terça-feira, 25 de julho de 2023

ARTIGO - Vitória da Conquista se Prepara para Eleições Acirradas: Quem Será o Próximo Prefeito?. (Padre Carlos)

Lúcia Rocha: A Fiel da Balança na Disputa Eleitoral em Vitória da Conquista



    Vitória da Conquista, o terceiro maior município do estado da Bahia, se prepara para mais uma acirrada corrida eleitoral à Prefeitura Municipal. A pouco menos de um ano para o início das campanhas, a cidade já presencia uma movimentação política intensa, com três pré-candidatos que despontam na disputa: a atual prefeita Sheila Lemos (UB), o deputado federal Waldenor Pereira (PT) e a vereadora Lúcia Rocha (MDB).
    Recentemente, o Blog Sena trouxe à tona informações que já vinham sendo comentadas ao longo dos meses: uma pesquisa de intenção de votos realizada em maio, que revela um cenário de destaque para os políticos mencionados. Na pesquisa estimulada, Lúcia Rocha obteve a maioria das intenções de votos, seguida por Waldenor Pereira e Sheila Lemos, que aparecem empatados tecnicamente em segundo lugar. O mesmo cenário também avaliou as intenções de voto de outros candidatos, como David Salomão e Ivan Cordeiros, que aparecem em quarto e quinto lugar, respectivamente.
    Por outro lado, na pesquisa espontânea, Lúcia Rocha figura apenas em terceiro lugar, e a liderança fica empatada tecnicamente entre Sheila e Zé Raimundo (PT), este último não sendo pré-candidato, mas ainda sendo lembrado pelas pessoas. Zé Raimundo, atualmente deputado estadual, é parceiro histórico de Waldenor Pereira, pré-candidato do PT, que conta com o apoio do colega, mas não pode contar com o apoio do Governador Jerônimo Rodrigues para ampliar suas chances eleitorais, porque Lúcia faz parte da base do governo do estado.
    A existência de diferentes cenários nas pesquisas reflete a complexidade política da cidade e a polarização entre os principais partidos. O grupo formado por PT e o PCdoB, buscam consolidar a candidatura de Waldenor Pereira, com a intenção de, pelo menos, repetir o resultado eleitoral alcançado por Zé Raimundo em 2020. Já o MDB, representado pela vereadora Lúcia Rocha, tem se mostrado uma opção atraente aos eleitores, conquistando uma fatia significativa das intenções de voto, especialmente na pesquisa estimulada.
    Uma aliança entre Lúcia Rocha e Waldenor Pereira tem sido objeto de especulação, visto que, de acordo com a pesquisa recente, essa "dobradinha" poderia garantir a vitória sobre Sheila Lemos. O MDB, ciente da força que essa união pode ter, tem pressionado publicamente para que o PT aceite a vice de Lúcia Rocha. Por outro lado, as lideranças petistas alegam que a decisão sobre a composição da chapa será tomada no momento oportuno.
    A vereadora Lúcia Rocha, ao se posicionar como um fiel da balança, tem demonstrado que sua pré-candidatura é mais do que um mero projeto político individual. Ela representa uma alternativa que transcende a polarização partidária e busca um diálogo com diversos segmentos da sociedade conquistense. O fato de Lúcia ter liderado as intenções de voto na pesquisa estimulada e figurado em terceiro lugar na pesquisa espontânea revela que seu nome ganhou visibilidade e apoio popular.
    As eleições municipais são momentos cruciais para a democracia, e a população de Vitória da Conquista se encontra diante de uma escolha importante. Cada pré-candidato traz consigo uma história política e ideais distintos, mas é fundamental que o eleitorado esteja atento ao perfil e às propostas de cada um deles, buscando entender como contribuirão para o desenvolvimento e bem-estar da cidade.
    Neste contexto, é louvável que Lúcia Rocha tenha conseguido furar a bolha da polarização, ganhando destaque como uma figura política que dialoga com diferentes setores e apresenta-se como uma alternativa viável e promissora para a população de Vitória da Conquista. A corrida eleitoral está apenas começando, e os próximos meses serão decisivos para o futuro da cidade.
    É preciso que os candidatos se apresentem de forma transparente, expondo suas ideias e projetos, para que os cidadãos possam fazer suas escolhas de maneira informada e consciente. Vitória da Conquista merece uma gestão comprometida com o bem comum, capaz de superar divergências e trabalhar pelo progresso da cidade e pelo bem-estar de todos os seus habitantes.
    No final, a verdadeira balança é o povo, e é a ele que compete o papel de definir o futuro da cidade. Que as eleições em Vitória da Conquista sejam pautadas por um debate construtivo, ideias inovadoras e a vontade de fazer a diferença, resultando em uma escolha democrática e representativa para todos. Somente assim, o município poderá avançar e prosperar em busca de um futuro melhor para cada um de seus cidadãos.
    Ainda é cedo para dizer quem vencerá as eleições, mas Lúcia Rocha tem tudo para ser uma candidata forte. Ela é uma mulher experiente, com um histórico de atuação na política, e tem propostas concretas para melhorar a vida da população de Vitória da Conquista. Além disso, ela é uma figura carismática.

segunda-feira, 24 de julho de 2023

ARTIGO - Aprender a ser filho é uma lição para a vida toda. (Padre Carlos)

 


A lição que frequentemente chega tarde demais

 

 

A relação entre pais e filhos nem sempre é fácil ou harmoniosa. Muitas vezes, só vamos compreender verdadeiramente nossos pais quando já somos adultos e enfrentamos desafios semelhantes aos que eles viveram. É uma lição de empatia e maturidade que frequentemente chega tarde demais.

Quando jovens, tendemos a ver nossos pais como provedores e protetores incontestes, sem fraquezas ou complexidades. Não reconhecemos suas dores, medos e dilemas, tampouco procuramos entender suas histórias e circunstâncias. Julgamos suas escolhas sem nos colocarmos em seus sapatos.

Somente mais tarde, ao nos tornarmos nós mesmos pais, ou quando nossos pais envelhecem e precisam de cuidados, é que compreendemos sua humanidade. Percebemos que eles também tiveram sonhos e enfrentaram tempestades, assim como nós. Entendemos suas limitações e o quanto precisam de afeto, mesmo que não o demonstrem.

Infelizmente, essa lição frequentemente vem tarde demais. Quando finalmente aprendemos a ser filhos, nossos pais já não estão mais por perto. Resta-nos a saudade e o arrependimento de não termos aproveitado melhor o convívio com eles.

Portanto, é urgente valorizar nossos pais agora, enquanto podemos. Aprender sobre suas histórias, entender suas escolhas, cuidar deles com zelo. Pais e filhos têm muito a aprender uns com os outros em todas as fases da vida. Essa troca de empatia e sabedoria é um caminho de mão dupla, que nos enriquece e nos faz mais humanos.

 


ARTIGO - Companheiros Esquecidos: O Verdadeiro Significado da Esquerda em Questão. (Padre Carlos)

 O que significa ser companheiro na esquerda?






A palavra companheiro tem um significado especial para muitas pessoas que se identificam com a esquerda política. Ela remete a uma ideia de solidariedade, de luta coletiva, de compromisso com uma causa maior do que os interesses individuais. Ser companheiro é fazer parte de uma família, de uma comunidade, de um projeto histórico de transformação social.

Mas será que esse significado ainda se mantém na atualidade? Será que os companheiros de ontem são reconhecidos e valorizados pelos companheiros de hoje? Será que há espaço para a divergência, para o debate, para a crítica construtiva entre os companheiros? Será que há respeito pela diversidade, pela pluralidade, pela autonomia dos companheiros?

Infelizmente, parece que não. Parece que muitos companheiros foram esquecidos e abandonados pelos que hoje se dizem herdeiros do projeto da esquerda. Parece que muitos companheiros deram os melhores anos de sua vida, enfrentaram a ditadura, a repressão, a tortura, o exílio, a clandestinidade, a perseguição, a morte, para que outros pudessem desfrutar das conquistas e dos benefícios da democracia e da cidadania. Parece que muitos companheiros não recebem nenhum apoio, nenhuma solidariedade, nenhuma gratidão por parte dos que hoje ocupam os espaços de poder e de representação política.

Parece que muitos companheiros só são lembrados quando se trata de pedir votos, de fazer campanha, de mobilizar as bases, de defender as lideranças. Parece que muitos companheiros só são vistos quando se trata de silenciá-los, de marginalizá-los, de desqualificá-los, de satanizá-los. Parece que muitos companheiros só são ouvidos quando se trata de concordar, de aplaudir, de obedecer, de seguir.

Isso é ser companheiro? Isso é ser esquerda? Isso é ser humano?

Eu acho que não. Eu acho que ser companheiro é muito mais do que isso. É ter consciência crítica, é ter senso histórico, é ter ética política. É ter coragem de dizer não quando necessário, é ter humildade de reconhecer os erros quando cometidos, é ter disposição de aprender com as diferenças quando apresentadas. É ter lealdade com os princípios, é ter responsabilidade com as consequências, é ter compromisso com as mudanças.

Ser companheiro é ser solidário com quem precisa, é ser generoso com quem merece, é ser grato com quem contribuiu. Ser companheiro é ser fiel à causa, é ser coerente com o discurso, é ser honesto com o povo. Ser companheiro é ser digno da história, é ser respeitado pelo presente, é ser inspirador para o futuro.

Ser companheiro é ser humano.

ARTIGO - Bispos presentes em encontro das CEBs enviam carta à CNBB. (Padre Carlos)


Uma voz de renovação e compromisso com os pobres

 


   No cenário de um Brasil complexo, marcado por desafios sociais, políticos e ambientais, uma notável reunião ocorreu em Rondonópolis (MT). O 15º Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) reuniu 48 bispos, ao lado de leigos, religiosos, diáconos e presbíteros, que representaram milhares de comunidades eclesiais em busca de uma Igreja em saída na busca da vida plena para todos e todas. A relevância desse encontro manifestou-se através de uma carta enviada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), compartilhando as vivências e reflexões do evento.

    A trajetória das CEBs remonta a 1975, quando cristãos leigos e leigas, amparados por religiosos(as), diáconos, padres e bispos, se uniram para aprofundar a fé em meio às realidades em que vivem, à luz da Palavra de Deus. Esse movimento encontra suas raízes em documentos importantes, como o Concílio Vaticano II, as Conferências de Medellin, Puebla, Santo Domingo e Aparecida, além das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil.

      As CEBs têm sido reconhecidas como uma fonte viva de vitalidade na Igreja, com espiritualidade ancorada na Palavra de Deus e com o compromisso evangelizador e missionário entre os mais simples e marginalizados. Sua atuação tem sido fundamental para tornar visível a opção preferencial pelos pobres, seguindo o exemplo de Jesus Cristo, que se identificou com os que sofrem e habitam nas periferias da sociedade.

      No 15º Intereclesial, em clima de escuta, caminhada sinodal e abertura ecumênica, os participantes compartilharam experiências e desafios que enfrentam em suas jornadas evangelizadoras. O cansaço em algumas lideranças das comunidades foi reconhecido, possivelmente decorrente das diversas dificuldades inerentes ao processo evangelizador. Essas dificuldades refletem as diversas eclesiologias e as complexidades de uma sociedade urbanizada, polarizada politicamente e marcada pelo aumento das desigualdades, individualismo, preconceito e consumismo, que ameaçam a ecologia integral, como enfatizado pelo Papa Francisco.

      O encontro ecoou gritos de clamor pela erradicação de todas as formas de violência contra as mulheres e também pelos jovens, que buscavam encontrar sentido humano e cristão para suas vidas e clamavam por uma maior participação nas comunidades, buscando um maior sentimento de pertencimento eclesial.

      Entre os anseios dos participantes, estava o desejo de maior atenção à formação dos cristãos leigos e leigas, com o objetivo de contribuir para que as comunidades sejam verdadeiramente missionárias e vivenciadoras de uma dinâmica sinodal, propagadoras da Boa Nova e sementes de um novo céu e uma nova terra.

    As vozes presentes nesse encontro pediram um apoio mais efetivo e comprometido por parte dos bispos, para que as CEBs se sintam confirmadas em sua caminhada evangelizadora e não experimentem um sentimento de abandono ou orfandade.

      O 15º Intereclesial das CEBs representa um marco significativo para a Igreja no Brasil, reafirmando seu compromisso com os pobres, seu desejo de renovação e de ser uma Igreja em constante saída, voltada para a busca da vida plena para todos os seus membros. Os anseios e desafios compartilhados nessa carta enviada à CNBB são um chamado para ações concretas em prol de uma sociedade justa, solidária, fraterna e ecologicamente sustentável.

      Que o Espírito Santo ilumine os bispos nas Igrejas particulares, fortalecendo o florescimento das CEBs e a vivência fervorosa da comunhão missionária e da missão que é para a comunhão. E que Maria, a Mãe Aparecida, a missionária incansável, interceda por todos aqueles que fazem parte dessa nobre jornada de fé, serviço e compromisso com os mais necessitados

 


domingo, 23 de julho de 2023

ARTIGO - O Papel da Igreja na Valorização dos Idosos no Mundo Contemporâneo. (Padre Carlos)

 

 

 

O mundo envelhece a passos largos




    No III Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, o Papa Francisco, fez um apelo impactante para que a sociedade como um todo mude sua abordagem em relação aos idosos. Em sua mensagem na Basílica de São Pedro, o pontífice chamou a atenção para a necessidade de não marginalizar essa parcela da população, destacando que é fundamental crescermos juntos com paciência e respeito.

    A preocupação do Papa com a marginalização dos idosos se reflete no cenário global, em que o mundo envelhece a passos largos. Com o aumento da expectativa de vida e a queda nas taxas de natalidade, muitos países têm observado o envelhecimento da população como uma das principais questões a serem enfrentadas neste século.

    Nesse contexto, a Igreja Católica, por meio de sua liderança, tem papel fundamental em promover a valorização dos idosos e combater a solidão que muitas vezes aflige essa parcela da sociedade. A mensagem do Papa não se limita apenas aos fiéis da Igreja, mas abrange a todos os cidadãos, independente de suas crenças, já que o respeito e a valorização dos idosos são valores universais que atravessam fronteiras religiosas e culturais.

    Em suas palavras, Francisco nos convida a não permitir que as cidades se tornem "concentrados de solidão". Essa expressão é uma poderosa metáfora que nos faz refletir sobre a importância de uma comunidade inclusiva e solidária, capaz de acolher e integrar todas as faixas etárias.

   Através das três parábolas do Evangelho apresentadas neste Domingo, o Papa reforça a necessidade de dar prioridade aos avós em nossas vidas. O convite é claro: jovens e idosos devem caminhar juntos, aprendendo uns com os outros e crescendo em unidade. Essa mensagem é particularmente significativa em uma era em que a sociedade muitas vezes se concentra excessivamente nos aspectos tecnológicos e individuais da vida moderna, negligenciando as relações interpessoais e intergeracionais.

    É fundamental reconhecer que os idosos têm um vasto acervo de experiências e sabedoria acumulada ao longo de suas vidas, e sua inclusão na sociedade é uma riqueza a ser explorada. As gerações mais jovens podem aprender muito com a história e os ensinamentos dos mais velhos, enquanto estes últimos podem encontrar inspiração e rejuvenescimento ao compartilhar suas vivências com os mais jovens.

    A Igreja Católica, como uma das instituições mais influentes do mundo, tem o poder de sensibilizar a população global para essa importante questão. Além de suas pregações, é essencial que a Igreja promova iniciativas concretas para apoiar e integrar os idosos em todas as esferas da sociedade. Através de programas de acompanhamento, serviços de cuidado, atividades recreativas e espaços de convívio, é possível criar uma cultura que celebre a sabedoria e a experiência dos idosos.

    A valorização dos idosos é uma tarefa coletiva e requer ações coordenadas entre governos, organizações da sociedade civil, instituições religiosas e cada indivíduo. Somente com o esforço conjunto será possível enfrentar o desafio do envelhecimento populacional de forma positiva e construtiva.

    O apelo do Papa Francisco é um chamado à ação para toda a humanidade. É um lembrete de que o respeito aos mais velhos não é apenas uma virtude, mas uma necessidade para uma sociedade saudável e equilibrada. Que essa mensagem ecoe em nossos corações e ações, para que possamos caminhar juntos como uma comunidade unida, enriquecendo-nos mutuamente com nossas diferenças e experiências. Somente assim poderemos construir um mundo mais inclusivo e solidário para todas as gerações.

     Que a bênção do Papa Francisco e a mensagem de amor e cuidado aos idosos se espalhem pelo mundo, transformando-o em um lugar mais acolhedor e humano para todos.

 

 

ARTIGO - Análise e Opinião: A Importância da Escolha nas Eleições Espanholas. (Padre Carlos)

  


A esquerda espanhola em busca de uma nova chance.




    Neste domingo, 23 de julho, os espanhóis vão às urnas para decidir o futuro político do país, em uma eleição marcada pela polarização entre a direita e a esquerda. O atual primeiro-ministro, Pedro Sánchez, do Partido Socialista (PSOE), tenta se manter no poder com uma coalizão de esquerda formada pelo Unidas Podemos e por partidos regionais e nacionalistas. Do outro lado, o líder da oposição, Alberto Núñez Feijóo, do Partido Popular (PP), busca retomar o governo com o apoio da extrema direita do Vox e de outras siglas conservadoras.

    A eleição é a quarta em quatro anos na Espanha, um país que vive uma crise política crônica desde 2015, quando o bipartidarismo tradicional entre PSOE e PP foi rompido pela emergência de novas forças políticas. Desde então, nenhum partido conseguiu formar uma maioria estável no Parlamento, o que levou a sucessivos impasses e dissoluções.

    A última eleição, realizada em novembro de 2020, deu a vitória ao PSOE, mas sem maioria absoluta. Sánchez tentou formar um governo de coalizão com o Unidas Podemos, mas enfrentou a resistência dos partidos de direita e dos independentistas catalães, que se opuseram ao seu programa de governo. Após meses de negociações infrutíferas, Sánchez dissolveu o Parlamento e convocou uma nova eleição.

    Desta vez, porém, Sánchez parece ter conseguido costurar uma aliança mais ampla e diversa, que inclui partidos nacionalistas bascos e catalães, além de outras legendas de esquerda e centro-esquerda. A coalizão se apresenta como uma alternativa progressista e democrática ao avanço da direita e da extrema direita na Espanha.

    O PP, por sua vez, aposta na liderança de Feijóo, um político experiente e moderado, que governa a região da Galícia há mais de uma década. Feijóo tenta se distanciar da imagem negativa do seu antecessor no comando do PP, Mariano Rajoy, que foi deposto por uma moção de censura em 2018 após um escândalo de corrupção. Feijóo também busca atrair os eleitores descontentes com a gestão da pandemia de covid-19 pelo governo socialista.

    O Vox, que surgiu em 2018 como uma força política minoritária e ultranacionalista, se tornou a terceira maior força parlamentar na última eleição. O partido defende posições anti-imigração, anti-feminismo, anti-aborto e anti-LGBTQIA+. O Vox também é contrário à autonomia das regiões espanholas e à negociação com os separatistas catalães.

    As principais propostas dos candidatos

    Candidato / Partido / Propostas

    Pedro Sánchez / PSOE / - Fortalecer o Estado de bem-estar social com mais investimentos em saúde, educação e previdência; - Promover a transição ecológica com medidas para reduzir as emissões de gases do efeito estufa e incentivar as energias renováveis; - Dialogar com os independentistas catalães dentro da legalidade constitucional para buscar uma solução política para o conflito; - Defender a integração europeia e a cooperação internacional;

    Alberto Núñez Feijóo / PP / - Recuperar a economia pós-pandemia com medidas de estímulo fiscal e apoio às empresas; - Combater a corrupção com mais transparência e controle dos recursos públicos; - Defender a unidade nacional e a soberania espanhola frente às ameaças separatistas; - Reforçar a segurança pública e o combate ao terrorismo; - Apoiar os valores da família tradicional e da liberdade individual;

    Santiago Abascal / Vox / - Suspender a autonomia da Catalunha e prender os líderes independentistas; - Deportar os imigrantes ilegais e construir um muro na fronteira com o Marrocos; - Proibir os partidos de esquerda e os sindicatos; - Eliminar as leis de igualdade de gênero e de proteção aos direitos LGBTQIA+; - Sair da União Europeia e da OTAN;

    As expectativas para o resultado

    As pesquisas de intenção de voto apontam para uma vitória apertada do PSOE, com cerca de 30% dos votos, seguido pelo PP, com cerca de 25%, e pelo Vox, com cerca de 15%. O Unidas Podemos aparece em quarto lugar, com cerca de 10%, e os demais partidos ficam abaixo dos 5%.

    No entanto, nenhum partido deve obter a maioria absoluta de 176 assentos no Parlamento, o que significa que será necessário formar alianças para governar. A coalizão de esquerda liderada pelo PSOE deve somar entre 180 e 190 assentos, enquanto a coalizão de direita liderada pelo PP deve ficar entre 160 e 170 assentos.

    Assim, tudo indica que Sánchez conseguirá se reeleger como primeiro-ministro, mas terá que negociar com os seus aliados as condições para governar. Entre os principais desafios que ele enfrentará estão a recuperação econômica após a crise sanitária, a gestão da vacinação contra a covid-19, a reforma fiscal e a questão catalã.

    Feijóo, por sua vez, deverá se manter como líder da oposição, mas terá que lidar com a pressão do Vox, que pode tentar impor a sua agenda radical ao PP. Além disso, ele terá que reconstruir a imagem do seu partido após os escândalos de corrupção e as derrotas eleitorais.

    A minha opinião

    Na minha opinião, a eleição na Espanha é uma oportunidade para os espanhóis escolherem entre dois projetos políticos distintos: um que aposta na democracia, na justiça social e na diversidade; e outro que defende o autoritarismo, o neoliberalismo e o nacionalismo.

    Eu acredito que a coalizão de esquerda liderada pelo PSOE é a melhor opção para o país, pois representa uma alternativa progressista.

 

sábado, 22 de julho de 2023

ARTIGO - Vitória da Conquista: a esquerda paga o preço por não formar novos quadros. (Padre Carlos)

 


Números revelam: enquanto a direita cresce, esquerda estagna em Conquista

 


No papel de articulista, recai a importante responsabilidade de trazer à luz assuntos que tanto a esquerda quanto a direita preferem que permaneçam esquecidos ou ignorados, como os episódios relacionados ao fraco desempenho eleitoral ou incômodas alianças. Ao esclarecer essas questões, ainda que desconfortáveis, o articulista desempenha um papel fundamental para fomentar uma compreensão mais aprofundada e crítica da conjuntura política.

Uma análise dos números eleitorais em Vitória da Conquista nas últimas eleições indica um cenário preocupante para a esquerda local. Considerando a disputa para governo do estado na cidade, é possível observar que, de 2020 para 2022, o candidato Jerônimo (PT) obteve praticamente o mesmo número de votos: 53 a mais em 2022.

Ocorre que, no mesmo período, o número de eleitores na cidade aumentou significativamente, em 22.354 votos. Ou seja, o PT estagnou em termos de votos, enquanto o eleitorado cresceu. Isso revela que o partido não soube capitalizar o aumento de eleitores conquistenses para expandir sua votação.

No entanto, os mapas eleitorais recentes e a estagnação do número de votos em partidos de esquerda indicam que esta chance não foi adequadamente aproveitada. Enquanto a direita cresceu exponencialmente, atraindo novos eleitores, a esquerda ficou presa a seus redutos tradicionais. Essa incapacidade de atrair novos votos gerou uma situação delicada. Enquanto a direita obteve expressivo crescimento eleitoral na cidade, ampliando sua base de apoio, a esquerda ficou restrita ao mesmo contingente já fidelizado.

Tal cenário coloca em xeque a atuação do PT durante seus anos à frente da prefeitura de Vitória da Conquista. Apesar de exercer o comando do executivo municipal por várias gestões seguidas, o partido não consolidou um projeto consistente de formação de quadros e engajamento popular.

Agora, diante da expansão acelerada da direita, a esquerda corre o risco real de se tornar minoritária e marginalizada politicamente na cidade. Este perigo só será evitado se houver profunda autocrítica e renovação de práticas, com foco na sociedade civil e na construção coletiva de poder. Do contrário, a possibilidade de retomar a prefeitura tende a ficar cada vez mais remota.

Portanto, os números das urnas enviam um sinal de alerta. Para não se tornar nanica eleitoralmente, a esquerda conquistense precisa aprender com os erros do passado e trabalhar estrategicamente pelo futuro. Este é o desafio a ser enfrentado.

 

 


ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...