Papa Francisco e as reformas
Quando estudei eclesiologia com o Pe. Nereu, havia um texto do Papa Pio
X que ele gostava de citar e terminou chamando muita minha atenção aquelas
palavras. Ele exprime bem o que a Igreja
não é nem pode ser. Mas foi esse o modelo que tantos, contra a vontade
de Jesus e até contra a consciência democrática, quiseram impor, incluindo o
próprio Pio X.
Este é o modelo de uma Igreja
desigual e hierárquica, desembocando numa hierarcocracia não tem mais espaço na
nossa Igreja, apesar de algumas autoridades eclesial não entenderem o momento
que estamos vivendo.
O
pontificado de Francisco e suas mudanças proposta para Igreja, tem como base
uma "Igreja participativa e
co-responsável". Em outubro, o Papa dará
início a um caminho sinodal de três anos e articulado em três fases (diocesana,
continental, universal), feito de consultas e discernimento, que culminará com
a assembleia de outubro de 2023 em Roma. O processo sinodal (sínodo é uma palavra de origem
grega, com o significado de caminhar juntos) foi decisivo para este Sínodo, e o
documento convida a que as Conferências Episcopais e as Igrejas locais
continuem este percurso, "empenhando-se em processos de discernimento comunitários
que incluam também aqueles e aquelas que não são bispos nas deliberações, como
propõe este Sínodo". A experiência vivida fez "tomar consciência da
importância de uma forma sinodal da Igreja para o anúncio e a transmissão da
fé. A participação das comunidades de fé contribui para acordar a sinodalidade,
que é uma dimensão constitutiva da Igreja: Igreja e Sínodo são sinónimos".