É preciso colocar o dedo
na ferida
Quem me conhece sabe que sou
um militante dos direitos humanos e sempre pautei minha vida na defesa da
verdade e da justiça. Por isto, tratar de um assunto como violência urbana num
ano de eleição termina despertando duvida sobre o proposito do artigo e suas
verdadeiras intenções. Apesar da violência urbana ser
um dos problemas mais generalizados no Brasil e praticamente todas as grandes
capitais do país lidar diariamente com suas consequências, ela terminou atingindo nos últimos
tempos índices inaceitáveis ao ponto de alguns especialistas afirmam
que as cidades brasileiras e em especial as baianas devidas os grandes números
destas estar nos topos das listas de cidades mais violentas do Brasil, viver um
clima de guerra.
Podemos afirmar pelos tristes números que chegam a todo o
momento nas redações e nas redes sociais, que se não buscarmos encarar este
problema, seremos responsabilizados por suas vitimas diante da nossa omissão. A
Bahia vive níveis de epidemia de violência e não tocar neste assunto e chamar a atenção das
autoridades para estes tristes indicadores seria assumir um comportamento de avestruz
que enfia a cabeça num buraco cavado na areia quando se sentem ameaçadas.
Não tenho medo de botar o dedo na ferida, por mais dolorosa
que seja esta situação, tenho que abordar para que possamos incluir
verdadeiramente em políticas públicas a questão da segurança. Quando a taxa de
assassinatos nas grandes cidades do estado ultrapassa um número muito elevado
para cada 100 mil habitantes, podemos entender que algo esta errado. Não é nada tranquilizador constatar, portanto,
que praticamente todas as grandes cidades baianas - aquelas com mais de 100 mil habitantes - estão acima desse patamar.
Dados
divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Fórum
Brasileiro de Segurança Pública apontam que dos dez municípios mais violentos
do país, quatro são da Bahia. Simões Filho, na região metropolitana de
Salvador, aparece no estudo com a quarta maior taxa de homicídios do país, com
quase 120 assassinatos a cada 100 mil habitantes. O avanço do tráfico de drogas
é considerado um dos principais motivos desse índice.
A violência gera o medo, mas este gera
igualmente violência. Trata-se então de um círculo vicioso que se instala, uma
psicose coletiva que é preciso romper a qualquer preço e cujos únicos
beneficiados são certos lobbies
da segurança, como as firmas de vigilância, as milícias privadas, as companhias
de seguros, os esquadrões da morte, etc.
Espero que essa situação,
infelizmente já tão corriqueira, que faz com que os cidadãos baianos tenham se
acostumado com um cenário
de constante violência no seu dia a dia, tenha um fim e
que possamos ter perspectivas e uma solução para este grave problema.
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