O Movimento estudantil e a luta contra a Ditadura
Hoje estava conversando com um amigo sobre
a nossa juventude e como ela influenciou o movimento estudantil no final da
década de setenta. Conversas como esta só acontece com amigos que valem ouro,
talvez seja por isto que trazem o dourado no nome. Confesso aos senhores que esta
questão me chamou atenção e o saudosismo que tive dessa época, me emocionou.
Falar
deste assunto e como o Movimento estudantil
lutou contra a Ditadura é fundamental para que as novas gerações entendam o
nosso papel na sociedade. Será que as
lições extraídas desta quadra da história não poderia servir esta garotada para
derrotar a extrema-direita e resgatar a tradição combativa do movimento
estudantil com o intuito de trazer nossas experiências, como pano de fundo.
Assim, falava com este amigo como os estudantes hoje poderiam ser sujeitos da
política nacional e do enfrentamento à extrema-direita, sem confiar na via da
conciliação de classes que tanto nos persegue.
Como entender esta inercia diante de todos os cortes
na educação pública e os ataques à juventude, desemprego, inflação e a piora
significativa das condições de vida da classe trabalhadora, como falar para
rapaziada sobre a importância desta luta e do resgate da história. O Movimento
estudantil precisa entender que o centro do debate político nacional na
esquerda deixou de ser como derrotar o governo Bolsonaro, mas como reconstruir
o conceito de nação.
Minha experiência nesta militância antecede
a Viração, movimento estudantil que começou a partir do Congresso de
Reconstrução da União Nacional dos Estudantes (UNE) em Salvador, capital da
Bahia, no ano em que foi sancionada a Lei da Anistia (1979). Este acontecimento
histórico foi fundamental para constituir o que sou hoje e na formação política
e de muitos quadros da esquerda.
Assim como a geração de 68 se reuniu no Mosteiro
de São Bento, para resgatar seu legado, será necessário reaproximar estes
militantes que, em comum, compartilham a vontade de intervirem novamente no
cenário político nacional. Atualmente, o Brasil passa por momentos conturbados
e há claras ameaças às conquistas democráticas conseguida com muito sacrifício
pelos brasileiros desta geração.
Memória e História do Tempo Presente
possuem relações bem estreitas, em especial, pelas lembranças e história de
vida de muitos brasileiros. Este potencial da memória de uma geração suscita o
nosso testemunho como fonte e pedaços da nossa vida. Surge, assim, um desafio, que
consiste em relacionar presente e passado dentro de mim, estabelecendo as
definições de tempo de um passado recente que não podemos esquecer.
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