7º CONGRESSO DO PT
Estamos atravessando uma das
´piores quadras da nossa história. A degeneração política e o medíocre
desempenho econômico, a persistência da pobreza e da desigualdade, a desagregação
social, a violência generalizada, o desencanto dos jovens com a política e a
tolerância com a corrupção são as marcas do governo que se instalou no Palácio
do Planalto.
Para lutarmos contra esta onda de ultradireita que se
abate sobre o nosso país e em muitos lugares do planeta, será necessário neste
Congresso buscar novos rumos e utopias e ter a coragem de fazer uma busca no
mais profundo da nossa existência para resgatar toda aquela vitalidade, sonhos
e utopias que embalaram os nossos objetivos e as nossas certezas.
Desta forma, deveríamos aproveitar
a oportunidade que o 7º CONGRESSO nos proporciona e fazer alguns
questionamentos: Será que estamos conectados com o futuro, estamos renovando
nossos quadros? Demos nestes quase quarenta anos, oportunidade para as novas
lideranças que surgiram nos quadros do partido? Será que perdemos
verdadeiramente, o vigor transformador da juventude? Tenho muitas vezes a sensação
que enquanto a realidade se transformava, mantínhamos no nosso interior, as
ideias do passado.
Não entendemos que devemos
passar o bastão, hoje dentro do partido deveríamos priorizar as discursões
entre presente e futuro, esta pauta é mais importante que entre capitalistas e
trabalhadores; já que nossos objetivos estão voltados para os pobres e
excluídos diante do avanço do neoliberalismo.
Temos que lutar para que o
partido defenda bandeiras dos trabalhadores sem defender os corporativismos de
determinados setores. Defender direitos dos servidores estatais, sem abrir mão
da luta pela qualidade dos serviços públicos; ignoramos que estatal tem que ser
verdadeiramente sinônimo de público e de qualidade, se não for assim, é melhor
que fique com a iniciativa privada.
O partido tem que governar
buscando coesão social e rumo histórico. Nossa proposta de um mundo melhor para
as futuras gerações, não pode penalizar esta geração; temos que criar
consumidores e cidadãos. Entendemos que a justiça social vem da aplicação
correta e responsável dos resultados de economia eficiente; priorizando
todos, principalmente os mais excluídos da sociedade.
Nossos teóricos não podem
ficar acomodados em ideias simplistas, temos que reinventar a roda e fazer a
economia voltar a crescer e ser justo com quem gera a riqueza deste país.
Projetos de governo que colocamos todas as nossas esperanças não podem ser trocados
por slogans nem os intelectuais do partido podem ser trocados por marqueteiros.
A nossa narrativa tem que
ser o resultado de todo um trabalho e luta das gerações que nos antecederam e
acreditaram que a gente daria seguimento as suas lutas e esperanças. Somos herdeiros
de uma ética que defende a vida e programas que inclui os famintos, não
trocamos princípios por poder.
Padre Carlos