terça-feira, 18 de julho de 2023

ARTIGO - O Silêncio Ensurdecedor do Governador Jerônimo em Vitória da Conquista. Padre Carlos)

 


Preservação da Base ou Algo Mais?

 


 

Introdução: Nos últimos meses, tenho acompanhado com interesse a trajetória do candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) e as conversar sobre algumas pesquisas que os partidos fazem debaixo de sete chaves. Apesar de seus esforços contínuos, é perceptível que seu desempenho  não tem apresentado melhorias significativas. Além disso, alguns fatos políticos recentes parecem não ter surtido o impacto esperado para impulsionar sua campanha, como a apresentação do PCdoB como se este partido não fizesse parte da federação. No entanto, o que tem me chamado a atenção é o silêncio ensurdecedor do governador Jerônimo em relação a Vitória da Conquista. Rumores sugerem que o governador busca uma renovação no PT local, uma vez que os mesmos quadros têm disputado as vagas na majoritária há trinta anos. Mas qual seria o motivo desse silêncio? Estaria o governador preservando sua base ou estaria ele planejando algo além disso?

Análise dos Fatos: O governador Jerônimo tem se mantido distante das discussões públicas e dos embates eleitorais em Vitória da Conquista. Fontes próximas ao palácio de Ondina sugerem que o governador expressou o desejo de ver uma renovação no PT local, indicando insatisfação com os mesmos quadros que ocupam as vagas na majoritária há três décadas. Essa postura do governador levanta questionamentos sobre sua intenção e motivação por trás desse silêncio.

Preservação da Base: Uma das possíveis razões para o silêncio do governador Jerônimo seria a preservação de sua base política. É importante lembrar que a candidata do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) está à frente do PT em intenção de votos, o que pode ser uma preocupação para o governador. Ao manter-se distante do cenário político de Vitória da Conquista, Jerônimo evita expor seu apoio explícito ao PT e pode estar tentando preservar sua base eleitoral, evitando o risco de perder apoio político em uma cidade que aparentemente não está favorável ao partido.

Busca por Mudanças: Por outro lado, o desejo do governador Jerônimo de ver uma renovação no PT de Conquista também levanta especulações sobre sua intenção de promover mudanças no partido. A permanência dos mesmos quadros por tanto tempo pode ser interpretada como falta de renovação e renovação pode ser uma estratégia necessária para revitalizar o PT e melhorar seu desempenho político na cidade. O silêncio do governador pode ser uma forma de expressar seu descontentamento e incentivar o surgimento de novas lideranças e ideias dentro do partido.

Conclusão: O silêncio ensurdecedor do governador Jerônimo em relação a Vitória da Conquista tem despertado questionamentos e especulações. Enquanto alguns sugerem que ele está preservando sua base eleitoral, evitando apoiar publicamente o PT que está atrás nas pesquisas, outros enxergam a possibilidade de uma busca por mudanças dentro do partido, visando uma renovação que possa impulsionar o desempenho político do PT na cidade. Somente o tempo dirá qual é a real intenção do governador Jerônimo, mas é inegável que sua postura atual gera discussões acerca dos rumos políticos de Vitória da Conquista e do Partido dos Trabalhadores.


ARTIGO - A história revivida: Do acolhimento na CNBB Regional em Cuiabá ao Intereclesial das CEBs em Santa Maria em 1992



Um reencontro com o passado:

 


 

Ao contemplar está foto de Zanoni, chegando na sede da CNBB Regional em Cuiabá, para em seguida participar do Décimo Quinto Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base em Rondonópolis, uma onda de lembranças da nossa própria história me invadiu.

O Intereclesial de 1992 foi um evento de grande importância para as comunidades eclesiais de base (CEBs) no Brasil. Foi realizado em Santa Maria, no estado do Rio Grande do Sul, e reuniu milhares de participantes de diferentes regiões do país. O objetivo do encontro era promover a troca de experiências, reflexões e debates sobre a realidade das CEBs e o papel dos leigos na Igreja.

Na cidade de Vitória da Conquista, na Bahia, as CEBs estavam ganhando força e se destacando pelo trabalho desenvolvido pelos padres italianos e por João Cardoso. O padre Vasco, ao assumir a paróquia, encontrou um cenário de efervescência e entusiasmo por parte dos leigos engajados nas CEBs.

Nesse contexto, alguns leigos se destacavam como líderes e se preparavam para participar do Intereclesial em Santa Maria. Mariano, Do Carmo, Edinalia, Conceição e o jovem Júlio eram nomes conhecidos e dedicados ao trabalho nas CEBs em Vitória da Conquista. Juntos, eles empreenderam esforços para garantir a participação desses irmãos no evento.

A importância do Intereclesial de 1992 estava na possibilidade de fortalecer as CEBs e enriquecer a Igreja como um todo. O encontro proporcionava a troca de experiências entre diferentes comunidades, o compartilhamento de práticas pastorais bem-sucedidas e a reflexão sobre os desafios e perspectivas do trabalho nas bases.

Os participantes do Intereclesial vivenciavam uma mística libertadora, inspirada pelo Evangelho e pela Teologia da Libertação. Essa mística buscava colocar em prática a opção preferencial pelos pobres e marginalizados, promovendo a justiça social e a transformação da realidade. O encontro era uma oportunidade de fortalecer essa mística e renovar o compromisso com a construção de uma sociedade mais justa e fraterna.

Ao retornarem do Intereclesial, os leigos de Vitória da Conquista certamente compartilharam suas experiências com as comunidades locais, disseminando as reflexões e aprendizados adquiridos. Essa troca de experiências contribuiu para o fortalecimento das CEBs na região e para o crescimento da consciência social e política dos fiéis, que se engajaram cada vez mais na transformação da realidade em que estavam inseridos.

Assim, o Intereclesial de 1992 foi um marco na trajetória das CEBs no Brasil e teve um impacto significativo nas comunidades de Vitória da Conquista. O trabalho dos líderes como Mariano, Do Carmo, Edinalia Conceição e Júlio, somado ao empenho de tantos outros leigos e religiosos, contribuiu para o fortalecimento das CEBs e para a promoção de uma Igreja mais engajada com as questões sociais e a busca pela justiça.

 

  

ARTIGO - Dois Estadistas, uma Causa: Mandela e Lula na Defesa dos Mais Vulneráveis. (Padre Carlos)

 


 

 

 

Semelhanças entre Mandela e Lula


 


Hoje, celebramos o aniversário de Nelson Mandela, um dos líderes mais emblemáticos e inspiradores da história. Ao contemplar uma foto antiga deste ícone da luta contra o apartheid, é inevitável notar a semelhança na coragem e determinação presentes em outros grandes estadistas. Mandela foi um homem que, apesar de ter sido preso e injustiçado, jamais permitiu que o ódio e a vingança guiassem seus passos. Pelo contrário, ele escolheu o caminho da reconciliação e da busca incansável por justiça, unindo a África do Sul em torno dos valores da paz e da democracia. E, ao refletir sobre essa trajetória, surge a figura de Luiz Inácio Lula da Silva, cuja vida política também foi marcada por adversidades e pela luta incansável pela inclusão social.

Nelson Mandela, um símbolo da luta contra o apartheid, foi um homem de coragem e perseverança. Ele passou 27 anos na prisão por suas convicções políticas, enfrentando condições adversas e privações. No entanto, sua determinação não foi abalada. Ao ser libertado, Mandela optou pelo caminho da reconciliação e do perdão, ao invés da vingança. Sua liderança visionária e sua busca pela paz e pela unidade nacional fizeram dele um dos líderes mais admirados do mundo.

De maneira semelhante, Luiz Inácio Lula da Silva, conhecido como Lula, também enfrentou muitas adversidades em sua jornada política. Nascido em uma família pobre e migrante do nordeste do Brasil, Lula encontrou na luta sindical sua voz e sua força para defender os direitos dos trabalhadores. Sua ascensão ao poder como presidente do Brasil em 2003 marcou um momento histórico para o país.

No entanto, as elites brasileiras nunca aceitaram completamente a ascensão de Lula. Sua origem humilde e seu compromisso com a inclusão social incomodavam aqueles que historicamente se beneficiaram da desigualdade e da exclusão. Lula foi alvo de ataques constantes, tanto políticos quanto midiáticos, com acusações que culminaram em sua condenação por corrupção.

Apesar disso, muitos brasileiros continuaram a apoiar Lula e sua luta por uma sociedade mais justa. Seu governo implementou políticas sociais abrangentes que retiraram milhões de brasileiros da pobreza extrema, promoveu a inclusão dos mais vulneráveis ​​e fortaleceu a economia do país.

A foto antiga que despertou essa reflexão sobre a semelhança na trajetória de Mandela e Lula é um lembrete poderoso de que líderes inspiradores podem surgir dos lugares mais improváveis. Ambos enfrentaram adversidades e injustiças, mas não permitiram que essas circunstâncias definissem o curso de suas vidas. Eles se mantiveram firmes em seus ideais e seguiram lutando pelo bem-estar de seus povos.

No entanto, é importante ressaltar que as comparações entre Mandela e Lula devem ser feitas com cautela. Embora compartilhem algumas características e tenham enfrentado desafios semelhantes, suas realidades e contextos históricos são distintos. Cada líder teve que lidar com circunstâncias específicas e enfrentar diferentes obstáculos em suas respectivas lutas.

Nelson Mandela e Luiz Inácio Lula da Silva são figuras importantes na história contemporânea, cada um deixando um legado significativo em seus países. Suas histórias de perseverança e dedicação à causa do povo servem como exemplos inspiradores para as gerações futuras. Que possamos nos lembrar dessas figuras emblemáticas e aprender com suas jornadas de luta e superação, buscando sempre construir sociedades mais justas, inclusivas e democráticas.

 

 

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ARTIGO - As lições de Aristóteles para entender se somos amigos por prazer ou por interesse. (Padre Carlos)

 


  “Sem amigos ninguém escolheria viver”.





Você já se perguntou por que você é amigo de alguém? O que faz você se aproximar de uma pessoa e não de outra? Será que você é amigo de alguém por puro interesse ou por genuíno afeto?

Essas são questões que me vieram à mente quando lembrei da filosofia que recebi no Seminário e das amizades que fiz na vida. Foi lá que eu tive contato com as ideias de Aristóteles, um dos maiores pensadores da história da humanidade.

Aristóteles dedicou uma parte importante de sua obra à ética e à política, e nelas ele abordou o tema da amizade com profundidade e sabedoria. Ele nos ensinou que a amizade é uma virtude essencial para a vida humana, mas que nem todas as amizades são iguais.

Segundo ele, existem três tipos de amizade: a baseada na utilidade, a baseada no prazer e a baseada na virtude. Cada uma delas tem suas características, seus benefícios e seus limites.

A amizade baseada na utilidade é aquela em que as pessoas se relacionam por algum benefício mútuo, seja material, profissional ou social. É o caso dos colegas de trabalho, dos vizinhos ou dos parceiros comerciais. Essa amizade é frágil e passageira, pois depende das circunstâncias e dos interesses envolvidos. Se eles mudam, a amizade acaba.

A amizade baseada no prazer é aquela em que as pessoas se relacionam por causa da diversão, da alegria ou da satisfação que sentem na companhia uma da outra. É o caso dos companheiros de festa, dos hobbies ou dos amores. Essa amizade é mais forte e duradoura do que a anterior, pois depende dos sentimentos e das emoções compartilhadas. Mas ela também pode acabar se os gostos mudam ou se o prazer diminui.

A amizade baseada na virtude é aquela em que as pessoas se relacionam por causa do caráter, da bondade e da excelência moral uma da outra. É o caso dos amigos verdadeiros, dos confidentes ou dos mentores. Essa amizade é a mais nobre e estável de todas, pois depende da escolha livre e consciente de cada um. Ela não acaba com o tempo ou com a distância, mas se fortalece com a convivência e com o crescimento mútuo.

Eu tive a sorte de encontrar amigos dos três tipos nesta vida, mas confesso que os mais marcantes foram os da última categoria. Foram eles que me ajudaram a desenvolver minha personalidade, meus valores e meus ideais. Foram eles que me apoiaram nos momentos difíceis e me celebraram nos momentos felizes. Foram eles que me fizeram sentir saudade ou seria nostalgia.

Aristóteles nos ensina que a amizade é uma forma de amor, mas não um amor egoísta ou possessivo. É um amor generoso e desinteressado, que busca o bem do outro e não o próprio. É um amor que se alegra com a virtude do outro e não com seus defeitos. É um amor que se expressa na lealdade, na sinceridade e na benevolência.

Eu sou grato aos meus amigos  por terem me ensinado esse amor. E espero que você também tenha amigos assim em sua vida. Pois como diz Aristóteles: “Sem amigos ninguém escolheria viver”.

 


segunda-feira, 17 de julho de 2023

ARTIGO - Padre Zé Carlos: Um Legado de Luta e Compromisso Social. (Padre Carlos)



Um Homem de Fé e Determinação







 

 Nesta segunda-feira, 17, completam-se seis anos do falecimento de um homem que marcou a vida de muitos fiéis em Macarani e região. José Carlos da Conceição, conhecido como Padre Zé Carlos, foi um pároco dedicado e incansável defensor dos afrodescendentes e movimentos sociais. Ao recordarmos sua partida, é importante relembrar o contexto de sua morte e refletir sobre como podemos estar mais próximos de nossos irmãos do presbitério, honrando seu legado de luta e compromisso social.

 Padre Zé Carlos foi uma figura admirável, conhecida por seu compromisso com a justiça social e sua incansável dedicação à pastoral. Durante seu tempo como pároco de Macarani, ele também serviu nas Paróquias de São Miguel, no Alto Maron, e na Igreja Nossa Senhora de Guadalupe, na Urbis VI. Sua atuação incisiva em defesa dos afrodescendentes e dos movimentos sociais rendeu-lhe um reconhecimento notável em toda a região.

 No entanto, não podemos ignorar as pressões e a falta de reconhecimento que Padre Zé Carlos enfrentou durante o período de mudanças na diocese. Muitas vezes, quando ocorrem transformações bruscas, os religiosos são submetidos a cobranças intensas por parte da hierarquia da Igreja, o que pode abalar sua saúde física e emocional. É fundamental refletirmos sobre como essas mudanças podem impactar os padres e como podemos oferecer suporte e compreensão para que eles continuem a exercer seu ministério com plenitude.

 Seis anos se passaram desde a partida de Padre Zé Carlos, mas seu legado permanece vivo nos corações e mentes daqueles que o conheceram. Sua luta incansável pela igualdade racial, pelos direitos dos afrodescendentes e pela justiça social foi uma inspiração para muitos. Ele enxergava a Igreja como um instrumento de transformação social e dedicou sua vida a tornar essa visão uma realidade tangível.

 Ao lembrarmos do Padre Zé Carlos, é importante refletir sobre como podemos estar mais próximos dos nossos irmãos do presbitério, oferecendo-lhes apoio e compreensão em momentos de mudanças e pressões. É necessário reconhecer que cada padre enfrenta desafios únicos em sua jornada e que devemos ser uma comunidade solidária, pronta para oferecer suporte emocional, espiritual e prático.

        

 Seis anos se passaram desde o falecimento de Padre Zé Carlos, um homem que dedicou sua vida a servir a Deus e aos mais necessitados. Sua luta em defesa dos afrodescendentes e movimentos sociais deixou um legado valioso e inspirador. Neste aniversário de sua partida, recordemos sua coragem, determinação e compromisso social. Ao mesmo tempo, procuremos fortalecer os laços com nossos irmãos do presbitério, apoiando-os em suas jornadas e contribuindo para uma igreja mais inclusiva e acolhedora. Que o exemplo do Padre Zé Carlos nos inspire a agir em prol da justiça e da igualdade, mantendo viva sua memória e seu legado.

ARTIGO - Presunção de inocência e a importância de um julgamento justo. (Padre Carlos)

 


Que a justiça prevaleça!

 


 Nos últimos tempos, o vereador Francisco Estrela Dantas Filho, conhecido como Chico Estrela, tem enfrentado um momento delicado em sua carreira política. O Ministério Público Estadual (MPE) ofereceu uma denúncia contra ele por prática de crimes eleitorais específicos. No entanto, é essencial lembrar que todos têm direito à presunção de inocência até que a culpa seja provada legalmente.

 O princípio da presunção de inocência é um dos pilares fundamentais do sistema jurídico democrático. Ele assegura que qualquer pessoa acusada de um crime seja considerada inocente até que sua culpa seja comprovada além de qualquer dúvida razoável. Nesse contexto, é importante lembrar que Chico Estrela tem o direito de se defender perante a justiça e apresentar suas alegações.

A demora no desenrolar do processo legal pode ser frustrante para alguns, mas é um aspecto necessário para garantir um julgamento justo e imparcial. O sistema judicial precisa analisar todas as evidências, ouvir as partes envolvidas e seguir os trâmites legais para assegurar a justiça. Portanto, é fundamental permitir que o processo siga seu curso adequado, sem pressões externas ou julgamentos precipitados.

Chico Estrela é conhecido por ser um vereador atuante e defensor dos interesses de sua região. Essa reputação positiva pode influenciar a percepção das pessoas em relação à denúncia que enfrenta. No entanto, é importante separar a imagem pública de uma pessoa das acusações feitas contra ela. A justiça deve ser imparcial e basear-se em fatos, não em opiniões ou reputações.

 Em um momento como esse, é natural termos opiniões positivas sobre alguém que consideramos um indivíduo excelente e honrado, especialmente quando essa pessoa está ativamente envolvida na representação dos interesses de sua comunidade. No entanto, devemos lembrar que a justiça é um processo que requer tempo e análise cuidadosa das evidências apresentadas.

É importante respeitar o princípio da presunção de inocência e permitir que o vereador Chico Estrela exerça seu direito de se defender perante a justiça. Somente após um julgamento justo e imparcial, com a comprovação de sua culpa, ele poderá ser submetido às consequências legais correspondentes. Que a justiça prevaleça, assegurando a integridade do sistema jurídico e protegendo os direitos de todos os envolvidos.

 


ARTIGO - Bolsonaro para os pobres, Paulo Freire para os ricos. (Padre Carlos)

 


 Educação para manter a desigualdade

Hoje, recebi de um amigo uma matéria do Le Monde Diplomatique que desmistifica a ideia de que as Escolas Cívico-Militar são a solução para o sistema educacional brasileiro.

A elite brasileira, paradoxalmente, critica e menospreza Paulo Freire, enquanto investe fortunas para garantir que seus filhos tenham acesso a escolas influenciadas por suas ideias. Enquanto isso, aos filhos dos menos privilegiados resta um sistema educacional baseado em métodos ultrapassados e disciplina rígida, remanescentes do século XIX.

A realidade educacional brasileira apresenta duas tendências opostas, cada vez mais evidentes. Nas escolas particulares de alto padrão, há um investimento em abordagens pedagógicas inovadoras, que consideram os interesses e individualidades dos alunos, reconhecendo-os como protagonistas de seu próprio aprendizado. Por outro lado, escolas públicas em diversos estados do país optam por terceirizar sua gestão para as polícias militares, apostando em disciplina rigorosa e métodos de ensino tradicionais.

Enquanto grandes empresários e grupos de investimento estrangeiros constroem escolas modernas e tecnologicamente avançadas, oferecendo uma formação de ponta, os discursos propagandeados pelo deputado Jair Bolsonaro nas redes sociais enaltecem as virtudes das escolas militares, cujo foco principal é a imposição da lei e da ordem.

Essa situação revela uma ironia agridoce: as escolas de elite omitem o fato de que suas metodologias inovadoras são, em grande parte, inspiradas nas teorias educacionais progressistas desenvolvidas por Paulo Freire. Enquanto isso, a mesma elite que critica fervorosamente Freire investe consideravelmente em escolas que incorporam essas abordagens pedagógicas.

Essa contradição evidencia uma realidade cruel e desigual no sistema educacional brasileiro. Enquanto os filhos da elite têm acesso a uma educação voltada para a construção do conhecimento, com participação ativa dos alunos, estímulo à criatividade e ao pensamento crítico, os filhos das camadas menos privilegiadas são relegados a escolas públicas precárias, que adotam métodos ultrapassados e uma disciplina rígida, assemelhando-se a uma formação militar.

Essa disparidade educacional contribui para perpetuar as desigualdades sociais no país. Enquanto os jovens da elite são preparados para se tornarem cidadãos críticos e engajados, capazes de enfrentar os desafios do mundo contemporâneo, os jovens das classes populares recebem uma educação que os molda para serem disciplinados e obedientes, com pouca ênfase no desenvolvimento de suas habilidades individuais.

A retórica de "lei e ordem" promovida por Jair Bolsonaro, ao enaltecer as escolas administradas pela Polícia Militar, esconde uma realidade preocupante. Essas escolas, muitas vezes, se transformam em espaços de controle e repressão, onde a liberdade de expressão e a diversidade de ideias são sufocadas em favor de uma disciplina rígida e de uma visão conservadora de mundo.

Enquanto isso, as escolas de elite, que abraçam metodologias inspiradas em Paulo Freire, proporcionam aos seus alunos uma educação crítica e transformadora, preparando-os para se destacarem em uma sociedade cada vez mais complexa e diversa. No entanto, essas escolas permanecem inacessíveis para a maioria da população, restritas àqueles que têm recursos financeiros para pagar altas mensalidades.

Essa dicotomia entre a educação voltada para os ricos e a educação destinada aos pobres apenas perpetua a desigualdade social e limita as oportunidades de desenvolvimento para milhões de jovens brasileiros. É essencial que a sociedade e o poder público reconheçam a importância de uma educação de qualidade para todos, que valorize a formação integral dos estudantes, a diversidade de ideias e a construção coletiva do conhecimento.

Investir na educação é investir no futuro do país. É necessário garantir que todas as escolas, independentemente de sua gestão, ofereçam condições adequadas de aprendizagem, professores qualificados e uma abordagem pedagógica que promova a participação ativa dos alunos, o pensamento crítico e o respeito à diversidade. Somente assim poderemos romper com a lógica perversa que mantém a educação como um privilégio de poucos e transformá-la em uma poderosa ferramenta de inclusão e desenvolvimento social.


ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...