quinta-feira, 29 de setembro de 2022

ARTIGO – O dia dos Miguelenses agora é lei!



A República dos Miguelenses



 

Um dos granes desafios que temos que enfrentar nestes tempos difícil em que estamos vivendo é a falta de consciência da história da nossa cidade e região. Como dizia o historiador Mozart Tanajura: “Só quando matemos o enfoque e nos preocuparmos com o passado, teremos condições de buscar inspiração para entender o presente e antecipar o nosso futuro e das novas gerações”. Não resgatamos os nossos valores históricos e não buscamos celebrar as nossas vitórias. Para construir a Conquista do futuro, nós precisamos usar os mitos do passado que alimentam nossas utopias e assim, sustentam o nosso presente. Por isso, uma sociedade que não faz uso de sua história, não consegue se entender.

         A homenagem prestada nesta sexta-feira (23) pelos vereadores de Vitória da Conquista ao povo de São Miguel das Matas ao instituir o dia do Miguelense, tem o caráter de reconhecimento à contribuição do povo desta cidade do Recôncavo para o crescimento do Sudoeste baiano e em especial a cidade de Vitória da Conquista.

Gostaria de parabenizar o presidente da Câmara, vereador Luis Carlos Dudé (PMDB), que criou o Projeto de Lei que instituiu e reconheceu a importância deste povo na nossa terra. Não podemos negar que  o espírito empreendedor dos Miguelenses foram fundamentais para que a nossa cidade possuísse hoje um dos maiores PIBs no interior da região Nordeste, sendo o sexto maior PIB baiano, com mais de 7 bilhões de Produto Interno. Nossa cidade se tornou uma capital regional de uma área que abrange aproximadamente oitenta municípios na Bahia e dezesseis no norte de Minas Gerais.

A matéria agora vai aguardar a sanção da prefeita Sheila Lemos (União Brasil), que vai instituir a Semana Municipal dos Miguelenses e também o Dia Municipal dos Miguelenses, no dia 29 de todo mês de setembro. O importante disto tudo é o memorial a este povo, ele resgata a memória desta gente e lembra um determinado dia para celebrarmos a vida destas pessoas que tanto tem contribuído para o desenvolvimento desta terra.


quarta-feira, 28 de setembro de 2022

ARTIGO - Ninguém é santo para si, mas sempre para Deus e para o outro! (Padre Carlos)

 

O apostolado político

 


O atual momento político encontra-se polarizado e confuso, mas não podemos desanimar, devemos continuar a ser a Igreja que prega a esperança, buscando sempre ser uma voz que lembra efetivamente os direitos fundamentais. Vale ressaltar, que a voz que grita tais direitos deve preterir motivações interesseiras e ideológicas. Aprendi com o Padre Confa, que  a Igreja nunca deve partidarizar, ela deve ser livre. O anúncio proposto pela Igreja fala sempre de Jesus Cristo, fala sempre do cuidado irrenunciável da vida, em todas as suas etapas. Ele é o modelo na busca de uma sociedade marcada pela justiça e direito.

Não é pela militância, mas pelo nosso testemunho de cristãos que não podemos nos isentar da construção de uma sociedade mais justa e pautada na garantia dos direitos para todos, devemos confiar no sadio progresso humano e lutar até o fim.

Quando contemplamos a realidade que nos rodeia tendemos ao fatalismo e pessimismo, mas “o nosso Deus não está inerte, permita-me dizer que nosso Deus é um sonhador, que sonha a transformação do mundo e a realizou no mistério da Ressurreição” (Papa Francisco). Assim como na política, o exercício da fé nos garante que Deus, além de sonhar um mundo novo conosco, não desiste de começar seu reino entre nós. Ele caminha conosco, faz-Se apoio no deserto da nossa vida, Ele não nos trata como um dono de tudo que olha lá de cima, mas nos ensina o caminho das virtudes como lugar de transformação social.

Quando nos propomos ao apostolado da política, precisamos entender que  ninguém é santo para si, mas sempre para Deus e para o outro! O incontestável caos social que vivemos tem também sua raiz no abandono de Deus e nos pecados de todos: da corrupção, dos interesses ideológicos acima do bem comum e etc… Que a Misericórdia de Deus nos encontre predispostos para o exercício da justiça e do direito, e que não nos falte o compromisso sincero com a transformação do mundo. O sonho de Deus, de transformar o mundo, passa pelas nossas mãos unidas em favor de todos.

 

terça-feira, 27 de setembro de 2022

ARTIGO - As eleições na Itália e a nova ordem! (Padre Carlos)

 


O Fascismo está voltando?


 


O partido de ultradireita FdI, de raízes pós-fascistas e liderado por Giorgia Meloni, foi o mais votado nesta eleição na Itália. A aliança de direita conseguiu maioria suficiente para controlar as duas casas do Parlamento. O triunfo de Meloni representa uma mudança significativa para a Itália, membro fundador da União Europeia e a terceira maior economia da zona do euro, e também para a EU. A Itália representa uma parcela significativa do velho continente. Não podemos esquecer que este resultado se deu apenas algumas semanas depois de a ultradireita ganhar as eleições na Suécia.

Os italianos escolheram e não podemos esquecer que o povo tem sempre razão, esta é a lógica da política. Sempre que os ditos liberais democráticos, isto é, os moderados falham os extremistas aproveitam e terminam chegando ao poder. Se a utradireita cresce na Europa então é sinal que os partidos de centro não estão correspondendo ao desejo dos cidadãos. O pior de tudo é quando os moderados cedem ao extremismo para vencer e não percebem que é a sua falta de competência que estimula este tipo de política

Assim como no Brasil, os italianos estão mais preocupados com os problemas reais do país do que com as supostas “ameaças” à democracia que têm dominado o debate político na terra das palmeiras e na Europa. É tempo de perguntar se é a extrema-direita que é uma ameaça ou a incompetência dos partidos moderados quando governam os países onde são eleitos?

Tanto a extrema-esquerda como a extrema-direita vive dos erros dos restantes, alimentam-se da demagogia e, sobretudo das injustiças que aqui e ali assistimos diariamente. Como já verificámos aqui no Brasil, os eleitores que votaram quase duas décadas em um partido de centro como o PT, terminaram votando em protesto no candidato da utradireita.   Por outro lado, verificamos também que a polarização na nossa eleição, termina se alimentando reciprocamente para ganharem espaço mediático reduzindo normalmente o espectro político dos partidos moderados e que habitualmente são partidos de poder. O problema cresce quando os supostos moderados se aliam aos extremistas para sobreviver. Nosso país sente hoje as consequências dessa aliança, pois de fato partido que se aliou a extremistas para derrotar o PT, não querem assumir a parcela de responsabilidade pela ascensão da utradireita.

Se durante anos, o PPE foi a força que mais “governou” na Europa, nos últimos 6 a 7 anos essa correlação de forças foi-se alterando e hoje esse poder pende hoje mais para a esquerda europeia. Partidos de centro governando com o apoio da extrema-esquerda ou da extrema-direita tornaram-se um hábito e a Itália não é exceção. Os primeiros exemplos vieram da Áustria e da Grécia, mas hoje poderíamos definir como o novo normal. Em ambos os casos fracassaram e deveriam ter servido de exemplo.

A realidade política italiana representa muito mais o fracasso dos partidos tradicionais do que o sucesso da política extremista. Entendemos que numa democracia é o povo que escolhe e determina, e ainda bem. Sabemos da importância da Itália para a União Europeia, esperamos e desejamos que exista bom senso e a necessária tolerância inicial para quem se propõe a governar.


sexta-feira, 23 de setembro de 2022

ARTIGO - Essa gente tomou de assalto os cofres públicos (Padre Carlos )

 

A política do “Panis et circenses”.

 


Como dizia meu professor de latim no seminário: “Panis et circenses”. Esta expressão de origem latina que significa pão e jogos circenses tem muito haver com estas eleições e o jogo político que Bolsonaro tentou montar. Assim, lembrei-me que no antigo império romano, os governantes promoviam espetáculos e distribuíam pão como forma de diminuir a insatisfação popular. Havia os espetáculos onde gladiadores lutavam até a morte. Era um circo montado para divertir a população. Nesses eventos se fazia farta distribuição de pão. Enquanto se divertia e comia, o povo romano esquecia a opressão a que era submetido. Todas às vezes que um governante controlou os humores de seu povo, promovendo festas e distribuindo comida, se disse que ele fazia a política do “pão & circo”.

 No Brasil muito se usou as festas populares como o carnaval e São João para se amortizar os inconformismos sociais. Por isto, o governo federal tem investido alto na politico do “pão & circo”, pois ao mesmo tempo em que programas assistencialistas, como Auxílio Brasil de 600 Reais até dezembro, se tornam carro chefe da política social, seus aliados lucram com estes espetáculos.. Esta forma de fazer política explica como uma cidade de Minas Gerais com 29.000 habitantes pagou Gusttavo Lima o cachê de 800.000 reais por um show. A propaganda fascista conta com uma rede que engrossa ganhos de cantores sertanejos pagos por prefeituras

Aqui, na Bahia, a situação não é diferente. Na verdade, é bem pior. Em vários municípios os prefeitos não se contentam apenas em promover a política do “pão & circo”, eles ainda criam poderosos esquemas para desviar verbas públicas. Há uns dias atrás o Ministério Público da (MPBA) cancelou uma festa milionária de prefeitura na BA com participação de Gusttavo Lima; cachê do cantor passaria de R$ 700 mil. Esta festa cujo nome seria Festival da Banana, seria realizado em Teolândia. Desta forma, a justiça cancelou a pedido do MP-BA, mais uma farra com o dinheiro público. Gostaríamos de lembrar que este município está em estado de emergência desde o final de 2021, por causa das fortes chuvas que atingiram o sul do estado. Entre as 28 atrações, o MP destacou cachês superiores a R$ 100 mil.

 

Em geral, as fraudes nestes eventos giram em torno do processo de contratação de empresas que produzem os eventos. Na maioria estas empresas são de propriedade dos prefeitos, e seus familiares, secretários, funcionários públicos e empresários do ramo de diversão que criam empresas fantasmas para desviar verbas públicas e fraudam procedimentos de contratação de serviços. Qualquer serviço é motivo para uma fraude. A contratação de shows pirotécnicos e de serviço de segurança, o aluguel de banheiros públicos, a montagem de palcos, de sistemas de iluminação e som, enfim, de todo canto pode-se tirar vultosas somas.

Esta é a triste constatação. Essa gente que toma de assalto os cofres públicos, que se aproximam do Estado como se fossem piratas em busca de um tesouro, entenderam que é possível lucrar dobrado em cima das festas populares. Ganham politicamente com a ideia do “Panis et circenses”. A população fica entorpecida, não pensa em mais nada, enquanto se diverte em praça pública ao som pavoroso dessas bandas que tocam aquele lixo musical que não se pode reciclar. E ganham financeiramente com essa bandalheira promovida na produção dos eventos festivos. Quem não se lembra dos tais carnavais fora de época que fizeram a alegria de muitos e riqueza de poucos?

 

 

 

 


quinta-feira, 15 de setembro de 2022

ARTIGO - Qual o proposito da minha vida? (Padre Carlos)

 

Como se proteger contra o vazio e o desespero




 

         Outro dia, um amigo me mandou um vídeo que tratava da importância da Longoterapia e como esta forma de abordar nossos problemas pode fazer toda diferença. Como entender a dor do outro e saber realmente o que fica quando tudo lhe é tirado? Nesta abordagem terapêutica, passamos a entender o proposito de buscar um projeto de vida seja a família, lutar pela liberdade ou defender o oprimido e lutar por um mundo melhor. Como aceitar que o sentido da vida é um elemento básico para a preservação da saúde mental?

Precisamos neste contexto vivenciar uma abordagem de esperança no presente e futuro, em um Brasil com muitas teorias, mas, poucas, que trazem esperança e sentidos de vida. Num Brasil, antes das eleições e depois, dividido e pairando no ar uma incerteza de dias melhores, medo, e mágoas de relacionamentos quebrados, uma economia que não sai da estagnação com milhões de desempregados. Precisamos traz esperança, sentidos e que cada um com Liberdade e Responsabilidade possa construir um futuro com garra e muito sentidos de viver, para sim e no meio em que vive Esta abordagem tem como núcleo central a vontade de sentido da existência humana. É esta vontade que busca um sentido de vida para cada indivíduo, e será responsável por explicar a sua existência.

Como teólogo, entendemos que a psicoterapia procura a cura da alma, ao passo que a religião busca a salvação da alma. E vale salientar que seja religioso ou não, todo homem busca fundamentalmente um sentido, sendo o vazio existencial o que mais o atormenta.  A religiosidade pode ajudar a encontrar um significado para a vida, que a protege contra o vazio e o desespero.

Nesta pandemia pode entender que quando a dor do outro não lhe afeta quem precisa de ajuda é você. Foram comportamentos de algumas autoridades diante das perdas de milhares de vida que passei acreditar que a dor do outro é também minha dor e este tem sido o proposito da minha vida. Para se conectar com a dor do outro, é preciso se conectar a nossa, reconhecê-la em nós. O que pode ajudá-la é, simplesmente, estar lá para ela. Totalmente conectados. Como é difícil entender que a dor do outro é também é a nossa dor e se não fizermos nada para amenizá-la, sofreremos também como indivíduo e na nossa humanidade.

Para isto, será necessário tornar nosso coração manso e humilde como o de Cristo. Só a assim, poderemos enxergar para além da nossa dor a dor dos oprimidos, transformando fraqueza em força em favor dos mais necessitados, lutando por um mundo mais justo, onde compartilhar e amar ao próximo como a si mesmo seja a regra.


quinta-feira, 8 de setembro de 2022

ARTIGO - Barroso suspende piso salarial da enfermagem (Padre Carlos)

 

Nenhum país pode conviver com um regime democrático se não souber cuidar dos seus.



Com a crise pandêmica que ceifou mais de seiscentas mil almas em nosso país, tem ficado cada vez mais claro que a Saúde e seus profissionais representam um dos pilares da sociedade democrática. Por isso, não pode deixar de ser prioridade para qualquer governo.  Contudo, do discurso de bravata de certos políticos à ação vai uma distância muito grande. E, se fica bem no programa eleitoral ou de governo, também não ficava mal na vida real. Mas no mundo da política é muito diferente.

Depois de muita luta, o Congresso promulgou a Emenda Constitucional (EC) 124 para possibilitar que uma lei federal instituísse os pisos salariais nacionais para enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem e parteiras e sancionada em 4 de agosto pela respectiva norma, a Lei 14.434, de 2022.

Os profissionais de saúde que foram excessivamente; elogiados e designados heróis pelo desempenho inexcedível no combate ao vírus, são os mesmos que, hoje, não conseguem sequer receberem o salário nas cooperativas ou nas empresas terceirizadas. Os nossos heróis, são explorados e não têm a quem recorrer, são estes homens e mulheres que foram para linha de frente, que gostaria de ver os representantes do Legislativo, Judiciário e Executivo se unirem em busca de uma solução que garanta a implementação da lei aprovada pela ampla maioria dos parlamentares federais”.

Confiamos na "harmonia entre os Poderes" e que “juntos, encontrarão uma solução para esses trabalhadores que tanto fizeram e fazem pelo nosso país, inclusive, na linha de frente da pandemia”. Gostaria de deixar claro que uma lei aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo presidente da República não pode ser revertida por decisão monocrática.

A aprovação da Lei que estabeleceu esse justo e merecido reconhecimento aos profissionais não pode ser rasgada desta forma. São verdadeiros heróis que merecem mais do que palavras bonitas de gratidão. Assim, quando o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF),  suspendeu liminarmente os efeitos da lei que estabeleceu um piso salarial da enfermagem, criou uma situação que coloca em risco os princípios da independência e da harmonia entre os poderes.

 

 

Esta lei veio para resolver um dos grandes gargalos nesta pirâmide são as relações de trabalho dos Tec. de Enfermagem e as Home Care em relação às baixas remunerações pelos plantões. Estes profissionais terminam assumindo uma carga de trabalho excessiva para ganhar mais que um salário. Com a nova lei, esperamos que o Concelho Regional de Enfermagem levante esta bandeira!

Decisões assim quebram o rito e a ordem natural das leis. É um erro tamanha interferência entre os Poderes. Além do mais, trata-se de uma lei que beneficia nossos enfermeiros, heróis anônimos dessa pandemia. Não há Poder acima do outro e nem maior que o outro. Há limites para todos, e eles devem ser respeitados.

O estado da Saúde de um país é um sinal da sua vitalidade e da sua vocação para o progresso. Nenhum país pode conviver com um regime democrático se não souber cuidar dos seus. Mas se esta é uma base estrutural da Democracia, é hoje o nosso barômetro para um quadro verdadeiramente preocupante. A casa que é a democracia já está comprometida. E, se continuamos a ignorar as rachaduras, seremos responsáveis quando ela for abaixo!

 

 

 


terça-feira, 6 de setembro de 2022

ARTIGO - Não é pela política. É pelo futuro dos nossos filhos. (Padre Carlos)

 

Como colocar limites ao poder do estado

 


Apesar de alguns leitores não gostarem de filosofia e ter um péssimo costume de avaliar o artigo pelo título, não posso generalizar, nem queixar da receptividade dos meus textos. Hoje, quero falar de política, mas para isto, tenho que embasar minhas teorias e ponto de vista. Assim, foram estes motivos que me levaram a escrever esse artigo e fazer uma reflexão sobre o poder hoje no Brasil, este assunto é de fundamental importância para entendermos a correlações de forças e qual o nosso papel diante dos acontecimentos recentes. Falar e fazer política não são um assunto novo, seis séculos antes de Cristo os Gregos já estavam se perguntando sobre o poder. Sócrates depois Aristóteles, na idade moderna Maquiavel, Hobbes, Hegel, Marx, Max Weber, ou seja, o poder é uma interrogação no ser humano. Este assunto é tão importante, que os romanos já buscavam entender quem verdadeiramente mandavam no poder? É a partir da minha experiência como militante que eu quero refletir sobre este assunto, por isso este artigo é muito mais amplo do que a conjuntura atual que nós estamos vivendo no Brasil. Ele trata dos limites da democracia em tempos de Neofascismo e também com perspectivas de esperança, para que possamos sair disso.

 

A meu ver o caminho viável agora além da frente progressista que representa a chapa Lula e Alckmin é fortalecer a sociedade civil através dos movimentos populares, porque todo poder tende a abusar de si mesmo e ele só reconhece os seus limites se encontra pela frente outro poder. Foi o que aconteceu com o Bolsonarismo e o STF (Supremo Tribunal Federal). A divisão tripartite da república, executivo, legislativo, e judiciário, pretendia fazer isso. Para que haja um golpe, é necessária a participação dos três como aconteceu no golpe que levou o afastamento de Dilma Rousseff da Presidência da República, foi necessária a cumplicidade destes agentes. Este foi sem dúvida o capítulo mais vergonhoso da história política brasileira. E o que dizer da prisão de Lula para tira-lo da corrida presidencial. Eles se comportaram durante este período como se estivessem pouco se lixando para a sociedade civil. Então a única maneira da gente colocar limites ao poder do estado, ao poder político, é através do poder da sociedade civil e dos movimentos populares. Aí sim, quanto maior for esse empoderamento mais densidade e participação terá a nossa democracia.

Não é por acaso, que ao tomar posse como presidente da Corte Eleitoral, o ministro Alexandre de Moraes falou para a nação: “A liberdade de expressão não permite a propagação de discursos de ódios, ideias contrárias à ordem constitucional e ao Estado de direito. A intervenção da Justiça Eleitoral será mínima, porém será célere, firme e implacável, no sentido de coibir práticas abusivas ou divulgações de notícias falsas ou fraudulentas. Principalmente daquelas escondidas no covarde anonimato das redes sociais, as famosas fake news.”.

Os fascistas tem medo quando falamos a linguagem e fazemos política vinculada nos princípios democráticos! Porque a cabeça pensa onde os pés pisam e quando a gente não pisa no mundo destes princípios, fica difícil.

Na verdade, o que está em jogo é justamente o que o ser humano mais busca: o poder. E quando eu falo não é só do poder do político, é o poder da diretora de escola, do gerente de banco, do agente de trânsito etc. Ou seja, a pessoa se despersonaliza e passa a considerar a função que ocupa mais importante do que a sua própria individualidade. Por isto, a mobilização da sociedade é fundamental para voltar a botar o país nos trilhos. Este povo que assaltou o poder olha o governo como se fosse uma grande vaca com uma teta pra cada boca. A gente tem que pensar o seguinte: os políticos são nossos empregados, nós pagamos os salários deles, nós temos o direito de cobrar e exigir e eles tem o dever de prestar contas.

 

 Por isso que eu acho que ganhar no primeiro turno é importante para o acumulo de forças. Temos que eleger deputados e governadores comprometidos com as mudanças. Buscar entre o elenco de candidatos aqueles que comprovadamente já estão vinculados a movimentos populares, que tenham uma experiência de apoio às grandes causas de mudança social do Brasil. Fora disso, teremos de novo decepções, sofrimentos, tristezas, por ver uma classe política onde muitos estão envolvidos com o golpe e o projeto de tirar todas as conquistas sociais, e outros sendo cooptada pelo sistema, sem nenhum amor à causa pública, ao bem comum, nenhuma dedicação a um projeto de nação. Eles estão sempre pensando num projeto de eleição e não num projeto de nação.

 

Padre Carlos

 


ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...