quarta-feira, 19 de abril de 2023

ARTIGO - Personalidades que Fizeram História na Esquerda Brasileira. (Padre Carlos)


Resgatando os Militantes Esquecidos

 



 

A esquerda brasileira sempre foi composta por uma diversidade de militantes, homens e mulheres que dedicaram suas vidas à luta por um país mais justo, democrático e solidário. Muitos desses companheiros e companheiras, no entanto, foram esquecidos ou silenciados ao longo da história, seja pela mídia hegemônica, pelos golpes de Estado ou pela própria desorganização partidária. É fundamental resgatar a memória daqueles lutadores e lutadoras, que tiveram um papel fundamental na construção dos partidos de esquerda e nos governos populares que marcaram a história do Brasil e da América Latina.

Um desses militantes esquecidos é O “cavaleiro da esperança” ou o Velho como Carlos Prestes era conhecido. Outro que não podemos esquecer é Carlos Marighella, líder da Ação Libertadora Nacional (ALN), que foi uma das principais organizações de resistência à ditadura militar no Brasil. Marighella foi um guerrilheiro urbano, escritor e político, conhecido por sua coragem e compromisso com a causa da libertação do povo brasileiro. Ele foi morto em 1969, mas sua memória e sua luta continuam vivas até hoje, como um símbolo de resistência contra a opressão e a ditadura.

Outro nome importante é o de Gregório Bezerra, líder comunista e ex-deputado federal, que teve uma atuação destacada na defesa dos trabalhadores rurais e na luta contra a ditadura. Bezerra foi preso e torturado durante o regime militar, mas nunca desistiu de suas convicções e continuou lutando pela democracia e pelos direitos dos trabalhadores até o fim de sua vida.

Um outro que não pode ficar de fora desta lista é Haroldo Lima. Haroldo foi um comunista convicto que nunca abriu mão de seus princípios ideológicos. Foi fiel ao PCdoB até o fim de sua vida e defendeu a construção do socialismo como única alternativa para superar as contradições do capitalismo.

         Há também as mulheres que cumpriram um papel crucial na esquerda brasileira, como a advogada Loreta Valadares. Sua militância no Movimento Estudantil e na Ação Popular (AP) levou esta jovem a um compromisso maior com a luta por um mundo mais justo e contra a ditadura militar. As sequelas da prisão e da tortura comprometeram profundamente sua saúde, mas não a impediram de prosseguir na aguerrida militância comunista que tinha por base as profundas convicções dos ideais que a sua geração abraçou.

Outro exemplo é a ex-prefeita de São Paulo, Luiza Erundina, primeira mulher a governar a maior cidade do Brasil, e que teve uma gestão marcada pela defesa dos direitos dos mais casados ​​e pela promoção da participação popular na política. Erundina é uma referência de liderança feminina na esquerda brasileira e um exemplo de autoridade e compromisso com os princípios progressistas.

Além disso, não podemos esquecer dos militantes anônimos, que operam nas bases, nas comunidades, nas periferias, lutando diariamente por justiça social, igualdade e igualdade. São lideranças comunitárias, sindicalistas, ativistas dos movimentos sociais, que muitas vezes enfrentam ameaças, violências e perseguições por defenderem suas convicções políticas. Os Anilson e Garrincha da vida

É preciso resgatar a memória desses militantes esquecidos, relembrar suas histórias, seus ideais e suas contribuições para a luta por um Brasil mais justo e democrático. É necessário respeitar o legado desses companheiros e companheiras, e reconhecer de fato e direito sua importância na construção da história da esquerda brasileira.

É fundamental também que os partidos de esquerda, além de resgatar a memória desses militantes, promovam a diversidade e a diversidade em suas lideranças. É preciso abrir espaço para novas vozes, para a participação de mulheres, jovens, negros, indígenas e LGBTs, para que a representação política seja mais plural e inclusiva, refletindo a realidade e as demandas da sociedade brasileira.

É importante destacar que muitos desses militantes esquecidos enfrentaram e ainda enfrentam diversos desafios, como a criminalização dos movimentos sociais, a perseguição política e a detecção. É necessário garantir a proteção e a defesa desses militantes, assegurando seu direito à liberdade de expressão, de organização e de participação política, bem como oferecer apoio e solidariedade em momentos de dificuldades.

Ao resgatar a memória desses militantes esquecidos, a esquerda brasileira pode reafirmar seus princípios e valores, fortalecendo sua identidade e sua luta por um Brasil mais justo, igualitário e democrático. Reconhecer a importância desses lutadores e lutadoras é também respeitar a história de resistência e luta do povo brasileiro, que sempre buscou transformar a realidade em busca de um país mais justo e solidário.

É hora de resgatar a memória desses militantes esquecidos, para que suas histórias sejam contadas e suas contribuições sejam reconhecidas. É uma forma de honrar seu legado e inspirar as futuras gerações a continuarem a lutar por um Brasil melhor. Afinal, a história da esquerda brasileira é composta por muitos nomes, muitas trajetórias e muitos rostos, e é importante dar voz e visibilidade a todos aqueles que dedicaram suas vidas à construção de um país mais justo e democrático. É tempo de resgatar a memória desses militantes e manter sua chama acesa na luta por um Brasil melhor para todos.

 

 

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