quinta-feira, 8 de junho de 2023

ARTIGO - O Corpo de Cristo e os corpos dos homens e mulheres (Padre Carlos)




O Corpo de Cristo e os corpos dos homens e mulheres



            Ninguém sabe quantos brasileiros conhecem a razão por que hoje é feriado nacional. Estou convicto de que esse número seja pequeno.  Aliás, o mesmo se deve com a maioria dos feriados religiosos e também os outros. O que mais interessa já não é a referência do feriado, mas o feriado em si. Na base do feriado que celebramos hoje, Festa do Corpo de Deus, está um banquete. Dois banquetes marcaram o Ocidente. Um é O Banquete, de Platão, com todos aqueles diálogos sobre o amor nas suas várias perspectivas. O outro é a Última Ceia de Cristo, enquadrada também por um longo discurso sobre o amor e na iminência da morte. Jesus tomou o pão e o cálice com vinho, pronunciou a bênção e disse: "Tomai, comei e bebei, isto é o símbolo da minha vida entregue por amor e salvação de todos."
     

     
  Os primeiros cristãos, animados pela fé no Jesus crucificado e ressuscitado para a vida do Deus-Amor vivente, juntavam-se à volta da mesa numa refeição fraterna e festiva - quem presidia era o dono ou a dona da casa - e alimentavam-se do Pão e da Palavra, aprofundando a fé, a esperança e o amor.
            Essas celebrações lembravam a Última Ceia e também aqueles banquetes que Jesus tivera ao longo da vida. Banquetes frequentemente escandalosos, pois Jesus comia e convivia com pecadores e publicanos, marginalizados e gente de vida pouco recomendável. Por outro lado, tornava-se por vezes um hóspede inconveniente e até insolente, já que aproveitava a ocasião para denunciar a hipocrisia e o modo de vida das pessoas.
            A Igreja Católica celebra, hoje, a festa do corpo de Cristo. A solenidade resgata a sacralidade do corpo e a unidade do ser humano. 
            Foi em meados da década de noventa, que ao celebrar esta data, Dom Celso Jose, chamou a atenção dos fieis para a necessidade de humanizar a nossa fé.
      

      Apesar da fé e da piedade dos conquistenses naquele ano, o Corpo de Cristo tinha sido profanado. Seu Sangue verteu em dor e humilhação. Para mim essa não teria sido uma quinta-feira de Corpus Christi comum. Despertamos para o dia com o amargor intragável da violência cometida contra dois jovens que ao serem assaltados, terminaram sendo mortos. Os assaltantes fugiram com carro da vítima. Aquele assassinato teve uma grande repercussão na cidade e diante disto, foi montado pelas polícias vários grupos de buscas ao assassinos. Ao serem interceptados pelos polícias, trocaram tiros e foram mortos. Até aí, parece um boletim policial do dia-a-dia, porém após a morte dos assaltantes, os polícias passaram pela cidade em carro aberto mostrando aquele corpo vazado com vários disparos, como se fosse uma caça ou um troféu e para o espanto de alguns, recebia aplausos de parte da população.  Os Corpos daqueles jovens eram apresentados em carro aberto com orgulhos de seus executores, a crueldade com os corpos era visivelmente desumana. As responsabilidades do orgulho nefasto desses homens carregaram até hoje no nosso inconsciente, quando não rompemos com o que existe de pior no homem: nossa falta de humanidade. Profanaram o Corpo de Cristo, arrancando dele sua dignidade e deixando, apenas, humilhação e terror.
 Confesso a vocês, que aquela homilia proferida por um pai espiritual como Celso José, teve e ainda hoje tem para mim um significado profundo sobre o corpo e a dignidade humana. 
É impossível estarmos em comunhão com Jesus sem estarmos em comunhão com o irmão. Não podemos perder nossa humanidade. Como disse Dom. Celso José:  não podemos deixar o Corpo de Cristo ser violado desta forma.

Padre Carlos.
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quarta-feira, 7 de junho de 2023

ARTIGO - A Mensagem Profunda de um Militante de Esquerda sobre a Importância da Vida. (Padre Carlos)


 

 

 

 

 

 

 A defesa da vida como pilar inegociável

 






       Abordar este tema se torna uma tarefa desafiadora e, ao mesmo tempo, um ato corajoso e profético quando um militante cristão se posiciona a favor da defesa da vida. Dentro de um contexto político polarizado, onde as questões relacionadas à vida são frequentemente debatidas sob a ótica da ideologia, falar sobre a importância de proteger e preservar a vida humana pode ser visto como uma posição contraditória de para alguns. No entanto, é essencial reconhecer que a defesa da vida vai além de qualquer rótulo político ou ideológico, pois se trata de um valor universal que deve ser abraçado por todos. Ao adotar essa postura, o militante demonstra coragem ao desafiar os estereótipos e preconceitos que podem existir em relação à esquerda, e ao mesmo tempo, oferece uma perspectiva profética, reafirmando a importância de um compromisso genuíno com a conquista e o bem-estar de cada ser humano

       Não se pode defender a justiça e os Direitos Humanos sem defender e testemunhar a cultura da vida.

     Em um mundo cada vez mais fragmentado e repleto de controvérsias, a afirmação de que Jesus é o verdadeiro Filho de Deus ganha ainda mais sentido. No entanto, a verdadeira compreensão dessa afirmação não se limita apenas a questões teológicas, mas também exige uma análise profunda do nosso papel como seguidores de Cristo na sociedade atual.

       O evangelho de Jesus Cristo é uma mensagem de amor, compaixão e cuidado pelos mais indefesos. Sua vida e ensinamentos nos convidam a elevar a dignidade e a sacralidade de toda vida humana, desde o momento da concepção até o último suspiro. Portanto, não podemos afirmar que seguimos a Cristo se não colocarmos em prática essa cultura da vida em todas as esferas da sociedade.

          Infelizmente, vivemos em um contexto em que a vida humana muitas vezes é negociada no balcão da cultura do bem-estar e das falsas garantias de um pretenso humanismo. Nesse sentido, um exemplo claro é a questão do aborto. Embora reconheçamos os direitos das mulheres e a importância de garantir sua autonomia e saúde, não podemos ignorar o fato de que a interrupção da vida de um ser inocente e indefeso é um ato que vai contra os princípios cristãos.

           Ao defendermos o valor da vida desde a concepção, não estamos negando os direitos das mulheres, mas sim reconhecendo que a vida é um dom sagrado que deve ser protegido. Buscar alternativas que promovam a cultura da vida, como o apoio às mulheres em situação de vulnerabilidade, a oferta de assistência médica e psicológica, além do incentivo à adoção responsável.

           Além da questão do aborto, a cultura da vida também se estende a outras áreas, como a eutanásia e o uso indiscriminado da pena de morte. Acreditamos que cada vida tem um propósito e que não cabe a nós decidir quando ela deve terminar. Ao defendermos essas práticas, estamos negando o valor intrínseco da vida e usurpando o papel que pertence apenas a Deus.

        Seguir a Cristo implica em enfrentar desafios e ir contra a correnteza das ideias predominantes na sociedade. É fácil se deixar levar por concessões e ceder às pressões do mundo ao nosso redor. No entanto, como cristãos, somos chamados a ser sal da terra e luz do mundo, testemunhando a verdade e vivendo de acordo com os princípios que professamos.

Amém!

 

 


ARTIGO - Toffoli acerta ao garantir direito de defesa a Tacla Duran. (Padre Carlos)




Tacla Duran vai depor na Câmara 



       O ministro Dias Tacla Duran vai depor na Câmara , do Supremo Tribunal Federal, tomou uma decisão acertada ao conceder um salvo-conduto ao advogado Rodrigo Tacla Duran para que ele possa entrar no Brasil sem ser preso e depor na Câmara dos Deputados sobre as graves denúncias de extorsão que envolvem a Operação Lava Jato.


      Tacla Duran é um personagem-chave para esclarecer os bastidores da força-tarefa que se tornou um símbolo de combate à corrupção, mas também de abusos e ilegalidades. O advogado, que trabalhou para a Odebrecht, afirma ter sido vítima de uma tentativa de extorsão por parte de integrantes da Lava Jato, entre eles o ex-juiz e atual senador Sergio Moro e o ex-procurador e deputado cassado Deltan Dallagnol.


        Segundo ele, em 2016, foi procurado pelo advogado Carlos Zucolotto Júnior, amigo e ex-sócio da esposa de Moro, que lhe ofereceu um acordo de delação premiada com condições mais favoráveis em troca de US$ 5 milhões pagos “por fora”. Tacla Duran diz ter recusado a proposta e, em seguida, ter sido alvo de uma ordem de prisão preventiva expedida por Moro.


       O advogado se refugiou na Espanha, onde tem cidadania, e desde então vem denunciando as irregularidades da Lava Jato em entrevistas e depoimentos. Ele apresentou provas documentais das conversas com Zucolotto e dos pagamentos feitos a outro advogado indicado pela força-tarefa. Ele também revelou as relações suspeitas entre Moro e o desembargador Marcelo Malucelli, do TRF-4, que determinou sua prisão e depois voltou atrás. Malucelli é pai do advogado João Eduardo Malucelli, sócio de Moro em um escritório de advocacia.


          As acusações de Tacla Duran são graves e merecem ser investigadas com rigor e transparência. Por isso, é louvável a iniciativa da Câmara dos Deputados de convocá-lo para depor na Comissão de Administração e Serviço Público, instalada para elucidar as denúncias. E é ainda mais louvável a decisão de Toffoli de garantir o direito de defesa do advogado, que estava impedido de entrar no país sem ser preso.


       Ao conceder o salvo-conduto, Toffoli demonstrou respeito à Constituição e ao princípio da presunção de inocência. Ele também reconheceu a importância do papel do Parlamento na fiscalização dos atos do Poder Judiciário e do Ministério Público. E, sobretudo, ele possibilitou que a sociedade brasileira possa conhecer a verdade sobre os fatos que envolvem a Lava Jato e seus protagonistas.


         A Lava Jato foi uma operação que teve méritos no combate à corrupção, mas também cometeu excessos e desvios que precisam ser apurados e punidos. Não se pode admitir que agentes públicos usem seus cargos para extorquir ou perseguir pessoas. Não se pode tolerar que a lei seja violada em nome de um suposto bem maior. Não se pode aceitar que a justiça seja seletiva ou parcial.


       Por isso, o depoimento de Tacla Duran na Câmara é uma oportunidade histórica para que se faça luz sobre os bastidores da Lava Jato. E a decisão de Toffoli é um gesto de coragem e de respeito à democracia.

terça-feira, 6 de junho de 2023

ARTIGO - A Cultura da Vitória e seus Efeitos Negativos. (Padre Carlos)

 


Como Lidar com as Derrotas



         Vivemos em uma sociedade que exalta a vitória, o sucesso e as conquistas como valores supremos. Desde pequenos, somos estimulados a buscar o êxito em todas as esferas de nossa existência, seja nos estudos, no trabalho, nos relacionamentos ou nos esportes. No entanto, raramente somos preparados para enfrentar as derrotas e perdas que inevitavelmente fazem parte de nossa trajetória. Esse desequilíbrio cultural nos torna vulneráveis diante dos infortúnios, muitas vezes irreversíveis, que a vida nos reserva.

 A cultura da vitória está profundamente arraigada em nosso imaginário social. Aprendemos desde cedo que o sucesso é sinônimo de felicidade e realização pessoal, enquanto a derrota é vista como fracasso e motivo de vergonha. Esse condicionamento nos leva a desenvolver uma mentalidade dicotômica, na qual só conseguimos enxergar o mundo em termos de vitória ou derrota, sucesso ou fracasso.

No entanto, a vida é uma mistura complexa de momentos de triunfo e adversidade. Ignorar ou minimizar a importância das derrotas é negar uma parte essencial da experiência humana. Quando somos confrontados com grandes perdas, como a morte de um ente querido, o fim de um relacionamento ou uma falha profissional significativa, muitas vezes nos sentimos desorientados, sem saber como lidar com essas situações.

É nesses momentos que a falta de educação para as derrotas se torna mais evidente. Não fomos ensinados a aceitar e processar as emoções negativas que surgem com as perdas. Aprendemos a fugir da tristeza, da dor e da frustração, em vez de enfrentá-las de frente. O resultado é uma sociedade que tenta mascarar a realidade, evitando qualquer experiência que possa ser considerada uma derrota.

No entanto, é fundamental compreender que a derrota faz parte do crescimento e do desenvolvimento pessoal. É por meio das perdas que aprendemos lições valiosas sobre nós mesmos e sobre a vida. Lidar com as derrotas nos torna mais resilientes, nos ensina a perseverar e a encontrar novas formas de enfrentar os desafios que surgem em nosso caminho.

É preciso, portanto, repensar nossa abordagem cultural em relação às derrotas e perdas. Devemos reconhecer que o sucesso não é o único indicador de valor e que as derrotas não são necessariamente sinais de fracasso. É essencial ensinar às crianças e aos jovens habilidades de resiliência emocional, incentivando a expressão saudável de emoções negativas e a busca de apoio social quando necessário.

Além disso, devemos promover uma cultura que valorize o aprendizado e o crescimento pessoal acima de resultados imediatos. Ao invés de focar exclusivamente nos troféus e prêmios, devemos celebrar os esforços, a persistência e a coragem de enfrentar desafios, mesmo quando o resultado não é o desejado.

         Aprender a lidar com as derrotas é uma necessidade culturalmente ignorada em nossa sociedade. Precisamos reconhecer que as perdas fazem parte da vida e que elas podem nos ensinar muito sobre nós mesmos e sobre o mundo. Precisamos também desenvolver habilidades de resiliência emocional para enfrentar as emoções negativas que surgem com as derrotas. Por fim, precisamos valorizar o aprendizado e o crescimento pessoal como objetivos maiores do que o sucesso imediato.

 


segunda-feira, 5 de junho de 2023

ARTIGO - Perícia comprova fraude contra juiz Appio e expõe violência de Moro e do TRF-4. (Padre Carlos)

 

O Brasil não pode tolerar mais essa farsa!




         O Brasil assistiu na última segunda-feira a uma revelação bombástica que pode mudar os rumos da justiça no país. O jurista Pedro Serrano, que é também advogado do juiz Eduardo Appio, concedeu uma entrevista aos jornalistas Leonardo Attuch e Leonardo Stoppa, no programa Leo ao Quadrado, do portal Brasil 2471, em que comentou a perícia do professor Pablo Arantes, da Universidade Federal de São Carlos, que demonstrou que a voz do áudio entregue pelo ex-juiz suspeito Sergio Moro ao TRF-4 para afastá-lo da magistratura foi forjado. “Agora podemos garantir que o juiz Appio foi vítima de uma fraude”, disse ele. “A perícia deixa claro que é zero a possibilidade de que a voz seja do juiz Appio”.


          Essa é uma prova irrefutável de que Moro e o TRF-4 agiram de forma ilegal e arbitrária para afastar um magistrado que estava investigando os crimes cometidos pela operação Lava Jato e pelo próprio ex-juiz. Appio foi o responsável por determinar a abertura de inquéritos contra Moro por suspeita de corrupção, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e obstrução da justiça. Ele também foi o primeiro a reconhecer a inocência do presidente Lula e a anular as condenações impostas por Moro.


      Diante dessas decisões corajosas e fundamentadas na lei, Moro e o TRF-4 resolveram retaliar Appio com uma manobra vergonhosa. Eles divulgaram um áudio supostamente atribuído ao juiz, uma ligação telefônica a um filho de um desembargador, que é genro de Mouro. O áudio foi usado como pretexto para afastar Appio do cargo de juiz sem que ele pudesse se defender. Uma violação flagrante do princípio do contraditório e da ampla defesa.


         Questionado sobre por que Appio não negou o áudio no dia em que foi divulgado, Serrano afirmou que esta foi a estratégia da defesa. “Eu o orientei”, diz Serrano. Ele afirma que era necessário ter antes a perícia para que a verdade pudesse se impor de forma incontestável.


          Serrano também denunciou a violência de Moro e do TRF-4 contra Appio. “Nunca se afastou um juiz dessa forma. Moro estava com medo das investigações que Appio estava mandando abrir. Se Appio não voltar, será o maior ataque à jurisdição da nossa história. Afastaram ele do cargo de juiz sem que pudesse se defender”, diz Serrano. “Há uma operação-abafa na justiça do Sul do País. E quem comandou tudo isso foi o ex-juiz Moro”, acrescenta.


           O caso de Appio é mais um exemplo da perseguição política e judicial que Moro e seus aliados promoveram contra Lula e seus apoiadores. Uma perseguição que teve como objetivo impedir a candidatura do líder popular nas eleições de 2018 e abrir caminho para a ascensão de Bolsonaro ao poder. Uma perseguição que causou danos irreparáveis à democracia, à soberania e ao desenvolvimento do Brasil.


      É urgente que o Supremo Tribunal Federal restabeleça a ordem constitucional e reconheça os direitos violados de Appio. É urgente que Moro e os desembargadores do TRF-4 sejam responsabilizados pelos seus atos criminosos. É urgente que a verdade prevaleça sobre a mentira e a injustiça.


         O Brasil não pode tolerar mais essa farsa montada por Moro e seus cúmplices. O Brasil não pode aceitar que um juiz honesto e competente seja vítima de uma fraude e de um golpe. O Brasil não pode se calar diante da violência de Moro e do TRF-4 contra Appio e contra a democracia.


          O Brasil precisa de justiça. E a justiça precisa de Appio.

domingo, 4 de junho de 2023

ARTIGO - Uma Abordagem Teológica e Libertadora sobre o Jesus Povo da Periferia. (Padre Carlos) Ajude nosso blog sobreviver. Pix: 77988585850.

 


Jesus Povo da Periferia:


 


 

O Brasil é um país de contrastes. De um lado, uma rica diversidade étnica, cultural e religiosa, que expressa a pluralidade e a beleza do povo brasileiro. De outro, uma profunda desigualdade social, que gera exclusão, violência e sofrimento para milhões de pessoas. Nesse cenário, surge a figura de Jesus Cristo, um homem que nasceu na periferia de Belém, viveu entre os pobres e marginalizados da Galileia e morreu crucificado no Calvário. Uma figura que se identifica com a realidade do povo brasileiro e que nos convida a reconhecer e valorizar a riqueza das diferentes culturas e a lutar pela justiça e igualdade.

Jesus Cristo foi o Povo da Periferia. Ele não pertencia ao centro do poder político, econômico ou religioso de seu tempo. Ele era um judeu da periferia, um migrante, um retirante, um sem-terra, um sem-teto, um refugiado. Ele conheceu de perto as dificuldades e as dores dos mais vulneráveis. Ele se compadeceu dos que sofriam, curou os doentes, alimentou os famintos, libertou os oprimidos. Ele acolheu os excluídos, os pecadores, os publicanos, as prostitutas. Ele partiu o pão com os diferentes, os estrangeiros, os samaritanos. Ele ensinou o amor ao próximo como a si mesmo, independentemente de sua origem, cor de pele ou situação socioeconômica.

Jesus Cristo foi o Povo da Periferia. Ele não se conformou com as estruturas injustas que perpetuavam a desigualdade e a opressão. Ele denunciou os abusos dos poderosos, os hipócritas religiosos, os exploradores dos pobres. Ele desafiou as leis que excluíam e discriminavam as pessoas. Ele anunciou o Reino de Deus como uma realidade alternativa, onde todos são filhos e filhas de Deus, onde há justiça, paz e fraternidade.

Jesus Cristo foi o Povo da Periferia. Ele não se isolou em uma torre de marfim ou em um templo sagrado. Ele andou pelas ruas sujas e empoeiradas da Palestina, contando parábolas cheias de sabedoria e significado. Ele usou uma linguagem simples e acessível para todos, usando imagens do cotidiano das pessoas. Ele dialogou com as diferentes tradições culturais e religiosas de seu tempo, respeitando sua diversidade e buscando pontos em comum.

Jesus Cristo foi o Povo da Periferia. E ele continua sendo hoje. Ele está presente naqueles que vivem nas favelas, nas periferias, nos campos, nas florestas. Ele está presente naqueles que são vítimas do racismo, da discriminação de gênero, da homofobia, da violência. Ele está presente naqueles que lutam por seus direitos, por uma vida digna, por uma sociedade mais justa e solidária.

Jesus Cristo é o Povo da Periferia. E ele nos convida a sermos também. Ele nos convida a olhar para os mais pobres e excluídos com compaixão e solidariedade. Ele nos convida a agir em prol da justiça e da igualdade, a combater as estruturas de opressão e exclusão. Ele nos convida a celebrar a diversidade humana, a acolher e respeitar as diferentes culturas e religiões. Ele nos convida a sermos agentes de transformação, a construir o Reino de Deus aqui e agora.

Jesus Cristo é o Povo da Periferia. E ele nos desafia a repensar nossa fé e nosso compromisso com a construção de uma sociedade mais inclusiva e solidária. Ele nos desafia a sair de nossa zona de conforto, a deixar de lado nossos privilégios e preconceitos, a nos colocar ao lado dos mais vulneráveis. Ele nos desafia a sermos sua voz, sua mão, sua presença no mundo.

Portanto, que possamos refletir sobre a figura do Jesus Povo da Periferia e nos inspirar em seu exemplo. Que possamos seguir seus ensinamentos de amor e justiça social. Que possamos reconhecer sua presença nos rostos dos que sofrem e trabalhar incansavelmente para construir uma sociedade que respeite e acolha a todos.

 

          Que o Jesus Povo da Periferia seja uma fonte de esperança e inspiração para nós. E que, guiados por seu Espírito, possamos desempenhar nosso papel na construção de um mundo mais humano, mais próximo daquilo que Deus deseja par

ARTIGO - A revelação da 'festa da cueca': um escândalo que abala a confiança da Justiça. (Padre Carlos)

 


A festa da cueca que manchou a Justiça

 


O Brasil viveu nos últimos anos um dos maiores escândalos de corrupção da sua história, que levou à prisão de políticos, empresários e até do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas o que muitos não sabem é que por trás dessa operação, batizada de Lava Jato, havia também uma rede de chantagens, ilegalidades e interesses escusos que comprometeram a imparcialidade e a credibilidade da Justiça

Uma das revelações mais chocantes sobre esse caso veio à tona recentemente, quando o ex-deputado estadual Tony Garcia, que atuou como delator e agente infiltrado do ex-juiz e hoje senador Sergio Moro, contou em entrevista ao programa Boa Noite 247 que os desembargadores do Tribunal Regional Federal da Quarta Região (TRF4-RS) foram chantageados depois de participar de uma “festa da cueca” com garotas de programa em Curitiba (PR), na época da Lava Jato.

Segundo Garcia, os desembargadores João Pedro Gebran Neto, Victor Luiz dos Santos Laus e Leandro Paulsen, que condenaram Lula em segunda instância no caso do triplex do Guarujá, foram flagrados em uma suíte presidencial de um hotel na capital paranaense, onde teriam se divertido com prostitutas contratadas por Moro e seus aliados do Ministério Público Federal (MPF). As imagens dessa orgia teriam sido usadas para coagir os magistrados a seguir a linha dura contra o petista e outros alvos da operação.

Essa denúncia, que colocou o termo “festa da cueca” entre os assuntos mais comentados do Twitter na manhã deste sábado (3), é apenas uma das muitas provas de que a Lava Jato foi uma operação política, que visava não apenas combater a corrupção, mas também criminalizar o PT e impedir a candidatura de Lula nas eleições de 2018. Garcia afirmou que foi mutivado a procurar coisas contra o PT através do ex-deputado Eduardo Cunha, que era seu amigo, e que cometeu uma série de ilegalidades a mando de Moro, como gravar conversas sem autorização judicial e plantar provas falsas.

O ex-deputado disse ainda que denunciou tudo isso à juíza Gabriela Hardt, que substituiu Moro na 13ª Vara Federal de Curitiba após sua saída para assumir o Ministério da Justiça no governo Bolsonaro. Mas ela teria engavetado as acusações e nada foi feito para investigar os abusos cometidos pela força-tarefa da Lava Jato.

Diante desses fatos, é urgente que o Brasil passe isso a limpo e que os responsáveis por essa farsa jurídica sejam punidos. Não se trata apenas de fazer justiça a Lula, que já teve seus direitos políticos restabelecidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após a anulação das suas condenações por suspeição de Moro. Trata-se também de defender o Estado Democrático de Direito, que foi violado por uma operação que usou a lei como instrumento de perseguição e manipulação.

A festa da cueca que manchou a Justiça é um símbolo vergonhoso da decadência moral e ética de uma elite que se julga acima do bem e do mal. É preciso que o povo brasileiro saiba a verdade sobre esse episódio e que exija o fim da impunidade dos que se vestiram de heróis, mas que na verdade eram vilões.


ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...