sábado, 1 de outubro de 2022

ARTIGO - Precisamos reunir em um evento esta rapaziada (Padre Carlos)

 


O Movimento estudantil e a luta contra a Ditadura

 


Hoje estava conversando com um amigo sobre a nossa juventude e como ela influenciou o movimento estudantil no final da década de setenta. Conversas como esta só acontece com amigos que valem ouro, talvez seja por isto que trazem o dourado no nome. Confesso aos senhores que esta questão me chamou atenção e o saudosismo que tive dessa época, me emocionou.

Falar deste assunto e como o Movimento estudantil lutou contra a Ditadura é fundamental para que as novas gerações entendam o nosso papel na sociedade.  Será que as lições extraídas desta quadra da história não poderia servir esta garotada para derrotar a extrema-direita e resgatar a tradição combativa do movimento estudantil com o intuito de trazer nossas experiências, como pano de fundo. Assim, falava com este amigo como os estudantes hoje poderiam ser sujeitos da política nacional e do enfrentamento à extrema-direita, sem confiar na via da conciliação de classes que tanto nos persegue.

Como entender esta inercia diante de todos os cortes na educação pública e os ataques à juventude, desemprego, inflação e a piora significativa das condições de vida da classe trabalhadora, como falar para rapaziada sobre a importância desta luta e do resgate da história. O Movimento estudantil precisa entender que o centro do debate político nacional na esquerda deixou de ser como derrotar o governo Bolsonaro, mas como reconstruir o conceito de nação.

Minha experiência nesta militância antecede a Viração, movimento estudantil que começou a partir do Congresso de Reconstrução da União Nacional dos Estudantes (UNE) em Salvador, capital da Bahia, no ano em que foi sancionada a Lei da Anistia (1979). Este acontecimento histórico foi fundamental para constituir o que sou hoje e na formação política e de muitos quadros da esquerda.

Assim como a geração de 68 se reuniu no Mosteiro de São Bento, para resgatar seu legado, será necessário reaproximar estes militantes que, em comum, compartilham a vontade de intervirem novamente no cenário político nacional. Atualmente, o Brasil passa por momentos conturbados e há claras ameaças às conquistas democráticas conseguida com muito sacrifício pelos brasileiros desta geração.

Memória e História do Tempo Presente possuem relações bem estreitas, em especial, pelas lembranças e história de vida de muitos brasileiros. Este potencial da memória de uma geração suscita o nosso testemunho como fonte e pedaços da nossa vida. Surge, assim, um desafio, que consiste em relacionar presente e passado dentro de mim, estabelecendo as definições de tempo de um passado recente que não podemos esquecer.

 


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