domingo, 4 de julho de 2021

ARTIGO - “ Uma oposição frágil fragiliza um governo.” (Padre Carlos)

 

“ Uma oposição frágil fragiliza um governo.”



 

 

O filósofo Mário Sérgio Cortella tem uma expressão famosa: "Um concorrente burro, te emburrece. Um adversário fraco te enfraquece. Uma oposição frágil fragiliza um governo." E isso tem tudo a ver mesmo, com a nossa oposição, temos uma tendência natural de nos acomodarmos. Às vezes, na eleição, a gente faz contas para fugir de um ou outro adversário em um mata-mata dentro e fora do partido, que esquecemos que estamos do mesmo lado. Desta forma, para se eleger, não se pode escolher adversários, é preciso superar todos que vierem pela frente. Mas porque levanto estas questões? Alguns quadros do campo da esquerda achavam que com a saída de Herzem do cenário político, enfraqueceria o campo da situação, este foi um grande engano, só tomaram consciência do que estava acontecendo, quando o novo governo demonstrou que se tratava de um adversário com capacidade de dialogar com o parlamento e competir também com a oposição pelo espaço do centro e se revelou assim, como um adversário de altíssimo nível.

 


Uma das coisas mais perigosas na política é quando assessoria e dirigentes partidários começam a concorda com tudo o que o parlamentar ou o cacique político do seu grupo ou partido fala.  Assim, quando o filósofo fala que um concorrente burro te emburrece. Uma oposição frágil fragiliza um governo. Ele afirma que a capacidade do governo, depende muito da qualidade da sua oposição.  É com esta premissa que gostaria de começar este artigo.

Fico triste quando vejo uma oposição que não busca pensar nem avaliar sobre a nova conjuntura que se formou em nossa cidade com a saída de algumas figuras no tabuleiro da política conquistense, como também os novos paradigmas que se formaram com a pandemia e a nova realidade que se apresenta.

É inportante neste momento de diversas crises que tem se formado na oposição, uma postura cética para podermos avaliar todos os ângulos da questão. O que eu quero dizer, é que precisamos suspeitar das soluções fácies que nos apresentam a todo o momento. Precisamos avançar em algumas questões, estamos presos em convicções binárias que termia impedindo nosso avanço no campo político. Fazer uma oposição não é bater palma para o governo, mas também não significa ficar com um discurso vazio e com bravatas sem apresentar um projeto alternativo.

Não podemos negar que a perda dos mandatos da vereadora Nildima e do professor Corí, criaram um vazio ideológico e de capacidade técnica nesta bancada que até hoje não conseguiu superar. Pecamos não por falta de humildade intelectual, mas por falta de capacidade intelectual para estar disponível a aprender que a conjuntura é outra e não cabe a mesma armadura nem as mesmas armas que lutamos na legislação passada. Esta é a única forma de tirar a trava sobre os nossos olhos e poder entender o que esta acontecendo na nossa cidade.


A ausência de propostas, a falta de experiência precisa ser rapidamente preenchida com projetos e uma assessoria capaz de orientar os parlamentares neste novo momento político. Assim, nossa oposição é convidada a pensar sobre os paradigmas dos tempos atuais, o parlamentar precisa entender a importância de suspeitar de si mesmo, o tempo todo, para se ter sucesso na política, quanto na vida. A oposição precisa duvidar de suas certezas e ter a “humildade intelectual”, ou seja, estar disponível a aprender sempre é a única forma de combater o risco de ficar ultrapassada e, de fato, se preparar para tomar decisões corajosas - especialmente necessárias em tempos de crise, como os que a cidade e o Brasil vivem hoje.

 

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