domingo, 16 de julho de 2023

ARTIGO - Agressão a Moraes é um atentado contra a democracia. (Padre Carlos)

 







A  intolerância contra a democracia





   O episódio de agressão sofrido pelo ministro do STF Alexandre de Moraes e seus familiares, na sexta-feira (14), durante passagem pelo aeroporto de Roma, é mais uma demonstração da intolerância e do ódio que ameaçam a democracia brasileira.

   Não se trata de uma manifestação legítima de discordância ou crítica, mas de um ato covarde e violento, que visa intimidar e desrespeitar uma autoridade pública que tem cumprido seu papel constitucional de garantir os direitos fundamentais e o Estado de Direito.

  A atitude dos agressores é repulsiva e inaceitável em qualquer sociedade civilizada. É um agravante o fato de terem envolvido a família do ministro, que nada tem a ver com suas funções judiciais. É lamentável que brasileiros que vivem ou viajam para o exterior levem consigo esse tipo de comportamento antidemocrático e vergonhoso.

   A solidariedade manifestada pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, ao ministro Moraes e a determinação ao Ministério Público Federal para que tome as medidas cabíveis contra os agressores são louváveis e necessárias. A Polícia Federal também deve apurar com rigor os fatos e responsabilizar os envolvidos.

   Não se pode tolerar que a liberdade de expressão seja usada como pretexto para ofender, agredir e ameaçar quem pensa diferente ou exerce sua função pública com independência e imparcialidade. A democracia brasileira precisa ser defendida e fortalecida por todos os cidadãos e instituições, contra os ataques dos que querem impor sua visão autoritária e obscurantista.

    O ministro Alexandre de Moraes tem sido um exemplo de magistrado comprometido com a Constituição e com a democracia. Sua atuação no STF e no TSE tem sido firme e equilibrada, enfrentando os desafios impostos pela crise política, sanitária e social que o país atravessa.

     Sua participação em um fórum internacional de direito na Itália mostra seu prestígio e sua contribuição para o debate jurídico global. É uma honra para o Brasil ter um representante do seu mais alto tribunal reconhecido internacionalmente por sua competência e integridade.

    Esperamos que o ministro Moraes e sua família superem esse episódio lamentável e continuem contando com o apoio e o respeito da sociedade brasileira, que valoriza a democracia e a justiça.


ARTIGO - A Ascensão da Ultra-direita em Vitória da Conquista. (Padre Carlos)

 




 Identificando e Mobilizando o Eleitor Conservador




  Vitória da Conquista, uma cidade localizada no interior da Bahia, tem testemunhado um crescimento significativo do eleitorado conservador, principalmente na forma de apoio à ultra-direita. No entanto, um dos grandes desafios enfrentados pelos eleitores conquistenses é identificar seus representantes e compreender os projetos políticos em vigor. Esse cenário é agravado pela polarização existente entre a direita liberal, representada pela atual prefeita, e a esquerda, representada pelo Partido dos Trabalhadores (PT).

      A ultra-direita bolsonarista, que ganhou força nas últimas eleições presidenciais, enfrenta a decisão de lançar uma candidatura própria em Vitória da Conquista ou correr o risco de entregar seus votos ao projeto da prefeita atual. Para entender essa dinâmica, basta observar o mapa eleitoral, no qual o candidato da direita liberal venceu para governador em Vitória da Conquista nas eleições anteriores, enquanto o candidato para presidente da ultra-direita, Bolsonaro, obteve menos apoio. Isso ocorreu porque a direita liberal não demonstrou interesse em fazer campanha específica para a ultra-direita.

  O Partido Liberal (PL) precisa compreender a importância de ter uma candidatura própria em Vitória da Conquista, a fim de conquistar o eleitor conservador e oferecer um projeto que ressoe na cidade. A disputa entre o advogado e radialista Washington Rodrigues, diretor da Rádio Clube de Vitória da Conquista, e outros membros do partido pode ser crucial, desde que represente uma renovação dentro do partido. É fundamental que projetos pessoais sejam deixados de lado em prol de um projeto coletivo. É impossível falar em nome do eleitorado enquanto não se chegar a um consenso.

   Não podemos esquecer de lideranças como Edilson Gusmão e Ivan Cordeiro, que, embora ainda não estejam filiados ao PL, representam esse eleitorado bolsonarista. Se a extrema-direita deseja se posicionar como uma alternativa viável e colocar seu projeto em ação, não pode se deixar seduzir pelos apelos da direita liberal. O caminho certo é o diálogo e a busca por uma forma de unir todas as lideranças em um mesmo palanque.

      É essencial que o eleitorado conservador em Vitória da Conquista seja identificado e mobilizado de forma eficiente. Para isso, é preciso que os representantes da ultra-direita articulem seus projetos de maneira clara e assertiva. Atrair o eleitorado conservador requer um trabalho conjunto, com lideranças que compreendam suas demandas e apresentem propostas que correspondam a suas expectativas.

      Nesse contexto, a ultra-direita tem uma oportunidade única de consolidar-se como uma força política em Vitória da Conquista. No entanto, isso só será possível se houver uma abordagem estratégica que busque unir todas as vertentes conservadoras em torno de um projeto coletivo. A identificação de lideranças representativas, como Washington Rodrigues, Edilson Gusmão e Ivan Cordeiro, pode fortalecer esse movimento, desde que haja um consenso sobre os princípios e objetivos comuns.

   Em suma, a ultra-direita vem conquistando votos significativos em Vitória da Conquista, representando um eleitorado conservador em crescimento. No entanto, é essencial identificar e mobilizar esse eleitorado por meio de candidaturas e projetos políticos que sejam capazes de capturar suas aspirações e anseios. A ultra-direita deve evitar ser seduzida pela direita liberal, buscando o diálogo e a união entre todas as lideranças conservadoras, a fim de apresentar uma alternativa coesa e atrativa para os eleitores conquistenses. Somente dessa forma será possível consolidar uma presença política efetiva e representativa na cidade.

sábado, 15 de julho de 2023

ARTIGO - As Santas Missões Populares de 1993: Uma Experiência Profunda de Fé e Evangelização em Vitória da Conquista, Bahia. (Padre Carlos)





Trinta Anos das Santas Missões Populares





 

     As Santas Missões Populares são um movimento de renovação e evangelização que ocorre dentro da Igreja Católica. Essas missões são realizadas por um período determinado, envolvendo a participação ativa dos fiéis e da comunidade em geral. A intenção é fortalecer a fé e promover a vivência do Evangelho no cotidiano das pessoas.

        No final de janeiro de 1993, a Paróquia de São Miguel, localizada na Diocese de Vitória da Conquista, na Bahia, viveu uma experiência marcante com as Santas Missões Populares. O responsável por liderar essa iniciativa foi o Padre Vasco, que se destacou por sua dedicação e empenho em levar a mensagem de Cristo às comunidades urbanas e rurais da região.

       Essas Santas Missões foram consideradas uma das maiores experiências espirituais vividas pela comunidade católica local. Para os cristãos envolvidos, essa foi uma oportunidade profunda e viva de sentir a presença de Deus em seus corações e nas comunidades em que estavam inseridos.

      A principal característica das Santas Missões Populares é o envolvimento ativo das comunidades locais. Cada comunidade tomou a iniciativa de participar e fortalecer sua própria fé. Além disso, essas missões também tinham o propósito de conscientizar os fiéis sobre a importância da evangelização nos dias de hoje.

         Padre Luiz Mosconi, vindo do Pará para participar dessa manifestação de fé, afirmou que as Santas Missões eram um jeito novo de evangelizar e que representavam uma oportunidade única para fortalecer a fé das pessoas e renovar o compromisso com o Evangelho.

     Dom Celso José, em uma homilia realizada durante o envio dos missionários, destacou a importância do batismo e da vida cristã em movimento. Ele citou a passagem bíblica em que Jesus ordena: "Ide pelo mundo inteiro..." e ressaltou que a vida dos cristãos deve ser gasta em direção aos outros, em um compromisso de amor e serviço.

          Além do papel fundamental do padre Vasco e do clero, é importante destacar o papel dos leigos que participaram ativamente das Santas Missões Populares na Paróquia de São Miguel. Pessoas como Conceição, que coordenou a ação na área rural, e Washington LL, Rita, Jai, Epaminondas, Alzira e tantos outros que se dedicaram à missão de levar a mensagem do Evangelho às comunidades urbanas, desempenharam um papel fundamental nesse movimento.

        Trinta anos depois, a lembrança das Santas Missões Populares de 1993 continua viva na memória daqueles que participaram e presenciaram essa experiência transformadora de fé e evangelização. Essas missões deixaram um legado significativo na história da Paróquia de São Miguel, moldando a vida dos fiéis e fortalecendo sua caminhada cristã.

 

 

 


ARTIGO - Bolsonaro sabia e apoiava plano golpista contra o STF, revelam mensagens. (Padre Carlos)

 Bolsonaro e o plano golpista




O Brasil viveu um momento crítico da sua história, em que a democracia estava sob ataque constante de um presidente autoritário e seus aliados. As recentes revelações de que Jair Bolsonaro sabia e apoiava um plano golpista para destituir os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e implantar um regime de exceção no país são gravíssimas e exigem uma resposta firme das instituições e da sociedade.

As mensagens capturadas pelos investigadores da Polícia Federal (PF) reafirmam uma das primeiras versões expostas pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES) sobre o plano de golpe: Bolsonaro estava ciente e participava dos planos elaborados pelo deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), preso desde fevereiro por ataques ao STF. Nas conversas, Do Val diz que o ex-presidente estava disposto a usar as Forças Armadas para intervir no Judiciário e no Legislativo, caso houvesse resistência à sua vontade.

Essas evidências mostram que Bolsonaro não respeita a Constituição, as leis e a separação dos poderes. Ele age como um ditador que quer impor sua visão de mundo a todo custo, mesmo que isso signifique violar os direitos humanos, a liberdade de expressão e a soberania popular. Ele representa um perigo real para a democracia brasileira, que já foi duramente conquistada após anos de luta contra a ditadura militar.

Diante desse cenário, é urgente que as autoridades competentes tomem as medidas cabíveis para punir os envolvidos nessa trama golpista. O STF, o Congresso Nacional, a Procuradoria-Geral da República, a Ordem dos Advogados do Brasil, os partidos políticos, as organizações da sociedade civil, os meios de comunicação e os cidadãos devem se unir em defesa da democracia e do Estado de Direito. Não podemos permitir que o Brasil retroceda ao obscurantismo e à violência.

O povo brasileiro merece um país livre, justo e solidário, onde todos possam exercer seus direitos e deveres com dignidade e respeito. Bolsonaro e seus apoiadores golpistas são inimigos da nação e devem ser isolados e derrotados nas urnas e nas ruas. A democracia é o nosso bem mais precioso e não vamos deixar que ela seja destruída por quem não tem compromisso com o Brasil.





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Muito obrigado!

ARTIGO - Os danos causados pela conduta irresponsável do Sr. Barroso no STF. (Padre Carlos)

 


Juízes como celebridades: A cultura preocupante no STF



 

O recente episódio envolvendo o Sr. Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), e sua participação em um congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE) revela uma postura irresponsável e inadequada por parte de um membro do Judiciário. Como articulista, é meu dever apontar as falhas desse comportamento e expressar a preocupação com as consequências desse tipo de atitude.

 

A primeira questão a ser levantada é o fato de que o Sr. Barroso deveria ter recusado o convite para participar desse evento político. Juízes, acima de tudo, devem ser imparciais e evitar qualquer associação direta com atividades partidárias. Ao aceitar o convite, o ministro já demonstrou um descuido com as responsabilidades éticas que sua posição exige.

 

Além disso, ao proferir um discurso no evento, o Sr. Barroso ignorou a necessidade de se abster de manifestações que possam ser interpretadas como simpatia ou antipatia por políticos específicos. Como juiz do STF, ele julga casos que envolvem políticos e, portanto, sua imparcialidade deve ser inquestionável. Ao se jactar de ter "derrotado o bolsonarismo", o ministro revelou uma postura parcial que vai contra os princípios que regem o exercício de sua função.

Diante das críticas recebidas, o Sr. Barroso tentou justificar suas palavras, alegando ter sido mal compreendido. No entanto, essa tentativa de responsabilizar a audiência pela confusão só reforça a falta de autocrítica e a falta de reconhecimento do erro cometido. Como presidente do STF, o ministro terá que lidar com processos envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro, líder do "bolsonarismo" que ele afirmou ter derrotado. Nesse sentido, sua postura levanta questionamentos sobre sua imparcialidade e pode ser interpretada como motivo de impedimento ou suspeição.

 

O comportamento irresponsável do Sr. Barroso não é um caso isolado no STF. Há tempos parece ter se instaurado na Corte uma cultura em que ministros atuam como celebridades nacionais, comentando sobre os mais diversos assuntos do país. Isso vai contra uma das regras mais básicas da magistratura, que é o princípio de que o juiz fala apenas nos autos. O silêncio, que deveria ser a conduta padrão de todos os ministros, tornou-se algo excepcional. A postura discreta da ministra Rosa Weber é uma rara exceção nos dias de hoje.

 

De acordo com a Lei Orgânica da Magistratura, juízes só podem se manifestar fora dos autos no exercício do magistério. Portanto, mesmo que o Sr. Barroso não tivesse feito os comentários sobre o "bolsonarismo", sua participação em um congresso político como o da UNE já seria inaceitável. Infelizmente, parece haver no STF uma compreensão distorcida sobre o comportamento público que um membro da Corte deve ter. Alguns ministros acreditam que tudo o que dizem é uma verdadeira "aula" para a sociedade, quando na verdade estão extrapolando os limites de sua função.

 

Ao não reconhecer claramente seu erro, o Sr. Barroso reforça o modus operandi adotado no STF, no qual um ministro pode se manifestar sobre assuntos políticos, desde que tenha cuidado com as palavras. No entanto, esse comportamento é prejudicial ao Judiciário e, em última instância, ao Estado Democrático de Direito. Não é surpreendente que aqueles interessados em desestabilizar o país tenham aproveitado a oportunidade para exigir o impeachment do ministro.

 

O caso do Sr. Barroso deve servir como um ponto de partida para uma profunda mudança de cultura no STF. É essencial que as limitações próprias da magistratura sejam respeitadas. Juízes não devem buscar o status de celebridades. Caso contrário, além de outros danos, a autoridade do Supremo estará comprometida ao julgar aqueles que causaram tantos problemas ao país.

 

É preciso que os ministros do STF se conscientizem de sua responsabilidade como guardiões da Constituição e ajam de acordo com os princípios éticos e imparciais que sua posição exige. A independência do Judiciário e a confiança da sociedade na justiça dependem disso.








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sexta-feira, 14 de julho de 2023

ARTIGO - Como o general Tomás Paiva se distanciou de Bolsonaro e se aproximou de Lula. (Padre Carlos)

 

 

A resposta do chefe do Estado-Maior do Exército ao ministro da justiça do governo Lula Flávio Dino





O general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, comandante do Exército desde fevereiro deste ano, tem sido alvo de críticas de ex-integrantes do governo Bolsonaro, que o viam como um aliado do ex-presidente. Segundo relatos de aliados de Bolsonaro, o general Tomás Paiva mantinha uma relação próxima com o então presidente, que costumava se hospedar no mesmo conjunto residencial que ele em São Paulo e ter conversas frequentes com ele.

No entanto, o general Tomás Paiva surpreendeu a muitos ao dar uma resposta firme e equilibrada ao ministro da justiça do governo Lula Flávio Dino, que havia questionado a atuação das Forças Armadas durante a pandemia de covid-19 e a crise institucional provocada por Bolsonaro. Em uma entrevista coletiva na última quarta-feira (12), Dino afirmou que o Exército deveria ter se manifestado contra as ameaças golpistas de Bolsonaro e que esperava uma mudança de postura da instituição no novo governo.

Em nota divulgada na quinta-feira (13), o general Tomás Paiva rebateu as declarações de Dino e afirmou que o Exército sempre agiu com base na Constituição e no respeito à democracia. O comandante do Exército disse ainda que as Forças Armadas não são subordinadas a nenhum governo ou partido político, mas sim ao Estado brasileiro e à sociedade. Ele ressaltou que o Exército colaborou com as ações de enfrentamento à pandemia, como a distribuição de vacinas, a montagem de hospitais de campanha e o apoio logístico às autoridades sanitárias.

A resposta do general Tomás Paiva foi elogiada por diversos setores da sociedade civil, como juristas, acadêmicos, jornalistas e líderes políticos. Muitos viram na nota uma demonstração de independência, profissionalismo e compromisso com a ordem constitucional por parte do Exército. Alguns também interpretaram a nota como um sinal de distanciamento do general Tomás Paiva em relação ao bolsonarismo e de abertura para um diálogo construtivo com o governo Lula.

Por outro lado, a resposta do general Tomás Paiva também gerou reações negativas de alguns apoiadores de Bolsonaro, que acusaram o comandante do Exército de traição, covardia e submissão ao PT. Alguns chegaram a pedir a sua renúncia ou a sua substituição por um militar mais alinhado ao projeto político de Bolsonaro.

Diante desse cenário, é possível afirmar que o general Tomás Paiva mostrou coragem e responsabilidade ao responder ao ministro da justiça Flávio Dino. Ele deixou claro que o Exército não é uma instituição partidária ou ideológica, mas sim uma instituição nacional e republicana, que deve servir aos interesses da nação e não aos interesses de um grupo ou de um indivíduo. Ele também sinalizou que o Exército está disposto a colaborar com o governo Lula dentro dos limites legais e constitucionais, sem abrir mão de sua autonomia e de seu papel institucional.

Essa postura do general Tomás Paiva é fundamental para garantir a estabilidade política e social do país, especialmente após um período turbulento marcado por tentativas de ruptura da ordem democrática. O Brasil precisa de um Exército forte, mas também democrático e respeitador das leis. O Brasil precisa de um Exército que seja um fator de união e não de divisão. O Brasil precisa de um Exército que seja um parceiro e não um adversário do governo eleito pelo povo.

 

 

 


ARTIGO - Governo brasileiro extingue programa de escolas cívico-militares: Educação ou Doutrinação? (Padre Carlos)

 

 

 

Governo brasileiro extingue programa de escolas cívico-militare


 


 

       Nos últimos anos, o debate em torno do modelo de escolas cívico-militares no Brasil tem sido acalorado. Defendido pelo Presidente Jair Bolsonaro como uma solução para a melhoria da qualidade da educação, o programa foi alvo de críticas de especialistas em educação e de parte da sociedade civil. Agora, o Governo brasileiro decidiu extinguir o programa, uma decisão louvável que merece ser analisada sob uma perspectiva crítica.

       Uma das principais críticas levantadas contra as escolas cívico-militares é o argumento de que elas não educam, mas sim doutrinam os estudantes. Essa preocupação não é infundada, uma vez que a presença militar no ambiente escolar pode criar um clima de disciplina rígida e autoritarismo, limitando a liberdade de expressão e o livre pensamento, fundamentais para o desenvolvimento de cidadãos críticos e criativos.

       A educação de qualidade deve ir além da transmissão de conteúdos e deve estimular a formação integral dos estudantes. Nesse sentido, a implementação de escolas de tempo integral se apresenta como uma alternativa mais promissora. Com uma carga horária estendida, é possível oferecer aos alunos atividades extracurriculares, como esportes, artes e projetos sociais, que contribuem para o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, tão importantes para o enfrentamento dos desafios da vida adulta.

       Além disso, é necessário que as escolas sejam espaços onde o pensamento crítico e a liberdade de expressão sejam valorizados. A diversidade de ideias e a possibilidade de discordância são fundamentais para a construção de uma sociedade democrática e plural. Infelizmente, a estrutura rígida e hierarquizada das escolas cívico-militares pode limitar a capacidade dos estudantes de questionar, refletir e criar novas ideias.

       Outro ponto a se considerar é a competência dos profissionais envolvidos na educação. Embora os militares desempenhem um papel importante na defesa e segurança do país, sua formação e expertise estão voltadas para essa área específica. Ser professor requer habilidades pedagógicas, conhecimento didático e sensibilidade para lidar com as necessidades educacionais dos estudantes. Misturar as funções militares e educacionais pode comprometer a qualidade do ensino oferecido.

       Ao extinguir o programa de escolas cívico-militares, o governo brasileiro demonstra um reconhecimento importante: a necessidade de promover uma educação que forme cidadãos autônomos, críticos e capazes de participar ativamente na sociedade. É preciso buscar alternativas que valorizem a educação integral, a liberdade de expressão e o livre pensamento, elementos essenciais para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e democrática.

       Embora alguns estados ainda pretendam dar continuidade ao programa de escolas cívico-militares, é importante questionar se essa é realmente a melhor abordagem para a educação no Brasil. É necessário investir em políticas públicas que fortaleçam a educação em tempo integral, proporcionem espaços de debate e reflexão e valorizem os professores como protagonistas do processo educativo.

       É chegada a hora de repensarmos o modelo educacional brasileiro, buscando uma formação que vá além da mera transmissão de conhecimentos. O futuro do país depende de uma educação de qualidade, que promova a liberdade, a diversidade de pensamento e a capacidade de inovação. A extinção do programa de escolas cívico-militares é um passo na direção certa, mas ainda há muito a ser feito para transformar a educação brasileira em uma verdadeira ferramenta de desenvolvimento humano e social.







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ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...