Uma Nova Esquerda
Para um leigo em política internacional, seria
impossível enxergar algum padrão das esquerdas nas mudanças que
estão acontecendo em todo o planeta. A eleição
na Colômbia bem como os resultados das
eleições legislativas da França aponta um novo período político onde não existe
mais espaço neste campo a não ser uma grande frente de esquerda sem o
personalismo e as vaidades se quiserem sobreviver neste novo milênio. Sou de um
tempo que falar de
perfeição e coerência era encarado como um mantra nas esquerdas. Todas as
correntes se achavam o berço da coerência e da perfeição, elas se fechavam em
suas convicções e não percebiam o que estava transcendendo ao seu conjunto de
certezas. Foi preciso muitos anos e uma nova geração, para que estas
lideranças entendessem que não existem
partidos, correntes ou agrupamentos perfeitos, porque são compostos por homens
e ninguém é perfeito ou sempre coerente o tempo todo.
Diferente de Emmanuel
Macron, agora o grande desafio para Gustavo
Petro, será o velho problema brasileiro: a governabilidade no Congresso. Petro convenceu metade dos colombianos com suas promessas de
mudança. Mas agora o primeiro presidente de esquerda eleito da Colômbia terá
que formar maiorias e vencer a resistência de militares e empresários para
governar um país dividido sobre seu mandato. Petro deve tentar propor o
que chamou de grande acordo nacional porque claramente o país está bem fragmentado
e entende que sem repactuar a nação, será impossível empreender as mudanças que
a Colômbia tanto precisa.
Fatos ocorridos nesta campanha lembraram aos brasileiros um pouco da eleição de 1989
entre Collor e Lula. Durante a campanha
os empresários acusaram de promover um socialismo fracassado. Foi uma campanha
de mentiras e medo, que ele iria expropriar os colombianos, destruir a
propriedade privada. Como falou o presidente: “eu sou de esquerda, mas isso não
quer dizer que vou transformar radicalmente o modelo econômico”.
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