quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

ARTIGO - Falou com o corpo e pregou de cátedra. (Padre Caros)

 

Falou com o corpo e pregou de cátedra.



 

 

Hoje faz oito dias que Celebramos pela primeira vez, o Dia Internacional da Fraternidade Humana: a Assembleia Geral das Nações Unidas instituiu esta comemoração através de uma resolução de 21 de dezembro de 2020.  A ONU escolheu o dia 4 de fevereiro porque, nesse dia, em 2019, o Papa Francisco, durante uma visita aos Emirados Árabes Unidos, assinou com o Grande Imã de Al-Azhar, o xeque Ahmad Al-Tayyeb, o "Documento sobre a Fraternidade Humana em Prol da Paz Mundial e da Convivência Comum".


A celebração realizou-se online e contou com a presença destes dois protagonistas e destacados promotores da reconciliação e da paz. Participaram, também, António Guterres, secretário-geral da ONU, e diversos líderes políticos e religiosos de todo o Mundo.

Outro acontecimento relacionado ao diálogo inter-religioso foi protagonizado por Dom Zanoni, em Salvador. A presença do arcebispo de Feira de Santana (BA), e membro da Comissão Episcopal Pastoral para o Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso (Pastoral afro-brasileira) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em uma roda de capoeira no Terreiro de Jesus, para alguns, aquela reportagem que viralizou, do arcebispo desafiado alguns capoeiristas para uma apresentação desta arte no Pelourinho, não passou de uma brincadeira, para um teólogo ou historiador, este gesto representa o diálogo entre a cultura e o Evangelho, nosso pastor agora  pregava com o corpo.

Em tempos que ressuscitam narrativas xenófobas, racistas, nacionalistas - que promovem a desconfiança, a segregação, o conflito, o ódio e a divisão entre as pessoas - há quem resista e prefira continuar a propor a reconciliação, a sã convivência e a paz. Gente que continua "a estender a mão", a respeitar e a "escutar com coração aberto" quem é de uma religião, de uma cultura ou de uma tradição diferente da sua. São estas atitudes que, para o Papa e Dom Zanoni melhor traduzem a fraternidade humana.

 Este Pastor, sempre teve na sua caminhada a dimensão religiosa como um  componente fundamental da identidade e da cultura dos povos. Assim, Dom Zanoni vem chamando a atenção das Igrejas como as culturas  marcam profundamente muitas das comunidades que atualmente se cruzam entre nós. Esta diversidade de crenças, valores e de afirmações que trazem identidades baseadas na pertença religiosa constitui-se como um espaço privilegiado para o aprofundamento de uma cultura plural e aberto ao diálogo.

Desta forma podemos dizer, que esta foi a grande homilia do arcebispo de Feira de Santana na Roma Nega, falou com o corpo e pregou de cátedra.



 

 

 


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