quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

ARTIGO - A briga entre Cristovam Buarque e Roberto Freire define o futuro do Centro: direita ou esquerda? (Padre Carlos)

 

Quem disse que não poderia juntar PT e PSDB.

 



As discussões travadas dentro do Diretório Nacional do partido Cidadania, ex-Partido Popular Socialista, ex-Partido Comunista Brasileiro, tem servido como parâmetro para definir para onde o antigo Partidão quer seguir e sobre o legado de tantos camaradas que morreram sem conhecer este lado tenebroso do PCB e os quadros de direita que se formaram dentro dele.  Desta forma, ao acompanhar pela imprensa os desentendimentos entre o seu presidente, o ex-deputado federal Roberto Freire, e o ex-senador Cristovam Buarque, pude entender o tamanho das zonas mais profundas da região abissal, que separam as lideranças deste partido.

A relação do Cidadania com o PSDB tem levado o partido cada vez mais para a direita, desta forma, apesar de ter conseguido eleger 5 deputados federais, para surpresa das bases seus novos parlamentares são todos bolsonarista disfarçados. O mais grave é que recentemente, por 60% a 40%, a Executiva do partido aprovou uma moção de apoio ao governo Lula e o partido não sabe como estes parlamentares se posicionarão quando houver o embate dentro do Congresso. Buarque votou a favor, Freire foi contra. Examina-se, agora, a ampliação da federação com a entrada do Podemos e do MDB.

Observador da política local e nacional, o ex-governador disse que entrou no Cidadania achando que encontraria ali uma esquerda moderna, progressista. Infelizmente um agrupamento que segue o ex-deputado federal Roberto Freire, aliado há o que existe de pior na política, levanta a questão que a esquerda nostálgica quer repetir o passado. Diante de manifestações de direita e alinhamento ao bolsonarismo o ex-senador Cristovam Buarque disse: “Se tiver que escolher entre a esquerda atrasada e a direita escravocrata, ficarei com a esquerda”.

Cristovam levanta a tese que o primeiro erro foi à divisão do PT e PSDB. O símbolo máximo é a eleição do Bolsonaro. Nós falhamos porque a escola não melhorou como deveria a saúde não melhorou como deveria a economia não cresceu como deveria. Nós falhamos, não criamos, realmente, um Brasil diferente. E foram 26 anos. Se PT e PSDB tivessem criado um projeto que os unificasse, nem tinha Bolsonaro e teríamos feito muita coisa. A educação, por exemplo, poderíamos ter adotado uma geração, como dizia a Heloisa Helena, e depois essa geração nos adotaria. Perdemos tempo. Por isso, votei na chapa Lula e Alckmin e estou disposto a apoiar o seu governo.  Quem disse que não poderia juntar PT e PSDB.


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