segunda-feira, 10 de junho de 2019

ARTIGO | Os crimes da Lava Jato (Padre Carlos)





Os crimes da Lava Jato



            Como profissional na área de filosofia, venho constatando que um dos grandes problemas enfrentados pela sociedade brasileira, com certeza é as questões éticas e morais. Desta forma, podemos afirmar que o elemento duvidoso da Lava-Jato, não esta somente na metodologia de encaminhar as questões tendo como parâmetro dois pesos e duas medidas, mas, na falta de imparcialidade das suas sentenças.
       

     Foi com um sentimento de revolta, que recebi as notícias da forma como alguns membros do Ministério Público e o Judiciário trataram as questões tão relevantes como foi esta força tarefa. Pedir a Deus força para enfrentar toda esta sujeira. Na hora me veio à passagem do evangelista Lucas: “Porque não há nada oculto que não venha a ser revelado, e nada escondido que não venha a ser conhecido e trazido à luz.”.

            No mundo em que vivemos hoje, globalizado e vigiado, é cada vez mais difícil esconder alguma coisa do grande público. A vida privada se tornou bastante pública. Temos vigilância no nosso trabalho, nas ruas, nas repartições públicas e privadas. Assim como fala o Livro Santo, foi revelado que o ex-juiz Sergio Moro e membros do Ministério Público, trocaram informações e colaboraram na Operação Lava-Jato, incluindo nos processos que levaram à condenação de Lula, revela investigação do site The Intercept com base em mensagens de rede social.
            Para advogados e juízes ouvidos sobre esta questão, o caso coloca em dúvida a imparcialidade de Moro, agora ministro da justiça do governo liderado por Jair Bolsonaro.  O ministro Marco Aurélio Mello, sublinhou que "a equidistância do órgão julgador tem de ser absoluta".
            No conteúdo divulgado neste domingo são expostas mensagens de Moro sugerindo ao MPF trocar a ordem de fases da Lava Jato e exigindo a realização de novas operações chegando a dar conselhos e pistas e antecipando, pelo menos, uma decisão judicial.
            Hoje podemos entender porque O juiz Mouro distanciou-se dos interesses público e visando exclusivamente contemplar interesses de sua notável predisposição, o representado disponibilizou conteúdo de uma delação sem provas poucos dias antes do pleito, com direcionamento partidário explícito, para atender aos interesses de criminalização de determinados indivíduos e da vida pessoal e política de certos investigados, sob o descompromisso com a preservação da legalidade e dos pressupostos do Estado Democrático de Direito, cujos valores éticos são de sua obrigação preservar.··.
       
     As ações do juiz Mouro destruiu no imaginário do povo brasileiro, tudo o que representa da justiça como algo, puro e imparcial. Para o povo, aquele que enverga a toga representa a justiça. Como operador da filosofia, não poderia deixar de chamar atenção dos leitores, que a ideia abstrata que mora em nosso imaginário coletivo precisa de uma representação humana. A toga faz a transição entre o homem e o ideal. Usar a toga é tomar parte da comunidade daqueles que devem dizer o que é justo. Não para fazer política nem tomar partido.

Padre Carlos




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