O Papa Francisco e as desejadas mudanças.
Para tornar a Igreja com um rosto moderno e meno autoritário, Francisco tem jogado todas as suas fichas na sinodalidade como princípio de uma nova abordagem para mudar a face da Igreja e seus traços medieval e para isto, será necessário transformar o exercício da autoridade no seu interior. Por isto, o Papa Francisco tem
insistido com os fieis neste ponto e propondo e pedindo à igreja esta ação em
diferentes contextos.
Quem
acompanha de perto o Vaticano pode entender porque Francisco pediu pessoalmente
a cada, superior geral das congregações religiosas reunidos em Roma, "que
o serviço da autoridade seja sempre exercido em estilo sinodal, respeitando o
direito próprio e as mediações que ele oferece, para evitar o autoritarismo, os
privilégios e o "deixar pra lá"; favorecendo um clima de escuta,
respeito pelos outros, diálogo, participação e partilha".
Aos
dirigentes, reunidos em Roma
este fim de semana, o Papa pediu que fossem "homens e mulheres de
escuta". Que "não sejam "dirigentes" de escritório, de papéis
e que não caiam na tentação do estruturalismo institucional que planeja e organizam
com base em estatutos, regulamentos e propostas herdadas" - mas que
escutem, em particular os "que estão fora".
Graças
à dinâmica sinodal que o Papa quer implementar na Igreja, alguma coisa precisa
ser feita para ela ouvir a todos, até os que estão fora dela.
Contudo, ouvir não basta. É preciso escutar. Por isso o Papa insiste e pede que
se escute.
Escutar
implica abertura ao outro, aos seus argumentos, não ficar na defensiva. Implica
refletir sobre as suas contribuições e, na perspectiva crente, discernir, a
partir deles, o que o Espírito Santo pede à Igreja em cada momento concreto da
sua história.
Fico
feliz em acompanhar toda esta mudança. Sou de um tempo em que alguns mandavam e
outros se limitavam a acatar as ordens recebidas do alto. Os fiéis leigos
recebiam com passividade e tudo acolhia - ou abandonavam a Igreja. Claro que
estas mudanças não acontecem da noite para o dia, será necessário algum tempo
para mudar as mentalidades, de uns e outros. A sinodalidade não só é um bom
caminho, ela é o caminho da nova Igreja.