meio de vencer o inimigo, um instrumento de vitória na guerra e mais tarde estendido a outros campos do relacionamento humano. E, no contexto político e no nosso caso, parlamentar, a estratégia mantém em todos os seus usos a raiz semântica, qual seja, a de estabelecer caminhos. 


Para definir uma estratégia de ação para oposição, seria necessário que ela fosse realista e tivesse consciência da conjuntura de que se parte, avaliando os pontos fortes e os pontos fracos. Só com esta visão estratégica se pode potencializar o trabalho de equipe que uma bancada tem como objetivo. Infelizmente, não vejo na proposta da bancada de oposição, qualquer rumo ou qualquer estratégia para um futuro coletivo. Apenas reconheço um conjunto de medidas isoladas, fruto da militância individual que não representam um projeto para o bloco. Sem uma estratégia definida e com táticas bem diferentes, cada mandato busca conquistar seu espaço, esquecendo que um time não deve ter estrela, mas uma ação conjunta.

Por isso, para refletir sobre os desafios de uma estratégia para oposição, precisamos também se projetar para um cenário de crise sanitária e econômica. Por isto, o PT e os partidos de oposição precisam se tornar naquela casa uma oposição construtiva - mas dura incisiva e implacável para com as falhas deste governo e olha que são muitas!  Uma oposição que não é pautada por birra nem por simples vontade de destruir, mas, sim, com base em argumentos e em nome do programa que apresentamos aos conquistenses.

Além da ausência de sentido estratégico e da falta de uma liderança que fica cada vez mais evidente com as ações isoladas da oposição, decisões estas de caráter individual, termina esvaziando estes eventos e não dando a devida importância para determinadas lutas. Diante disto, não podemos deixar de se preocupar com uma agenda, uma estratégia e o seu rumo, como cabe ao maior partido do bloco. O que eu quero dizer com isto é que o papel do líder da oposição é fundamental para conseguir atrair para esta casa temas importantes que estão sendo esquecido como o transporte clandestino na nossa cidade, o assalto aos cofres públicos com o contrato sem licitação de empresa de assessoria contábil, os professores e o retorno às aulas sem a vacina, os bares e comercio sendo abertos em meio à pandemia, suposto crimes eleitoral ou sendo cooptado pela situação, como o aumento dos combustíveis.


Desta forma, precisamos definir o mais rápido possível nossa Estratégia e definir, dentro da Câmara, quais são os principais objetivos e qual a pauta que queremos impor ao governo Herzem. Quais as metas a serem alcançados em determinado espaço de tempo, para conseguir este objetivo? Além disso, precisamos saber quais ações e recursos estarão disponíveis para que possamos mesmo com um número inferior pautar nossa agenda naquela casa.


quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

ARTIGO - Votação do PT na Cidade é motivo de reflexão (Padre Carlos)

 

A luz do conhecimento

 


 

Entre as recomendações de Maquiavel até hoje adotadas como referência nos meios políticos, uma é fundamental para entendermos os resultados das ultimas eleições em nosso município. Ensinava o pensador italiano que o príncipe audaz deve tentar “dividir para governar” (ou reinar). “Divide et impera” – orientava ele.


Muitas vezes as análises e as avalições políticas não são leva a serio pela direção partidária e pelas correntes e os agrupamentos, por acharem que se trata de um contra ponto na disputa interna do partido. Precisamos entender as razões da votação dos dois períodos. Como o nosso candidato caiu de desempenho no segundo turno, quais urnas foram mais evidente esta mudança e quais os motivos que poderiam justificar esta perda expressiva de votos nessa eleição nas urnas da área urbana. Porque as pessoas que votaram em Zé Raimundo, mudaram de opinião em menos de trinta dias?

Confesso aos senhores que nunca fui apaixonado por números, não tenho nenhuma aptidão para exatas, minha praia mesmo é humanas, mas ao receber o estudo desenvolvido pelo professor Wilton Cunha sobre os números das urnas nos dois turnos de forma que pudéssemos entender o momento e a localização espacial daqueles votos, pude entender como seria importante traduzir para o eleitor e para a esquerda de um modo geral, o que representava e o que eles querem dizer sobre nossa ação política.

Não vou me prender aos números, deixo esta tarefa aos profissionais desta área, trabalharei aqui as questões de cunho político e filosófico, tendo com pano de fundo o estudo citado.

Quando fiz referencia no início do nosso artigo a celebre frase de Maquiavel, estava chamando a atenção para o fato da importância desta estratégia, apesar de ser muito antiga, tem uma eficácia tal, que a sua utilização perdura ainda nos tempos de hoje.
Não quero com isto dizer que o ciclo petista no nosso município se deu única e exclusivamente em decorrência desta estratégia. Mas não podemos negar que tudo começou a dá errado para Frente Conquista Popular, quando não soubemos valorizar estes quadros que estavam integrados ao nosso projeto, nem criamos uma política de valorização para mantê-los nas nossas fileiras. Assim, pudemos ouvir do nosso adversário em 2016, que sua campanha sem este apoio não teria chances reais de se eleger.

Nosso erro foi achar que a direita não iria se reagrupar e não entender o que estava acontecendo debaixo de nosso nariz foi uma falha imperdoável. Existe uma corrente na Psicologia que traduz bem para os leitores este fato e mostra de forma clara a perda de potencial que decorre da divisão de um todo: “o todo é maior que a soma das partes” espelha que verdadeiramente juntos, e em conjunto, seriam melhores, mais capazes, mais fortes.  As partes isolam-se, ou somam-se simplesmente, quando o seu “todo” seria bem maior – É uma estratégia que a direita tem usado no nosso município nas duas ultimas eleições e que tem funcionado para servir os interesses de uma elite que estava gasta de ideias e ferida de princípios éticos e morais.

Quando levanto estas questões, não me refiro só às táticas da direita para manter-se no governo, falo também que além de manter um controle soberano sobre as populações, também podem ser aplicada ao partido e a qualquer instituição, quando em uma campanha se joga com interesses de partes, partes que juntas e em união poderiam ser capazes de causar uma oposição forte e perigosa a determinadas correntes – uma oposição indesejável para aqueles que querem dividir para governar.

Mas temos também que botar o dedo na ferida e buscar entender como entramos em uma pré-campanha com todos indicativos apontando para uma vitória, e com as pesquisa favoráveis, inclusive com uma folga de dois dígitos, conseguimos o que todos analistas achava difícil, perder as eleições. Como a coordenação conseguiu desfazer com seu planejamento esta vantagem? Lembro-me das antigas propostas quando fazíamos o tal laboratório para entender e planejar a campanha acredito que naquela época havia um brilho nos nossos olhos, que hoje não existe mais. Temos que admitir que não fizemos uma análise da conjuntura do que estava de fato acontecendo durante a eleição, estávamos sendo desidratado eleitoralmente desde o primeiro momento da campanha e por isto, não tivemos capacidade de reverter o quadro que se formou na ultima semana do segundo turno. Esta deveria ser o papel da coordenação: a agilidade para reverter um quadro inesperado, as estratégias de linguagem, a preparação do candidato que devido à idade e correndo o risco de ser infectado pelo coronavírus, teve limitada sua ação.

Durante as duas ultimas décadas, houve um revezamento entre dois grupos que não se preocuparam em renovar suas lideranças nem proporcionar outros grupos no partido a terem vida própria. Esta conjuntura que se formou em 2007, tinha como rubicão entre estas duas forças o Governo do Estado e a Prefeitura, fazendo com que as lideranças e quadros que não faziam parte desta divisão partissem para uma diáspora deixando Conquista. Até hoje esta política é colocada em prática, impedindo o surgimento de novas lideranças.  Essas coisas cansam. Podemos citar como exemplo o pedralismo ou o carlismo.  Há uma lógica de fadiga e se não soubermos trabalhar uma renovação de verdade, estaremos condenados a fazer parte da história. Ao longo das duas últimas décadas, houve um esgotamento do projeto petista, que não se renovou de forma a responder novas demandas da sociedade.


Outro ponto que deveríamos abordar foi à relação com nossos parceiros, o PSB e o PCdoB. Temos que entender que ser força hegemônica em um projeto, não significa ser a única corrente com capacidade de sobrevivência. Para manterem-se competitivos eleitoralmente estes partidos tiveram que abrir mão de projeto interno, não recebendo apoio das lideranças do nosso partido com sua estrutura ou mesmo a solidariedade de quem coordena o processo. Nosso papel como força hegemônica era fortalecer a esquerda e o centro. Deveríamos ter estendido a mão para o PSD da cidade, para o PV e para as forças de centro.

Como é possível que um partido que participa do Governo estadual há 14 anos e administrou nossa cidade por duas décadas, ter um desgaste tão rápido da sua imagem como foi constatado. Enquanto acharmos que somos autossuficientes e não precisamos de ninguém para por em prática nosso projeto; se não deslocar a base da direita de verdade; se não pensarmos em governar com uma coalizão de partidos, não chegaremos a lugar algum.

 

 

 

 

 

ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...