Quem disse
que não poderia juntar PT e PSDB.
As discussões travadas dentro do Diretório Nacional do
partido Cidadania, ex-Partido Popular Socialista, ex-Partido Comunista
Brasileiro, tem servido como parâmetro para definir para onde o antigo Partidão
quer seguir e sobre o legado de tantos camaradas que morreram sem conhecer este
lado tenebroso do PCB e os quadros de direita que se formaram dentro dele. Desta forma, ao acompanhar pela imprensa os
desentendimentos entre o seu presidente, o ex-deputado federal Roberto Freire,
e o ex-senador Cristovam Buarque, pude entender o tamanho das zonas mais
profundas da região abissal, que separam as lideranças deste partido.
A relação
do Cidadania com o PSDB tem levado o partido cada vez mais para a direita,
desta forma, apesar de ter conseguido eleger 5 deputados federais, para
surpresa das bases seus novos parlamentares são todos bolsonarista disfarçados.
O mais grave é que recentemente, por 60% a 40%, a Executiva do partido aprovou
uma moção de apoio ao governo Lula e o partido não sabe como estes
parlamentares se posicionarão quando houver o embate dentro do Congresso.
Buarque votou a favor, Freire foi contra. Examina-se, agora, a ampliação da
federação com a entrada do Podemos e do MDB.
Observador da política local e
nacional, o ex-governador disse que entrou no Cidadania achando que encontraria ali
uma esquerda moderna, progressista. Infelizmente um agrupamento que segue o ex-deputado federal Roberto Freire, aliado há
o que existe de pior na política, levanta a questão que a esquerda nostálgica
quer repetir o passado. Diante de manifestações de direita e alinhamento ao
bolsonarismo o
ex-senador Cristovam Buarque disse: “Se tiver que escolher entre a esquerda
atrasada e a direita escravocrata, ficarei com a esquerda”.
Cristovam
levanta a tese que o primeiro erro foi à divisão do PT e PSDB. O símbolo máximo
é a eleição do Bolsonaro. Nós falhamos porque a escola não melhorou como deveria
a saúde não melhorou como deveria a economia não cresceu como deveria. Nós
falhamos, não criamos, realmente, um Brasil diferente. E foram 26 anos. Se PT e
PSDB tivessem criado um projeto que os unificasse, nem tinha Bolsonaro e
teríamos feito muita coisa. A educação, por exemplo, poderíamos ter adotado uma
geração, como dizia a Heloisa Helena, e depois essa geração nos adotaria.
Perdemos tempo. Por isso, votei na chapa Lula e Alckmin e estou disposto a apoiar
o seu governo. Quem disse que não
poderia juntar PT e PSDB.
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