sábado, 22 de julho de 2023

ARTIGO - Vitória da Conquista: a esquerda paga o preço por não formar novos quadros. (Padre Carlos)

 


Números revelam: enquanto a direita cresce, esquerda estagna em Conquista

 


No papel de articulista, recai a importante responsabilidade de trazer à luz assuntos que tanto a esquerda quanto a direita preferem que permaneçam esquecidos ou ignorados, como os episódios relacionados ao fraco desempenho eleitoral ou incômodas alianças. Ao esclarecer essas questões, ainda que desconfortáveis, o articulista desempenha um papel fundamental para fomentar uma compreensão mais aprofundada e crítica da conjuntura política.

Uma análise dos números eleitorais em Vitória da Conquista nas últimas eleições indica um cenário preocupante para a esquerda local. Considerando a disputa para governo do estado na cidade, é possível observar que, de 2020 para 2022, o candidato Jerônimo (PT) obteve praticamente o mesmo número de votos: 53 a mais em 2022.

Ocorre que, no mesmo período, o número de eleitores na cidade aumentou significativamente, em 22.354 votos. Ou seja, o PT estagnou em termos de votos, enquanto o eleitorado cresceu. Isso revela que o partido não soube capitalizar o aumento de eleitores conquistenses para expandir sua votação.

No entanto, os mapas eleitorais recentes e a estagnação do número de votos em partidos de esquerda indicam que esta chance não foi adequadamente aproveitada. Enquanto a direita cresceu exponencialmente, atraindo novos eleitores, a esquerda ficou presa a seus redutos tradicionais. Essa incapacidade de atrair novos votos gerou uma situação delicada. Enquanto a direita obteve expressivo crescimento eleitoral na cidade, ampliando sua base de apoio, a esquerda ficou restrita ao mesmo contingente já fidelizado.

Tal cenário coloca em xeque a atuação do PT durante seus anos à frente da prefeitura de Vitória da Conquista. Apesar de exercer o comando do executivo municipal por várias gestões seguidas, o partido não consolidou um projeto consistente de formação de quadros e engajamento popular.

Agora, diante da expansão acelerada da direita, a esquerda corre o risco real de se tornar minoritária e marginalizada politicamente na cidade. Este perigo só será evitado se houver profunda autocrítica e renovação de práticas, com foco na sociedade civil e na construção coletiva de poder. Do contrário, a possibilidade de retomar a prefeitura tende a ficar cada vez mais remota.

Portanto, os números das urnas enviam um sinal de alerta. Para não se tornar nanica eleitoralmente, a esquerda conquistense precisa aprender com os erros do passado e trabalhar estrategicamente pelo futuro. Este é o desafio a ser enfrentado.

 

 


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