ARTIGO - Crise de ansiedade ou ataque de pânico? (Padre Carlos)

 

O Brasil é o país mais ansioso do mundo

 

No nosso artigo de hoje, vamos falar de duas doenças tão graves que tem causado mais incapacidade que as doenças ocupacionais e os acidentes de trabalho, refiro-me a depressão e a ansiedade. Quando uma pessoa é cometida deste mal, toda a sociedade sai perdendo, ela não afeta só o doente, mas todos que estão a sua volta.

Crise de ansiedade ou ataque de pânico é o momento em que os sintomas da ansiedade se manifestam de forma abrupta e intensa. Assim, são caracterizados principalmente por taquicardia, respiração irregular, medo e tremores no corpo.

Geralmente, quem sofre de ansiedade tem um histórico da síndrome do pânico, resultando no descontrole das emoções e da respiração diante de alguma situação de estresse ou traumática. Na maioria das vezes os quadros de ansiedade começam na infância ou na adolescência, mas pode começar na idade adulta. 

Segundo dados publicados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em sua revisão mundial sobre saúde mental, em 2019, cerca de 301 milhões de pessoas no mundo apresentaram sintomas do transtorno de ansiedade ou depressão. Com o surgimento da Covid- 19 e a crise sanitária que se instalou no mundo, os números se agravaram, havendo um aumento de 25% nos casos.

De acordo com as autoridades que tratam deste assunto, o Brasil é o país mais ansioso do mundo, com dezenove milhões de pessoas já diagnosticada com a ansiedade. Isto além de ser preocupante, representa quase 10% da população brasileira. 

Para os profissionais desta área, estes fatos estão relacionados aos crescentes índices de desemprego, desigualdade social e baixa na economia que foram apresentados para a população durante os últimos anos. Estes fatores tem uma influencia direta na saúde emocional, por estarem permanentimente em constante estado de alerta e preocupação.

Diante destes fatos, me lembrei de uma citação de Erich Fromm: “Somos uma sociedade de pessoas com notória infelicidade: solidão, ansiedade, depressão, destruição, dependência; pessoas que ficam felizes quando matam o tempo que foi tão difícil conquistar.”  Conheço este sofrimento, elas tentam remediar uma dor que parece que nunca vai ter fim, um sofrimento que vem de dentro. Bem fundo. Tão fundo que nenhum remédio ou substância tóxica é capaz de alcançar.

Como diz um amigo: “Vamos pedir ao Bom Deus que a esperança venha nos lembrar de que amanhã tudo poderá ser diferente se nós acreditarmos”!