domingo, 7 de agosto de 2022

ARTIGO - A Bahia vive níveis de epidemia de violência (Padre Carlos)

 


É preciso colocar o dedo na ferida

 


 

Quem me conhece sabe que sou um militante dos direitos humanos e sempre pautei minha vida na defesa da verdade e da justiça. Por isto, tratar de um assunto como violência urbana num ano de eleição termina despertando duvida sobre o proposito do artigo e suas verdadeiras intenções. Apesar da violência urbana ser um dos problemas mais generalizados no Brasil e praticamente todas as grandes capitais do país lidar diariamente com suas consequências, ela terminou atingindo nos últimos tempos índices inaceitáveis ao ponto de alguns especialistas afirmam que as cidades brasileiras e em especial as baianas devidas os grandes números destas estar nos topos das listas de cidades mais violentas do Brasil, viver um clima de guerra.

Podemos afirmar pelos tristes números que chegam a todo o momento nas redações e nas redes sociais, que se não buscarmos encarar este problema, seremos responsabilizados por suas vitimas diante da nossa omissão. A Bahia vive níveis de epidemia de violência e não tocar neste assunto e chamar a atenção das autoridades para estes tristes indicadores seria assumir um comportamento de avestruz que enfia a cabeça num buraco cavado na areia quando se sentem ameaçadas.

Não tenho medo de botar o dedo na ferida, por mais dolorosa que seja esta situação, tenho que abordar para que possamos incluir verdadeiramente em políticas públicas a questão da segurança. Quando a taxa de assassinatos nas grandes cidades do estado ultrapassa um número muito elevado para cada 100 mil habitantes, podemos entender que algo esta errado.  Não é nada tranquilizador constatar, portanto, que praticamente todas as grandes cidades baianas - aquelas com mais de 100 mil habitantes - estão acima desse patamar.

Dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontam que dos dez municípios mais violentos do país, quatro são da Bahia. Simões Filho, na região metropolitana de Salvador, aparece no estudo com a quarta maior taxa de homicídios do país, com quase 120 assassinatos a cada 100 mil habitantes. O avanço do tráfico de drogas é considerado um dos principais motivos desse índice.

 

A violência gera o medo, mas este gera igualmente violência. Trata-se então de um círculo vicioso que se instala, uma psicose coletiva que é preciso romper a qualquer preço e cujos únicos beneficiados são certos lobbies da segurança, como as firmas de vigilância, as milícias privadas, as companhias de seguros, os esquadrões da morte, etc.

Espero que essa situação, infelizmente já tão corriqueira, que faz com que os cidadãos baianos tenham se acostumado com um cenário de constante violência no seu dia a dia, tenha um fim e que possamos ter perspectivas e uma solução para este grave problema.

 


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