terça-feira, 3 de agosto de 2021

ARTIGO - A pobreza além da fila dos ossos. (Padre Carlos)

 

 

Contra fatos, não há argumentos!

 


 

A notícia de uma mutidão em um centro de distribuição de alimentos na cidade de Cuiabá (MT) para receber doações de ossos, chocou a opinião pública e fez a sociedade brasileira tomar conhecimento sobre a gravidade em que se encontra o país. Este não é um fato isolado, mas serviu como referência para mostrar que a fome que assola o país, tem levado muitas pessoas a recorre a fila dos ossos para poder se alimentar.


A pobreza que aumentou nestes últimos anos, fez com que as camadas mais baixas perdessem o poder de compra e voltasse a níveis de pobreza que já tínhamos superado, através dos governos tucano e petista. Assim, graças a este governo, retrocedemos em tudo aquilo que foi avançado nas três últimos décadas em aspectos sociais e econômicos.

Foi um susto para a classe média alta e para alguns setores da burguesia constatar a tragédia que nós chegamos. Quando assistimos os  vários relatos com sentimento de desespero e desesperança que foram registrados, sétimos um pouco responsável pelo sofrimento deste povo. Assim, presenciamos pela tela o sofrimento na  fila dos moradores daquela cidade  em busca de ossos para matar a fome. Não podemos negar que esta cena,  escancara a contradição de um país que é referência no agronegócio e na criação de gado. O Brasil tem um dos maiores rebanho bovino do planeta, com cerca de 214,7 milhões de cabeças de gado, o que mantém o Brasil como o segundo maior rebanho bovino do mundo e o principal exportador desse tipo de carne. É pouco acima da população brasileira, composta por 212 milhões de pessoas, conforme o IBGE. É aproximadamente uma cabeça de boi por habitante. Seria lógico que pelo menos o preço da carne fosse barato aqui, mas acontece o contrário. Desta forma, apesar de o Brasil ser o maior produtor de proteína animal do mundo, o aumento do preço faz com que a população aumente o consumo de ovos. A média mundial é de 230 ovos por ano per capita e o brasileiro está consumindo 250. A proteína animal aumentou de preço, restando para nossa população esta forma de alimento.


Os ossos de Cuiabá, revelaram que os pobres, mais do que qualquer outro grupo, dependem dos programas sociais do governo neste momento de crise, mas também precisam de serviços públicos básicos. Melhorar o acesso à educação de qualidade e a saúde são vias imprescindíveis para se sair da pobreza, cuja extensão, pode ser percebida de outras formas além da fila dos ossos.

 

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