domingo, 23 de abril de 2023

ARTIGO - A esquerda brasileira e a: Utopias, Distopias e Retrotopia. (Padre Carlos)

 


Utopias, Distopias e Retrotopia.

 


Ao longo das últimas duas décadas, o Brasil tem experimentado uma montanha-russa política, com mudanças significativas no cenário governamental e, consequentemente, nas emoções da população. Vivemos uma era de "utopia" durante os dois mandatos do ex-presidente Lula, onde a esperança de um país mais justo e igualitário parecia possível. No entanto, experimentamos uma verdadeira “distopia” durante os governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro, onde retrocessos políticos e sociais foram evidentes.

Durante o governo de Lula, houve uma série de políticas voltadas para a redução da pobreza, a promoção da inclusão social e a valorização do trabalhador. Programas como o Bolsa Família e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) foram implementados com o objetivo de promover uma distribuição mais equitativa da riqueza e melhorar as condições de vida da população mais vulnerável. O país experimentou um período de crescimento econômico, aumento do emprego e uma maior inclusão social. As emoções predominantes eram de otimismo e esperança, acreditando em um futuro melhor.

No entanto, com a chegada dos governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro, muitas dessas políticas foram desmontadas e uma série de retrocessos foram implementados. Reformas trabalhistas e previdenciárias que retiraram direitos dos trabalhadores desmonte de políticas sociais e ambientais, e um clima de polarização política e social tomaram conta do país. A sensação de "retrotopia" se instalou, com um sentimento de pessimismo, tristeza e medo em relação ao futuro.

É importante compreender que o mundo mudou nas últimas duas décadas. A dinâmica política, econômica e social sofreu mudanças, e o Brasil não está imune a essas mudanças. Vivemos em uma era de desafios constantes, com questões complexas como mudanças climáticas, desigualdades crescentes, crises sanitárias e tecnológicas, entre outras. Nesse contexto, é fundamental manter a chama da utopia acesa, mas também ter uma visão realista dos desafios atuais.

Neste momento, o país está vivendo um momento político único, com o retorno das políticas de esquerda devido ao terceiro mandato de Lula. Independentemente de concordarmos ou não com suas ideias e políticas, é inegável que seu retorno ao cenário político trouxe à tona novamente a esperança de mudança e a possibilidade de retomar alguns dos avanços conquistados no passado. No entanto, é importante não cair no erro de buscar uma "retrotopias", ou seja, voltar ao passado sem considerar a nova realidade em que vivemos. A situação atual do mundo é muito diferente da que vivíamos no começo dos anos 2000, quando o Brasil surfou na onda das commodities, proporcionando assim ao país uma onda de prosperidade. Agora, a geopolítica está marcada pela rivalidade entre a China e os Estados Unidos, que disputam a liderança econômica e política. Essa polarização traz muitos desafios e incertezas para o futuro da humanidade.

É necessário alimentar a utopia e não cair no erro de buscar uma retrotopia com uma visão atualizada do mundo, com novas propostas, soluções criativas e uma compreensão dos desafios complexos que enfrentamos. É preciso ter uma visão progressista, mas também realista, entendendo que o caminho para um futuro melhor não será fácil e exigirá esforço, diálogo e cooperação de diferentes setores da sociedade.

 

 

 


ARTIGO - O Oleiro está sempre lá, pronto para nos restaurar e nos fazer novos. (Padre Carlos)


 

 O Oleiro está sempre lá, pronto para nos restaurar e nos fazer novos

   

 


 

         Às vezes, a vida nos coloca em situações difíceis, como se estivéssemos sendo quebrados em muitos pedaços. Parece que nossas lutas querem nos deixar em frangalhos, sem esperança e sem rumo. Mas, mesmo diante de tantos desafios, ainda existe algo que nos sustenta: a bondade e compaixão do Oleiro.

 

    O Oleiro é aquele que nos molda, que trabalha em nós com mãos habilidosas e olhar cuidadoso. Ele não desiste de nós, mesmo quando estamos em pedaços, e sua misericórdia nos restaura. É como se ele pegasse os fragmentos quebrados da nossa vida e os transformasse em um novo vaso, cheio de fé e esperança.

 

  Quando nos sentimos perdidos e desanimados, o Oleiro nos lembra que ainda podemos ser refeitos. Ele usa suas habilidades para remodelar nossa existência, para nos dar uma nova forma. Ele vê além dos nossos defeitos e limitações, e enxerga o potencial que ainda temos.

 

      Aos poucos, o Oleiro vai moldando cada parte de nós, com paciência e amor. Ele suaviza as arestas, conserta as rachaduras, e nos enche de sua graça. Ele não se importa com a bagunça que estamos, ele apenas se preocupa em nos transformar em algo belo e valioso.

 

     

    À medida que permitimos que o Oleiro trabalhe em nós, começamos a ver a mudança acontecer. A fé e a esperança começam a brotar em nosso coração, e descobrimos que ainda podemos ter um futuro brilhante, mesmo após as lutas que enfrentamos.

 

  É incrível como o Oleiro é capaz de transformar algo quebrado em algo novo e cheio de vida. Ele nos ensina que as adversidades podem ser oportunidades para crescimento e renovação. Ele nos lembra que, mesmo quando estamos em pedaços, ainda podemos ser restaurados e transformados em algo melhor.

 

      Então, não importa quantas lutas tenhamos enfrentado, ou quantos fragmentos estejamos em nossas mãos, o Oleiro está sempre lá, pronto para nos restaurar e nos fazer novos. Com sua bondade e compaixão, ele nos dá uma nova perspectiva e nos enche de fé e esperança para enfrentar os desafios da vida.

 

       Assim, podemos confiar no Oleiro, sabendo que ele nos transformará em vasos novos, cheios de beleza e propósito. Ele nos lembra que, mesmo diante das adversidades, ainda podemos ser restaurados e brilhar com uma nova luz. E é com essa fé e esperança que seguimos em frente, sabendo que somos obras em progresso nas mãos do Oleiro.

 

Padre Carlos


sexta-feira, 21 de abril de 2023

ARTIGO - A Igreja e a inclusão: um chamado à compaixão. ( Padre Carlos )

 

Uma abordagem pastoral mais inclusiva

 

          



         A Igreja é uma instituição que tem como objetivo principal acolher e cuidar de todos os seus filhos, independentemente de suas circunstâncias ou orientação sexual. No entanto, muitas vezes a Igreja falha em cumprir esse papel, excluindo e discriminando aqueles que não se encaixam em seus padrões.

        Jesus Cristo pregou o amor, a misericórdia e o perdão. Ele não fez distinção entre as pessoas e acolheu a todos com compaixão e cuidado. A Igreja precisa seguir esse exemplo e ser referência de compaixão para aqueles que se sentem marginalizados ou excluídos.

         Uma abordagem pastoral mais inclusiva e acolhedora pode permitir que a Igreja compre seu papel de ser uma mãe amorosa para todos os seus filhos. Isso significa acolher todas as expressões afetivas e sexuais como dom de Deus e não fazer distinção entre as pessoas com base em sua orientação sexual.

         A Igreja precisa ser um lugar onde todos se sintam bem-vindos e amados. Isso significa criar um ambiente seguro e acolhedor para aqueles que se sentem marginalizados ou excluídos. A Igreja precisa ser um lugar onde as pessoas possam encontrar conforto, apoio e orientação espiritual.

         Para alcançar esse objetivo, a Igreja precisa mudar sua abordagem pastoral. Isso significa deixar de lado a exclusão e a discriminação e adotar uma abordagem mais inclusiva e acolhedora. A Igreja precisa ser um lugar onde as pessoas possam encontrar amor, compaixão e cuidado.

         Uma abordagem pastoral mais inclusiva também pode ajudar a Igreja a se conectar com aqueles que estão fora de suas paredes. Muitas pessoas se sentem desencorajadas pela exclusão e discriminação que experimentam nas igrejas tradicionais. Uma abordagem mais inclusiva pode ajudar a Igreja a alcançar essas pessoas e mostrar-lhes que elas são amadas por Deus.

         A Igreja também precisa estar disposta a aprender com aqueles que são diferentes dela. Isso significa estar aberto ao diálogo inter-religioso e intercultural e estar disposto a aprender com outras tradições religiosas e culturais.

         Em resumo, uma abordagem pastoral mais inclusiva e acolhedora pode permitir que a Igreja compre seu papel de ser uma mãe amorosa para todos os seus filhos. A exclusão e a distinção não estão em consonância com o ensinamento de Jesus Cristo, que pregou o amor, a misericórdia e o perdão. A Igreja precisa ser referência de compaixão para aqueles que se sentem marginalizados ou excluídos.

 

quarta-feira, 19 de abril de 2023

ARTIGO - Personalidades que Fizeram História na Esquerda Brasileira. (Padre Carlos)


Resgatando os Militantes Esquecidos

 



 

A esquerda brasileira sempre foi composta por uma diversidade de militantes, homens e mulheres que dedicaram suas vidas à luta por um país mais justo, democrático e solidário. Muitos desses companheiros e companheiras, no entanto, foram esquecidos ou silenciados ao longo da história, seja pela mídia hegemônica, pelos golpes de Estado ou pela própria desorganização partidária. É fundamental resgatar a memória daqueles lutadores e lutadoras, que tiveram um papel fundamental na construção dos partidos de esquerda e nos governos populares que marcaram a história do Brasil e da América Latina.

Um desses militantes esquecidos é O “cavaleiro da esperança” ou o Velho como Carlos Prestes era conhecido. Outro que não podemos esquecer é Carlos Marighella, líder da Ação Libertadora Nacional (ALN), que foi uma das principais organizações de resistência à ditadura militar no Brasil. Marighella foi um guerrilheiro urbano, escritor e político, conhecido por sua coragem e compromisso com a causa da libertação do povo brasileiro. Ele foi morto em 1969, mas sua memória e sua luta continuam vivas até hoje, como um símbolo de resistência contra a opressão e a ditadura.

Outro nome importante é o de Gregório Bezerra, líder comunista e ex-deputado federal, que teve uma atuação destacada na defesa dos trabalhadores rurais e na luta contra a ditadura. Bezerra foi preso e torturado durante o regime militar, mas nunca desistiu de suas convicções e continuou lutando pela democracia e pelos direitos dos trabalhadores até o fim de sua vida.

Um outro que não pode ficar de fora desta lista é Haroldo Lima. Haroldo foi um comunista convicto que nunca abriu mão de seus princípios ideológicos. Foi fiel ao PCdoB até o fim de sua vida e defendeu a construção do socialismo como única alternativa para superar as contradições do capitalismo.

         Há também as mulheres que cumpriram um papel crucial na esquerda brasileira, como a advogada Loreta Valadares. Sua militância no Movimento Estudantil e na Ação Popular (AP) levou esta jovem a um compromisso maior com a luta por um mundo mais justo e contra a ditadura militar. As sequelas da prisão e da tortura comprometeram profundamente sua saúde, mas não a impediram de prosseguir na aguerrida militância comunista que tinha por base as profundas convicções dos ideais que a sua geração abraçou.

Outro exemplo é a ex-prefeita de São Paulo, Luiza Erundina, primeira mulher a governar a maior cidade do Brasil, e que teve uma gestão marcada pela defesa dos direitos dos mais casados ​​e pela promoção da participação popular na política. Erundina é uma referência de liderança feminina na esquerda brasileira e um exemplo de autoridade e compromisso com os princípios progressistas.

Além disso, não podemos esquecer dos militantes anônimos, que operam nas bases, nas comunidades, nas periferias, lutando diariamente por justiça social, igualdade e igualdade. São lideranças comunitárias, sindicalistas, ativistas dos movimentos sociais, que muitas vezes enfrentam ameaças, violências e perseguições por defenderem suas convicções políticas. Os Anilson e Garrincha da vida

É preciso resgatar a memória desses militantes esquecidos, relembrar suas histórias, seus ideais e suas contribuições para a luta por um Brasil mais justo e democrático. É necessário respeitar o legado desses companheiros e companheiras, e reconhecer de fato e direito sua importância na construção da história da esquerda brasileira.

É fundamental também que os partidos de esquerda, além de resgatar a memória desses militantes, promovam a diversidade e a diversidade em suas lideranças. É preciso abrir espaço para novas vozes, para a participação de mulheres, jovens, negros, indígenas e LGBTs, para que a representação política seja mais plural e inclusiva, refletindo a realidade e as demandas da sociedade brasileira.

É importante destacar que muitos desses militantes esquecidos enfrentaram e ainda enfrentam diversos desafios, como a criminalização dos movimentos sociais, a perseguição política e a detecção. É necessário garantir a proteção e a defesa desses militantes, assegurando seu direito à liberdade de expressão, de organização e de participação política, bem como oferecer apoio e solidariedade em momentos de dificuldades.

Ao resgatar a memória desses militantes esquecidos, a esquerda brasileira pode reafirmar seus princípios e valores, fortalecendo sua identidade e sua luta por um Brasil mais justo, igualitário e democrático. Reconhecer a importância desses lutadores e lutadoras é também respeitar a história de resistência e luta do povo brasileiro, que sempre buscou transformar a realidade em busca de um país mais justo e solidário.

É hora de resgatar a memória desses militantes esquecidos, para que suas histórias sejam contadas e suas contribuições sejam reconhecidas. É uma forma de honrar seu legado e inspirar as futuras gerações a continuarem a lutar por um Brasil melhor. Afinal, a história da esquerda brasileira é composta por muitos nomes, muitas trajetórias e muitos rostos, e é importante dar voz e visibilidade a todos aqueles que dedicaram suas vidas à construção de um país mais justo e democrático. É tempo de resgatar a memória desses militantes e manter sua chama acesa na luta por um Brasil melhor para todos.

 

 

ARTIGO – Amizade, sonhos e amores: Reflexões sobre as mudanças ao longo do tempo. (Padre Carlos)

 



Ouvindo os concelhos do poeta.

 


Hoje tentei fazer uma lista de grandes amigos. Dos rostos que costumava ver há vinte, trinta e quarenta anos atrás, aqueles amigos que eram como irmãos e irmãs, sempre presentes em minha vida. Eu busquei lembrar-se de suas risadas, suas brincadeiras, suas histórias compartilhadas. Eram tempos de intensa convivência na militância ou seminário, nesta época a amizade era uma parte fundamental de minha vida.

Mas, ao olhar para o presente, quantos desses amigos eu ainda vejo, falo ou ligo? A vida, com suas reviravoltas e mudanças, pode ter afastado algumas pessoas. Talvez a distância física tenha se tornado um obstáculo, ou as responsabilidades cotidianas tenham ocupado mais espaço em minha ou nas suas vidas. É triste perceber que alguns amigos queridos, que eu costumava encontrar com frequência, agora se tornaram raridade em minha rotina.

No entanto, há aqueles amigos que continuam ao meu lado, mesmo com o passar do tempo. Aqueles que não importam quanto tempo passe, ainda encontro regularmente, compartilha risadas, lágrimas, sonhos e conquistas. Esses amigos são verdadeiros tesouros, e a amizade deles é uma bênção em minha vida.

Fiz uma lista dos sonhos que tinha. Lembrei-me daquelas metas e objetivos que tinha há alguns anos atrás. Os sonhos que nutria com tanta paixão, acreditando que poderia conquistá-los. Eu me via realizando grandes feitos, alcançando meus ideais e construindo um futuro brilhante.

Mas, ao olhar para o presente, quantos desses sonhos eu desistir de perseguir? A vida nem sempre segue o caminho que planejamos, e muitas vezes enfrentamos desafios, obstáculos e mudanças de rumo. Talvez alguns dos sonhos que tinha tenham se tornado inalcançável, ou talvez minhas prioridades tenham mudado.

No entanto, é importante lembrar que nem todos os sonhos precisam ser descartados. Alguns podem ser reavaliados, ajustados ou até mesmo resgatados. A vida é imprevisível, e às vezes os sonhos se transformam em algo ainda mais maravilhoso do que imaginávamos. Portanto, aprendi não ter medo de revisitar meus sonhos e traçar novos planos para alcançá-los.

Fiz também uma lista dos amores jurados para sempre. Lembrei-me daqueles amores que acreditava serem eternas, as pessoas com quem compartilhava meu coração, minhas esperanças e meus sonhos. Eram amores intensos, cheios de promessas de um futuro juntos, de planos e projetos em comum. Eu jurava amá-los para sempre.

Mas, ao olhar para o presente, quantos desses amores eu consegui preservar? O amor nem sempre segue o curso que desejamos, e muitas vezes enfrentamos desafios, desentendimentos e separações. Talvez alguns dos amores que eu jurava serem eternos tenham se desgastado, ou talvez as circunstâncias tenham mudado.

No entanto, é importante lembrar que o amor pode se transformar ao longo do tempo.


terça-feira, 18 de abril de 2023

ARTIGO - Piso salarial da enfermagem: uma conquista da democracia e da saúde. (Padre Carlos)

 


LULA ASSINA PISO SALARIAL DA ENFERMAGEM



 

 

A enfermagem é uma das categorias profissionais mais importantes e essenciais para a saúde pública do país. São milhões de trabalhadores e trabalhadoras que se dedicam a cuidar da vida das pessoas, com competência, ética e humanidade. São eles e elas que estão na linha de frente do combate à pandemia de Covid-19, arriscando suas próprias vidas para salvar as dos outros.

No entanto, a enfermagem é também uma das categorias mais desvalorizadas e desrespeitadas pelo poder público. Os profissionais de enfermagem sofrem com baixos salários, precárias condições de trabalho, falta de equipamentos de proteção individual, excesso de carga horária, assédio moral e violência. Eles e elas não têm o reconhecimento e a valorização que merecem por sua relevante contribuição social.

Por isso, a luta pelo piso salarial nacional da enfermagem é uma luta histórica e legítima, que visa garantir a dignidade e a justiça para esses profissionais. O piso salarial é um direito que está previsto na Constituição Federal e que foi regulamentado pelo Projeto de Lei 2564/2020, que estabelece os valores mínimos para enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem e parteiras.

O projeto foi aprovado pelo Senado em agosto de 2021, mas ficou parado na Câmara dos Deputados por meses, por falta de vontade política do governo Bolsonaro, que se mostrou insensível e irresponsável com a situação da enfermagem. Bolsonaro chegou a mentir que havia sancionado o piso salarial, mas que o Supremo Tribunal Federal (STF) havia barrado. Na verdade, o governo não havia indicado a fonte orçamentária para viabilizar o projeto, como determina a lei.

Foi preciso que o povo brasileiro elegesse um novo presidente para que o piso salarial da enfermagem saísse do papel. Lula assumiu o cargo no dia 1º de janeiro de 2023 e logo em seu primeiro dia de governo assinou o Projeto de Lei do Congresso Nacional (PLN) da Enfermagem, que prevê os recursos necessários para implementar o piso salarial. O projeto foi enviado ao Congresso Nacional para votação e aprovação nesta terça-feira, 18.

Lula mostrou que tem compromisso com a democracia e com a saúde. Ele reconheceu o valor e o mérito dos profissionais de enfermagem, que tanto fizeram pelo país nos momentos mais difíceis. Ele atendeu a uma reivindicação histórica da categoria, que contou com o apoio de diversas entidades sindicais, sociais e acadêmicas. Ele fez justiça aos milhões de trabalhadores e trabalhadoras que merecem um salário digno e decente.

O piso salarial da enfermagem é uma vitória da democracia e da saúde. É uma vitória dos profissionais de enfermagem, que lutaram por anos por esse direito. É uma vitória do povo brasileiro, que pode contar com uma saúde pública de qualidade e humanizada. É uma vitória do Brasil, que precisa valorizar os seus heróis e heroínas da vida real.


segunda-feira, 17 de abril de 2023

ARTIGO - Essa professora é uma mestra da literatura e da vida. (Padre Carlos)

 


Ela cumpriu sua missão de mestre e de amiga

 

 


Quando uma professora consegue colocar no coração de um grupo de alunos o amor pela disciplina, ela passa a se chamar mestre e esses alunos discípulos. Foi o que aconteceu com a professora Ana Isabel, que ensinava literatura na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), nos anos 90. Ela tinha um dom especial para despertar o interesse e a paixão pelos livros, pelos autores, pelas histórias. Ela sabia como envolver os estudantes com sua voz, seu gesto, seu olhar.

Entre os seus alunos, havia um grupo de meninas que ficaram fascinadas pela literatura e pela professora. Elas se tornaram suas amigas, suas confidentes, suas admiradoras. Elas queriam seguir seus passos, aprender com ela, ser como ela. Elas formavam um clube de leitura, onde discutiam as obras que liam, trocavam impressões, faziam análises. Elas também participavam das atividades culturais e políticas da universidade, que naquela época vivia um momento efervescente, de resistência ao fora Collor e de esperança.

A professora Ana as incentivava a estudar cada vez mais, a se aprofundar nos temas que gostavam, a buscar novos conhecimentos. Ela as orientava nos trabalhos acadêmicos, nas pesquisas, nas monografias. Ela as preparava para os desafios que viriam pela frente, para as provas, para os concursos. Ela as apoiava nos momentos difíceis, nas dúvidas, nas angústias. Ela as celebrava nos momentos felizes, nas conquistas, nas vitórias.

As meninas se formaram e seguiram seus caminhos. Algumas foram para outras cidades, outras ficaram na região. Mas todas continuaram ligadas à literatura e à professora Isabel. Elas fizeram mestrado, doutorado, pós-doutorado. Elas se tornaram professoras, pesquisadoras, escritoras. Elas publicaram livros, artigos, ensaios. Elas ganharam prêmios, reconhecimento, prestígio.

Trinta anos se passaram desde aquela formatura. As meninas se reencontraram em um evento, onde a professora Ana Isabel, seria homenageada por sua trajetória e sua contribuição para a literatura brasileira com o lançamento da obra: Maria Mar na Casa Memorial Governador Régis Pacheco. Elas se abraçaram com emoção e carinho. Elas relembraram os momentos que viveram juntas, as histórias que compartilharam, as lições que aprenderam. Elas agradeceram à professora Ana Isabel por tudo o que ela fez por elas, por tudo o que ela representou em suas vidas.

Essa professora é um mestra da literatura e da vida.

 

 

 


ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...