terça-feira, 15 de setembro de 2020

ARTIGO - Getúlio e Herzem “Aos amigos tudo, aos inimigos a lei, ” (Padre Carlos)

 


Getúlio e Herzem

“Aos amigos tudo, aos inimigos a lei, ”

 

 


Nossa cultura política de “Meletes e Peduros” aceita de bom grado que a lei não seja algo republicano, não vemos problema nenhum que alguns vereadores tenham suas emendas atendidas pelo prefeito, enquanto os vereadores de oposição tenham que se conformar com as desculpas prontas do gabinete de Pereira. Assim, a frase “aos amigos tudo, aos inimigos a lei, ” parece ter sido retirada dos livros de história e ressuscitada por esta administração.  Ela é atribuída ao ex-ditador/presidente Getúlio Vargas. Na verdade, quem a pronunciou pela primeira vez foi o também ex-presidente Artur Bernardes.  Vargas a incorporou ao seu discurso, não sem antes aprimorá-la. Dizia ele que: "Aos amigos tudo, aos inimigos o rigor implacável da lei, se possível”.  Não deixa de ser contraditório que, como ditador, ele punisse adversários com os rigores da lei.

 


Lembrei-me dessas frases ao constatar que um pedido de um vereador de oposição para fazer um memorial ao Padre Benedito, perto do Hospital Geral já estava completando quatro anos e todo ano o referido vereador renovava o pedido. Achava que era difícil devido a burocracia ou quem sabe, faltava recursos aos cofres públicos. Qual não foi minha surpresa quando um vereador da situação prometeu ao Bispo que conseguiria que a rua em frente à Catedral fosse fechada e seria criada um calçadão no local com o nome de Dom. Celso José. Naquele momento achei que se tratava de mais uma promessa de político, mas, em menos de trinta dias o referido vereador e o prefeito estavam inaugurando a obra.

Mas, afinal, existem duas leis no Brasil? Uma que permite que um vereador seja contemplado em relação as suas emendas impositivas, enquanto outro não seja atendido nem lembrado? Há legislação federal, por meio de Emenda à Constituição de 2015, garantiu tal direito aos legisladores, porém, a Prefeitura não vem atendendo às determinações impostas pelos vereadores ao orçamento desde que foi criada e assim, termina deixando de cumprir com sua responsabilidade. A lei determina que 1,2% do Orçamento Municipal seja liberado aos vereadores, percentual este dividido entre os 21 parlamentares, para que possam fazer suas indicações as suas emendas impositivas. 


 

Diante da proeza daquele vereador, foi mais uma vez como pesquisador das causas política buscar nos livros de história algo que pudesse responder o que estava acontecendo e se havia alguma semelhança em algum momento da nossa história, para compreender a diferença das duas emendas. Mais uma vez Vargas responde as minhas indagações quando disse que “o Diário Oficial é o local onde se arquiva amigos e aliados”. E isso diz muito desse sistema político que temos onde procedimentos democráticos convivem bem com elementos autoritários. Esse expediente é o que faz nossas administrações sobreviverem às intempéries da política local.

 Para Vargas, a lei, no Brasil, tinha dono.  Isso era comum no tempo dele, bem como no nosso. O fato é que fomos sendo formados pela lógica de que a lei não é algo para todos, para assegurar direitos e deveres. Para nós, a lei serve para punir uns e agraciar outros.

 

 

segunda-feira, 14 de setembro de 2020

ARTIGO - O nosso centrão de cada dia Padre Carlos)

 


 

O nosso centrão de cada dia

 


         Depois de mais de quarenta anos de militância, pensava que nada mais iria me surpreender nesta vida, principalmente no métier da política. Infelizmente, percebemos que quanto mais o conhecimento das ciências políticas evolui, as razões de alguns homens públicos vão se perdendo conforme as “ oportunidades ” vão surgindo e moldando a base de seus interesses.

        


O fato que chamou minha atenção e fez com que buscasse entender o que está acontecendo na política baiana, foi o pronunciamento do presidente do Partido Liberal, na convenção do DEM de ACM Neto. Segundo o deputado federal, Abílio Santana: “ Seria infantilidade estar do lado do perdedor, dos fracos”. Inicialmente pensei que ele se referia ao pobre ou falava de uma questão ideológica. Porém, este “ homem público”, fala de quem daria mais pelo seu apoio, quem teria capacidade de vencer para desfrutar das benesses do poder. Não está em discussão um projeto para a cidade ou uma articulação que ´poderia melhorar a vida dos soteropolitano, mas, quem teria capacidade de ganhar, para que juntos com eles, pudessem “desfrutar da glória”

         Ao afirmar publicamente o que pensa, o PL faz uma escolha clara e por mais que sejamos pragmáticos, temos que avaliar os quadros que a legenda tem na Assembleis Legislativa e até que ponto podemos confiar para que possam usar a máquina do governo e não se aproveite desta estrutura para apunhalar seus aliados pelas costas.

Autoconhecimento e conhecimento do oponente são fatores críticos de qualquer planejamento estratégico no campo eleitoral moderno. O que era essencial para Sun Tzu não era o que ele sabia, mas o que ele não sabia. Desta forma, podemos entender que o grande problema de Rui e do PT, não é a perda do PDT ou do PL, mas, como os outros partidos de centro se posicionarão em relação a cabeça de chapa em 2022.

Um dos melhores quadros que o partido tem hoje na Bahia é o ex-governador Jaques Wagner, sua habilidade de negociação é a capacidade de ouvir, fez deste negociador sindical, uma peça importante neste tabuleiro de xadrez que é a política eleitoral. Quando sabemos ouvir, conseguimos entender nossos aliados e até nossos oponentes. Para entendermos os problemas do outro lado, temos de estar prontos para aceitar seus argumentos e saber dividir a base de poder. Negociadores que têm essa habilidade conseguem "desarmar" com facilidade seus oponentes, pois os "ataques encontram o vazio"; o vazio é o vácuo, e no vácuo não há resistência. Mas lembre-se: tudo isto só dará resultado, se tivermos a caneta na mão. A esquerda tem uma virtude que se transforma em defeito, ela honra seus acordos e é previsível, enquanto seus aliados, se posicionam diante das “oportunidades” que aparecem.

        


Não podemos negar que ACM Neto, não tenha feito o dever de casa e que gostaria que estes partidos saíssem da base do governador. Nestas horas temos muito que aprender com o Dr. Ulysses Guimarães, quando disse:  “Não se pode fazer política com o fígado, conservando o rancor e o ressentimento na geladeira”.  Os Democratas, conseguiram deslocar parte desta base, compete aos petistas saberem amenizar tal perdas e reparar estas rachaduras.

 

 

 


quinta-feira, 10 de setembro de 2020

ARTIGO - O impeachment de Herzem (Padre Carlos)

 


 

O impeachment de Herzem

 

Quando tomei conhecimento pela imprensa local que o vereador David Salomão (PRTB) formulou uma ação de impeachment para afastar o Prefeito Pereira, sabia que apesar de ter elementos suficientes para apresentar tal pedido a direção daquela casa, seu objetivo era outro. Com um comportamento polêmico e buscando criar um fato político para alavancar sua candidatura, este parlamentar esqueceu que política não se faz com bravata. Desta forma, o vereador acusa em um destes pedidos, Herzem Gusmão de causar prejuízos milionários aos cofres municipais com a contratação de empresas para operar emergencialmente o sistema de transporte coletivo urbano do município, sem a realização de licitação.         


Além deste pedido, o parlamentar que é candidato também a prefeito de Vitória da Conquista, responsabiliza o executivo municipal por supostas irregularidades cometidas pelo prefeito na contratação de um empréstimo de R$ 60 milhões junto à Caixa Econômica Federal através do Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa II) para execução de obras no município.

No meio dessa confusão, gostaria de lembrar ao vereador, que o Professor Cori foi o parlamentar que mais denunciou esta questão do transporte público na nossa cidade e se fosse assim tão fácil afastar um prefeito legitimamente eleito, a oposição já teria feito. O senhor como operador do direito, deveria saber que o impeachment é um julgamento mais político do que técnico (ou jurídico).   O crime de responsabilidade é submetido à interpretação política de uma maioria parlamentar qualificada, que dependendo da conjuntura, independente de provas e crimes, se transforma em um julgamento político e assim, não é de forma alguma considerado um mecanismo de aprimoramento democrático mas, esqueci que democracia não é o seu forte.

        A história é a maior professora que a classe política pode ter e nos últimos anos, este aparato jurídico vem se revelando cada vez mais como uma ferramenta da burguesia para que esta se livre de governos que se tornaram disfuncionais aos seus interesses.

        


Hoje, não dispomos de maioria nem temos um clima na cidade favorável para afastar o atual prefeito. Mesmo sabendo que esse julgamento tem sim um lado jurídico que deve prevalecer, gostaria de lembrar que a fundamentação apresentada por este pedido não se sustenta, mesmo acreditando que exista elementos que possam levar a evidencia de irregularidades.

 Assim, sabendo que o impeachment é um julgamento político, mas que precisa de uma base técnica, jurídica para ser legítimo, não restou outra alternativa à Câmara de Vereadores desta cidade, a não ser rejeitar estes pedidos.

 

quarta-feira, 9 de setembro de 2020

ARTIGO - A oposição e o conto do vigário (Padre Carlos)

 


 

A oposição e o conto do vigário

 


Segundo a lenda, o conto do vigário aconteceu no século XVIII na cidade de Ouro Preto entre duas paróquias: a de Pilar e a da Conceição que queriam a mesma imagem de Nossa Senhora.

Um dos vigários propôs que amarrassem a santa no burro ali presente e o colocasse entre as duas igrejas. A igreja que o burro tomasse direção ficaria com a santa. Acontece que, o burro era do vigário da igreja de Pilar e o burro se direcionou para lá deixando o vigário vigarista com a imagem.


Esta estória, reflete bem o que aconteceu em Vitória da Conquista entre o prefeito e parte do parlamento que não apoia sua administração. Quando os vereadores de oposição ajudaram a aprovar o Finisa 1 e 2, empréstimo feito pela prefeitura junto à Caixa nos valores de 105 milhões de reais para a execução de obras de infraestrutura, achavam que Pereira, teria alguma consideração com esta bancada e democratizaria os dividendos eleitorais com toda a casa. Desta forma, a grande maioria dos parlamentares aprovaram o Programa de onde veio recursos para muitas obras, não sabendo aquela bancada que ao concordar em dar munição ao seu adversário político, estariam dando um tiro no próprio pé, ou seria no peito? 

Achar que os eleitores vão lembrar que as oposições também votaram neste programa é ingenuidade política. O eleitor não é um agente financeiro, nem sabe que aquele recurso que foram necessários para realizar aquela obra teve a participação da Câmara de Vereadores, ele só vai se lembrar do vereador que o prefeito vem nos últimos dias desfilando entre estas obras e de uma forma indireta, vinculando estas ações ao determinado candidato.

Diante disto, lamentamos que vereadores da Situação queiram tirar o mérito desta Casa. Não. Vereadores da Oposição votaram favorável também, assim como os vereadores da Situação.

Em determinado momento, a ética termina sendo uma grande inimiga da esquerda em determinadas decisões. Além de combater a corrupção nos meios políticos, ela busca construir uma sociedade inteira com base no princípio da honestidade consigo mesmo e com seus semelhantes. Assim, em nome da honestidade ou do politicamente correto, termina dando a corda para seu carrasco.

Na verdade, esta bancada de oposição foi composta com muitos parlamentares sem experiência necessária e isto se tornou evidente nos embate político, claro com raras exceções. Desta forma, estes calouros viveram nesta legislatura um verdadeiro Guia de armadilhas para políticos inexperientes. Outro problema enfrentado por este grupo, foram os parlamentares adesistas e infiel, onde o líder nunca pode contar com aquele voto.


Mas, gostaria de chamar a atenção dos cardeais destes partidos e lembrar que estes parlamentares não tiveram apoio e acompanhamento destas agremiações. Foi com muita dificuldade que estes vereadores cresceram, evoluíram! Nada no mundo da política é dado, tudo tem um preço a pagar, e só o tempo – a cada novo passo a cada voto, foi ensinando isso para estes guerreiros e guerreiras, para cada um e cada uma daquela bancada. O parlamento e a vida são uma escola sem professor!

segunda-feira, 7 de setembro de 2020

ARTIGO - Precisamos de uma missão (Padre Carlos)

 


Precisamos de uma missão

 


Uma das coisas que mais chamava a minha atenção como teólogo e filósofo quando exercia o ministério sacerdotal, era a preocupação que boa parte dos meus antigos paroquianos começavam a ter sobre a velha questão do sentido da vida; da falta de fé e o medo da morte. Estas reflexões levavam a certeza da nossa finitude e que nossas vidas precisavam ter um proposito, um sentido e mesmo se tratando de uma comunidade rural, começavam a ter consciência que era necessário dar um sentido, uma resposta a sua existência. Quando a nossa fé nos interroga, devemos responder as estas questões não com o intelecto, com certeza teológica, mas com simplicidade e leveza da alma, na certeza que somos responsáveis por nossas vidas, como disse Santo Agostinho: temos livre arbítrio para escolher ou como disse Sartre: o homem está condenado a ser livre, mas, é também responsável por tudo que fizer. Desta forma, o homem se projeta para o mundo, sabendo das consequências que esta liberdade acarreta em suas existências.

 


São estas reflexões que nos levam a certeza da nossa finitude mas, não de uma finitude qualquer, ela nos leva a busca de uma causa que represente o nosso sagrado, ou o nosso código de ética para que realmente tenha condições de representar algo que dê sentido à nossa existência e não um ser que simplesmente encerre a vida. A certeza da nossa finitude, abre a discussão e põe o grande enigma em evidência: a morte, esta é assunto inevitável em uma abordagem, seja de caráter filosófico ou teológico. É preciso entendermos nossa vida é preciso dar sentido a nossa existência, ela carece de utopia já que a morte é inevitável.

 

         Quando perdemos alguém especial, terminamos despedindo de uma parte de nós mesmo e temos que apreender a conviver com a saudade e as lembranças que ficaram, isto tudo é muito doloroso. Mas não podemos esquecer que a morte também tem sua dimensão pedagógica, ela existe para lembrarmos que morreremos um dia e por esta razão, não podemos ficar adiando nossas ações até o infinito. Se fossemos imortais, nunca teríamos a necessidade realizá-las logo. Assim, a finitude, a temporalidade, não é apenas uma nota essencial da vida humana, ela é também constitutiva do seu sentido e está fundada em seu caráter irreversível. Daí, que só se pode entender a responsabilidade que o homem tem pela vida quando a referimos à temporalidade, à vida que só vive uma única vez. Como bem disse o poeta Vinicius: “ Feito essa gente que anda por aí brincando com a vida. A vida é pra valer. E não se engane não, tem uma só. Duas mesmo que é bom. Ninguém vai me dizer que tem. ”

 


Nesta caminhada do meu presbitério, constatei que muitos fiéis após a perda de um ente querido, ficavam inseguros e sem saber se a sua vida ainda tinha algum sentido. O que importa numa situação como esta, é acreditar na sua capacidade de continuar vivendo, sabendo inclusive que parte do sentido da vida está, precisamente, em superar interiormente a infelicidade, em crescer com ela. Nada há de mais apropriado para  vencer ou superar suas dificuldades do que ter a consciência de que tem uma missão a cumprir na vida.  Neste sentido, penso que minha missão é antes de tudo, está comprometido com a luta por Justiça no mundo, jamais me imaginei de mãos dadas com os fariseus – mesmo porque, bom que se diga, foram os que detinham e detém o poder político, econômico e religioso que mataram Jesus e hoje, em nossos dias, defendem em seu projeto de sociedade questões conservadoras que aprofundam mais e mais a pobreza e a injustiça.


sábado, 5 de setembro de 2020

ARTIGO - Aprendemos com os nossos Próprios Erros? (Padre Carlos)

 


 

 

 

As administrações petistas na nossa cidade sempre se destacaram pelos bons índices de aprovação alcançados nos vinte anos em que esteve à frente do governo municipal, tanto nas pesquisas de opinião pública, quanto no meio empresarial e nas camadas mais populares. Guilherme Menezes foi eleito em 96 com cerca de 56,7% dos votos. O que deixa claro que foi uma eleição apertada.

Mesmo a cidade sitiada por lixo, a votação da direita foi considerável e os votos para a chapa proporcional revelavam isto. Não só conseguia a maioria no parlamento, mas, faziam uma oposição acirrada para voltar ao poder. Assim, não podemos deixar de avaliar que as forças de direita sempre estiveram vivas e esperaram o momento certo para deslocar parte da base que este projeto conseguiu aglutinar, para enfraquecer o seu oponente.

  


Nesta gestão, aconteceu uma evolução significativa do nível de popularidade do partido e dos seus gestores, criando assim as condições necessárias para transformar Vitória da Conquista em uma das cidades mais prospera do Norte e Nordeste do país. 
    Em pouco tempo, com uma equipe de governo austera e comprometida, sob o comando do Professor Wilton Cunha, o Governo Participativo conseguiu sanear as dívidas da cidade, ajustou as contas com os credores e passou a pagar ao funcionalismo em dia. Desta forma restabeleceu a dignidade do Município e também de sua gente. Desde então vários avanços aconteceram a partir da iniciativa de Guilherme Menezes e do Professor José Raimundo. Serviços públicos importantes receberam a devida atenção, e os avanços foram efetivos nas áreas de finanças, saúde, educação, moradia, cultura, meio ambiente e recursos hídricos, atenção à criança e ao idoso.

         A solidez do prestígio da administração petista era tão considerável que, apesar de enfrentar partidos consolidados na cidade e toda a força da máquina administrativa do Governo ACM, não abalava seu projeto de governo.  Mas o que aconteceu com esta máquina de voto? Avaliando hoje os nossos erros, podemos afirmar que eles não se diferenciam dos grandes problemas enfrentado pela esquerda quando permanece muito tempo no poder, segundos os cientistas políticos, distancia-se da sua base e passar a acreditar que o voto de opinião e suas realizações lhes bastam.

         Uma das coisas que tenho observado é que temos aprendidos mais com os erros de Herzem do que com os nossos. Acredito que o partido se torna maduro quando é capaz de olhar os seus erros de frente e crescer com ele. O erro faz parte do crescimento de grupos e de pessoas, ele tem uma profunda dimensão pedagógica para o partido e as suas lideranças. Todavia, isso não é desculpa para se persistir no erro, ao contrário, é uma oportunidade para enxergarmos de forma diferente, extraindo dele todo o aprendizado que pode nos proporcionar um retorno seguro ao comando da capital do Sudoeste.

        


Temos que buscar uma aliança com nossos parceiros antes do segundo turno. Conversar com o PSB e o PSD é fundamental para trazer votos que jamais poderíamos alcançar. A conversa com o PCdoB é importantíssima, nunca este partido se preparou tanto como tem feito nesta eleição com  grandes quadros  e uma chapa proporcional que dá inveja a qualquer legenda. Além da importância deste partido, não podemos deixar de buscar um entendimento com estes dois partidos em razão da importância do voto de centro e de centro direita.

O erro sempre pode nos ensinar algo. Ele não é fim, mas pode ser sempre a possibilidade para um novo começo.

 

 


quinta-feira, 3 de setembro de 2020

ARTIGO - A solução é renovar? (Padre Carlos)

 


 

 

 

A solução é renovar?

 




Quando Eça de Queiroz falou que "os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente e pela mesma razão", não queria dizer que renovar fosse a única solução para todos nossos problemas.


Quando ouvimos certos discursos por renovação da Câmara de Vereadores da nossa cidade, fico pensando nos motivos que são apresentados por certos eleitores: precisamos renovar! Como assim, trocar essas pessoas só por que têm mandato? A questão não pode ser tirar por tirar porque estão exercendo um mandato, tem mais a ver com uma questão de renovar as ideias. Somos a favor da renovação, mas a renovação precisa ser menos ingênua. Tem que renovar mais ideias do que propriamente trocar pessoas o tempo todo.

A gente reclama muito dos nossos vereadores, da qualidade técnica e política dos nossos representantes e temos toda razão em fazer isso, mas a discussão está em outro lugar, na capacidade que a gente tem de olhar para os bons políticos e avaliar o trabalho dele, e punir o mau trabalho.

Se por um lado os novos parlamentares tendem a carregar ideias mais arejadas, por outro a política não é feita apenas de boas ideias. Não podemos esquecer, que os vereadores mais antigos conhecem os meandros da política os ritos formais necessários para que essas ideias se concretizem, o que os novos ainda desconhecem. Minha experiência na vida política leva a crer que a mistura entre novatos e experientes é salutar.


Precisamos acabar com o preconceito de achar que o parlamento além de uma vocação não seja também uma profissão na política. Como um bom profissional, ele tem que se dedicar várias horas do dia estudando e se informando como muito rigor. Assim, queremos chamar a atenção das chapas majoritária e das grandes lideranças da nossa cidade, que um parlamentar que se profissionaliza, além de ser um grande quadro para o partido e para o projeto de governo deste, é também um bom político. Só os bons parlamentares, sabem como a Câmara funciona, como os projetos são aprovados,  não dependem dos assessores a todo momento. Se ficarmos trocando estes quadros o tempo todo, substituindo o tempo inteiro, [a política] vai ficar nas mãos das burocracias e não do eleito.


ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...