O
bolsonarismo
conseguiu se firmar como força no cenário político brasileiro
A derrota
de muitos dos
antigos aliados do presidente, me levaram a uma reflexão mais cuidadosa sobre o
que realmente aconteceu com queles
políticos que se afastaram do bolsonarismo e tentaram criar uma direita
independente. Este tipo de comportamento me fez lembrar um dos axiomas mais
célebres da eclesiologia: “fora da Igreja não há salvação” (extra Ecclesiam
nulla salus), ou poderíamos dizer, sem Bolsonaro hoje não há direita.
Se de uma coisa tenho certeza, é que o bolsonarismo
conseguiu se firmar como força permanente do cenário político brasileiro nestas
eleições. O Partido Liberal (PL), que hoje abriga o presidente Jair Bolsonaro,
elegeu as maiores bancadas na Câmara (101, de 513 deputados) e no Senado — onde
agora conta com 14 dos 81 senadores — mais a base aliada do
"Centrão", os partidos que apoiam o governo.
Esse resultado indica que, ainda que
Lula vença a eleição presidencial no segundo turno, dependerá dos partidos que
estão com Bolsonaro para governar. Igualmente, se reeleito, o atual presidente
precisará da oposição comandada por Lula para administrar o país.
Para os cientistas
políticos a pergunta que não quer calar é: mas, o que, afinal, significa ser
bolsonarista? A pergunta é importante porque este conceito está ligado a um dos
fenômenos políticos mais importantes da história recente do Brasil e que ainda
deve gerar repercussões por muitos e muitos anos: Em primeiro lugar, temos que
admitir que o bolsonarismo representa
uma parcela bastante relevante do eleitorado e da sociedade brasileira e diante
do fisiologismo busca na ilusão que esta corrente de pensamento pode levar a
uma direita ideológica.
Após o primeiro turno das eleições 2022,
o presidente Jair
Bolsonaro (PL) e seus aliados podem comemorar os resultados das urnas.
Além de apresentar números acima do que eram divulgadas na maioria das pesquisas
eleitorais, o presidente conseguiu expandir sua bancada na
Câmara dos Deputados e eleger ex-ministros para o Senado. Outro fato
importante foram o baixo desempenho eleitoral
dos seus ex-apoiadores e todos aqueles que se afastaram do bolsonarismo.
Podemos citar aqui os casos da jornalista Joice
Hasselmann (PSDB) e Alexandre
Frota (PSDB), como exemplo e outros como o ex-juiz Sergio Mouro
que se elegeu senador porque voltou a vincular seu nome ao do presidente e o
seu governo.