A mamata veste farda
Há
pouco tempo, li uma matéria sobre os escândalos das Forças Armadas
com dinheiro público durante o governo Bolsonaro e o que mais me surpreendeu, foi que as instituições
e os homens públicos deveriam dar o exemplo, em vez de exigir algo que nem eles
praticam.
Levanto estas
questões porque a maioria do povo brasileiro tem sofrido e não é pouco com a
inflação, o desemprego e a miséria, enquanto as Forças Armadas parecem competir
entre si pelos gastos mais descabidos: Picanha, filé mignon, bonecos Rambo,
bikes Triathlon, Viagra e próteses penianas – a lista de prioridades do
generalato brasileiro custa caro e quem paga somos nós.
No momento como este, esperávamos mais
destes homens que deveriam nos orgulhar em vez de envergonhar toda a nação com
estes comportamentos. Você sabe o que os heróis fazem? Vou dar o exemplo em um
pedaço de carne. A diferença de um herói para um pirata é a seguinte: Piratas
irão ter um banquete e comê-la, mas os heróis irão dividir com outras pessoas.
Esta farda que hoje promove esta farra, um
dia já foi orgulho para muitos. Assim não poderia deixar de resgatar a memória
deste Exercito que eu tanto me orgulho. Durante a Segunda Guerra Mundial,
nossos soldados da Força Expedicionária Brasileira distribuíram parte do que
recebiam com alimentação e faziam um mingau que era distribuído às famílias italianas
necessitadas durante a campanha da Itália em 1944-45. Este gesto dos saldados
brasileiro tornou bastante conhecida no norte da Itália, a palavra "mingau."
Existem ainda hoje localidades onde fazem anualmente um "festival do
Mingau" em homenagem aos pracinhas da FEB.
Enquanto
os americanos davam à população o que lhes sobrava (ou naquele estilo "ah
vai perder mesmo...") a FEB dividia a própria alimentação. O fato rendeu
elogio do então papa Pio XII, ao ponto deste falar que "onde os soldados
brasileiros estivessem não existia fome". Não é à toa que hoje andar com
um distintivo da FEB por aqueles lados rende convites para saborear um "vinho".
Esta forma abrangente e
simples, que os pracinhas nos deixaram: "ideias-força" referentes aos
VALORES, DEVERES E ÉTICA, deveriam ter contribuído para o aprimoramento das
virtudes militares.