Quando vejo alguns políticos imitindo opinião da flexibilização do decreto sobre as medidas restritivas, eu fico a me perguntar: o pior já passou? A resposta infelizmente é não, o Brasil bateu o recorde ontem dia 5 e registrou 600 mortos por Covid-19 em 24h; o total se aproxima de 10 mil. Diante destes números, podemos afirmar que estamos numa fase diferente da reação à pandemia, a fase mais crítica. Desta forma, falar em baixar a guarda e flexibilizar as medidas que vem dando certo, é no mínimo irresponsabilidade, para não usar outros adjetivos.
Os dados relativos à atual situação epidemiológica não permitem a percepção clara de que há sustentabilidade quer a nível dos indicadores sanitários quer a nível da capacidade de resposta do SUS, para darmos um passo como este na nossa cidade.
Durante a primeira fase tivemos confinados e a comunicação e a articulação política foi mais difícil. Agora, é o momento de planejarmos como sair da crise econômica. A nossa resposta à covid-19 deve pauta-se também pelo vetor não só da salvaguarda da vida, mas também pelo da nossa economia e das dificuldades que os mais pobres estão enfrentando com esta crise.
Todas as soluções e medidas terão que levar em consideração especificidades do tecido social e econômico e da própria coesão territorial. Nesse espírito, a cidade espera dos seus representantes no parlamento e no executivo que tenha responsabilidade e espírito público para tomar as decisões no que diz respeito a esta matéria. As medidas de desconfinamento só poderão ser cogitadas quando a situação assim permitir. Ignorar o risco da epidemia e suspender ou flexibilizar o decreto de maneira precipitada seria um erro absoluto, total e imperdoável, temos neste momento que rejeitar todo tipo de tentativa de expor o nosso povo ao perigo por alguns políticos em busca de votos, por alguns empresários, conservadores e pela extrema direita.
É lamentável, mas esta é a triste realidade, nós não podemos ver tudo isso e ficar calados. Ficar falando que é a favor de flexibilizar o decreto no pico da epidemia é 'baixar a guarda' neste momento que a sociedade espera decisões firmes e técnicas das nossas autoridades
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