segunda-feira, 11 de novembro de 2019

ARTIGO - A infância na Pituba (Padre Carlos)




A infância na Pituba



Outro dia minha filha mais velha me perguntou, qual o espaço de tempo e contexto que poderíamos definir uma geração? Naquele momento pensei na minha infância e respondi com se tivesse retornado ao passado e visitasse minhas lembranças. Ela pode ser definida como um grupo de indivíduos nascidos na mesma época, influenciados por um contexto histórico e que viveram experiências semelhantes. Assim, poderia dizer para você que minha geração possuiu características que estão diretamente ligadas aos nossos comportamentos, costumes e valores. Para entendermos melhor esta geração é importante que façamos uma viagem no tempo. Esta turma que nasceu nos anos cinquenta e sessenta, tiveram a oportunidade de vivenciar uma infância sem muros e para entender o comportamento desta juventude, teríamos que entender primeiro sua infância em todos os seus aspectos.
Foi justamente nesta hora que fazia a explanação, que minha caçula reclamou: papai aqui não tem internet, não tem Netflix, eu quero ir embora! Estávamos no sítio para passar um feriado prolongado com a família. Então voltei a pensar no que estava falando com a mais velha e me questionei. Como conseguimos viver sem celular e todas estas tecnologias na minha infância?

        Assim falei para ela. No tempo que seu pai era criança, andávamos de bicicleta pelas ruas da Pituba, bebíamos água na fonte da Luz, com as mãos mesmo, direto da nascente. Achávamos que era água mineral e não ligávamos se era ou não filtrada.
E quando asfaltaram o bairro que papai morava, começamos a construir nossos carrinhos de rolimã, testávamos nossas máquinas em alta velocidade pela ladeira da rua Rio de Janeiro e usávamos os nossos sapatos como freio. A melhor máquina era sempre o de Juranda, que conseguia as peças na loja do pai.
        Nunca aconteceu quaisquer desastres e brincávamos o dia todo.
       A Pituba era um lugar tranquilo, passávamos boa parte do dia na rua até escurecer, meus amigos eram gordinho e bicudo, todo mundo tinha apelido e não era bullying. Onde estava menino? Na casa do: Sr. Jalpery, Filinho, Valdomiro ou vendo televisão na casa de Dona Tudinha etc. Acreditavam na gente e não havia maldade naquela época. Tínhamos aulas pela manhã na escola das freiras e íamos almoçar em casa, levavamos a nossa merenda feita em casa.

         Dividíamos com nossos amigos aquele kisuco ou suco caseiro, comprávamos pão no armazém Popular e na boate de Aurino.
        Entendeu Laura? Nada de videogames, computadores, celulares ou outros brinquedos eletrônicos, só amigos! Eramos felizes sem esta parafernália eletrônicas.
 
       Íamos para escola a pé ou de bicicleta não havia necessidade de os pais levarem e nem existia van escolar. Na escola da Irmã Catarina, não havia maus alunos, tinha sim, uma palmatória para quem não soubesse a tabuada ou não fizesse o dever.  
Jogávamos bola e nosso time chamava Pitubinha, só tinha craque: Juta, Betinho e Renatinho, era uma seleção, por isto Pitubinha tinha as cores da seleção brasileira, se não fossemos escalados para jogar simplesmente passávamos a ser torcedores.
       Hoje temos mais de cinquenta anos e acreditamos ainda
no amor que há em uma grande amizade:
é  ela que animou o nosso coração e encheu estes anos  as nossas vidas. de alegria.

          Nossa geração sabe o valor que há em uma grande amizade:
mesmo distante e espalhados pelos quatro cantos do mundo, aquela geração da Pituba se sente unida.
  
        Vivemos mais que tempo mais do que as palavras podem dizer
porque na nossa infância fizemos grande amizade e com certeza foi um milagre que partilhamos mesmo sem perceber para nossos filhos e netos. São as lembranças destes milagres que abençoa os dias que nos restam de vida.



Padre Carlos

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sábado, 9 de novembro de 2019

ARTIGO - 30 anos do Muro de Berlim (Padre Carlos)




30 anos do Muro de Berlim


Este sábado fará 30 anos da queda do muro de Berlim. 9 de novembro de 1989.
Não foi “só” um Muro. Foi um símbolo que marcou a divisão do mundo em duas partes e representava o símbolo da Guerra Fria.
Há três décadas atrás, bastou uma simples frase errada - e assim se vê a força da palavra - e a sociedade viu o início do fim da separação ideológica do mundo.
Foi o dia que marcou o começo do final da Guerra Fria e da União Soviética.
Toda esta divisão começou após a II Guerra Mundial (1939-1945) com a derrota Alemã. As tropas alemãs capitularam a 9 de maio de 1945 e todos os membros do último Governo do Reich, encabeçado pelo então almirante Karl Dönitz, foram presos.
Os quatro países vencedores dividiram o território alemão em quatro zonas de ocupação que representavam claras duas metades. De um lado tínhamos os Estados Unidos, Inglaterra e França e do outro lado estava a União Soviética. É neste contexto que nasce a Alemanha Ocidental, o lado capitalista, e a Alemanha Oriental de base comunista.
Assim, a Alemanha Ocidental fazia parte da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e a Alemanha Oriental integrava o Pacto de Varsóvia.
O mundo ficou dividido entre o "centralismo democrático" marxista do Partido Comunista único, o SED (Sozialistische Einheitspartei Deutschlands ou Partido Socialista Unificado da Alemanha), e com a União Democrata Cristã (CDU) de Konrad Adenauer que viria a ser eleito o primeiro Chanceler da República Federal da Alemanha em 1949.
Precisamente em 1949, o Governo Soviético impede o livre-trânsito de pessoas entre as duas metades da Alemanha. Berlim cortava-se ao meio. Nascia ali o muro  que seria levantado de forma efetiva em 1961. Eram 151 quilómetros de extensão de cerca com mais de 300 torres patrulhadas, com cães de guarda, homens fortemente armados e ainda arame farpado e eletrificado. Era impossível fugir de um lado da Alemanha para o outro.
O muro separou a cidade em Berlim Oriental e Berlim Ocidental durante mais de 28 anos, desde sua construção em 1961 até ser derrubado em 1989. A ideologia e a divisão de um pós-Guerra separaram famílias, amigos e vidas. 
Este fato mexeu com a cabeça de muita gente, quando fiquei sabendo do ocorrido, me veio na hora uma sensação de alegria, mas ao lembrar pessoas e não posso deixar aqui de ciar o velho (Carlos Prestes), que deram suas vidas por um ideal comunista, seria trágico ver suas utopias sendo colocadas a baixo junto com aquele muro.
            Naquele mesmo ano, outro episódio dava alento e esperança a esquerda no Brasil, um candidato do campo progressista, Luiz Inácio Lula da Silva foi para o segundo turno das eleições presidências. Foram as primeiras desde 1960 em que os cidadãos brasileiros aptos a votar escolheram seu presidente da república. Da coligação encabeçada pelo Partido dos Trabalhadores, e Fernando Collor de Mello, da coligação encabeçada pelo PRN.
            Apesar da queda do Muro de Berlin, ter desestabilizado algumas certezas na nossa cabeça, com a nova conjuntura que se formava em nosso país, não tive tempo de processar todos aqueles acontecimentos.
         
          Para minha grande surpresa, no comício de Lula na capital Fluminense testemunhei a alegria da multidão ao escutar o “cavaleiro da esperança.” Assim, discursando entre bandeiras vermelhas no comício realizado na Candelária no Rio de Janeiro em 1989 o Velho me dava uma lição de vida e de fé no amanhã.


             Prestes faleceu em março de 1990, O “cavaleiro da esperança” nos legou a certeza de tornar a florescer em cada nova estação.


Padre Carlos.

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sexta-feira, 8 de novembro de 2019

ARTIGO - São Jorge dos Amado (Padre Carlos)






São Jorge dos Amado


Resgatar a memória de Jorge Amado (1912-2001) é reconhecer a importância de quem levou o nome do Brasil para os quatro cantos do mundo. Hoje me lembrei que faz  dezoito anos que perdemos nosso Jorge, tão amado para falar em poucas linhas.  É impossível falar deste escritor, sem citar sua militância política e buscar entender como foi forjado este quadro do partido. O período pós-revolução de 30 até a suicídio de Getúlio, constitui um dos elementos-chave para a compreensão de parte substantiva de sua trajetória como escritor militante. Basta lembrar que, dos mais de sessenta anos de carreira, quase 25 foram dedicados à construção de uma prática associados ao seu engajamento no Partido Comunista Brasileiro (pcb).
Jorge Amado fez das mulheres e dos homens, de diferentes gerações e de todo o mundo, o seu laboratório para as milhares de personagens de suas obras. Ele era mestre em derrubar fronteiras políticas, culturais e sociais, sempre com uma visão além do seu tempo. O seu chão era do tamanho da extensão e das profundezas da Bahia de Todos os Santos. Do homem moldado pela miscigenação, por deuses trazidos nos navios negreiros, cenários da escravatura do cacau, poéticas da resistência e do quotidiano, se fez literatura. Nela o mundo pode conhecer o Brasil e ele pode se vê no espelho. Nela cabem o imaginário e os olhares de geografias tão diferentes.
Como poderíamos saber ou contar as milhares de vidas que cabem no coração de Jorge Amado. Milhares de supostas almas aparecem nas páginas: prostitutas, diplomatas e poetas populares, orixás e santos com pés de barro, políticos, intelectuais, amigos e facínoras de várias espécies (por vezes acumulando) e até a chuva de cravos que conquistou Zélia.
Envolvidos em trabalho árduo, ideais, entre amigos e uma rede na genuína “preguiça baiana” desfilam Neruda, Saramago, regimes, encantamentos e desilusões resumidos em poucas palavras. “Socialismo sem democracia é ditadura e nenhuma presta, nem de direita nem de esquerda, é a mesma merda.” Palavras de Jorge, amado e ainda menorizado por académicos, sempre com o povo, mas nunca no meio do povo.
Naquela segunda feira de um agosto de 2001, fui ao velório, 15 mil pessoas despediram-se do escritor que refletira parte da história dessas gentes em mais de 40 obras, 49 idiomas e 80 milhões de livros vendidos. Entre plantas na velha Casa do Rio Vermelho (Salvador) repousam as cinzas, mas sobram páginas inacabadas. Jorge Amado é uma área de investigação interminável, que ainda deve ser explorada em muitos campos. Se há vidas que nunca se acabam, está com certeza é a do nosso Amado.


Padre Carlos

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terça-feira, 5 de novembro de 2019

ARTIGO - Amor é assunto para adultos (Padre Carlos)




Amor é assunto para adultos


Quando eram crianças, prometeram que nada iria afastar um do outro. Nem o tempo, nem a distância, nem os gostos, nem os futuros amores. Prometeram ser amigos e amantes para o que der e vier e permanecer assim por toda a vida. Suas promessas não foram quebradas, foram eles que mudaram, já não eram mais os mesmos. Ao passar por tantas mudanças, tantos períodos de distância, já não lembravam das promessas que fizeram, mesmo assim, de vez em quando, ele se pegava pensando nela. Naquela época, ele à conhecia como ninguém, sabia os seus segredos, os seus gostos, seus medos e até as suas chatices, hoje ela não é a mesma de quarenta anos atrás. Será que sua promessa continua válida: nunca lhe  abandonarei. Ele parou e pensou nela alguns minutos: enquanto eu estiver vivo, gostaria de pedir ao bom Deus o dom da natureza dado a maioria das aves, estas são espécies monogâmicas, permanecendo com um único parceiro até a morte.
De repente acorda do seu sonho e grita: não! Somos humanos e para nossa espécie, é preciso que fique claro que a infância é a época da imaturidade, da aventura e da descoberta.”
 Agora eu era o herói .
E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cowboy
Era você além das outras três
Eu enfrentava os batalhões
Os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque
E ensaiava o rock para as matinês
Agora eu era o rei
Era o bedel e era também juiz
E pela minha lei
A gente era obrigado a ser feliz
E você era a princesa que eu fiz coroar
E era tão linda de se admirar
Que andava nua pelo meu país.
         Aprendemos muito na infância. Não sou mais herói, nem o rei e você não é mais a princesa do meus sonhos e país.
Mas depois dela vem a juventude  e com esta, também a responsabilidade e a descoberta e um mundo real.
Agora era fatal
Que o faz-de-conta terminasse assim
Pra lá deste quintal
Era uma noite que não tem mais fim
Pois você sumiu no mundo sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim?”

             Todas essas fases servem para entender o rompimento da infância com a vida adulta. Porém, não vamos com as mãos vazias, todos estes acontecimentos se tornam um estoque de experiências suficiente para embasar nossas futuras decisões. Passamos assim a entender, que colhemos o que plantamos. Sendo assim, o que vivemos hoje é tão somente o reflexo de nossas decisões passadas. Tomamos decisões quando somos adultos. O que você chama de “amor de infância”, não é amor. Amor é assunto para adultos. Se quer ser criança novamente, é um direito seu.
Mas fique sabendo que os riscos de estar se enganando e pior, enganando outras pessoas é 
destrutivo e avassalador.

E pode se decepcionar muito, porque a mulher de quem ele fala, mudou muito da época da infância até hoje e certamente, não será de forma alguma aquela coisa romântica, infantil e imatura de 40 anos atrás.
   
       Cada idade tem suas alegrias e suas dores. Aceite as alegrias e as dores de sua idade, converse com o menino que existe dentro de você e busque repactuar esta dor, esta saudade  e aja como um homem adulto e maduro. Agir como criança poderá ter graves consequências para você e todos os envolvidos.

Padre Carlos

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domingo, 3 de novembro de 2019

ARTIGO - Na campanha, estratégia é tudo (Padre Carlos)




Na campanha, estratégia é tudo

Se um artigo para ser bom tiver que repetir outro com o mesmo assunto, é preferível nem ser escrito. E quem decide se um artigo é bom e inteligível é o leitor. Este artigo tem a pretensão de dialogar com o militante de esquerda da cidade de Vitória da Conquista.
   
      Para falar da Campanha eleitoral no nosso município, temos que falar também das obras: Sabedoria dos Lobos' e 'Arte da Guerra', estas deveriam ser leitura obrigatória para a oposição e todos os partidos de esquerda nestes momentos difíceis que estamos passando. ‘Arte da Guerra’ é o resultado dum longo processo de sedimentação, recolhendo e unificando um conjunto de reflexões estratégicas que assentam no princípio de que ganhar ou perder – a guerra – não acontece por acaso nem por intervenção divina: é uma questão de conhecimento, método e estratégia. É evidente que o enunciado para a guerra tem elasticidade bastante para entender que gostaríamos de aplicar estes conhecimentos milenar na nossa campanha e não podemos esquecer, que tudo se resume a atingir ou não os objetivos perseguidos.
         A Sabedoria dos Lobos’, apresenta o comportamento dos lobos em alcateia como o exemplo maior do trabalho em grupo e divisão de tarefas, sublinhando os princípios em que isso assenta: liderança, organização e disciplina - apoiados na lealdade, unidade, perseverança, espírito de sacrifício e convivência. Não podemos esquecer que se trata de uma campanha majoritária e que transcende ao gabinete do Deputado ou agrupamento que este pertença.
           Diante disto, gostaria de lembrar que a estratégia, método e princípios têm de ser, necessariamente, definidos, acolhidos e aplicados dentro do partido e do comitê é na campanha, onde se dará as grandes batalhas sobre destinos da nossa cidade..
         É certo que não iremos partir para um conflito sangrento; porém não podemos esquecer que muitas coisas estão em jogo, estamos falando do nosso projeto que foi interrompido e que as novas gerações se beneficiaram e podem continuar  beneficiando-se das conquistas sociais e do desenvolvimento regional que conseguimos empreender nos últimos vinte anos.
         Desta forma, muitos dos conselhos, da 'Arte da Guerra' e da Sabedoria dos Lobos' quando ponderados numa perspectiva mais atual, poderão ser bastante úteis. Sun Tzu ensina-nos a importância de nos conhecermos bem a nós mesmos, bem como aos nossos “adversários”, a importância de introduzirmos disciplina no seio da campanha, ao mesmo tempo em que tratamos os nossos “filiados” como companheiros de partido. Outra coisa importante que não podemos deixar de chamar a atenção das nossas lideranças, é que, precisamos entender que o partido é o todo, não é apenas o meu agrupamento.
        É relevante planejarmos as nossas “ações” e buscar a unificação de todas as forças progressistas dentro da campanha majoritária. Sim, sabemos que os ensinamentos destas obras, são uma questão de senso comum; no entanto há erros que cometemos na última campanha que poderiam ter sido evitados se existisse maior sabedoria da parte dos nossos dirigentes.
       

   A grande lição que ficou para o PT nestes anos em que ficou afastado dos movimentos populares, foi da importância de manter a mobilização social. Nós devemos, sim, fazer esse enfrentamento com o Governo Herzem, temos a responsabilidade de manter a mobilização social e a consciência do nosso povo e informar a sociedade, tudo que o que realmente estiver acontecendo na nossa cidade.

Padre Carlos.

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sexta-feira, 1 de novembro de 2019

ARTIGO - Fogo amigo ou encomendado? (Padre Carlos)




Fogo amigo ou encomendado?



Se o governo, teve disposição para o diálogo político, buscando negociar a aprovação dos empréstimos no valor de R$ 60 milhões, que busca contrair junto ao Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa), da Caixa Econômica Federal é digna de nota também, a disposição da oposição que aceitou o diálogo com o prefeito. Não que a bancada de oposição daquela casa seja adesista a este governo, o problema é que muita gente esquece que  não basta ser oposição, tem que ser uma oposição responsável, favorável a tudo aquilo que for bom para a cidade, sabendo fiscalizar e criticar o que entende que não está bom. Em primeiro lugar está a democracia e o interesse do nosso povo.
Não acreditamos em oposição destrutiva. Devemos defender nosso ponto de vista de forma enfática e propositiva. E na conjuntura atual, cabe à oposição minimizar danos. A oposição deu inestimável colaboração para deixar transparente o empréstimo e não poderia aprovar sem que tivesse certeza de uma avaliação por profissionais competentes e isento do poder executivo e conhecer a planilha com os nomes das ruas que seriam comtempladas, sem estas informações não seria prudente aprovar. 
Assim, mesmo debaixo de fogo amigo, o vereador Coriolano Moraes, ao lado do parlamentar Fernando Jacaré, articulou politicamente e conseguiram o detalhamento de onde serão realizadas as obras do Finesa 2. Se a falta dos detalhes era um entrave para que a bancada votasse a favor, agora com a ação destes dois quadros da oposição não existe mais empecilho.
Embora a articulação fosse deliberada pela bancada e não um gesto isolado destes dois parlamentares, mesmo assim sofreram retaliações através de pessoas que não sabemos qual era o interesse ou verdadeiros motivos para colocar em dúvida a honra destes dois parlamentares. Foi através das redes sociais e da imprensa que presenciamos as acusações levianas contra os vereadores, dando a entender, um desvio ético e um rompimento com a posição política dos mesmos ao Partido no município. Desta forma, ficamos sem entender, pois se tratava de uma determinação da bancada, mesmo assim, tentaram induzir a população que se tratava de um comportamento eleitoreiro do toma lá dá cá. Os votos dos vereadores ao parecer é uma prova clara que estas pessoas não conseguiram comprometer a imagem destes dois companheiros.

Padre Carlos

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quarta-feira, 30 de outubro de 2019

ARTIGO - A esquerda latino-americana (Padre Carlos)





A esquerda latino-americana



Estamos presenciando um crescimento da esquerda em toda a América Latina, poderia dizer que esta guinada ou onda rosa como alguns analistas políticos passaram a chamar este fenómeno, tem um componente de revolta e decepção com as políticas neoliberais que foram aplicadas nestes países. Não podemos negar que entre o fim da década de 1990 e o início dos anos 2000, vivemos fenômeno parecido quando foram eleitos muitos chefes de Estado ligados a partidos reformistas, mas, o que chama atenção dos cientistas políticas é a dificuldade deste fenómeno transpor as cordilheiras e chegarem em terras brasileiras.
Assim, constatamos um crescimento destes partidos em toda a costa do pacífico que se estende do México a terra do fogo. A guinada à direita que se deu alguns anos atrás em países como Argentina, Colômbia, Peru e o Chile, não teve o mesmo peso nem trouxe o elemento novo que a eleição brasileira apresentou e se os ventos de mudança que hora atravessa o continente Latino Americano, não consegue atravessar os Andes, pode ser em razão deste fator que relacionamos e que se trata do fortalecimento de uma direita conservadora mais lusitana que espanhola. Embora os ventos de mudança não tenham chegado em terras brasileiras, na proporção que tem varrido o continente, o efeito Bolsonaro, que muitos analistas esperavam que aconteceria em muitos país do Cone Sul, devido a importância e influência do Brasil sobre estes países, não aconteceram.

Os acontecimentos no Chile, revelam um profundo descontentamento com as políticas neoliberais como um todo. As manifestações chilenas me parecem muito mais bem direcionadas e críticas ao modelo neoliberal, que as nossas em 2013. Outro fator importante nestes últimos dias, fora a volta da esquerda na Argentina e no Uruguai, Daniel Martínez disputará a manutenção da centro-esquerda que está no poder desde 2005. 

 Não podemos esquecer, que os conservadores conseguiram derrubar a partir de 2015, os principais redutos de esquerda latino-americana incluindo Brasil, Argentina e Chile. A esquerda foi declarada morta várias vezes pela imprensa burguesa e pelas elites americanas. Mas a vitória do esquerdista Andrés López Obrador no México, em julho de 2018, mostrava que os ventos políticos na América Latina nem sempre sopram na mesma direção. Assim, quando saíram os resultados das eleições mexicanas, entendi naquele momento que o sonho não tinha acabado e fui percebendo através da movimentação destas forças, que a esquerda estava voltando e passamos de derrotados no Brasil a vencedores nas disputas de votos na Argentina e no Uruguai. Tenho certeza que os resultados políticos e eleitorais, não reflete os editorialistas dos grandes jornais brasileiros que até então estavam em estado de êxtase. O tom geral é o de que teria acabado a onda de esquerda que toma conta do continente desde a eleição de Hugo Chávez, em 1998, e que teve suas marcas definidoras com a ascensão de Nestor Kirchner, em 2001, de Lula em 2002, de Tabaré Vasquez, em 2004, e de Evo Morales, em 2005. Essa pretensa onda já mereceu, em páginas impressas e falas radiofônicas e televisivas, os nomes de volta do populismo, nacionalismo superado, estatismo tosco e outros qualificativos de igual tom que agora vemos o povo pedindo a volta. Tenho certeza que a chegada de Lula ao cenário político dará um novo alento as nossas lutas e ao projeto político da esquerda.

Padre Carlos

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ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...