terça-feira, 11 de julho de 2023

ARTIGO - Paulo Pires: de professor a músico, uma trajetória de dedicação, talento e amizade. (Padre Carlos)

 

 

 

A aposentadoria de um artista






          Um dos momentos mais esperados na vida de qualquer trabalhador é a aposentadoria. É quando se pode desfrutar dos frutos de anos de dedicação, esforço e contribuição para a sociedade. É também uma oportunidade de realizar sonhos, projetos e hobbies que ficaram adiados ou esquecidos pela rotina profissional.

         Mas para alguns, a aposentadoria é mais do que isso. É uma chance de se reinventar, de se expressar, de se libertar. É o caso do meu amigo Paulo Pires, que após mais de quatro décadas de ensino, se aposentou como professor de Ciências Contábeis e Administração. Paulo Pires é uma daquelas pessoas que você se encanta ao conhecer, homem de um gosto refinado pela música e de um repertório que encanta qualquer ouvinte e apaixonado da MPB.

         Paulo sempre teve a música como uma paixão, mas nunca pôde se dedicar plenamente a ela por conta das suas obrigações profissionais e familiares. Apesar de apresentar seu trabalho nos bares e eventos na nossa cidade, percebemos o quanto desta vocação ainda tem pra nós proporcionar.

    Esse momento chegou com a sua aposentadoria. Agora, Paulo pode se dedicar à sua arte sem medo, sem pressa, sem limites. Ele pode explorar sua criatividade, sua sensibilidade, sua voz. Ele pode compartilhar estas canções, suas histórias, suas emoções. Ele pode realizar seu sonho de mostrar a sua arte.

         Eu me sinto muito feliz e orgulhoso pelo meu amigo. Ele merece essa realização, essa felicidade, essa liberdade. Ele é um exemplo de que nunca é tarde para correr atrás dos seus ideais, de que a vida sempre nos reserva surpresas e oportunidades.

         Eu também me sinto honrado em ser seu amigo. Ele é uma pessoa generosa, humilde, sincera e divertida. Ele é um daqueles amigos que valem ouro. Eu sei que muitos outros amigos dele sentem o mesmo que eu. Nós somos testemunhas da sua trajetória, da sua dedicação, da sua evolução. Nós somos fãs do seu talento, da sua música, da sua arte. Nós somos gratos pela sua amizade, pelo seu carinho, pela sua presença.

        Por isso, nós nos alegramos com essa notícia da sua aposentadoria. Nós sabemos que ela representa um novo capítulo na sua vida, um capítulo cheio de possibilidades, desafios e conquistas. Nós sabemos que ele vai brilhar ainda mais nessa nova fase, que ele vai nos encantar ainda mais com suas obras.

        Nós desejamos ao nosso amigo Paulo Pires toda a sorte do mundo nessa sua nova jornada. Que ele possa realizar todos os seus sonhos, que ele possa expressar toda a sua arte, que ele possa viver toda a sua felicidade.

            Parabéns, Paulo! Você é um artista!

 

segunda-feira, 10 de julho de 2023

ARTIGO - Reimaginando a oração do Pai Nosso: Rumo a uma espiritualidade que transcende limites e promove a igualdade. (Padre Carlos)



Repensando a Oração do Pai Nosso

 

 


 

Neste artigo, vou compartilhar com vocês a minha visão sobre o Pai Nosso, uma oração que aprendi desde criança e que faz parte da minha fé cristã. Mas também vou questionar alguns aspectos dessa oração que me parecem problemáticos em um mundo tão diverso e complexo como o nosso. Será que o Pai Nosso ainda é uma forma adequada de expressar a nossa espiritualidade? Será que ele não exclui ou oprime outras formas de se relacionar com o sagrado? Será que ele não nos torna passivos e dependentes de uma vontade superior? Vamos refletir juntos sobre essas questões e buscar caminhos para uma espiritualidade mais inclusiva e libertadora.

        O Pai Nosso é uma oração que resume os principais ensinamentos de Jesus sobre o Reino de Deus e a vontade divina. Ele nos ensina a reconhecer Deus como Pai, a pedir pelo pão de cada dia, a perdoar e a ser perdoado, a resistir ao mal e a buscar o bem. É uma oração simples, mas profunda, que expressa a nossa confiança e o nosso compromisso com Deus e com o próximo.

       Mas o Pai Nosso também pode ser visto como uma forma de exclusão para aqueles que não se identificam com a ideia de Deus como Pai. Em um mundo em que há tantas crenças religiosas, filosofias de vida e visões de mundo diferentes, é preciso respeitar e valorizar a pluralidade espiritual. Há pessoas que se relacionam com Deus como Mãe, como Amigo, como Força, como Luz, como Amor. Há pessoas que não usam o nome Deus, mas sim Alá, Buda, Brahman, Tao, Grande Espírito. Há pessoas que não creem em nenhuma divindade, mas sim na natureza, na razão, na ética, na humanidade. Todas essas formas de espiritualidade são legítimas e merecem ser reconhecidas.

         O Pai Nosso também pode ser visto como uma forma de submissão e hierarquia, com a expressão "seja feita a tua vontade". Em um mundo em que as relações de poder são cada vez mais questionadas e transformadas, é fundamental repensar essa linguagem e buscar alternativas que promovam a igualdade e o respeito mútuo. Uma espiritualidade libertadora deve estimular a autonomia e a capacidade de tomar decisões conscientes, ao invés de reforçar estruturas de dominação. Não se trata de negar ou desobedecer a vontade de Deus, mas sim de entender que essa vontade é amorosa, justa e solidária, e que ela nos convida a ser co-criadores do Reino de Deus na terra.

         Diante desses desafios, é possível propor alternativas ao Pai Nosso que sejam mais inclusivas e libertadoras. Uma delas é usar termos mais neutros ou amplos para se referir a Deus, como Fonte, Criador, Presença, Mistério. Outra é usar verbos no modo imperativo ou optativo para expressar os nossos pedidos e desejos, como "dá-nos", "perdoa-nos", "livra-nos", "venha", "seja". Essas mudanças podem parecer pequenas, mas elas têm um grande impacto na forma como nos sentimos e nos posicionamos diante da realidade.

        O importante é não perder de vista o sentido profundo do Pai Nosso, que é nos conectar com Deus e com o próximo, e nos inspirar a viver de acordo com os valores do Evangelho. O Pai Nosso não é uma fórmula mágica ou imutável, mas sim uma expressão viva da nossa fé e da nossa esperança. Que possamos rezá-lo com sinceridade e criatividade, buscando sempre uma espiritualidade mais inclusiva e libertadora.

 

 

 

  

ARTIGO - Ministro da Justiça anuncia medidas para apurar irregularidades na prisão do reitor da UFSC. (Padre Carlos)

 


Em busca da verdade

Flávio Dino vai adotar as providências cabíveis

 


A prisão e subsequente suicídio do então reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Luiz Carlos Cancellier, em 2017, trouxeram à tona questões complexas e preocupantes sobre o sistema de justiça no Brasil. Agora, com o anúncio do ministro da Justiça, Flávio Dino, de que serão tomadas providências para apurar possíveis irregularidades dos agentes federais envolvidos, é crucial que o caso seja investigado com seriedade e transparência.

A prisão de Cancellier ocorreu em decorrência de suspeitas de irregularidades na instituição que ele dirigia. No entanto, o Tribunal de Contas da União (TCU) posteriormente considerou a denúncia improcedente e arquivou o caso. Esse desfecho levanta questionamentos sobre a atuação dos agentes federais que participaram da prisão do reitor.

O suicídio de Cancellier apenas três semanas após sua detenção é uma tragédia que não pode ser subestimada. Fica evidente que o processo de prisão e as consequências emocionais e psicológicas que o reitor enfrentou tiveram um impacto devastador em sua vida. É crucial que sejam tomadas medidas para evitar que situações semelhantes ocorram no futuro e que os direitos e a dignidade das pessoas sejam respeitados em todos os momentos.

Nesse contexto, é louvável que o ministro da Justiça tenha se comprometido a investigar possíveis irregularidades relacionadas aos agentes federais envolvidos no caso. Essa atitude demonstra um compromisso com a justiça e a busca pela verdade. No entanto, é necessário que essa investigação seja conduzida de forma imparcial e transparente, com a garantia de que todas as partes envolvidas sejam ouvidas e que a verdade seja revelada.

Além disso, é preciso refletir sobre as práticas adotadas pelo sistema de justiça criminal no Brasil. A prisão preventiva, muitas vezes utilizada como instrumento para investigações, precisa ser revista para que casos de injustiça e abuso de poder sejam minimizados. É importante que o devido processo legal seja seguido, respeitando-se os direitos dos acusados e garantindo a presunção de inocência até que se prove o contrário.

A sociedade também tem um papel fundamental nesse processo. É necessário que a população esteja atenta e vigilante, exigindo que as autoridades cumpram suas responsabilidades de forma justa, ética e responsável. A pressão social é essencial para garantir que casos como o de Cancellier não sejam esquecidos e que as devidas providências sejam tomadas para evitar a repetição de erros e injustiças.

Em um país que busca construir um sistema de justiça eficiente e justo, é fundamental que sejam realizadas investigações rigorosas e imparciais em casos controversos como o de Luiz Carlos Cancellier. A verdade deve ser buscada incansavelmente e aqueles que agiram de forma irregular ou abusiva devem ser responsabilizados. Somente dessa maneira poderemos caminhar em direção a um sistema de justiça mais justo, transparente e humano.

 


domingo, 9 de julho de 2023

ARTIGO - A Tragédia do Reitor da UFSC: Justiça Tardia e os Culpados por sua Morte. (Padre Carlos)

 



O Caso do Reitor da UFSC e a Busca por Culpados

 


          Em setembro de 2017, o Brasil foi abalado pela trágica notícia do suicídio do reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Luiz Carlos Cancellier de Olivo. Cancellier foi alvo da operação Ouvidos Moucos, da Polícia Federal, que investigava supostos desvios de recursos na gestão da instituição. Porém, recentemente, o Tribunal de Contas da União (TCU) concluiu que não houve prática de irregularidades por parte do reitor. Essa nova informação levanta a questão: quem são os culpados por essa tragédia e como ficará essa história?

          É inegável que a morte de Luiz Carlos Cancellier de Olivo foi uma perda irreparável. O suicídio é uma questão séria de saúde pública, e devemos lembrar que existem organizações disponíveis, como o Centro de Valorização da Vida (CVV), que oferecem suporte emocional para aqueles que precisam. No entanto, além da questão da saúde mental, é preciso questionar as circunstâncias que levaram a essa triste situação.

          A operação Ouvidos Moucos, liderada pela delegada Erika Marena, resultou na prisão de Cancellier e de outros seis professores da UFSC. Embora o reitor tenha sido solto no dia seguinte, ficou proibido de frequentar a universidade. A acusação de desvio de dinheiro público e a exposição midiática foram golpes devastadores para sua reputação e carreira.

          A imprensa corporativa desempenhou um papel importante nesse caso, ao noticiar de maneira sensacionalista e irresponsável as acusações contra o reitor. Manchetes estampadas afirmavam que Cancellier era responsável por um desvio de 80 milhões de reais, quando na verdade esse valor correspondia ao custo total do programa em questão, sem qualquer prova de sua participação em desvios. Essa distorção dos fatos e a forma como foram apresentados ao público contribuíram para a humilhação e o estigma impostos a Cancellier.

          A pressão da acusação e a repercussão midiática tiveram um impacto profundo na vida de Cancellier, tornando-o impotente diante da pecha que lhe causaram. A universidade era sua vida, e ver sua imagem manchada dessa forma o afetou profundamente. As consequências psicológicas dessa situação foram agravadas pelo olhar acusatório das pessoas ao seu redor, o constante apontar de dedos e os muros da universidade pichados com mensagens ofensivas.

          É importante destacar que, segundo o TCU, não houve prática de irregularidades por parte do reitor. No entanto, essa conclusão chega tarde demais para Cancellier, que já não está mais entre nós para ver sua inocência reconhecida. Resta agora buscar respostas para uma pergunta crucial: quem são os verdadeiros culpados por essa tragédia?

          É necessário investigar e responsabilizar aqueles que contribuíram para a destruição da reputação e da vida de Luiz Carlos Cancellier de Olivo. A operação Ouvidos Moucos deve ser revista minuciosamente, analisando-se os erros cometidos e as possíveis violações de direitos que ocorreram. A imprensa também deve refletir sobre seu papel na propagação de informações imprecisas e no linchamento público de pessoas antes mesmo de sua condenação.

          Além disso, é fundamental que as instituições públicas e seus representantes sejam responsabilizados por suas ações. A condução de investigações e ações judiciais devem ser pautadas pela busca da verdade, pela garantia dos direitos fundamentais e pela preservação da dignidade dos envolvidos. A Justiça precisa agir com cautela e imparcialidade, evitando que vidas sejam destruídas por acusações precipitadas e pela falta de um devido processo legal.

          A morte do reitor da UFSC deve servir como um alerta para a necessidade de reformas e mudanças no sistema de justiça e na forma como a imprensa conduz suas reportagens. Precisamos de um sistema que garanta a presunção de inocência, que evite o linchamento público e que seja capaz de proteger a integridade física e psicológica das pessoas acusadas.

          O caso de Luiz Carlos Cancellier de Olivo não pode ser esquecido. Devemos aprender com essa triste história e lutar por uma sociedade mais justa, em que a verdade seja buscada de maneira equilibrada, respeitando os direitos de todos os envolvidos. Que a memória do reitor da UFSC seja um lembrete constante de que a justiça tardia não é justiça, e que não podemos permitir que vidas sejam perdidas

ARTIGO - Governador mostra habilidade política, sabedoria e discernimento na política. (Padre Carlos)

 União ou desunião: o dilema do PT com seus aliados em Vitória da Conquista.





          Quem quer ganhar uma eleição não busca desagregar a sua base política. Isso é um fato conhecido por aqueles que entendem os meandros da política. No entanto, parece que o Presidente do Partido dos Trabalhadores em Vitória da Conquista não entende isso. Em vez de ampliar sua base política para ganhar a eleição, ele parece estar fazendo o oposto.

        O tratamento com estas questões requer sabedoria e discernimento. A fala do Presidente do PT de que alguns nomes do Partido Comunista do Brasil não entrariam na relação de candidatos da Federação Partidária deu a entender que quem manda agora e quem tem o poder de aceitar ou não os candidatos que farão parte da chapa proporcional seria ele ou o PT. Isso é uma postura que pode desagregar a base política e prejudicar as chances de vitória nas eleições.

          A postura do Governador com os vereadores que o presidente municipal queria excluir foi outra. O governador sabe fazer política e entende que não é com ameaças e colocando em público suas divergências, inclusive expondo dois quadros do PCdoB que merecem todo o nosso respeito, que se ganha uma eleição. É preciso ter sabedoria e discernimento para lidar com estas questões e buscar ampliar a base política, em vez de desagregá-la.

          Em resumo, quem quer ganhar uma eleição precisa buscar ampliar sua base política, em vez de desagregá-la. O Presidente do PT em Vitória da Conquista parece não entender isso e sua postura pode prejudicar as chances de vitória nas eleições. É preciso ter sabedoria e discernimento para lidar com estas questões e buscar a união, em vez da desunião.






ARTIGO - O Diálogo entre Fé e Razão diante do Enigma da Existência. (Padre Carlos)

 Buscando Respostas para o Além



          Recentemente, terminei de ler o livro “O Grande Enigma: Ateus e Crentes diante da Incerteza do Além” do jesuíta Javier Monserrat, neurocientista, filósofo e teólogo. Esta obra me fez refletir sobre a pergunta que todos nós fazemos em algum momento de nossas vidas: O que há além da morte? É uma pergunta que ninguém pode responder com certeza. Alguns acreditam em um Deus que nos espera em um paraíso eterno, outros pensam que tudo termina com a morte e nada mais existe. E há aqueles que simplesmente não sabem o que pensar, pois não há evidências nem provas de nenhuma das duas hipóteses.

          Monserrat analisa a questão da existência de Deus e do além-morte a partir de uma perspectiva científica, filosófica e teológica, reconhecendo a incerteza metafísica que envolve o assunto. Ele afirma que o ser humano tem um desejo natural de vida plena, que o leva a buscar um sentido para sua existência e a esperar algo além da morte. Mas esse desejo não é suficiente para garantir a existência de Deus ou do além-morte, pois o universo se apresenta como um enigma, cuja verdade última está além do nosso alcance.

          As religiões surgiram como uma forma de dar uma resposta a esse enigma, atribuindo ao fundo metafísico do universo um caráter pessoal e transcendente. Elas oferecem uma visão dogmática da realidade, baseada na fé, na tradição e na autoridade. No entanto, Monserrat reconhece que as religiões não podem impor sua visão como a única verdadeira, pois há outras formas de entender o mundo e a vida.

       O autor defende um diálogo respeitoso entre crentes e ateus, reconhecendo os limites da razão e da fé, e evitando o fanatismo e o relativismo. Ele propõe uma atitude de busca sincera e humilde da verdade, sem renunciar à esperança de encontrar uma resposta satisfatória ao grande enigma da existência.

     Este livro é uma obra provocativa e desafiadora, que me convidou a refletir sobre minha própria posição diante do mistério da vida e da morte. É um livro que não pretende dar respostas definitivas, mas sim estimular o pensamento crítico e a abertura ao diálogo. É um livro para quem se atreve a enfrentar o grande enigma com honestidade e coragem.

sábado, 8 de julho de 2023

ARTIGO - Idoso passa a madrugada gritando de frio no bairro Ibirapuera e morre. (Padre Carlos)

 

 

 

 Um Convite à Solidariedade e à Compaixão

 


     Nesta última quinta-feira (06), o Jornal Conquista trouxe à tona uma triste notícia que despertou reflexões sobre um tema tão essencial e universal: o amor ao próximo. Segundo a reportagem, um idoso teria passado a madrugada anterior gritando de frio nas proximidades do bairro Ibirapuera, após não conseguir retornar para sua casa. Infelizmente, a informação que acabo de vê em um blog da nossa cidade  é  que o homem veio a falecer após sofrer um infarto.

     Esse acontecimento nos faz refletir sobre a importância de cultivarmos em nossos corações sentimentos como compaixão, empatia e cuidado pelos outros, independentemente de quem eles sejam ou de como se relacionem conosco. O amor ao próximo transcende fronteiras, religiões e crenças, convidando-nos a olhar além de nós mesmos e considerar as necessidades e dificuldades daqueles que nos rodeiam.

     Uma parábola que se torna especialmente relevante nesse contexto é a do bom samaritano, mencionada no texto. Jesus, ao apresentar essa história, deixou claro que o próximo não se restringe àqueles que encontramos casualmente em nosso caminho, mas também inclui aqueles que precisam de nossa ajuda e cuidado. O verdadeiro amor ao próximo se manifesta quando nos dispomos a auxiliar aqueles que estão em necessidade, mesmo que isso exija uma mudança em nossa própria rota.

     Contudo, amar o próximo não é algo fácil. Nossa capacidade de amar é seletiva e muitas vezes condicionada a interesses próprios. É mais cômodo amar aqueles que nos amam, agradar àqueles que nos agradam e servir àqueles que nos servem. No entanto, amar verdadeiramente o próximo vai além dessas limitações, exigindo que amemos mesmo aqueles que não são amáveis, que não nos agradam ou que não nos retribuem.

     O amor ao próximo é uma atitude que se estende para além das relações próximas e familiares. Envolve tratar a todos com respeito, compreensão e gentileza, independentemente de suas crenças, origens ou posições sociais. Ao praticarmos o amor ao próximo, contribuímos para a construção de uma sociedade mais solidária, justa e compassiva.

     Existem diversas formas de colocar em prática esse amor ao próximo. Podemos estender a mão para ajudar aqueles que estão passando por dificuldades, seja oferecendo suporte material, emocional ou espiritual. Ser empático e ouvir atentamente as histórias e preocupações dos outros, demonstrando compreensão e apoio, é outra maneira de demonstrar esse amor. Além disso, devemos ser tolerantes e respeitosos em relação às diferenças e diversidades, reconhecendo o valor intrínseco de cada indivíduo. Contribuir para causas sociais e comunitárias, seja por meio de doações, voluntariado ou outras formas de envolvimento, também é uma maneira efetiva de demonstrar nosso amor ao próximo. Por fim, a bondade cotidiana, expressa por meio de pequenos gestos como sorrir, cumprimentar as pessoas e oferecer ajuda quando necessário, também é uma forma de propagar esse amor em nosso dia a dia.

     Diante do triste episódio do idoso que perdeu sua vida após sofrer um infarto, somos chamados a refletir sobre a importância de amar e cuidar uns dos outros. Que essa notícia trágica nos sirva de inspiração para fortalecermos em nós mesmos a disposição de estender a mão ao próximo e construir uma sociedade mais justa e solidária. O amor ao próximo é um convite que nos é feito a cada dia, e cabe a nós aceitá-lo e transformá-lo em ações concretas.



ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...