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PT em Uma Encruzilhada: Entre a Esperança e o Risco
O início do governo Lula tem demonstrado
que o Partido dos Trabalhadores (PT) enfrenta um momento decisivo em sua
história. Se deseja verdadeiramente representar as minorias e defender os
valores progressistas, precisa repensar suas alianças e suas ações. Caso
contrário, corre o risco de nos legar um tipo de fascismo jamais visto. A
esperança que se acendeu naquela posse precisa ser preservada, mas para isso, é
preciso uma profunda reflexão e mudanças significativas no partido.
Não consigo acreditar que o marco temporal
e a exploração do solo da Amazônia estão sendo negociados por este governo. A
luta pela preservação do meio ambiente, que deveria ser uma bandeira
inegociável, parece ter cedido lugar a interesses políticos.
A hora de botar o dedo na ferida chegou, e
para isso, é necessário falar o que a esquerda não quer ouvir e tocar no ponto
nevrálgico. É essencial alertar sobre os riscos reais de termos no futuro não
um fascismo explícito, mas um fascismo com verniz democrático. Nossos
argumentos são consistentes, e essa discussão é urgente.
Não adianta dialogar apenas com aqueles
políticos que foram picados pela mosca azul do poder. Temos que nos dirigir aos
militantes simpatizantes e ao povo brasileiro, pois eles precisam se levantar
diante dos rumos que o governo vem tomando. O diagnóstico feito por Milly
Lacombe em seu artigo sobre o PT e os riscos que o partido representa apoiando
o marco temporal, indicando ministros conservadores e mantendo alianças
preocupantes, pode levar o PT a se tornar uma versão "light" do
bolsonarismo, traindo suas origens e bases históricas.
E para completar, há quase duas décadas, a
Bahia vive sob uma gestão petista que, ao invés de trazer melhorias, viu a
polícia do estado se tornar a que mais mata no Brasil. Criticamos outros
governantes, como Zema, Tarcísio, e Leite, mas, verdade seja dita, pelo menos
eles são fiéis ao que pensam e não se escondem atrás de discursos falsamente
belos. O atual governador da Bahia tem se destacado por declarações de forte
conotação nazi-fascista, pedindo louvores à sua polícia assassina e sugerindo
que "bandido bom é bandido morto".
Estamos em um momento crucial, onde o PT
precisa rever suas ações e alianças. É hora de retomar o compromisso com a
justiça social, a democracia, e a preservação do meio ambiente. A esperança que
a posse de Lula trouxe não pode se perder nas negociações políticas. A verdade
deve prevalecer, mesmo que doa. É o nosso dever, como cidadãos , apontar os
riscos e lutar por um governo que esteja verdadeiramente comprometido com os
ideais progressistas que o Brasil tanto precisa.