Números
revelam: enquanto a direita cresce, esquerda estagna em Conquista
No papel de articulista, recai a importante
responsabilidade de trazer à luz assuntos que tanto a esquerda quanto a direita
preferem que permaneçam esquecidos ou ignorados, como os episódios relacionados
ao fraco desempenho eleitoral ou incômodas alianças. Ao esclarecer essas
questões, ainda que desconfortáveis, o articulista desempenha um papel
fundamental para fomentar uma compreensão mais aprofundada e crítica da
conjuntura política.
Uma análise dos números eleitorais em
Vitória da Conquista nas últimas eleições indica um cenário preocupante para a
esquerda local. Considerando a disputa para governo do estado na cidade, é
possível observar que, de 2020 para 2022, o candidato Jerônimo (PT) obteve
praticamente o mesmo número de votos: 53 a mais em 2022.
Ocorre que, no mesmo período, o número de
eleitores na cidade aumentou significativamente, em 22.354 votos. Ou seja, o PT
estagnou em termos de votos, enquanto o eleitorado cresceu. Isso revela que o
partido não soube capitalizar o aumento de eleitores conquistenses para
expandir sua votação.
No entanto, os mapas eleitorais recentes e
a estagnação do número de votos em partidos de esquerda indicam que esta chance
não foi adequadamente aproveitada. Enquanto a direita cresceu exponencialmente,
atraindo novos eleitores, a esquerda ficou presa a seus redutos tradicionais. Essa
incapacidade de atrair novos votos gerou uma situação delicada. Enquanto a
direita obteve expressivo crescimento eleitoral na cidade, ampliando sua base
de apoio, a esquerda ficou restrita ao mesmo contingente já fidelizado.
Tal cenário coloca em xeque a atuação do PT
durante seus anos à frente da prefeitura de Vitória da Conquista. Apesar de
exercer o comando do executivo municipal por várias gestões seguidas, o partido
não consolidou um projeto consistente de formação de quadros e engajamento
popular.
Agora, diante da expansão acelerada da
direita, a esquerda corre o risco real de se tornar minoritária e marginalizada
politicamente na cidade. Este perigo só será evitado se houver profunda
autocrítica e renovação de práticas, com foco na sociedade civil e na
construção coletiva de poder. Do contrário, a possibilidade de retomar a
prefeitura tende a ficar cada vez mais remota.
Portanto, os números das urnas enviam um
sinal de alerta. Para não se tornar nanica eleitoralmente, a esquerda
conquistense precisa aprender com os erros do passado e trabalhar
estrategicamente pelo futuro. Este é o desafio a ser enfrentado.
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