“Não posso deixar de escrever… nem de
amar.”
Pois, Dediquei minha juventude e renunciei
a boa parte de minha vida pessoal, para construir um mundo melhor para minhas
filhas. Assim, lutei várias lutas e estive em muitas frentes, sonhei os sonhos da minha geração e sofri as suas
derrotas. E o fiz, exclusivamente, por decisão pessoal, íntima, irrevogável.
Pois acreditava nas propostas de
transformação da sociedade. Devo confessar-lhes que me arrependo de não ter
dado ainda mais, muito mais, até a medida da exaustão, no limiar do cansaço,
por saber que fui feliz e me realizei em cada passeata, em cada campanha
eleitoral, em cada jornada de luta, em cada esforço em busca do possível ou do
impossível.
Mas os versos do poeta continuavam povoando
minha cabeça: “Ainda ontem, eu tinha vinte anos. Desperdiçava o tempo,
acreditando detê-lo.” “Ainda ontem, eu tinha vinte anos” Além de algumas rugas
na testa, não deixei meus amores morreram antes de existir. Imaginava que
estava em uma estação e que aquele vagão do trem da história era o ultimo e com
muita coragem entrei. Diferente da canção, eu não desperdicei a vida e meus
anos de juventude, mas hoje a pergunta do poeta me pegou desprevenido: “Onde
estão agora, agora, meus vinte anos?”
Assim,
respondo a Aznavour:
sei que não tenho mais vinte anos, mesmo assim, Se estou escrevo alguma coisa que foge das
redações política, talvez seja este velho coração transbordando de paixão, como
disse Isabel Allende, “não posso deixar de escrever… nem de amar.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário