Um reencontro com o passado:
Ao
contemplar está foto de Zanoni, chegando na sede da CNBB Regional em Cuiabá,
para em seguida participar do Décimo Quinto Intereclesial das Comunidades
Eclesiais de Base em Rondonópolis, uma onda de lembranças da nossa própria
história me invadiu.
O Intereclesial
de 1992 foi um evento de grande importância para as comunidades eclesiais de
base (CEBs) no Brasil. Foi realizado em Santa Maria, no estado do Rio Grande do
Sul, e reuniu milhares de participantes de diferentes regiões do país. O
objetivo do encontro era promover a troca de experiências, reflexões e debates
sobre a realidade das CEBs e o papel dos leigos na Igreja.
Na
cidade de Vitória da Conquista, na Bahia, as CEBs estavam ganhando força e se
destacando pelo trabalho desenvolvido pelos padres italianos e por João
Cardoso. O padre Vasco, ao assumir a paróquia, encontrou um cenário de
efervescência e entusiasmo por parte dos leigos engajados nas CEBs.
Nesse
contexto, alguns leigos se destacavam como líderes e se preparavam para
participar do Intereclesial em Santa Maria. Mariano, Do Carmo, Edinalia,
Conceição e o jovem Júlio eram nomes conhecidos e dedicados ao trabalho nas
CEBs em Vitória da Conquista. Juntos, eles empreenderam esforços para garantir
a participação desses irmãos no evento.
A importância
do Intereclesial de 1992 estava na possibilidade de fortalecer as CEBs e
enriquecer a Igreja como um todo. O encontro proporcionava a troca de
experiências entre diferentes comunidades, o compartilhamento de práticas
pastorais bem-sucedidas e a reflexão sobre os desafios e perspectivas do
trabalho nas bases.
Os
participantes do Intereclesial vivenciavam uma mística libertadora, inspirada
pelo Evangelho e pela Teologia da Libertação. Essa mística buscava colocar em
prática a opção preferencial pelos pobres e marginalizados, promovendo a
justiça social e a transformação da realidade. O encontro era uma oportunidade
de fortalecer essa mística e renovar o compromisso com a construção de uma
sociedade mais justa e fraterna.
Ao
retornarem do Intereclesial, os leigos de Vitória da Conquista certamente
compartilharam suas experiências com as comunidades locais, disseminando as
reflexões e aprendizados adquiridos. Essa troca de experiências contribuiu para
o fortalecimento das CEBs na região e para o crescimento da consciência social
e política dos fiéis, que se engajaram cada vez mais na transformação da
realidade em que estavam inseridos.
Assim,
o Intereclesial de 1992 foi um marco na trajetória das CEBs no Brasil e teve um
impacto significativo nas comunidades de Vitória da Conquista. O trabalho dos
líderes como Mariano, Do Carmo, Edinalia Conceição e Júlio, somado ao empenho
de tantos outros leigos e religiosos, contribuiu para o fortalecimento das CEBs
e para a promoção de uma Igreja mais engajada com as questões sociais e a busca
pela justiça.