A política esta complexa, mas dá
para começar com o básico.
Um dos grandes problemas que a direita vai
enfrentar nesta eleição para presidente, será a falta de opção de um projeto
liberal nas linhas do antigo PSDB. Abraçar a candidatura de Jair Bolsonaro para
não ficar sem palanque, será a conditio sine qua non, ou melhor, será a condição sem a qual a direita liberal possa
continuar existindo. Com isto, a direita que conhecemos, passa a vivencia outra
vez a falta de uma candidatura de centro direita para que pudesse se distanciar
do desgaste político que Bolsonaro hoje representa.
Para piorar as chances da formação de uma terceira via
a direita liberal não vai mais poder contar com o ex-juiz Sergio Mouro, que
acaba de sair do páreo, devido às revelações da sua parcialidade e da instrumentalização
da justiça como forma de fazer política. Além disso, o recuo do apresentador
Luciano Huck de participar das eleições devido à saída do apresentador Fausto
Silva da telinha da Globo, também foi um forte desfalque que os representantes
desta tese têm enfrentado. Assim, restam apenas poucos nomes, mas nenhum deles
tem potencial de se consolidarem como uma alternativa à polarização Lula e
Bolsonaro.
Como observador do jogo político, não acredito na
possibilidade de uma candidatura de terceira via que consiga interferir na
polarização entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o titular Jair
Bolsonaro. Embora Ciro Gomes seja apresentado como aquele que tem maior
potencial para desafiá-los, suas chances de furar essa polarização são
pequenas, pois a candidatura do ex-presidente não se desloca para o extremo
como gostaria a direita liberal, mas para o centro, fortalecendo o campo
democrático. Com isto, Lula termina não deixando vácuo para o surgimento de uma
terceira via nestas eleições.