segunda-feira, 18 de julho de 2022

ARTIGO - De quem são os méritos? (Padre Carlos)

 



“Não se vence sem luta, nem se participa da vitória ficando neutro.”

 




Mais uma vez volto a apresentar os resultados das ultimas pesquisas. Antes de abordar estes números, gostaria de informar que a abordagem técnica e o trabalho de colher e interpretar tais informações, foram de responsabilidade do professor Wilton Cunha, que com sua capacidade de leitura dos números, consegue transcender nossos entendimentos neste assunto.


O fenômeno que estamos presenciando na Bahia em relação a transferência de votos não é um acontecimento simples. Ela só ocorreu poucas  vezes na história do Brasil e a maneira como se deu pode ser instrutiva em relação ao que pode vir a ocorrer em 2022 na Bahia. São três as transferências de voto mais conhecidas da história do Brasil: o apoio de Vargas a Dutra, que definiu o resultado da eleição de 1945, e o apoio de Brizola a Lula, que definiu a transferência de votos no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul durante o segundo turno das eleições de 1989 e a vitória de Dilma.  Vale a pena sistematizarmos o que sabemos das três eleições para avaliarmos quais são as possibilidades de transferência de votos entre Lula e Jerônimo e onde e como ela poderá se dar.

Não podemos negar que o ex-presidente Lula (PT) tem o triplo da capacidade de transferência de votos em relação ao potencial do presidente Jair Bolsonaro (PL) e alavancar uma candidatura de um companheiro que até pouco tempo era desconhecido do eleitorado baiano, não tem sido obra de uma engenharia política, mas fruto da genialidade de Lula e do seu capital político. A eleição de 2022 é um caso paradigmático da capacidade de grandes detentores de votos determinarem comportamentos eleitorais

Nestes últimos dias temos visto que a população começa a tomar partido e a entrar mais no clima da eleição. Uma prova disso, segundo os dados, é o fato de que o porcentual dos que responderam na pesquisa espontânea que votariam em Jerônimo para governador subiu de 5% em março para 33% em julho, enquanto o ex-prefeito de Salvador ACM Neto despencou de 66% em março, para 40% em julho..


Assim como Vargas, a estratégia de Lula está sendo entrar na eleição no último momento pedindo votos para Jerônimo. Desta forma, podemos enxergar uma semelhança entre o 2 de julho e o dia 27 de novembro de 1945, cinco dias antes das eleições, Getúlio veio a público pronunciar o seu apoio a Dutra em uma nota na qual dizia: “a abstenção é um erro. Não se vence sem luta, nem se participa da vitória ficando neutro.”


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