sábado, 7 de agosto de 2021

ARTIGO - Não podemos abandonar estes companheiros. (Padre Carlos)

 

Não podemos abandonar estes companheiros.

 

 


Tem um ditado popular que meu pai gostava de dizer: Cabeça que não pensa, o corpo padece, ou seja, toda ação tem uma reação. Podemos dizer que um exemplo clássico deste provérbio popular são os funcionários da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), ou simplesmente dos Correios. Mas porque estou falando isto? Meu real objetivo é chamar a atenção não só dos funcionários desta empresa, mas de todo o campo progressista para o projeto de lei (PL) que foi aprovado nesta quinta-feira pela Câmara dos Deputados, autorizando a privatização dos Correios.


É preciso fazer uma autocrítica e compreender o momento que levaram os trabalhadores desta Empresa a pensarem e agirem como se fossem intocáveis e fizessem parte de uma casta só comparada aos funcionários do judiciário. Apesar deste comportamento por parte de uma parcela destes funcionários, não podemos nega que nunca houve na verdade uma pesquisa eleitoral na categoria onde se evidenciasse uma votação massiva em Bolsonaro. Como em todas as categorias, há setores que votaram no Haddad, outros no Ciro Gomes, e sim, outros no Bolsonaro. Assim, nada indica que a maioria votou na extrema-direita. O que não podemos omitir foi o surgimento neste período de um grande fenômeno antipetista em todo o país, isso também existiu nos Correios, como também existiu em outras empresas estatais.

Os trabalhadores dos Correios estão protagonizando uma grande greve para enfrentar diretamente o governo Bolsonaro/Guedes, que não só buscam retirar importantes direitos trabalhista, mas vender uma empresa que é orgulho nacional e que pertence a todos os brasileiros. Não podemos abandonar estes companheiros. Embora alguns trabalhadores dos Correios tenham queimadas bandeiras do PT e boa parte dos funcionários desta Empresa tenha votado em Bolsonaro em 2018, não podemos deixar de apoiar estes trabalhadores. São gestos como este, que define a grandeza da política que praticamos. Aos companheiros que não fizeram parte da campanha sórdida, nossa solidariedade e aos milhares de trabalhadores que se deixaram ser enganados, espero que sirva de lição e levante a cabeça, vocês não estão sós.

        




            Os trabalhadores vão aprendendo na luta a agir pela razão, porque muitas vezes o impulso e emoção acabam sendo a decisão errada a se tomar. Mesmo assim, não me sinto confortavelmente gritando "eu avisei, bem feito." Agir desta forma, só enfraquece a nossa luta e divididos seremos facilmente derrotados.

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