sexta-feira, 15 de maio de 2020

ARTIGO - Qual a postura ética de um vereador? (Padre Carlos)




Qual a postura ética de um vereador?


         Ao assistir ao espetáculo do vereador David Salomão tentando impedir um fiscal da Prefeitura da nossa cidade de interditar uma barbearia nesta quinta-feira, veio-me à memória uma frase do filósofo irlandês Edmund Burke.” É um erro popular muito comum acreditar que aqueles que fazem mais barulho a lamentarem-se a favor do povo, sejam o mais preocupados com o seu bem-estar.” Descontrolado e sem qualquer postura ética de um parlamentar, o vereador se baseou na MP do presidente Jair Bolsonaro que autoriza a reabertura de salões de beleza e barbearias em meio à pandemia, além de tentar impedir os fiscais que estavam trabalhando, terminou agredindo verbalmente estes profissionais.
 Quando presenciamos um operador do direito omitindo informações ou o que é pior, não respeitando as decisões do STF, entendemos que não se trata mais de direito e sim de política e assim, passa a confundir propositalmente interesse público com populismo. Este comportamento do parlamentar, trata-se de uma manobra altamente perigosa porque a sintonia com o interesse público significa agir de acordo com o que mais pode trazer bem-estar para a população – inclusive às vezes adotando medidas impopulares, mas necessárias. Desta forma, entendemos esta ação política com claro interesse em manipular ou agradar a massa popular, com exclusiva finalidade de levantar a bandeira da flexibilização do decreto municipal que trata das medidas de confinamento. Este discurso é um erro absoluto, total e imperdoável, temos neste momento que rejeitar todo tipo de tentativa de expor o nosso povo ao perigo por alguns políticos em busca de votos, por alguns empresários, conservadores e pela extrema direita. 
Neste primeiro mandato, encontramos no discurso do vereador um forte apelo direto e emocional às massas populares, adotando medidas de cunho puramente demagógico, muitas vezes sob o argumento de que seus projetos tem base legal e não são votados porque seus pares fazem o jogo do poder. Esta manobra tem o objetivo de jogar a população de Vitória da conquista contra seus representantes.  Entendemos o showman de David Salomão como uma estratégia de tentar agradar setores cujo apoio é mais facilmente coopavel, diante da crise econômica que se estalou com o fechamento do nosso comércio
Para concluir este pequeno artigo, gostaria de falar a Sua Excelência o Vereador David Salomão, que este não é o comportamento que a cidade deseja dos seus vereadores, a cidade espera dos seus representantes no parlamento e no executivo que tenha responsabilidade e espírito público para tomar as decisões no que diz respeito a esta matéria.


quinta-feira, 14 de maio de 2020

ARTIGO - Na política os desafetos são perigosos (Padre Carlos)





Na política os desafetos são perigosos



Para quem deseja ingressar na carreira política, eu daria dois conselhos: cuidado com os desafetos que você vai colecionar durante sua vida política. Isto é: Mantenha seus amigos por perto e seus inimigos mais perto ainda. Apesar de me apropriar desta frase para introduzir este artigo, sua autoria é atribuída a Lao-Tsé, filósofo e fundador do Taoismo. Ela tem uma aplicação variada, da filosofia a política e desta forma, gostaria de traçar um paralelo entre estes ensinamentos e o governo Pereira. 
Já faz algum tempo que o ex-vereador Arlindo Rebouças fez uso da tribuna livre na Câmara Municipal, não para fazer cobranças ao Executivo Municipal, mas para fazer sérias denúncias a respeito de contratos sem licitações e o aumento de antigos contratos sem uma justificativa e amparo legal. Rebouças denunciou a Emurc, que, segundo ele, fazia as planilhas para executar as obras sem licitação. Outro fato importante que o antigo membro deste governo chamou atenção, foi sobre o contrato que existe entre a prefeitura e a Torre de pouco mais de R$ 600 mil por mês, na atual gestão passou para mais de um milhão de reais sem licitação. Na época, o ex-vereador disse que encaminharia as referidas denúncias para o Ministério Público. Se encaminhou mesmo, não sabemos.
Outro desafeto do prefeito, o empresário Francisco Estrela Dantas Filho, que também ajudou elege-lo, tem nestes últimos dias, levantado algumas questões para chamar a atenção dos vereadores sobre a divergências de valores sobre os contratos apresentados pelo Governo estadual e o da Rede municipal. É Preciso entender os critérios que foram alicerçados tal contratos e porque existe uma diferença exorbitante entre ambos? Outro caso levantado por Chico Estrela, (como o empresário é conhecido pela comunidade conquistense) e que merece ser investigado é sobre a quantidade de consultoria e os serviços de assessoria que a Prefeitura de Vitória da Conquista vem contratando. Quem define estes valores e são legais estes contratos sem licitações?
Os antigos aliados terminam se tornando desafeto e quando isto acontece o seu poder de fogo termina sendo amplificado, pelas informações que termina vasando. Assim como no plano nacional os desafetos do governo Bolsonaro vem trazendo a público alguns fatos novos, no plano local os ex-aliados de Pereira vem levantando questões éticas, bem como uma falta de compromisso desta gestão com a comunidade conquistense.
O papel do vereador é apontar falhas e investigar O que queremos na verdade é que fiscalizem esta e todas denúncias que por ventura surgirem neste período de situação de emergência ou que antecederam a este.  
Diante de tantas informações apresentadas contra esta administração, por antigos aliados fica alguns questionamentos: se todos os desafetos deste prefeito começarem a denunciar e exteriorizarem seus descontentamento, não haverá mais espaço para oposição no nosso município.










 



quarta-feira, 13 de maio de 2020

ARTIGO - “Brasileiro só fecha a porta depois de roubado.” (Padre Carlos)




“Brasileiro só fecha a porta depois de roubado.”

Nunca foi tão certo o ditado popular que diz: “Brasileiro só fecha a porta depois de roubado.” Ou ainda: nada como uma crise para a gente cair na real. Isso vale, hoje, para problemas novos e antigos, como a questão do Coronavírus e o controle do mosquito Aedes aegypti, transmissor das arboviroses: Dengue, Zika e Chikungunya.
Precisamos fazer um levantamento do mundo real, do que está acontecendo realmente na epidemia de dengue em Vitória da Conquista. Qual o resultado da Avaliação de Densidade Larvária (ADL), que mede o grau de infestação do mosquito Aedes aegypti, que transmite a dengue, zika, chikungunya e febre amarela em nosso município? De acordo com parâmetro do Ministério da Saúde, o resultado é avaliado da seguinte forma: menor que 1,0 é satisfatório; de 1,0 a 3,9, alerta; e acima de 4,0, alto risco.
Será que fomos surpreendidos, ou não demos a devida importância sobre os avisos que o Ministério da Saúde vinha imitindo desde o final do ano passado.Com exceção do coronavírus, eu considero este o mais grave problema de saúde pública do País nos últimos 50 anos, grave pelo dano que a epidemia causa e pela dificuldade de controle que esta traz, uma vez que o mosquito transmissor está há décadas no Brasil, completamente fora de controle.
Na verdade, a palavra de ordem para 2020 deveria ser mesmo Combate! Isto, porque o Ministério da Saúde vinha divulgando um alerta de previsão para um surto da dengue desde o final do ano passado, para todos os estados e municípios do Nordeste, além do Rio de Janeiro e Espirito Santo, se preparassem e não deixasse para tomar as medidas necessária para última hora. No entanto, não vimos por parte da coordenação de endemias da SMS, esta mesmo preocupação antes dos óbitos causados pela dengue chegarem a imprensa de todo o estado. Nós estamos diante de um problema grave. Temos que enfrentar uma epidemia gravíssima. Não está tendo nada, a não ser declarações, gestos eventuais com o Exército em 1 dia no ano. O mosquito se reproduz a cada 7 dias! Nós tínhamos que ter uma política semanal de enfrentamento, de varredura. Em 10 anos o Brasil aumentou quatro vezes a área de ação do Aedes aegypti. Pensar que a operação com os veículos fumacê, em alguns bairros da cidade vai resolver este grave problema é menosprezar a capacidade de discernimento do conquistense.  Nós temos que voltar para o mundo real.
 Não é problema para ficar fazendo discursos de intenções. Nós temos que agir. Onde estão os poderes públicos para agir, tomar medidas rápidas?
Diante disto perguntamos: porque o fumacê não tinha sido solicitado? O certo, é que depois que Vitória da Conquista registrou a segunda morte em 30 dias por dengue hemorrágica é que vimos alguma iniciativa.
Só agora depois que a situação tornou-se insustentável, a Secretaria Municipal de Saúde, por meio do Centro de Controle de Endemias, entendeu a gravidade do assunto e passou a divulgar o boletim semanal para informar a população sobre as notificações de casos de Dengue, Zika e Chikungunya – doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti – em Vitória da Conquista. As informações do primeiro boletim dizem respeito à 19º semana epidemiológica de 2020, que corresponde ao período de janeiro a 8 de maio de 2020. É preciso que a comissão de saúde da Câmara de Vereadores tenha conhecimento do que foi feito pelos poderes público e posam cobrar uma atitude mais enérgica por parte desta secretaria.






domingo, 10 de maio de 2020

ARTIGO - Nossos professores e esta nova realidade (Padre Carlos)




 

Nossos professores e esta nova realidade

 

Toda esta situação criada pela quarentena fez com que muita gente mudasse sua visão com relação as novas formas de educação e deixasse de torcer o nariz e passasse a aceitar sem preconceito o EAD para que pudéssemos educar os seus filhos. Um dos imensos desafios criados pelo confinamento foi o da sua relação com o sistema escolar. A ideia de que se pode “dar aulas” à distância foi amplamente aceita. Colocamos toda a responsabilidade no professor e este foi individualmente recrutado a ser ele uma escola inteira – quando na verdade, a escola é por excelência um coletivo. Os professores precisaram se reinventar para transformar as aulas presenciais em online. Como pai, não posso negar que está sendo difícil para todos usar as ferramentas tecnológicas para proporcionar um ambiente virtual de aprendizado, já que não pudemos contar com um período de transição nem tempo suficiente para treinar e conhecer de perto esta nova realidade. Não podemos esquecer, que estes profissionais foram chamados a dar o melhor de si para que nossos filhos desse continuidade ao ano letivo.

Mesmo com as falhas do sistema, a nível técnico, o ensino à distância tem sido a grande ferramenta para que os alunos não fiquem abandonados e excluídos durante o tempo em que durar este estado de emergência. “Aulas” remotas, sobretudo com crianças e adolescentes, sincronizadas ou não, deixaram de ser apelidadas de “aulas à distância “e mesmo aproveitando toda tecnologia disponível, devemos fazer uma reflexão sobre estas plataformas de ensino e não ficar repetindo ideias corporativistas de que o EAD não constituem verdadeiro ensino e educação.

Conhecer e enfrentar um desafio, é tão importante quanto encontrar a solução para o problema. Pensar que a grande dificuldade para implantarmos esta nova modalidade de aprendizagem estaria na falta de computadores é admitir que desconhece o que são hoje os verdadeiros problemas da educação. Não basta incentivar os municípios a adquirir computadores ou iPads, canalizando para isto recursos (com tantos professores mal pagos), desconhece que o problema fundamental do ensino, e que o tem levado a afastar-se cada vez mais dos seus sujeitos – professores e alunos é de outra natureza.

A educação escolar moderna é um processo de formação humana integral que se desenvolve de maneira complexa, isto é, em todas as direções.  Os processos de ensino e aprendizagem exigem, pela particularidade do ato de educar, a simultaneidade (e não a sincronidade). É preciso que haja sentido e vontade, no tempo e no espaço, de forma coletiva. 

Mesmo com toda tecnologia, o ato de ensinar tem que despertar paixões por se tratar de conhecer, e não compulsões pelo ato de repetir. São muitos os sinais e indicadores de que mesmo antes da covid-19 essa paixão, essa vontade de ensinar e de saber, estava com sérios problemas e não é nenhuma máquina ou plataforma de ensino que vai resolver os grandes problemas do nosso sistema educacional. O verdadeiro milagre do ensino a distância, não se encontra na tela, mas quem está atrás dela. Não existe EAD com professores e alunos convivendo com péssimas condições de trabalho e o que é mais grave, toda essa nova situação gera ansiedade e medo dos professores, sejam eles da rede privada ou pública, cortes de salários e a ameaça constantes de desemprego devido a inadimplência dos alunos na quarentena, deixa a classe apreensiva, neste momento que estes profissionais mais precisam da nossa ajuda e reconhecimento.

         A escola em casa passou a ser a realidade nesses tempos de covid-19: mas é mesmo de escola ou de aprendizagem que estamos tratando?

A relação presencial entre alunos e professores, deveria estimular o sentido crítico, debatendo e combatendo com conhecimento opções de contraditório, argumentando e contra argumentando, estabelecendo relações críticas tensionais, mas é isto que presenciamos nas nossas salas de aula? Diante da atual situação, o processo de educação-ensino-aprendizagem passa incluir meios digitais, presenciais ou à distância, tecnologias de informação e comunicação de natureza não analógica. O que a pandemia tem nos ensinando é que esses meios não são só subsidiários e secundários – suporte didático e sim modalidade de ensino e essencial da relação pedagógica. 

Estamos provando que é possível construir um espaço de aula exclusivamente através de meios digitais ou televisivos, embora estes possam e devam estar à disposição de professores e alunos, jamais poderá substituir o professor por este ter a obrigação ética (e, bem entendido, do sistema educativo no seu conjunto) para com os seus alunos, é a honestidade intelectual.

Assim como os profissionais da saúde tem salvado muitas vidas nos hospitais e casas de saúde, nossos professores vem se empenhando para que os nossos filhos não sejam os grandes prejudicados com esta quarentena e mesmo enfrentando todo tipo de dificuldades, buscam dá o melhor de si para que os assuntos relativo a formação das nossas crianças chegue em nossas casas.

 

 

 

 

 

 


quinta-feira, 7 de maio de 2020

ARTIGO - A graça de ser mãe (Padre Carlos)





A graça de ser mãe




Todos os anos, o comercio, a igreja as escolas, chama a atenção dos seus clientes e fiéis, para prestarem homenagem às mães. Apesar das lembranças e gestos de carinhos, ficamos sem entender a sentido verdadeiro da maternidade.  Toda mãe conhece profundamente o carisma do martírio, escolhe o esquecimento de si para estar à serviço dos filhos e da família.
 Na relação maternal, os filhos são frequentes destinatários de um amor que se entrega e que afugenta o individualismo e o egoísmo. Uma mulher que, verdadeiramente acolhe o dom da maternidade, conhece bem a prontidão do sacrifício pelos filhos e jamais calcula os seus atos e esforços.
Podemos afirmar que diversos elementos foram e são estesias para nos tornarmos humanos a cada dia e o dom da maternidade é com certeza um destes. Aprendi com duas mulheres, a que me gerou e a minha companheira que mãe é a arte do carinho e do cuidado constantes. No geral, todos nós fomos marcados pela linguagem concreta do amor que passa pelas mãos dedicadas de nossas mães. A cultura que nos toca não apresenta claramente o papel fundamental da maternidade. Vemos constantemente a figura da mãe, principalmente no final da vida, sendo sutilmente desprezada.
Não basta ser mulher para se tornar mãe, por isto em alguns momentos da vida elas precisarão tomar decisões, principalmente quando se trata de maternidade. Ser mãe demanda esforço, sacrifícios, mas que sempre valem a pena. Não podemos esquecer que os sacrifícios fazem parte do amor.
Nossas sociedades reclamam pela cultura da maternidade marcada pelo sacrifício, pois “uma sociedade sem mães seria uma sociedade desumana, porque as mães sabem testemunhar sempre, mesmo nos piores momentos, a ternura, a dedicação, a força moral. Quando exerci a direção do Presídio na nossa cidade, pude presenciar nos dias de visita a presença misericordiosa das mãe na fila das visitas para ver seus filhos. As mães transmitem, muitas vezes, também o sentido mais profundo da prática religiosa: nas primeiras orações, nos primeiros gestos de devoção que uma criança aprende, é inscrito no valor da fé na vida de um ser humano” (Papa Francisco).
Uma mulher que, verdadeiramente acolhe o dom da maternidade, conhece bem a prontidão do sacrifício pelos filhos e jamais calcula os seus atos e esforços. Para Dom Oscar Romero, o comportamento maternal confunde-se com uma espécie de “martírio materno”; a graça de ser mãe revela ostensivamente as páginas de sangue do Evangelho de Jesus: o silencio que acompanha, a renúncia cotidiana e a misericórdia que permanece sempre. Estas são marcas inconfundíveis da vida dos mártires. Por isto, toda mãe conhece profundamente o carisma do martírio, escolhe o esquecimento de si para estar à serviço dos filhos e da família. Na relação maternal, os filhos são frequentes destinatários de um amor que se entrega e que afugenta o individualismo e o egoísmo.
Na tradição cristã, o martírio, que é a entrega livre da vida por causa do Evangelho, indo até as vias da morte, sempre acompanhou os homens e as mulheres de fé. A decisão pelo Evangelho de Jesus Cristo foi, ao longo dos anos, consolidando uma fileira incontável de mártires que testemunharam a seriedade da fé e da confissão católica. Por se tratar de uma entrega livre e incondicional, busquei traçar este paralelo e descrever o martírio e a maternidade como um dom de Deus. Sei que esta afirmação poderia escandalizar vocês e os gentios de um modo em geral. Sim   parece ser um absurdo desmedido, mas devemos trazer aqui aquela palavra de Jesus: “Ninguém tira a minha vida, eu a dou livremente” (Jo 10, 18).
Assim como os mártires, as mães entregaram suas vidas livremente porque carregavam consigo o dom do amor e este milagre, permanece e nos acompanha em qualquer circunstância da vida.











ARTIGO - As eleições serão adiadas? (Padre Carlos )






As eleições serão adiadas?





Quem conhece o ministro do STF, Luís Roberto Barroso, sabe que se trata de um magistrado extremamente cauteloso e por se tratar do próximo presidente do Supremo Tribunal Eleitora, venho acompanhando de perto suas opiniões sobre a realização ou não das eleições de outubro próximo. Já faz alguns meses, que o ministro vinha declarado que a definição sobre o eventual adiamento das eleições municipais de outubro, só deve ser discutido, a partir de junho. Porem neste início de semana, o ministro Luís Roberto Barroso cogitou para seus auxiliares que iria propor ao Congresso Nacional que as eleições municipais deste ano sejam realizadas em quatro dias - dois sábados e dois domingos consecutivos - ou que a votação ocorra em horários definidos de acordo com a faixa etária dos eleitores.
Mesmo vindo a público essa intenção do futuro presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o que se ouve mais nos corredores do Supremo são comentários por parte de autoridades ligadas ao judiciário, afirmando que se têm como certo o adiamento, devido à dificuldade dos partidos cumprirem cada vez mais o calendário eleitoral. A realizações de convenções partidárias e de outros atos que ocasionaria aglomerações e a exposição dos candidatos, são os principais obstáculos para que o pleito seja adiado.
Adiar uma eleição não é simples assim, a data da eleição está prevista na Constituição e, portanto, qualquer alteração terá de ser feita pelo Congresso por meio de emenda constitucional. A própria Constituição estabelece que as regras não podem mudar a menos de um ano antes da eleição. Ou seja, será preciso um trabalho articulado entre o TSE, o Congresso e o STF (Supremo Tribunal Federal) para que não considere os pedidos que por ventura vem ser impetrados e considere este adiamento   inconstitucional.
Outro fator importante e que não podemos esquecer, é que a Constituição determina o pré-calendário. Isto é, as eleições precisam ser realizadas no primeiro domingo de outubro e no último domingo de outubro (segundo turno). A partir disso, o TSE solta o cronograma das eleições, que já foi publicado no fim de 2019. Os prazos de que tratam sobre fidelidade partidária e sobre troca de domicílio eleitoral para onde o candidato pretende concorrer já venceram.
Existe no Congresso, várias propostas de emenda à Constituição de senadores e deputados. Querem unificar as eleições. Assim, quem está no cargo agora ficaria até 2022 e lá seriam realizadas eleições gerais, desde o vereador até o presidente da República. Gostaria de lembrar que a última vez que uma eleição foi adiada ocorreu em 1980, quando o pleito acabou se realizando em 1982. Havia bipartidarismo e o governo, ainda uma ditadura, temia que o MDB arrebentasse nas urnas. Adiaram para manter a ditadura por mais dois anos. Hoje se isto acontecesse, as esquerdas seriam muito prejudicadas, já que a decepção com as políticas econômicas  e com o presidente Jair Bolsonaro tem levado uma parcela significativa do eleitorado para oposição.











quarta-feira, 6 de maio de 2020

ARTIGO - Flexibilizar o decreto é 'baixar a guarda' (Padre Carlos)


Flexibilizar o decreto é 'baixar a guarda' 



Quando vejo alguns políticos imitindo opinião da flexibilização do decreto sobre as medidas restritivas, eu fico a me perguntar: o pior já passou? A resposta infelizmente é não, o Brasil bateu o recorde ontem dia 5 e registrou 600 mortos por Covid-19 em 24h; o total se aproxima de 10 mil. Diante destes números, podemos afirmar que estamos numa fase diferente da reação à pandemia, a fase mais crítica. Desta forma, falar em baixar a guarda e flexibilizar as medidas que vem dando certo, é no mínimo irresponsabilidade, para não usar outros adjetivos. 

Vitória da Conquista, tem tido um desempenho positivo, pela forma como nós temos defendido. Mostramos grande capacidade de mobilização e de acatar das medidas como o distanciamento social, o confinamento e a máscara respiratória. Agora, que os números sinaliza o crescimento de pessoas infectadas e o aumento de óbitos em todo o país, o desconfinamento progressivo, seria uma medida criminosa e inconsequente.
 Os dados relativos à atual situação epidemiológica não permitem a percepção clara de que há sustentabilidade quer a nível dos indicadores sanitários quer a nível da capacidade de resposta do SUS, para darmos um passo como este na nossa cidade. 
Durante a primeira fase tivemos confinados e a comunicação e a articulação política foi mais difícil. Agora, é o momento de planejarmos como sair da crise econômica. A nossa resposta à covid-19 deve pauta-se também pelo vetor não só da salvaguarda da vida, mas também pelo da nossa economia e das dificuldades que os mais pobres estão enfrentando com esta crise.  
Todas as soluções e medidas terão que levar em consideração especificidades do tecido social e econômico e da própria coesão territorial. Nesse espírito, a cidade espera dos seus representantes no parlamento e no executivo que tenha responsabilidade e espírito público para tomar as decisões no que diz respeito a esta matéria. As medidas de desconfinamento só poderão ser cogitadas quando a situação assim permitir. Ignorar o risco da epidemia e suspender ou flexibilizar o decreto de maneira precipitada seria um erro absoluto, total e imperdoável, temos neste momento que rejeitar todo tipo de tentativa de expor o nosso povo ao perigo por alguns políticos em busca de votos, por alguns empresários, conservadores e pela extrema direita. 
É lamentável, mas esta é a triste realidade, nós não podemos ver tudo isso e ficar calados. Ficar falando que é a favor de flexibilizar o decreto no pico da epidemia é 'baixar a guarda' neste momento  que a sociedade espera decisões firmes e técnicas das nossas autoridades 
  

ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...