sexta-feira, 10 de março de 2023

ARTIGO - Contribuições dos partidos comunistas português e francês na luta pela liberdade e justiça social. (Padre Carlos)

 


A luta é anticolonialista e anti-imperialista

 


 

Quem vive no métier da política sabe que os partidos de cunho comunista militam no Brasil desde as primeiras décadas do século passado. Primeiro, o Partidão; depois, já em meados do séc. XX surgiram várias agremiações das dissidências do PCB. Mas hoje não vou falar dos nossos partidos, quero prestar uma homenagem ao Partido Comunista Português e ao Partido Comunista da França. A luta contra o fascismo e a memória de todos os militantes destes paises que tombaram na luta contra estes regimes.

O Partido Comunista Português (PCP) e o Partido Comunista Francês (PCF) tiveram contribuições significativas na luta contra o fascismo na Europa e no mundo, apesar de enfrentarem realidades políticas, negativas e sociais diferentes.

Durante a Segunda Guerra Mundial, o PCP destacou-se por liderar a luta contra o regime salazarista em Portugal, que se aliou à Alemanha nazista. O partido organizou uma forte armada de resistência, com o apoio do movimento antifascista internacional e das forças aliadas, e foi fundamental na derrubada do regime de Salazar em 1974. Além disso, o PCP também foi importante na luta contra o colonialismo português, que foi um prolongamento do regime fascista em Portugal, e apoiou a luta pela independência das colônias africanas.

Não podemos esquecer que o PCP desempenhou um papel importante na construção da nova democracia portuguesa após a Revolução dos Cravos. O partido participou nas eleições democráticas em Portugal, realizadas em 1975, e ajudou a estabelecer as bases para uma sociedade mais justa e democrática.

 

Já o PCF teve um papel crucial na Resistência Francesa durante a Segunda Guerra Mundial, liderando uma luta contra a ocupação nazista e colaborando com outras forças políticas e sociais francesas. Após a guerra, o partido apoiou o movimento de independência na Indochina e na Argélia, lutou pelos direitos dos trabalhadores e pela proteção da democracia na França.

O PCF era o maior partido comunista na França e tinha uma forte presença nas áreas urbanas e industriais. Durante a ocupação, o PCF estabeleceu uma rede clandestina de resistência composta por militantes do partido, sindicalistas e trabalhadores. Essa rede se envolveu em várias atividades, incluindo sabotagem, propaganda e atividades de espionagem. O objetivo do PCF era enfraquecer o controle alemão sobre a França e fornecer informações aos Aliados sobre a presença e os movimentos das forças alemãs.

Ambos os partidos tiveram um papel importante na luta contra o fascismo em suas respectivas nações e em nível internacional, por isto, queremos hoje prestar esta homenagem a todos que tombaram na luta contra os regimes autoritários. Eles compartilhavam de uma luta por justiça, liberdade e fraternidade entre os povos. Por isto, acreditavam na importância da organização popular, na solidariedade internacional e na luta por uma sociedade mais justa e igualitária. No entanto, as condições políticas e sociais em cada país eram diferentes, o que levou a diferentes estratégias e táticas na luta contra o fascismo.

 

 


quinta-feira, 9 de março de 2023

ARTIGO - A Importância da Obra de Chico Buarque na História Brasileira e Africana.



O Legado Político e Social de Chico Buarque

 




 

Outro dia um jovem me perguntou: "Padre, o que o Sr. acha das músicas de Chico?" E eu lhe respondi sem hesitar: "A obra de Chico Buarque é de grande importância Para a história recente da democracia brasileira E para a luta contra o Estado Novo E as antigas colônias do Império Português."

Chico é um dos artistas mais importantes Da música popular brasileira Sua obra é um sistema das influências Que moldaram o país no século XX.

Temas políticos e sociais relevantes, Luta contra a ditadura militar, Opressão colonial em países africanos, Tudo isso Chico soube expressar.

Sua arte foi uma forma de resistência À opressão e à violação dos direitos humanos. Uma expressão da luta pela liberdade de expressão E pela democracia no Brasil.

Chico Buarque também atuou politicamente, Participando de movimentos estudantis e políticos, E de campanhas pela anistia e redemocratização do país.

E por fim, sua contribuição à luta contra a opressão colonial Em países africanos de língua portuguesa, Conscientização e mobilização política, Sua música é vista como uma forma de justiça.

Ao falar de tudo isso, vi que o jovem se emocionou E agradeceu-me com olhos brilhantes, Saindo como se tivesse encontrado um tesouro, Compreendendo a grandiosidade de Chico Buarque e sua obra fascinante.

  

quarta-feira, 8 de março de 2023

ARTIGO - Quando o talento ofusca a ética e a moral. (Padre Carlos)

 



O que esta acontecendo com o nosso futebol?

 


A questão moral e o comportamento ético são valores fundamentais que devem ser levados em conta em qualquer situação da vida, dentro e fora do campo. Talvez este seja um dos grandes motivos da perda de popularidade do nosso futebol.  Não é raro ver nossos jogadores  tendo problemas com a Justiça. Prisões por atraso no pagamento de pensão alimentícia, denúncias por sonegação fiscal e até alguns casos extremos, como o do ex-goleiro Bruno, que foi condenado por assassinar sua ex-companheira. Como professor de filosofia venho chamando a atenção da sociedade para corrigir os valores éticos e morais que geraram esta nova geração do futebol brasileiro.

Desta forma, gostaria de lembrar os leitores que não adianta a vitória se ela não vier por merecimento e que estes valores definem o caráter do atleta e do homem. Para ilustrar o que quero dizer, vou usar como referencia o jogo entre Irã e Dinamarca, nesta partida entre estas duas seleções, ocorreu um episódio que demonstra claramente a postura ética dos jogadores dinamarqueses.

Durante a partida, um torcedor na arquibancada apitou, e o jogador iraniano, acreditando ser o juiz, pegou a bola com a mão, cometendo uma infração e causando um pênalti para a equipe adversária. O juiz apitou a falta, e todos os presentes no estádio ficaram surpresos e indignados com a situação.

No entanto, para surpresa dos torcedores, o jogador da Dinamarca que bateu o pênalti, decidiu chutar a bola para fora, em vez de aproveitar a chance de marcar um gol fácil. Esse gesto inesperado demonstrou o compromisso dos jogadores dinamarqueses com a ética e a justiça no esporte.

Se a mesma situação ocorresse com jogadores brasileiros, certamente a reação poderia ser diferente. Alguns poderiam aproveitar a oportunidade de marcar um gol fácil e se sair melhor no jogo, sem pensar na questão moral ou ética envolvida. Porém, é importante ressaltar que nem todos os jogadores brasileiros agiriam dessa maneira, muitos também demonstrariam uma postura ética semelhante à da seleção dinamarquesa.

Em resumo, a atitude da seleção dinamarquesa durante o jogo com o Irã, em que o jogador optou por chutar a bola para fora evitando tirar proveito da infração cometida, demonstrou um comportamento ético exemplar e reforçou a importância da integridade no esporte. Essa postura deve servir de inspiração para jogadores e times de todo o mundo, pois mostra que a ética e a moral são valores que devem ser valorizados e colocados em prática não só no esporte, mas em todas as esferas da vida.

Assim, o Irã venceu aquele jogo por um a zero e a seleção dinamarquesa não retornaram derrotados, pois a moral e os princípios da Dinamarca foram preservados.

 


terça-feira, 7 de março de 2023

ARTIGO - A importância das musas na história da luta por direitos e liberdade. (Padre Carlos)

 

O simbolismo de espinhos e flores na trajetória destas mulheres.

 


Hoje eu gostaria de falar das meninas flores, falar da beleza e do charme que aquelas moças como as deusas gregas que eram capaz de inspirar  a criação artística ou científica, despertavam todos estes sentimentos  naquela rapaziada. Quando Alice Portugal ou Ana Cimon falava nas assembleias os meninos enchiam os olhos. Em nome destas duas musas do movimento estudantil, resolvi prestar uma homenagem a duas outras musas que representaram bem os sonhos desta geração.  Iara Iavelberg, Rosa de Luxemburgo e a beleza das rosas vermelhas são elementos que podem ser comparados devido ao simbolismo de suas histórias e características.

Assim como as rosas vermelhas, Iara e Rosa foram figuras marcantes em suas respectivas lutas políticas. Iara era uma guerrilheira que lutava contra a ditadura militar no Brasil, enquanto Rora era uma socialista que lutava pela liberdade e justiça social em Luxemburgo. Ambas eram mulheres atípicas e determinadas, que se dedicavam à causa em que acreditavam, assim como as rosas vermelhas que simbolizam a paixão e o amor.

Por outro lado, assim como as rosas vermelhas possuem espinhos que podem ferir, Iara e Rosa enfrentam grandes desafios e sustentam consequências por suas lutas. Iara e seu companheiro Lamarca foram mortos pelas forças de segurança brasileiras em uma ação armada, enquanto Rosa foi presa e morta pelos saldados de extrema-direita. Suas mortes trágicas nos lembram de que a luta pela liberdade e justiça muitas vezes envolve ganhos e resultados, assim como os espinhos das rosas vermelhas.

Em resumo, Iara Iavelberg, Rosa de Luxemburgo e as rosas vermelhas representam a beleza e a origem da luta por uma causa justa, mas também nos lembram da beleza e do chame que as meninas exerciam sobre a gente.

Iara Iavelberg, Rosa de Luxemburgo e as rosas vermelhas são símbolos de resistência e luta por um mundo mais justo. Embora cada uma tenha tido sua própria jornada e batalha, todas elas compartilham um espírito de coragem e determinação que inspirou muitas pessoas ao longo dos anos.

 

segunda-feira, 6 de março de 2023

ARTIGO - Irmão Pascoal: o monge beneditino que mudou minha visão sobre a vida. (Padre Carlos)

 


Lições de Irmão Pascoal

 


 

Irmão Pascoal, um monge beneditino que cruzou meu caminho na década de oitenta, deixou em mim ensinamentos que ecoam até hoje. Suas palavras sobre a vida como uma jornada de crescimento e evolução, onde cada passo dado é um aprendizado e cada experiência vivida é uma lição, me fizeram repensar sobre o verdadeiro propósito da existência.

Às vezes, ficamos tão presos em competir por um lugar no mercado de trabalho ou na sociedade, que esquecemos que estamos aqui de passagem, com um propósito maior a ser cumprido. Irmão Pascoal me ensinou que nosso tempo na Terra é uma dádiva inestimável e que devemos deixar um legado de amor e personalidade para que nossa passagem não seja perdida.

Cada pensamento, cada atitude e cada palavra que proferimos definem quem somos e moldam o caminho do caminheiro. Devemos plantar sementes de amor, justiça, solidariedade e fé para colher frutos saborosos e deixar um legado que jamais perecerá.

Hoje, quarenta anos depois, vejo o verdadeiro sentido desses ensinamentos. A vida é um processo natural de transformação, e é nessa transformação que encontramos a beleza. Devemos respeitar cada instante que nos foi dado, aproveitando cada experiência, cada aprendizado e cada lição.

Não desperdicemos um minuto sequer, deixando um rastro de amor por onde passamos. Que nossos gestos e palavras ecoem no tempo, para que aqueles que amaram possam ser lembrados de nós como seres humanos generosos e bondosos. Que nossa passagem pela vida seja marcada por uma transformação constante e positiva, e que nosso legado de amor e bondade seja um farol que ilumina outras vidas.

Obrigado, Irmão Pascoal, por ter cruzado meu caminho e por me ensinar que a vida é uma jornada de crescimento e evolução. Sua mensagem ecoará em mim por toda a vida, me inspirando a deixar um legado de amor e bondade por onde quer que eu passe.

 

 


domingo, 5 de março de 2023

ARTIGO – “Pacote de bondades de Lula já ultrapassa R$ 21 bilhões em dois meses”.

 


O valor de uma vida humana é maior que R$ 21 bilhões é incalculável!

 


Esta manhã fui surpreendida com esta notícia que a imprensa corporativa estampou: “Pacote de bondades de Lula já ultrapassa R$ 21 bilhões em dois meses”. Gostaria de lembrar a direita liberal e aos bolsonaristas, que a fome é um problema global e um dos maiores desafios enfrentados pela humanidade. Apesar de existirem várias políticas públicas que visam diminuir a fome e a pobreza, muitas pessoas ainda sofrem com a falta de comida em todo o mundo, inclusive no Brasil.

Nesse sentido, o debate sobre o orçamento destinado à alimentação da população tem sido cada vez mais intenso, especialmente em um contexto político polarizado como o atual. De um lado, há aqueles que argumentam que investir em alimentação para o povo é desperdício de dinheiro público, e que o orçamento deve ser usado para outras questões consideradas mais urgentes. De outro lado, há aqueles que defendem que matar a fome do povo é uma questão fundamental de justiça social e que o governo deve investir mais na área.

Nesse contexto, o exemplo do ex-presidente Lula é sempre citado como um caso de políticas públicas bem-sucedidas de combate à fome. Durante seus dois mandatos, Lula implementou vários programas sociais, como o Bolsa Família, que ajudaram a reduzir a pobreza e a fome no país. No entanto, muitos críticos argumentam que o preço dessas políticas foi alto demais, e que o país não pode se dar ao luxo de gastar tanto dinheiro com assistência social.

O que esses críticos esquecem é que a fome não é apenas uma questão moral ou humanitária, mas também uma questão econômica. Quando as pessoas estão mal alimentadas, elas ficam doentes, perdem a energia e a capacidade de trabalhar, e se tornam um fardo para o sistema de saúde. Além disso, a fome é um fator de instabilidade social, que pode levar a conflitos e desestabilização política.

Portanto, investir em programas de alimentação não é um desperdício, mas sim uma medida preventiva que pode economizar muito dinheiro no futuro. Além disso, é importante lembrar que a fome não é apenas um problema do Brasil, mas um problema global que afeta milhões de pessoas em todo o mundo.

Por fim, é preciso destacar que a falta de investimento em programas de alimentação e combate à fome pode ter consequências devastadoras, como já aconteceu no passado recente. Durante o governo Bolsonaro, a falta de investimentos nessa área levou a uma crise alimentar que resultou em várias mortes e sofrimento para milhares de brasileiro, trazendo de volta o Brasil para o mapa da fome.

Diante disso, podemos concluir que matar a fome do povo não é um desperdício, mas sim uma medida de justiça social e econômica que deve ser prioridade em qualquer país que se preze. O valor de uma vida humana é maior que R$ 21 bilhões são incalculáveis, e qualquer orçamento que não leve isso em consideração é, no mínimo, imoral.

 

 

 

 


ARTIGO - Que a Igreja volte a ser a voz dos pobres, e que os sonhos de outrora, sejam eternamente sonhados.

 

Em memória do padre Bruno Baldacci,



 

Gostaria de transmitir para os mais jovens o que representou aqueles tempos de mudanças, de transformações e esperanças. Quero falar de um tempo em que a Igreja despertou para a realidade que a cercava para os gritos dos oprimidos e as injustiças que se perpetuavam. Este grito era tão forte que cegavam aos ouvidos de alguns jovens italianos.

O Concílio Vaticano II foi uma semente, que germinou em todo o mundo, mas no solo latino-americano, ela floresceu e cresceu como o milagre do maná que alimentou os famintos no deserto. Desta forma, quando a teologia da libertação passou a pregar a opção pelos pobres e a luta por uma sociedade justa e igualitária, mostrava aquele povo sofrido à face de um Deus que era mãe e misericordioso com o seus filhos.

Os teólogos da libertação e os agentes pastorais, leigos e clérigos, foram os guias, que iluminaram o caminho, e inspiraram um clero comprometido, com a causa dos mais humildes, que abraçaram a causa da justiça, e choraram contra a opressão.

As Comunidades Eclesiais de Base viveram, como sementes plantadas em terra fértil, nesta diocese e em todo canto deste Continente. Cresceram e frutificaram, em meio a um povo que sonhava com a libertação que viria, e que já se fazia presente.

Era lindo ver em cada irmão, a semente da libertação, e juntos caminhavam, rumo a uma sociedade mais justa, onde todos tinham direito a vida, e aprenderam que lhes era negada.

Mas o tempo passou, e muitos daqueles jovens padres e leigos que lutavam e sonharam já não se encontram entre nós, mas seu trabalho está presente, como a videira que deu um vinho de qualidade, uma boa safra. Estes são os novos Bispos que foram colhidos neste canteiro, são como uvas que deram vinhos finos.  

É triste ver que as novas gerações, não abraçaram a causa com a mesma paixão, e a Igreja que surgiu pós Vaticano II, parece estar perdendo sua voz profética, parece que partiu como meu amigo.

Mas o amor que você nos ensinou pela Igreja permanece, e a esperança de um mundo melhor, ainda é uma chama que queima, no coração daqueles que acreditam que um mundo justo e fraterno, é possível e necessário.

Que a Igreja volte a ser a voz dos pobres, e que os sonhos de outrora, sejam eternamente sonhados, e que aqueles como o Pe. Bruno, que lutaram e sonharam, sejam sempre lembrados, como inspiração e guia, para novas gerações.

 

ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...