Resgatando
os Militantes Esquecidos
A esquerda brasileira sempre foi composta
por uma diversidade de militantes, homens e mulheres que dedicaram suas vidas à
luta por um país mais justo, democrático e solidário. Muitos desses
companheiros e companheiras, no entanto, foram esquecidos ou silenciados ao
longo da história, seja pela mídia hegemônica, pelos golpes de Estado ou pela
própria desorganização partidária. É fundamental resgatar a memória daqueles
lutadores e lutadoras, que tiveram um papel fundamental na construção dos
partidos de esquerda e nos governos populares que marcaram a história do Brasil
e da América Latina.
Um desses militantes esquecidos é O
“cavaleiro da esperança” ou o Velho como Carlos Prestes era conhecido. Outro
que não podemos esquecer é Carlos Marighella, líder da Ação Libertadora
Nacional (ALN), que foi uma das principais organizações de resistência à
ditadura militar no Brasil. Marighella foi um guerrilheiro urbano, escritor e
político, conhecido por sua coragem e compromisso com a causa da libertação do
povo brasileiro. Ele foi morto em 1969, mas sua memória e sua luta continuam
vivas até hoje, como um símbolo de resistência contra a opressão e a ditadura.
Outro
nome importante é o de Gregório Bezerra, líder comunista e ex-deputado federal,
que teve uma atuação destacada na defesa dos trabalhadores rurais e na luta
contra a ditadura. Bezerra foi preso e torturado durante o regime militar, mas
nunca desistiu de suas convicções e continuou lutando pela democracia e pelos
direitos dos trabalhadores até o fim de sua vida.
Um
outro que não pode ficar de fora desta lista é Haroldo Lima. Haroldo foi um
comunista convicto que nunca abriu mão de seus princípios ideológicos. Foi fiel
ao PCdoB até o fim de sua vida e defendeu a construção do socialismo como única
alternativa para superar as contradições do capitalismo.
Há também as mulheres que cumpriram um
papel crucial na esquerda brasileira, como a advogada Loreta Valadares. Sua
militância no Movimento Estudantil e na Ação Popular (AP) levou esta jovem a um
compromisso maior com a luta por um mundo mais justo e contra a ditadura
militar. As sequelas da prisão e da tortura comprometeram profundamente sua
saúde, mas não a impediram de prosseguir na aguerrida militância comunista que
tinha por base as profundas convicções dos ideais que a sua geração abraçou.
Outro exemplo é a ex-prefeita de São Paulo,
Luiza Erundina, primeira mulher a governar a maior cidade do Brasil, e que teve
uma gestão marcada pela defesa dos direitos dos mais casados e
pela promoção da
participação
popular na política. Erundina é uma referência de liderança feminina na
esquerda brasileira e um exemplo de autoridade e compromisso com os princípios
progressistas.
Além disso, não podemos esquecer dos
militantes anônimos, que operam nas bases, nas comunidades, nas periferias,
lutando diariamente por justiça social, igualdade e igualdade. São lideranças
comunitárias, sindicalistas, ativistas dos movimentos sociais, que muitas vezes
enfrentam ameaças, violências e perseguições por defenderem suas convicções
políticas. Os Anilson e Garrincha da vida
É preciso resgatar a memória desses
militantes esquecidos, relembrar suas histórias, seus ideais e suas
contribuições para a luta por um Brasil mais justo e democrático. É necessário
respeitar o legado desses companheiros e companheiras, e reconhecer de fato e
direito sua importância na construção da história da esquerda brasileira.
É fundamental também que os partidos de
esquerda, além de resgatar a memória desses militantes, promovam a diversidade
e a diversidade em suas lideranças. É preciso abrir espaço para novas vozes,
para a participação de mulheres, jovens, negros, indígenas e LGBTs, para que a
representação política seja mais plural e inclusiva, refletindo a realidade e
as demandas da sociedade brasileira.
É importante destacar que muitos desses
militantes esquecidos enfrentaram e ainda enfrentam diversos desafios, como a
criminalização dos movimentos sociais, a perseguição política e a detecção. É
necessário garantir a proteção e a defesa desses militantes, assegurando seu direito
à liberdade de expressão, de organização e de participação política, bem como
oferecer apoio e solidariedade em momentos de dificuldades.
Ao resgatar a memória desses militantes
esquecidos, a esquerda brasileira pode reafirmar seus princípios e valores,
fortalecendo sua identidade e sua luta por um Brasil mais justo, igualitário e
democrático. Reconhecer a importância desses lutadores e lutadoras é também
respeitar a história de resistência e luta do povo brasileiro, que sempre
buscou transformar a realidade em busca de um país mais justo e solidário.
É hora de resgatar a memória desses
militantes esquecidos, para que suas histórias sejam contadas e suas
contribuições sejam reconhecidas. É uma forma de honrar seu legado e inspirar
as futuras gerações a continuarem a lutar por um Brasil melhor. Afinal, a
história da esquerda brasileira é composta por muitos nomes, muitas trajetórias
e muitos rostos, e é importante dar voz e visibilidade a todos aqueles que
dedicaram suas vidas à construção de um país mais justo e democrático. É tempo
de resgatar a memória desses militantes e manter sua chama acesa na luta por um
Brasil melhor para todos.