Reencontro
com um Companheiro de Lutas
Hoje, ao navegar pela vastidão da internet,
deparei-me com uma imagem que me fez recuar no tempo, uma viagem à era do
idealismo e das lutas estudantis na década de setenta. Essa imagem, caro
leitor, era a foto de um velho amigo que há mais de trinta anos não cruzava o
meu caminho: José Sérgio Gabrielli. Na juventude, nossos destinos se
entrelaçaram no fervor do movimento estudantil, quando eu cursava o Ensino
Médio e militava no movimento secundarista, Zé, junto com Zezéu, brilhavam como
estrelas no movimento universitário. Foi nesse cenário de efervescência política, que a
esquerda forjou seus melhores quadros.
Nossa trajetória conjunta ganhou força na
fundação do Partido dos Trabalhadores (PT) em 1980, um marco na história
política do Brasil. Em 1982, não hesitei em apoiar a candidatura de Zé Sérgio
Gabrielli a Deputado Federal, ao lado de figuras como Paulo Pontes e Zé Sérgio
Dapievi, formando assim, o que carinhosamente chamávamos de "Cordão da
Orla". Essa, caro leitor, é uma parte da minha história, da minha vida, e
também da história do Brasil.
José Sérgio Gabrielli, para aqueles que não
estão familiarizados com seu nome, é uma figura de destaque na esquerda
brasileira. Sua trajetória política é marcada por um compromisso incansável com
a justiça social, a democracia e a luta pelos direitos dos trabalhadores.
Durante sua gestão como presidente da Petrobras, entre 2005 e 2012, ele
desempenhou um papel fundamental na transformação da empresa em uma das maiores
petroleiras do mundo.
Mas o que me leva a escrever sobre esse
reencontro é mais do que uma mera celebração da nostalgia. É uma oportunidade
de refletir sobre o poder duradouro das amizades e das lutas compartilhadas. É
um lembrete de que, mesmo após décadas afastados, nossos ideais e compromissos
políticos continuam a nos unir.
Nossa sociedade atravessa desafios
complexos, e a política brasileira está mais polarizada do que nunca. No
entanto, ao reencontrar José Sérgio Gabrielli, recordo-me de que a verdadeira
mudança vem da ação conjunta, do diálogo e do compromisso comum de construir um
país mais justo e igualitário.
Às vezes, nos perdemos nas vicissitudes da
vida, mas nossas raízes políticas e ideológicas permanecem sólidas. O
reencontro com Zé Sérgio Gabrielli é um lembrete de que, não importa o quão
longe a vida nos leve, nossos princípios e valores perduram.
Em tempos de incerteza política e social,
talvez todos nós devêssemos fazer um esforço para buscar nossos "Josés
Sérgios Gabriellis" pessoais, aqueles amigos que compartilharam conosco
sonhos de um mundo melhor. Pois é nessa união que encontramos a força para
moldar o nosso futuro.
Assim, em meio às turbulências do presente,
meu reencontro com Zé Sérgio Gabrielli me lembrou da importância de manter
vivas as chamas das ideias progressistas e da amizade que nos impulsionaram nas
décadas passadas. Que essa lição inspire a todos nós a continuar lutando por um
Brasil mais justo e solidário, onde nossos ideais de juventude possam florescer
novamente, como uma semente que, após anos de adormecimento, finalmente
encontra solo fértil.
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