A linguagem do conflito
Considerando
que o que um orador quer dizer e o que um ouvinte gostaria de ouvir pode ser
muito diferente e chocar quem não esta acostumada à determinada comunicação. Muitos acreditam que o que move o mundo é o
dinheiro, os bens materiais que tanto atraem as pessoas ou até mesmo a busca
pelo prestígio e poder. Tudo isso é muito importante, considerando que mexem de
verdade com o comportamento humano. Porém o que mais é capaz de provocar
mudanças, transcender teorias e transformar o mundo é, de fato, a
linguagem.
Por
isto, é importante aprofundarmos neste tema, para entendermos o presidente e a
sua comunicação com os brasileiros. A linguagem empregada pelo presidente tem
sido um instrumento não eficaz e seus resultados, vem produzindo problemas e
conflitos dentro e fora do governo.
Grande
parte destas crises decorre do fato de o mundo real ser extremamente diferente
do métier que se encontra ao redor do planalto. Usando uma linguagem grosseira
e uma falta de decoro no trato da comunicação, Bolsonaro passa a fazer declarações polêmicas como: ditadura
militar, questões sociais e direitos humanos estão entre os assuntos preferidos
do chefe de Estado, que frequentemente choca os menos acostumados à sua forma de
fazer política. Desta forma, ele
abre uma linha direta com seus seguidores, mas infelizmente seu discurso
transcende os trinta por cento da população que forma sua base eleitoral, trazendo
assim, um constrangimento ao público que esperava outro comportamento e outra
linguagem do seu presidente.
Não
podemos negar que o país e o mundo vêm se escandalizando não só com o que o
presidente fala, mas, também com o que ele pensa.
As propostas e ações que vem
tomando o governo são recebidas com certo espanto e rejeição no Velho
Continente, que ainda traz na carne as cinzas do fascismo nos ombros de sua
história. Com exceção dos governos considerados populistas, como a Itália de
Matteo Salvini ou a Hungria de Viktor Orban, as democracias europeias
tradicionais veem com desconfiança o projeto ultraconservador de Bolsonaro, que
desafia em diversos momentos o Estado de Direito e as bases republicana da
política continental.
Bolsonaro acredita que o messias não esta só no
nome, mas, que foi urgido e é esta convicção de que foi eleito pelas forças
divinas, por isso, recebeu um cheque em branco que confirma seu poder de
escolher o melhor a ser feito com o país, independente de diálogo com as partes.
Desta forma, coloca em
perigo o Pacto Federativo e cria um ambiente que as instituições e os poderes
das Republica não são mais necessários.
Padre
Carlos