terça-feira, 28 de maio de 2019

ARTIGO || Pessach dos judeus (Padre Carlos)*




Pessach dos judeus


            Assim como os cristãos, a comunidade judaica também se prepara para celebrar a Páscoa (Pessach), a mais importante das suas festividades que assinala a libertação dos judeus do Egito e não a ressurreição de um judeu chamado Jesus.O facto mais importante, com o qual todos concordam e que não devem esquecer, é a história da Pessach (ou Páscoa) e o valor de liberdade que nos foi concedido. Qualquer que seja o tipo de judeu, esta história une-nos e lembra-nos dos melhores dias que virão. A comunidade judia do Brasil conta não só com judeus muito devotos mas também com os menos praticantes, trabalhando todos num esforço conjunto para preservar a identidade, a tradição e a mensagem de liberdade que representa a festa da Pessach".
            Os brasileiros, tradicionalmente cristãos, preparam-se para celebrar a semana santa, que encerra no domingo de Páscoa, e manda a tradição que o almoço seja cordeiro assado; o mesmo alimento que, reza o livro do Êxodo da Torá (o mesmo do Antigo Testamento da Bíblia), Deus terá dito para os judeus comerem, antes de lançar a sua décima praga sobre o Egito, há cerca de 3.500 anos, assinalando-se então a primeira Pessach.
        
    Atualmente nas comunidades religiosas, os judeus não comem cordeiro "assado" (ritual reservado para a época do Templo de Jerusalém) mas no jantar cerimonial de Seder -- o ponto alto da festividade de Pessach -- é colocado simbolicamente num prato especial um osso de cordeiro ou frango (Zeroá). No mesmo prato é também colocado um ovo cozido (Beitzá) que representa a vida, a roda do destino e a tristeza pela destruição do Templo, ervas amargas (Maror) que simbolizam a amargura provocada pelos egípcios aos antepassados dos judeus, argamassa (Charosset) semelhante àquela com que os escravos judeus fizeram as pirâmides, cebola/batata/salsa (Karpas), simbolizando a esperança da libertação que se renova e alface (Chazeret), como as verduras que cresciam na Terra de Israel.
            Toda a cerimónia de Seder, durante a qual é narrado o Hagadá -- o texto que contém a história da libertação, conforme descrito no livro do Êxodo -- é regada a vinho e manda a tradição que em quantidade suficiente para que cada um possa ter a sua taça cheia quatro vezes.
Os alimentos fermentados (Chamets) estão proibidos em todo o período da Pessach, sendo retirados das casas e simbolicamente queimados, devendo-se comer Matza (pão ou bolacha sem fermento).
            Quando estudava teologia em Belo Horizonte, fui convidado junto com meu professor de eclesiologia o Pe. ALBERTO ANTONIAZZI para participar em uma sinagoga daquela cidade desta cerimônia.

Padre Carlos


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