segunda-feira, 10 de junho de 2019

ARTIGO | Pré-adolescência: uma fase difícil para todos (Padre Carlos)





Pré-adolescência: uma fase difícil para todos



            O milagre da vida é explicado de formas diferentes pela ciência, pela fé e por céticos, mas há uma coisa em que todos concordam: somos unidos por um laço poderoso e este milagre é a família. Assim, gostaria de partilhar com vocês, a diferença de ser pai aos 30 ou depois dos 50. No primeiro caso, as ambições profissionais e alguma instabilidade financeira podem dificultar a proximidade entre pai e filhos.
        
    Na idade madura, a maior estabilidade psicológica permite habitualmente que o papel de pai seja exercido com maior dedicação. E também porque o homem maduro se liberta mais facilmente dos rígidos padrões da masculinidade, dando expressão diferente às suas emoções. Ser um pai maduro pode, no entanto, ser difícil quando o filho atinge a adolescência, este é o meu caso.
            Não é novidade que de uma geração para outra tudo acontece mais cedo. Mas não é por isso que deixamos de ser apanhados de surpresa quando nos deparamos com a forma repentina como as nossas crianças crescem.
Se antigamente aos dez e onze anos a maioria das crianças eram ingénuas e inocentes, ainda limitadas e protegidas pelo mundo dos pais, agora muitas já estão despertando para o exterior, para o grupo de amigos, novos ídolos e toda uma realidade que até então não davam importância. À medida que começam a identificar com estes novos modelos, os pais passam a ficar de fora e começam a surgir conflitos e atritos.
            É uma fase dura para quem cuidou carinhosa e incansavelmente, para quem criou laços especiais e profundos que achava inabaláveis. E chega sempre cedo demais.
            Por seu lado as crianças vivem o presente de forma intensa, com entusiasmo e curiosidade, saboreando cada descoberta. Começam a libertar-se de um mundo feliz, mas mais restrito, para perceberem que têm um mar de possibilidades, de coisas que podem ser, fazer ou escolher. Não olham tanto para o passado, do mais longínquo – que os pais guardam e preservam para a vida – nem se lembram, e vivem incessantemente o presente com os olhos postos no futuro. Já os pais tendem a ter dificuldade em se libertar do que ficou para trás. Quem está vendo melhor as coisas? Quem tem a atitude mais saudável?
            Queremos que os nossos filhos sejam livres e independentes, mas temos dificuldade em deixá-los crescer.
Na verdade a pré-adolescência é uma fase difícil para todos, porque acarreta também para os mais novos uma série de desafios, de inseguranças e medos. É uma fase de mudança, que põe todos à prova. E o nosso papel só pode ser o de apoiar e guiar o caminho do crescimento e independência que aqui começa, embora de forma ainda imatura por está iniciando. Não ridicularizar as escolhas e tendências, por mais absurdas que nos pareçam. Também nós fizemos as nossas e sabemos como algumas nos parecem agora descabidas.       
  Provavelmente as deles também não vão durar para sempre, mas agora são importantes, para se afirmarem e crescerem. Devemos guiar e alertar, não deixar de impor regras e limites, mostrar que crescer não é incompatível com boa educação e respeito. Devemos arranjar estratégias para manter o diálogo, nunca os deixando sozinhos. Por mais difícil que seja aceitar a mudança, é essencial respeitá-la, para que não se abra uma vala ou um muro intransponível entre gerações.
            Preocupante é não crescer, não se tornar adolescente. Não arriscar ser diferente dos pais e perder uma vida nova, só com o intuito de agradar. Por melhor que possa ter sido estar no ninho, chega uma altura em que se tem de encontrar coragem para sair e fazer a descoberta e isso só é possível aprendendo a voar com as próprias asas, como nós também fizemos – ou, se não fizemos, devíamos ter feito.
           

            Padre Carlos.


ARTIGO | Os crimes da Lava Jato (Padre Carlos)





Os crimes da Lava Jato



            Como profissional na área de filosofia, venho constatando que um dos grandes problemas enfrentados pela sociedade brasileira, com certeza é as questões éticas e morais. Desta forma, podemos afirmar que o elemento duvidoso da Lava-Jato, não esta somente na metodologia de encaminhar as questões tendo como parâmetro dois pesos e duas medidas, mas, na falta de imparcialidade das suas sentenças.
       

     Foi com um sentimento de revolta, que recebi as notícias da forma como alguns membros do Ministério Público e o Judiciário trataram as questões tão relevantes como foi esta força tarefa. Pedir a Deus força para enfrentar toda esta sujeira. Na hora me veio à passagem do evangelista Lucas: “Porque não há nada oculto que não venha a ser revelado, e nada escondido que não venha a ser conhecido e trazido à luz.”.

            No mundo em que vivemos hoje, globalizado e vigiado, é cada vez mais difícil esconder alguma coisa do grande público. A vida privada se tornou bastante pública. Temos vigilância no nosso trabalho, nas ruas, nas repartições públicas e privadas. Assim como fala o Livro Santo, foi revelado que o ex-juiz Sergio Moro e membros do Ministério Público, trocaram informações e colaboraram na Operação Lava-Jato, incluindo nos processos que levaram à condenação de Lula, revela investigação do site The Intercept com base em mensagens de rede social.
            Para advogados e juízes ouvidos sobre esta questão, o caso coloca em dúvida a imparcialidade de Moro, agora ministro da justiça do governo liderado por Jair Bolsonaro.  O ministro Marco Aurélio Mello, sublinhou que "a equidistância do órgão julgador tem de ser absoluta".
            No conteúdo divulgado neste domingo são expostas mensagens de Moro sugerindo ao MPF trocar a ordem de fases da Lava Jato e exigindo a realização de novas operações chegando a dar conselhos e pistas e antecipando, pelo menos, uma decisão judicial.
            Hoje podemos entender porque O juiz Mouro distanciou-se dos interesses público e visando exclusivamente contemplar interesses de sua notável predisposição, o representado disponibilizou conteúdo de uma delação sem provas poucos dias antes do pleito, com direcionamento partidário explícito, para atender aos interesses de criminalização de determinados indivíduos e da vida pessoal e política de certos investigados, sob o descompromisso com a preservação da legalidade e dos pressupostos do Estado Democrático de Direito, cujos valores éticos são de sua obrigação preservar.··.
       
     As ações do juiz Mouro destruiu no imaginário do povo brasileiro, tudo o que representa da justiça como algo, puro e imparcial. Para o povo, aquele que enverga a toga representa a justiça. Como operador da filosofia, não poderia deixar de chamar atenção dos leitores, que a ideia abstrata que mora em nosso imaginário coletivo precisa de uma representação humana. A toga faz a transição entre o homem e o ideal. Usar a toga é tomar parte da comunidade daqueles que devem dizer o que é justo. Não para fazer política nem tomar partido.

Padre Carlos




ARTIGO | Política ou politicagem (Padre Carlos)





Política ou politicagem


Outro dia estava conversando com um amigo sobre o que significa mesmo politicagem e o que diferencia ela da nossa ação.  Esta palavra, no bom Aurélio, significa: “política mesquinha, estreita, de interesses pessoais”; “o conjunto dos políticos pouco escrupulosos, desonestos”.
Mas, como dizem os bons cristãos, é preciso separar o joio do trigo. Não sejamos incrédulos a ponto de negar as exceções. Mesmo assim, a tarefa é difícil! Principalmente quando aqueles que se caracterizavam pela diferenciação, por inspirar confiança e esperança em seus eleitores, são marginalizados dentro do próprio partido e forçado a jogam o mesmo jogo para sobreviver. É bom ter claro que em política a retórica está ao alcance de todos, assim posso justificar minhas ações e as do meu agrupamento.
Os gregos, na antiguidade, chamavam de idiotés quem não participava da política, ou seja, quem egoistamente ficava isolado em sua casa, obcecado em suas mesquinharias, sem oferecer nenhuma contribuição para a comunidade, para apolis (cidade). É desse idiotés no sentido grego deriva nosso idiota atual, que você sabe bem de quem se trata. Somos contra as pessoas que não se envolve com a política, bem como do político que faz da política seu único meio de vida, como somos contra também do sindicalista que se perpetua nos mandatos e dos militantes que esquece que a vida fora do governo.
Infelizmente não precisamos ir longe para entender o que realmente esta acontecendo, não é por acaso, que a política tornou-se uma atividade profissional, um meio de ascensão econômica e social. São muitos os que aprenderam a viver exclusivamente da política. O que era um meio transformou-se no fim.
Sabemos da importância do partido e, apesar de ser um espaço que deixa cada vez mais de ser democrático ainda ha nesta instituição lugar para fazer política. Tenho pensado muito na minha trajetória como militante e dirigente partidário e quanto mais tento entender esta visão de grupos e movimentos dentro do partido, me convenço cada vez mais, que a política passou a ter um sentido restrito, a significar simplesmente a política partidária e, portanto, a mera atividade dos políticos. Daí sua conotação negativa. De fato, a política partidária pode até ser necessária e importante, mas é somente um dos seus aspectos da atividade política em seu sentido amplo. Não é o nosso campo de batalha, não há sentido o Fratricídio que estamos presenciando. Este comportamento só leva a discorda e a separação.
Padre Carlos


ARTIGO | À esquerda e as ruas! (Padre Carlos)






À esquerda e as ruas!


Uma das coisas que chamou minha atenção nos últimos anos foi à indiferença e apatia não só do povo como já era esperado, mas pelo movimento popular, pela CUT, MST e a Igreja Católica, em relação aos ataques as conquistas não só trabalhistas, mas direitos que representam a vida. As ruas, as manifestações, sempre foram uma ação da esquerda. Com as manifestações de 2013, podemos presenciar a troca de espaços político e uma presença da direita brasileira ocupando espaços que até pouco tempo era de exclusividade dos socialistas e do movimento estudantil. Pensei que tínhamos perdidos a capacidade de mobilização. Às vezes me perguntava: será que a Sociedade Civil e os indivíduos concluíram que a democratização da sociedade não mudou essencialmente as suas vidas? Como não há bem que sempre dure, nem mal que nunca se acabe, aconteceu felizmente o reencontro da esquerda brasileira com os movimentos de massa. As manifestações contra o fascismo têm levado ao surgimento de um novo movimento estudantil e de um sindicalismo menos fragmentado. Mas, infelizmente isto não é tudo.
Para a maioria dos eleitores, a política é algo ausente do seu cotidiano. Eles vivem o dia-a-dia e ponto. Parece que a política não lhes diz respeito. Até torcem o nariz quando alguém fala deste assunto. Mas estas mesmas pessoas aparentemente indiferentes muitas vezes surpreendem. Se hoje fazem arminha dentro das igrejas, na década de 1980, foram às ruas e praças públicas para reivindicar, democracia e liberdades políticas.
Hoje, acredito que a indiferença e apatia estejam dando lugar a uma i
nsatisfação. Este é o grande combustível, que impulsionou as reformas contra a classe trabalhadora e os mais pobres no Congresso Nacional. O desempenho dos políticos nos últimos anos fortaleceu o preconceito contra a política. Cada vez mais, esta é vista como algo por natureza imoral e antiética, relacionada ao egoísmo e aos privilégios.
Não é novidade que os políticos há muito padecem da rejeição popular. O mesmo se pode afirmar quanto às instituições políticas. Aliás, diga-se de passagem, e talvez em favor dos políticos tupiniquins, isto não se restringe ao Brasil. Em todo lugar, estas classes ‘gozam’ da antipatia e descrédito dos eleitores.
Para os humoristas, não falta assunto para ironizar os políticos e os responsabilizam pelas desgraças. Ironia à parte, os comediantes populares apenas expressam o que o senso comum pensa sobre a política. Mesmo com o voto obrigatório, muitos nem comparecem às urnas e aumenta a soma dos votos nulos e brancos. Ainda que consideremos apenas os que votam, vemos que a maioria dos eleitores ‘desligam-se’ da política quase que simultaneamente à declaração dos resultados oficiais.

O eleitor comum tem razões justificáveis para negar a política. A própria atuação dos políticos contribui para a sua execração. Aliás, observe que mesmo sendo criado o fundo eleitoral com dinheiro público que impõem limite de gastos para campanhas de candidatos a presidente, governador, senador e deputado, sabem que a relação de promiscuidade do público com o privado vai continuar. Desta forma, podemos entender que o financiamento de algumas candidaturas sempre contará com o apoio e simpatia do mercado, afinal política é a verdadeira luta de classe. Será que eles realmente defendem o bem comum? Ou, prioritariamente, eles defenderão interesses próprios e dos grupos econômicos que os representam? Isso sem contar os casos onde os representantes diretos destes grupos se elegem com um discurso em favor do povo. Sempre o povo! Qual o maior interesse dos políticos em geral? Se reeleger. Por isto, foi de fundamental importância o reencontro com os movimentos de massa e as ruas. O povo tem que sentir seu poder e perceber que indo para as ruas fará a diferença, sempre ordeira, democraticamente, sem afronta, e sem temor. Lembro-me do político íntegro Ulisses Guimarães e de uma frase que marca perfeitamente esse distanciamento da esquerda nestes últimos tempos com as ruas. Ulisses Guimarães disse: “Só o povo nas ruas mete medo em político”. E me permito completar: medo da verdade!



Padre Carlos

ARTIGO | História da Igreja e do Movimento Operário (Padre Carlos)




                    História da Igreja e do Movimento Operário
          

              Uma das coisas que tem me chamado atenção é a falta de conhecimento histórico e a perda de capacidade de discernir, desta nova geração. Apesar de constatar o baixíssimo grau de conhecimento de luta de classe, e das vitórias e conquistas, nestes últimos anos, não podemos isentar da culpa, de tudo o que está acontecendo.
     
       Não posso negar, que a minha geração pode contar com a ajuda da Igreja e de partidos de esquerda, que se preocupavam mais com sua juventude, bem como a formação de quadros políticos. Assim, Os Movimentos da Ação Católica, especialmente a ACO e a JOC junto de outros movimentos como Movimento Fé e Política, Pastoral Operária, entre outros, contribuíram na minha formação cristã, humana e política. Foi assim, que minha militância começou nos quadros das chamadas pastorais sociais dentro das CEBs (Comunidades Eclesiais de Base). Colocando em prática a militância e o testemunho cristão. Desta forma, muitos integrantes da Ação Católica participavam ao mesmo tempo da própria Ação Católica e dos movimentos sociais, constituindo partidos políticos e sindicatos.
            A militância na Pastoral Operária e na JOC, sob os cuidados dos Jesuítas e em especial ao Pe. Comfa S.J, me proporcionou conhecer muitos militantes cristão e um deles foi Waldemar Rossi. Militante da oposição sindical metalúrgica de São Paulo, Rossi lutava por um movimento sindical classista, sem conciliações com os patrões e o governo. Hoje eu gostaria de resgatar a memória deste companheiro. Celebrar é reviver a memória de quem é Waldemar Rossi... Militante na Juventude Operária Católica Rossi foi o cara que denunciou para o Papa, a morte de operários brasileiros pela ditadura civil militar. Em pleno estádio do Morumbi, em 6.6.1980, provocando gritos de "Liberdade Liberdade". Dedicou os seus 60 anos de militância à organização da classe operária e dos trabalhadores e manteve uma vida correta e simples.            O trabalho pastoral dos leigos não é uma simples estratégia, mas uma exigência do ser cristão. Esta exigência passa também por processos que levaram, por exemplo, a juventude a ser ou ideologizada ou alienada ou ser Igreja.
          
  Faz dois anos que ele nos deixou, mais hoje sentir a necessidade e uma vontade enorme como militante e cristão, a de resgatar sua memória.
Waldemar Rossi
Presente!
            Pe.Carlos



domingo, 9 de junho de 2019

ARTIGO |O desmonte do Estado brasileiro!(Padre Carlos)



O desmonte do Estado brasileiro



            Quando estudamos filosofia política, nos deparamos com uma constatação impressionante, a respeito dos regimes autoritários. Assim, descobrimos que os ditadores nascem dentro dos regimes democráticos e têm votos. E por sinal, muitos votos. Não podemos negar que eles participam do processo eleitoral: são eleitos de forma soberana e popular. Mas não são democráticos, porque lhes faltam o seguinte requisito fundamental da democracia: o primado da lei. E, dentro do primado da lei, o respeito pelas instituições democráticas, pelos direitos humanos, pelas garantias e pelas liberdades. O fato de poderem mudar as leis para compatibilizar com o seu poder autoritário não os faz menos ditadores, porque as novas leis já estão ao serviço do seu poder e não da democracia e da liberdade.
     
       O que gostaríamos aqui de dizer para as pessoas que nos acompanham, e que não há grande mistério nem complexidade neste processo que vem se dando aqui no Brasil, é evidente a forma como está se dando o desmonte do estado de direto e da democracia por dentro.
            O que me impressiona mais e ver a inercia das forças democráticas e o oportunismo de algumas lideranças. Com este comportamento, termina legitimando o estado fascista do ódio e do medo que acompanha a ação política do novo ditador. Todos sabem o que está acontecendo, mesmo assim, podemos ver a hipocrisia de pseudos democratas arranjando pretextos para não combater o fascismo.
            Não estamos vivendo nenhum fato novo. "Um povo que não conhece a sua história está condenado a repeti-la". Aconteceu com Hitler, com Mussolini, com Generalíssimo Franco com Salazar, todos em vários momentos das suas carreiras tiveram ou teriam a maioria do voto popular.
            Os nazis conseguiram chegar ao poder com o voto popular, tornando-se o maior partido alemão. Mas em todos estes casos as eleições já revelaram o abuso do poder, como vimos aqui nas últimas eleições, mesmo que isso pudesse não alterar a maioria dos votos. A violência política dos fascistas antecedeu os seus resultados eleitorais (no caso do Brasil) e a generalizada manipulação do direito de voto, tornando inelegível qualquer candidato que viesse ameaçar o projeto em curso. Aquele que enverga a toga representa a Justiça.
            Este simbolismo de usar a toga é tomar parte da comunidade daqueles que devem dizer o que é justo. Não para fazer política nem tomar partido. O primeiro passo destes ditadores para consolidar seu poder, é essencialmente a apropriação do poder judicial, o ataque à sua independência, não só para garantirem a sua imunidade, bem como para implantar suas políticas contra os mais pobres.  Desta forma, o novo regime encontrou em  Dias Toffoli a toga para liderar uma grande aliança do regime político contra o povo trabalhador. Um novo pacto junto ao congresso, os grande capitalistas, o supremo, “com tudo”, especialmente Bolsonaro, para terminar de implementar ataques como a Reforma da Previdência e a entrega das nossas riquezas ao imperialismo.
            O que Bolsonaro está fazendo, dando o poder político da Justiça a um juiz envolvido no processo de corrupção dos seus adversários, lança uma luz sinistra sobre esse processo e toda força tarefa no que diz respeito a sua imparcialidade.
         
   Destruindo todas as instituições de mediação, o poder torna-se autoritário e quem o ocupa na verdade são as elites mais reacionária deste país. Elas se agruparam em torno do PSDB nestes últimos anos e apesar de não gostarem deste regime pelo medo destas ações fugirem do controle, pouco se importam com os crimes destes, por eles fazerem o trabalho sujo de eliminar todo e qualquer adversário do sistema. Não podemos nos enganar, este projeto maligno tem que ser combatidos, sem hesitações nem transigências. A melhor expressão ainda é a “resistência” .


            Padre Carlos


ARTIGO | Revisitando minhas memórias!(Padre Carlos)




Minha memória!


            Outro dia, um amigo me mandou um vídeo que tratava da importância do vinho na história e na sociedade. Confesso a vocês, que naquela hora viajei no túnel do tempo.
         
   Desta forma, gostaria de partilhar este acontecimento: No início da década de 80, trabalhava no Mosteiro de São Bento da Bahia. Tive como padrinho Dom. Timóteo, a quem devo muito. Certo dia, trabalhando naquele convento, Dom. Paulo, que era o Abade naquela época, mandou que jogasse fora um barril de vinho da adega daquela casa religiosa, pois segundo ele, estava com gosto de barata. Como nunca gostei de desperdício, provei e para minha surpresa estava normal e confesso vocês era uma delicia aquele vinho.
            Aquele barril foi o maior milagre que presenciei. Junto com meus companheiros, levamos mais de um mês para beber todo aquele vinho. Separamos toda aquela bebida em garrafas de cinco litros, e quanto mais bebíamos, apareciam garrafas.
Tenho boas lembranças da vida no Mosteiro, o canto gregoriano, o convívio com a comunidade e acima de tudo, a formação espiritual que recebi.
      
     
Quanto ao vinho, continuo gostando muito. Meus preferidos ainda são do Alentejo. Porém, com a crise que vivemos atualmente, me satisfaço com o velho Pérgola.

PE. Carlos


ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...