quarta-feira, 30 de novembro de 2022

ARTIGO - A sinodalidade e a nova Igreja. (Padre Carlos)

 


O Papa Francisco e as desejadas mudanças.



 

Para tornar a Igreja com um rosto moderno e meno autoritário, Francisco tem  jogado todas as suas fichas na sinodalidade como princípio de uma nova abordagem para mudar a face da Igreja e seus traços medieval e para isto, será necessário transformar o exercício da autoridade no seu interior. Por isto, o Papa Francisco tem insistido com os fieis neste ponto e propondo e pedindo à igreja esta ação em diferentes contextos.

Quem acompanha de perto o Vaticano pode entender porque Francisco pediu pessoalmente a cada, superior geral das congregações religiosas reunidos em Roma, "que o serviço da autoridade seja sempre exercido em estilo sinodal, respeitando o direito próprio e as mediações que ele oferece, para evitar o autoritarismo, os privilégios e o "deixar pra lá"; favorecendo um clima de escuta, respeito pelos outros, diálogo, participação e partilha".

Aos dirigentes, reunidos em Roma este fim de semana, o Papa pediu que fossem "homens e mulheres de escuta". Que "não sejam "dirigentes" de escritório, de papéis e que não caiam na tentação do estruturalismo institucional que planeja e organizam com base em estatutos, regulamentos e propostas herdadas" - mas que escutem, em particular os "que estão fora".

Graças à dinâmica sinodal que o Papa quer implementar na Igreja, alguma coisa precisa ser feita para ela ouvir a todos, até os que estão fora dela. Contudo, ouvir não basta. É preciso escutar. Por isso o Papa insiste e pede que se escute.

Escutar implica abertura ao outro, aos seus argumentos, não ficar na defensiva. Implica refletir sobre as suas contribuições e, na perspectiva crente, discernir, a partir deles, o que o Espírito Santo pede à Igreja em cada momento concreto da sua história.

Fico feliz em acompanhar toda esta mudança. Sou de um tempo em que alguns mandavam e outros se limitavam a acatar as ordens recebidas do alto. Os fiéis leigos recebiam com passividade e tudo acolhia - ou abandonavam a Igreja. Claro que estas mudanças não acontecem da noite para o dia, será necessário algum tempo para mudar as mentalidades, de uns e outros. A sinodalidade não só é um bom caminho, ela é o caminho da nova Igreja.

 

 


Nenhum comentário:

ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...