Pré-adolescência:
uma fase difícil para todos
O milagre da
vida é explicado de formas diferentes pela ciência, pela fé e por céticos, mas
há uma coisa em que todos concordam: somos unidos por um laço poderoso e este
milagre é a família. Assim, gostaria de partilhar com vocês, a diferença de ser
pai aos 30 ou depois dos 50. No primeiro caso, as ambições profissionais e
alguma instabilidade financeira podem dificultar a proximidade entre pai e
filhos.
Na idade madura, a maior
estabilidade psicológica permite habitualmente que o papel de pai seja exercido
com maior dedicação. E também porque o homem maduro se liberta mais facilmente
dos rígidos padrões da masculinidade, dando expressão diferente às suas
emoções. Ser um pai maduro pode, no entanto, ser difícil quando o filho atinge
a adolescência, este é o meu caso.
Não é novidade que de uma geração
para outra tudo acontece mais cedo. Mas não é por isso que deixamos de ser
apanhados de surpresa quando nos deparamos com a forma repentina como as nossas
crianças crescem.
Se antigamente aos dez e onze anos a maioria das crianças eram ingénuas e inocentes, ainda limitadas e protegidas pelo mundo dos pais, agora muitas já estão despertando para o exterior, para o grupo de amigos, novos ídolos e toda uma realidade que até então não davam importância. À medida que começam a identificar com estes novos modelos, os pais passam a ficar de fora e começam a surgir conflitos e atritos.
É uma fase dura para quem cuidou carinhosa e incansavelmente, para quem criou laços especiais e profundos que achava inabaláveis. E chega sempre cedo demais.
Por seu lado as crianças vivem o presente de forma intensa, com entusiasmo e curiosidade, saboreando cada descoberta. Começam a libertar-se de um mundo feliz, mas mais restrito, para perceberem que têm um mar de possibilidades, de coisas que podem ser, fazer ou escolher. Não olham tanto para o passado, do mais longínquo – que os pais guardam e preservam para a vida – nem se lembram, e vivem incessantemente o presente com os olhos postos no futuro. Já os pais tendem a ter dificuldade em se libertar do que ficou para trás. Quem está vendo melhor as coisas? Quem tem a atitude mais saudável?
Queremos que os nossos filhos sejam livres e independentes, mas temos dificuldade em deixá-los crescer.
Na verdade a pré-adolescência é uma fase difícil para todos, porque acarreta também para os mais novos uma série de desafios, de inseguranças e medos. É uma fase de mudança, que põe todos à prova. E o nosso papel só pode ser o de apoiar e guiar o caminho do crescimento e independência que aqui começa, embora de forma ainda imatura por está iniciando. Não ridicularizar as escolhas e tendências, por mais absurdas que nos pareçam. Também nós fizemos as nossas e sabemos como algumas nos parecem agora descabidas.
Provavelmente as deles também não vão durar para sempre, mas
agora são importantes, para se afirmarem e crescerem. Devemos guiar e alertar,
não deixar de impor regras e limites, mostrar que crescer não é incompatível
com boa educação e respeito. Devemos arranjar estratégias para manter o
diálogo, nunca os deixando sozinhos. Por mais difícil que seja aceitar a
mudança, é essencial respeitá-la, para que não se abra uma vala ou um muro
intransponível entre gerações.Se antigamente aos dez e onze anos a maioria das crianças eram ingénuas e inocentes, ainda limitadas e protegidas pelo mundo dos pais, agora muitas já estão despertando para o exterior, para o grupo de amigos, novos ídolos e toda uma realidade que até então não davam importância. À medida que começam a identificar com estes novos modelos, os pais passam a ficar de fora e começam a surgir conflitos e atritos.
É uma fase dura para quem cuidou carinhosa e incansavelmente, para quem criou laços especiais e profundos que achava inabaláveis. E chega sempre cedo demais.
Por seu lado as crianças vivem o presente de forma intensa, com entusiasmo e curiosidade, saboreando cada descoberta. Começam a libertar-se de um mundo feliz, mas mais restrito, para perceberem que têm um mar de possibilidades, de coisas que podem ser, fazer ou escolher. Não olham tanto para o passado, do mais longínquo – que os pais guardam e preservam para a vida – nem se lembram, e vivem incessantemente o presente com os olhos postos no futuro. Já os pais tendem a ter dificuldade em se libertar do que ficou para trás. Quem está vendo melhor as coisas? Quem tem a atitude mais saudável?
Queremos que os nossos filhos sejam livres e independentes, mas temos dificuldade em deixá-los crescer.
Na verdade a pré-adolescência é uma fase difícil para todos, porque acarreta também para os mais novos uma série de desafios, de inseguranças e medos. É uma fase de mudança, que põe todos à prova. E o nosso papel só pode ser o de apoiar e guiar o caminho do crescimento e independência que aqui começa, embora de forma ainda imatura por está iniciando. Não ridicularizar as escolhas e tendências, por mais absurdas que nos pareçam. Também nós fizemos as nossas e sabemos como algumas nos parecem agora descabidas.
Preocupante é não crescer, não se tornar adolescente. Não arriscar ser diferente dos pais e perder uma vida nova, só com o intuito de agradar. Por melhor que possa ter sido estar no ninho, chega uma altura em que se tem de encontrar coragem para sair e fazer a descoberta e isso só é possível aprendendo a voar com as próprias asas, como nós também fizemos – ou, se não fizemos, devíamos ter feito.
Padre Carlos.