Hacker com medo de morrer, entregou Zambelli.
Desde que o caso veio à tona, envolvendo a invasão ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a elaboração de uma "ordem de prisão" contra o ministro Alexandre de Moraes, a identidade por trás dessa ação parecia ser um mistério. No entanto, seis meses após o ocorrido, a autoria da invasão e da "brincadeira" foi revelada: trata-se de Walter Delgatti Neto, conhecido como o hacker de Araraquara.
Delgatti Neto, preso por descumprir
medidas cautelares que o proibiam de acessar redes sociais, foi liberado da
carceragem da Polícia Federal em São Paulo por ordem judicial e agora
enfrentará o processo em liberdade, com monitoramento eletrônico. Ele admitiu
ter sido o autor da invasão ao CNJ, mas alega que agiu a pedido da deputada
federal Carla Zambelli, do partido PL-SP, que pretendia utilizar a invasão para
expor supostas fragilidades nos sistemas.
Segundo relatos, Delgatti Neto e Zambelli estabeleceram uma aproximação antes das eleições de 2022. O hacker chegou a se encontrar com o então presidente Jair Bolsonaro e com o líder de seu partido, Valdemar da Costa Neto, em Brasília, em um encontro intermediado pela própria Zambelli. De acordo com Delgatti, ele teria sido contratado por Zambelli para prestar consultoria sobre a segurança das urnas eletrônicas, com o objetivo de respaldar as alegações de Bolsonaro sobre possíveis falhas no sistema de votação.
No entanto, como é sabido, as urnas
eletrônicas operam de forma isolada e não estão conectadas em rede, o que
invalida a tentativa de provar sua fragilidade por meio da invasão ao CNJ. A
invasão ao sistema do CNJ teria sido uma espécie de "prêmio de
consolação" para Zambelli, que originalmente buscava que Delgatti
hackeasse as urnas eletrônicas e as contas de Moraes.
A defesa de Delgatti Neto afirma que
ele teme por sua vida e, por isso, relatou as conversas com Zambelli à Polícia
Federal. O hacker não descarta a possibilidade de fazer uma delação formal, o
que poderia revelar detalhes sobre sua "job description" e quem era
responsável por seu pagamento.
Agora, com a menção ao nome da
deputada federal, o caso subiu para o Supremo Tribunal Federal (STF), segundo
seus advogados. A possível delação e o suposto "pedido de prisão"
feito pelo hacker contra Moraes são questões que serão tratadas nos autos do
processo.
jiAté o momento, Zambelli alega
desconhecer a história da invasão ao CNJ, mas aguardamos seu posicionamento
para obter mais informações sobre o assunto.
Este caso traz à tona a importância
de investigações rigorosas e transparentes, bem como o papel das instituições
responsáveis pela segurança e integridade dos sistemas e informações. A invasão
ao CNJ revelou a vulnerabilidade de sistemas sensíveis e demonstrou a
necessidade de medidas eficazes para proteger as instituições e combater ações
ilegais.
À medida que o caso avança e mais
detalhes são revelados, é fundamental que a justiça seja feita e que todas as
partes envolvidas sejam responsabilizadas de acordo com a lei. Além disso, é
necessário um debate sobre a segurança cibernética e a proteção das informações
em um mundo cada vez mais digitalizado, garantindo a privacidade e a
integridade dos sistemas para evitar abusos e invasões indesejadas.