domingo, 19 de fevereiro de 2023

ARTIGO - “A morte de alguém sempre me diminui, pois faço parte da humanidade”. (Padre Carlos)

 Zezéu vou votar em você, quero vê a cidade de felicidade votar no PT.

 


Shakespeare (O mestre maior das paixões humanas) escreveu que “quando alguém morre a sua bondade é também enterrado com ele”, o que não ocorreu com meu amigo Zezéu, pois a sua bondade permaneceu desinteressadamente, sua bondade através de sua humildade, sua capacidade de agregar os amigos, sua coragem como militante e político, ajudou o PT da Bahia a se tornar um partido viável eleitoralmente.

Neste sábado vai fazer oito anos que meu amigo partiu. Por isto, honrar o legado de Zezéu e buscar o resgate da sua memória pode ajudar a manter viva sua história e a sua luta. É uma forma de resgatar a memória e as contribuições que ele fez durante sua existência, que vai do movimento estudantil a forma humanizada que uma cidade poderia ser administrada. Só assim poderemos ajudar a manter seu espírito vivo para aqueles que o amaram.

 O resgate da memória de Zezéu pode ajudar a preservar a história e a cultura de uma nova geração de arquitetos preocupado com a cidade e as pessoas que não tem uma casa ou ao grupo de político progressista ao qual o amigo pertencia. As histórias deste grande militante podem ser compartilhadas e transmitidas a outras pessoas e ajudar a manter vivas as tradições e valores daquele grupo que queria e mudou a Bahia.

A sua risada muito característica durante as conversas era um espelho de sua bondade, de sua ausência de maldade. A sua morte faz lembrar que quando morre um companheiro de luta como este toda esquerda, todo sonho de liberdade e justiça também morre um pouco e como disse o poeta inglês: “a morte de alguém sempre me diminui, pois faço parte da humanidade”.

Tive oportunidade de conhecer Zéu, Doia e Pola e criar uma amizade com aqueles meninos. Coordenei sua campanha em 1990. Meu amigo partiu em 2015 e deixou muita saudade.

 Em resumo, o resgate da memória de Zezéu pode ter  importância significativa, desde honrar o legado do amigo até preservar a história e a cultura de um partido e de toda uma geração.

 

José Eduardo Zezéu Vieira Ribeiro (Salvador, 21 de novembro de 1949 — São Paulo, 25 de fevereiro de 2015) ·.

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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

ARTIGO - Meus carnavais de chuva suor e cerveja (Padre Carlos)





Meus carnavais de chuva suor e cerveja


Hoje estava pensando nos meus carnavais de chuva suor e cerveja. Nos blocos de rua, das batucadas e cordões. Com alguns instrumentos e uma corda, arrastávamos muita gente. Quem conseguia captar o sentimento daqueles jovens era Sérgio Sampaio:
 “Eu quero é botar meu bloco na rua
Brincar, botar pra gemer
Eu quero é botar meu bloco na rua
Gingar, pra dar e vender” Assim, cada bairro vinha para avenida com sua batucada e trazia os amigos da escola e da rua, com nossas mortalhas feitas pela mãe de algum participante daquele bloco.
Que emoção era descer a ladeira de São Bento, a procura dos amigos. Encontrar os companheiros de militância em frente ao clube de engenharia. Fazíamos daquele espaço o QG do DCE e do movimento de esquerda. Que saudade do cordão da orla com era chamado: Paulo Pontes, Dapieve, Aninha, Valdelio, Pedro Yapone, Anilson, Zezeu Pola e tantos outros.

Depois de sonhar com as revoluções, voltava para o Campo Grande pela Carlos Gomes. À noite, brincávamos no Clube Português e encontrava os amigos do bairro.
             Tem pessoas que não param no tempo é como se a vida fosse de forma linear e eles jamais ficassem velhos e ultrapassados. Quando vejo Caetano e Gil, cantando com esta nova geração de cantores do carnaval baiano, acredito que dentro deles não existe tempo nem espaço, são verdadeiros mitos da nossa cultura.
            Quando Caetano volta do exílio, encontra nosso carnaval em uma mudança profunda. Passamos a partir daquele ano, a vivenciar a contra cultura no carnaval e depois desta experiência, o carnaval de Salvador, jamais foi o mesmo. Só o poeta é capaz de influenciar e se deixar ser influenciado, por isto, tem a capacidade de captar nossos sentimentos e traduzir em versos as nossas emoções.
“Não se perca de mim
Não se esqueça de mim
Não desapareça
Que a chuva tá caindo
E quando a chuva começa
Eu acabo perdendo a cabeça
Não saia do meu lado
Segure o meu pierrot molhado
E vamos embolar ladeira abaixo
Acho que a chuva ajuda a gente a se ver
Venha veja deixa beija seja
O que Deus quiser
A gente se embala se embora se embola
Só pára na porta da igreja
A gente se olha se beija se molha
De chuva suor e cerveja”

Hoje, entendo aquela geração que brincava para esquecer aqueles anos de chumbo e buscava nas ruas através de protestos, uma forma de se rebelar contra o sistema. Assim, aqueles meninos lutavam bravamente com as armas que tinham. Na década de 70, lutávamos contra um regime que mantinha nossos sonhos encarcerados, mas, expressávamos no carnaval todo aquele sentimento de impotência, nosso carnaval era democrático.  O Brasil vivia censurado pela ditadura e o carnaval tinha essa função de panela de pressão.
Já na década de 80, o carnaval já tinha uma estrutura empresarial e musical (sonorização, palco) montada em cima de grandes caminhões. Criação típica do carnaval baiano, esta estrutura, passava agora a animar as nossas festas populares com a participação de músicos de axé. Os trios passam a percorrer outros circuitos que não era o Campo Grande a Praça da sé. O trio elétrico mais popular do carnaval de Salvador não é mais o Jacaré nem o Saborosa, agora é o Chiclete com Banana. Naquela década assistimos à queda do Regime Militar e não demos conta de outra queda que estava se dando, a do carnaval popular.

Padre Carlos


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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

ARTIGO - A briga entre Cristovam Buarque e Roberto Freire define o futuro do Centro: direita ou esquerda? (Padre Carlos)

 

Quem disse que não poderia juntar PT e PSDB.

 



As discussões travadas dentro do Diretório Nacional do partido Cidadania, ex-Partido Popular Socialista, ex-Partido Comunista Brasileiro, tem servido como parâmetro para definir para onde o antigo Partidão quer seguir e sobre o legado de tantos camaradas que morreram sem conhecer este lado tenebroso do PCB e os quadros de direita que se formaram dentro dele.  Desta forma, ao acompanhar pela imprensa os desentendimentos entre o seu presidente, o ex-deputado federal Roberto Freire, e o ex-senador Cristovam Buarque, pude entender o tamanho das zonas mais profundas da região abissal, que separam as lideranças deste partido.

A relação do Cidadania com o PSDB tem levado o partido cada vez mais para a direita, desta forma, apesar de ter conseguido eleger 5 deputados federais, para surpresa das bases seus novos parlamentares são todos bolsonarista disfarçados. O mais grave é que recentemente, por 60% a 40%, a Executiva do partido aprovou uma moção de apoio ao governo Lula e o partido não sabe como estes parlamentares se posicionarão quando houver o embate dentro do Congresso. Buarque votou a favor, Freire foi contra. Examina-se, agora, a ampliação da federação com a entrada do Podemos e do MDB.

Observador da política local e nacional, o ex-governador disse que entrou no Cidadania achando que encontraria ali uma esquerda moderna, progressista. Infelizmente um agrupamento que segue o ex-deputado federal Roberto Freire, aliado há o que existe de pior na política, levanta a questão que a esquerda nostálgica quer repetir o passado. Diante de manifestações de direita e alinhamento ao bolsonarismo o ex-senador Cristovam Buarque disse: “Se tiver que escolher entre a esquerda atrasada e a direita escravocrata, ficarei com a esquerda”.

Cristovam levanta a tese que o primeiro erro foi à divisão do PT e PSDB. O símbolo máximo é a eleição do Bolsonaro. Nós falhamos porque a escola não melhorou como deveria a saúde não melhorou como deveria a economia não cresceu como deveria. Nós falhamos, não criamos, realmente, um Brasil diferente. E foram 26 anos. Se PT e PSDB tivessem criado um projeto que os unificasse, nem tinha Bolsonaro e teríamos feito muita coisa. A educação, por exemplo, poderíamos ter adotado uma geração, como dizia a Heloisa Helena, e depois essa geração nos adotaria. Perdemos tempo. Por isso, votei na chapa Lula e Alckmin e estou disposto a apoiar o seu governo.  Quem disse que não poderia juntar PT e PSDB.


segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

ARTIGO - Devemos despir o Papa das últimas vestes de César? (Paadre Carlos)

 O Papa precisa ser chefe de Estado?



 

O início do século XX foi marcado por um período de mudanças, políticas e sociais. Essas mudanças  no cenário político global, fez com que muitas monarquias viessem a baixo. Os ventos republicanos que sopraram em todo o velho continente não chegaram aos morros do Vaticano. Pensamentos como este só puderam ser abordados de forma superficial meio século depois, já no Vaticano II.

Quem conhece um pouco de eclesiologia, sabe que a Igreja é a única instituição verdadeiramente global, com um mandatário divino, que é também chefe de Estado. Assim, diante das reformas que Francisco pretende para todo o corpo eclesial, nos perguntamos: Que sentido tem que o Papa sendo chefe da Igreja, seja também um chefe de Estado? Depois do Vaticano II, com o aggiornamento de uma possível era republicana na cúpula da Igreja Católica, é admissível ou não a natureza político-constitucional e jus-internacional da própria Igreja e do seu representante? Não seria o momento de separar as dimensões de poderes e despir o Papa das últimas vestes de César? Não seria esse o próximo passo da Igreja no caminho do despojamento e do desprendimento? Para avança na questão do poder, não deveríamos enfrentar de frente a "despolitização" do Vaticano e da Igreja e  se entregar à sua verdadeira missão  espiritual e pastoral?

Confesso a vocês que pensava também desta forma e nas abordagem o militante incendiário da minha juventude se misturava numa simbiose com o teólogo, mas quando olhamos para as contribuições do Papa e da rede diplomática do Vaticano a serviço da paz e da justiça, na defesa da dignidade das pessoas (refugiados e marginalizados), na denúncia do capitalismo selvagem, das perseguições e violências, eu me  perguntei: O mundo estaria melhor e os homens viveriam melhores se a Igreja não dispusesse deste aparelho de Estado?

   Não há dúvida que a Igreja esteja precisando de uma reforma. Por isto,  chamamos a atenção dos mais jovens para não cairem na tentação e erros das gerações passadas que achavam que reformar é abandonar tudo aquilo que é tradição.  Não devemos exigir nem incentivar o abandono de um dos grandes ministérios de que dispomos para servir a Humanidade - a sua diplomacia em favor da justiça e da paz, decorrente do reconhecimento internacional da sua natureza de Estado.

Assim quando o Papa Francisco visitou a República Democrática do Congo e no Sudão do Sul, massacrados pela violência, pela exploração, numa dor sem fim. Este enviado de Deus num esforço fisicamente tão penoso se ajoelhou diante dos três líderes do Sudão do Sul e lhes beijou os sapatos, suplicando um esforço para avançarem na paz.

Um chefe de Estado que se coloca a serviço da paz e não busca o poder nem reconhecimento. Como disse o Santo Padre: "Se vivermos para "nos servirmos" do povo em vez de "servir" o povo, o sacerdócio e a vida consagrada tornam-se estéreis. Não se trata de um trabalho para ganhar dinheiro ou ter uma posição social nem para resolver a situação da família de origem, trata-se de serem sinais da presença de Cristo, do seu amor incondicional, do perdão com que quer reconciliar-nos.”.

Que o Espírito Santo nos dê entendimento para que saibamos reformar a Igreja preservando o que há de mais sagrado na sua essência que é o serviço.  "Não somos os chefes de uma tribo, mas pastores compassivos e misericordiosos; não somos os donos do povo, mas servos que se inclinam a lavar os pés dos irmãos e irmãs."

 

 

 




sábado, 11 de fevereiro de 2023

ARTIGO - Um dia você pode acordar e perceber que perdeu um verdadeiro amigo. (Padre Carlos)

 

Dê valor a quem gosta de você.

 



Uma das coisas que eu mais gosto nesta vida é me lembrar dos amigos. Lembro-me de cada um deles em cada fase da minha vida. Assim, tem os amigos da  infância na Pituba, da minha adolescência na Paróquia de Santo André, da CVX, da minha caminhada como militante, os amigos dos seminários de filosofia e teologia e tantos outros que fui conquistando ao longo nesta vida. Afinal, qual a graça se não pudermos  guarda-los como algo bom, que nos ajudará a escrever uma nova pagina  do livro das nossas vidas.

 

Vivemos em um mundo carente de amor e transparência, mas não digo isso apenas das relações amorosa, Eros, da paixão, do amor erótico, mas da Ágape, do amor que se doa, do amor incondicional, do amor que se entrega do amor entre amigos. Como estamos nos relacionando com as pessoas que gostam da gente? Como estamos tratando as nossas amizades? A forma com que abdicamos de está com eles devido o corre-corre do dia a dia, terminamos  deixando pra traz, muitas coisas boas de lado. Assim, quando acontecem as perdas, terminamos  ferido e sangrando nossa alma, âmago, e espirito! Um exemplo claro são as desculpas que damos para rever quem amamos. Eu quero isso, mas não consigo (Não consegue? Por qual motivo?)  Note como é mais fácil criar justificativas, e nisso sonhos são abdicados, e vidas são consumidas por uma desculpa que você mesmo criou, triste não?

 

Da mesma forma que justificativas são criadas, vejo frequentemente a facilidade de descartar os amigos que se encontram distante. Aquele amigo de longa data que você abandonou por ter perdido o contato no celular, aquele amigo que sempre esteve do seu lado em momentos difíceis e você se afastou por colegas de contextos momentâneos, a amizade que no calor da discussão política entrou em crise e acabou isso é triste, percebo que as novas gerações não entendem o valor deste carinho, por Isto suas relações são instáveis, não se vê amizades de longa data, amigos duradouros, e sonhos construídos com esperança e esforço, mas sim a presença constante do comodismo e de relações construídas na mentira que da mesma forma que começaram terminaram.

 

Por isso sempre questiono os meus amigos para não entrarem nesta dinâmica. Quem nasceu na década de cinquenta e sessenta, não foi feito com este barro. Esta nova geração com as quais nos  deparamos e que tentam nos mostrar caminhos e alternativas fáceis, pessoas de sorrisos fáceis, amizades fáceis, sentimentos fáceis, amores fáceis, para ser sincero isso assusta. Mas em compensação quando abraçamos e queremos bem, pode ter certeza que é verdadeiro, se somos  amigos temos que ser mais presente, é está magia que fará com que  a nossa mão seja estendida no decorrer do tempo, pois sei o quão difícil foi tê-la em um mundo em que interesses vencem amizades, se for verdadeiro o sentimento  não teremos medo de  perde-lo, pois saberemos o quanto foi difícil encontrá-lo ou tê-los como meu amigo.

 

Valorize quem gosta de você. Esse é o conselho mais sábio do mundo, deveria ser adotado por todas as pessoas independente do sexo e da idade. Mesmo que você ache que não gosta na mesma proporção, ou até mesmo que não gosta, pois você pode estar redondamente enganado(a) e perceber isso tarde demais... Ou pelo fato do amigo sumir e você não mais conseguir contato, ou quem sabe até, por ele já não estar mais entre os vivos. Dê valor a quem gosta de verdade de você.  Valorize e mantenha-o por perto. Pois um dia você pode acordar e perceber que perdeu um verdadeiro amigo enquanto dava valor a amizades momentâneas, de sentimentos superficiais... E, talvez, você acorde tarde demais.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

ARTIGO - O encontro do Papa Francisco com a CNBB. (Padre Carlos)



"Peço a Nossa Senhora Aparecida que proteja e cuide do povo brasileiro.” Papa Francisco.  

 


Um dos fatos que tem chamado minha atenção é a forma como o Para Francisco vem renovando a Igreja do Brasil e a nova face que o nosso episcopado vem ganhando neste papado. (Quando os membros da Presidência junto com os assessores da CNBB) se encontraram com o Papa Francisco nesta quinta-feira, nove de fevereiro entenderam o carinho e a atenção que Francisco tem pela nossa Igreja e o Brasil. A preocupação do nosso Papa com os brasileiros foi sentida na mensagem enviada em outubro, quando o papa Francisco pediu para que Nossa Senhora Aparecida, a padroeira brasileira, protegesse o Brasil e livrasse o país do "ódio" e da "intolerância". "Peço a Nossa Senhora Aparecida que proteja e cuide do povo brasileiro, que o livre do ódio, da intolerância e da violência.

         Os membros da direção da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e seus assessores se reúnem todos os anos no Vaticano, em Roma. Além da visita anual ao Pontífice, este encontro ressalta a universalidade da comunhão que traduz no dia-a-dia do conjunto dos cristãos, ela é para a Igreja a unidade e a fraternidade, na vida, na prática cristã.

O carinho do Papa pela Igreja do Brasil me fez lembrar Dom Helder e tudo o que ele pensou quando idealizou esta Conferencia. Fundador da CNBB foi ele quem apresentou, em 1950, a proposta de colegiado de bispos brasileiros ao então integrante da secretaria de Estado do Vaticano, monsenhor Giovanni Battista Montini, que seria eleito papa Paulo VI.

Na agenda também faz parte os trabalhos e visitas aos Dicastérios que integram a Cúria Romana, isto é os departamentos do governo da Igreja Católica que compõem a Cúria Romana. Entre os dicastérios estão: a Secretaria de Estado, as Congregações, os Tribunais Eclesiásticos, Conselhos, Ofícios, Comissões e Comitês. 

ARTIGO - Joe Biden recebe Lula na Casa Branca nesta sexta-feira. (Padre Carlos)



Não concordamos com a liderança dos Estados Unidos, do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial.

 


Joe Biden vai receber Lula na Casa Branca esta sexta-feira, naquele que será um encontro simbólico de dois chefes de Estado que derrotaram populistas de direita nas urnas. Lula vai aproveitar a viagem aos Estados Unidos para visitar seu amigo Bernie Sanders

Quando o Presidente Joe Biden telefonou para prestar solidariedade ao presidente Lula um dia depois dos violentos ataques às sedes dos Três Poderes, no dia 8 de janeiro, aproveitou para convidar o nosso presidente a visitar os Estados Unidos. Lula aceitou o convite e viajou para Washington exatamente um mês depois de Biden o ter convidado. O encontro entre os dois presidentes está previsto para o final da tarde de sexta-feira, na Casa Branca.

O assunto da agenda está relacionado ao combate às alterações climáticas, defesa da qualidade ambiental e da floresta amazónica. Estes pontos são consensuais dos dois chefes de Estado. Acreditamos que exista um ponto fora da agenda que o governo Lula com certeza discordaria e este esta relacionado ao apoio e fornecimento de armamento à guerra da Ucrânia.

O Governo brasileiro condena firmemente a guerra da Ucrânia, mas, apesar disso, jamais colocaria em risco o capital político que conquistou com Pequim e Moscou neste momento.  Biden não vai conseguir uma declaração de Lula nesse sentido. Não podemos esquecer que o Presidente Lula recusouo pedido feito pelo chaanceler Olaf Scho no final de janeiro, para o Brasil enviar tanques para a Ucrânia. Por mais que Biden insista no armamento para Kiev, ele há de entender que a atitude de cada país faz parte das decisões soberanas que as nações têm de tomar.

Além disso, o Brasil e Rússia são ‘pais fundadores’ dos BRICS — (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.) Estes cinco paí­ses representam uma fatia substancial da população e do comércio mundiais, e acima de tudo, partilham uma mesma visão sobre a necessidade de reforçar a influencia política dos seus Estados. A política e os interesses estratégicos de cada um dos cinco membros ditam o funcionamento do clube dos BRICS: E sabendo que precisa se cercar de pessoas de sua confiança, Lula pretende substituir o presidente do Banco dos BRICS, o economista Marcos Troyjo pela ex-presidente Dilma Rousseff até o fim do mês; Troyjo foi indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Esta mudança tem muito haver com a unidade e o alinhamento político de uma nova ordem internacional. Esta nova articulação com a China e a Índia, reforça a influência dos respetivos países. É como se os cinco dissessem em alto e bom som: ‘Não concordamos com a liderança dos Estados Unidos, do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial.’ Queremos uma ordem onde possamos também ter poder de decisão. O Brasil aspira a ter assento no Conselho de Segurança da ONU.” Em suma, partilham interesses e estratégia política. 

ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...