Nossas masmorras medievais
Hoje ao receber a notícia que 55
presos foram encontrados mortos em celas de três presídios do estado do
Amazonas, lembrei que em janeiro de 2017, uma rebelião de 17 horas resultou na
morte de 56 pessoas no Compaj e em dezembro de 2018, um agente penitenciário
tinha sido assassinado dentro deste complexo. Estes acontecimentos era o
suficiente para que o estado que é o grande responsável por estas vidas,
toassem providencia para que jamais se repetisse tal barbárie.
Não podemos tampar o sol com uma peneira, infelizmente, temos que admitir que o sistema carcerário esta falido, superlotado e entranhado pela corrupção e dominado pela disputa de poder entre facções criminosas; são poucas as medidas que tentam, de fato, resolver o problema. Assim, nos tornamos a mão destes carrascos ao fechar a todo o momento os olhos e não denunciamos os verdadeiros responsáveis, aqueles que tinham o poder de evitar. Sabíamos do histórico de rebeliões nos presídios do Estado do Amazonas, no entanto não fizemos nada e a nossa inercia misturada com a nossa omissão, levaram mais uma vez, a testemunhar a falta do estado nestes acontecimentos que levaram dezenas de mortos.
O mesmo estado que hoje condenou cinquenta e cinco pessoas à morte, protege com todo o rigor da lei os transgressores bem-nascidos e a elite política e econômica. Cuidamos bem da elite que vai parar atrás das grades, sempre com a esperança que ela possa retornar ao convício social como se nada tivesse acontecido.
Já com os “Josés” e as “Marias” de sempre a coisa é diferente. Não queremos ressocializar ninguém. Para que mesmo vamos dar mais uma chance para aqueles que não merecem ter oportunidades, pois nasceram pobres e pobres devem morrer. Assim é a política do novo governo: “bandido bom é bandido morto”.
Não podemos tampar o sol com uma peneira, infelizmente, temos que admitir que o sistema carcerário esta falido, superlotado e entranhado pela corrupção e dominado pela disputa de poder entre facções criminosas; são poucas as medidas que tentam, de fato, resolver o problema. Assim, nos tornamos a mão destes carrascos ao fechar a todo o momento os olhos e não denunciamos os verdadeiros responsáveis, aqueles que tinham o poder de evitar. Sabíamos do histórico de rebeliões nos presídios do Estado do Amazonas, no entanto não fizemos nada e a nossa inercia misturada com a nossa omissão, levaram mais uma vez, a testemunhar a falta do estado nestes acontecimentos que levaram dezenas de mortos.
O mesmo estado que hoje condenou cinquenta e cinco pessoas à morte, protege com todo o rigor da lei os transgressores bem-nascidos e a elite política e econômica. Cuidamos bem da elite que vai parar atrás das grades, sempre com a esperança que ela possa retornar ao convício social como se nada tivesse acontecido.
Já com os “Josés” e as “Marias” de sempre a coisa é diferente. Não queremos ressocializar ninguém. Para que mesmo vamos dar mais uma chance para aqueles que não merecem ter oportunidades, pois nasceram pobres e pobres devem morrer. Assim é a política do novo governo: “bandido bom é bandido morto”.
Como Padre e coordenador da Pastoral
Carcerária, tive a oportunidade de visitar vários presídios e constatar que
existe na verdade uma reprodução de um modelo que é nacional. Vimos que a
questão carcerária não é parte das políticas públicas de segurança e que os
presídios são a válvula de escape para quando todo o resto falhar.
O governo parece dizer que não temos
direitas as políticas públicas nas áreas de educação, saúde e moradia e se a
falta desta política falharem, pois sempre teremos as masmorras para atirar os
que o Estado não conseguir atingir com seu enorme braço.
Padre
Carlos