segunda-feira, 6 de julho de 2020

ARTIGO - O pastor Malafaia e o Governador Rui Costa (Padre Carlos)






O pastor Malafaia e o Governador Rui Costa

 

Em um ambiente onde fazer política tem sido um verdadeiro balcão de negócio, muitos pastores – de pequenas e grandes igrejas – se arvoram para pleitear um mandato. Correm atrás do voto em vez de correrem atrás das ovelhas do Senhor, de quem são co-pastores na verdade, não são dignos de ser chamados pastores. É por esta razão que Paulo testemunha dizendo: “Pela graça de Deus, sou o que sou” (1 Co 15.10). Homens que foram chamados para cuidar do povo de Deus estão se embaraçando com negócios desta vida, contrariando o ensino apostólico (2 Tm 2.1-13). O texto é claríssimo. Não podemos dividir o ministério. Deve ser integral e exercitado de maneira íntegra.

 

Desta forma, presenciamos constantemente a explosão da mistura que causa religião com política. Apesar de ser impossível separá-las, é preciso ética e bom senso para trilhar nestes terrenos sinuoso e cheios de armadilhas. São assuntos que sempre caminharam juntos, não é um problema que a fé faça parte do discurso do candidato, contanto que seja acompanhada de respeito e uma postura ética, para evitar a proliferação do discurso de ódio entre os irmãos. Estes comportamentos de determinados pastores, tem provocado distorções inimagináveis dentro das igrejas e nos discursos evangélicos.

Quando lideranças religiosas esquecem suas pregações genuínas e aderem ao discurso do ódio, com xingamentos e baixarias à diversidade de opiniões políticas, é um grave sinal de que algo de muito tenebroso ronda essas lideranças amantes dos holofotes e muitos de seus incautos liderados ou admiradores.

A ideia de que os evangélicos se aglomeram como gado, com voz uníssona em favor de uma ideologia ou corrente política, é absurda. A expressão “rebanho do Senhor” tem um sentido bem diverso do que pensam certas lideranças religiosas (ou seriam meramente políticas?).

Sou católico e mesmo sem congregar com diferentes denominações religiosas, respeito as diferenças que existem entre nós, este comportamento é uma das características da democracia que seus falsos defensores insistem em ignorar.

O discurso do ódio do pastor Silas Malafaia, com agressões vis nas redes sociais, bolsonaristas acusando o governo estadual de ter demitido a médica após um vídeo dela para Bolsonaro, apesar da própria profissional ter pedido demissão por falta de tempo, causou um mal estar aos membros daquela Igreja e ao Governo da Bahia.

São comportamentos como este, que tem causado aos membros das igrejas e pastores que levam seu ministério a sério, se distanciam do tipo de política que mancha o Brasil. É a política baseada na mentira, em notícias que maquiavelicamente falseiam a verdade, a política da violência física e verbal e do desprezo a quem pensa diferente.

Os defensores dessa política nefasta, que tem em sua defesa Silas Malafaia como um dos principais expoentes, confundem fake news com notícias jornalísticas; calúnia e difamação – que são crimes – com liberdade de expressão; combate a mentiras cavilosas com censura.

 

 

Na verdade, Silas é bem crescidinho e sabe distinguir as coisas, o que é muito mais grave. Ele, que chamou nosso governador de cretino, acha que esse discurso do ódio e a pregação da mentira hão de prevalecer sobre o jornalismo investigativo, a política decente, sobre a diversidade legítima de opiniões.

 

Desta forma Malafaia se dirigiu ao governador do estado, “Esse cretino, o governador da Bahia, do PT, demitiu a médica Raissa Soares. […] Essa mulher tem construído um protocolo que tem salvado a vida de milhares de pessoas no sul da Bahia. E por que ela pediu a ajuda do presidente em medicamentos, ele demitiu a mulher. Coisa de cretino. Me processa, seu cretino. Eu vou fazer aqui as denúncias”.

Seu linguajar rasteiro e carregado de ódio é desprezível. Principalmente pela exposição na mídia que ele tem. Usa mal sua fama, sua verborragia, sua liderança. Tem plena convicção de que Deus é cabo eleitoral de Bolsonaro. Se isso não é má-fé, é caso para tratamento médico.

 

A prefeita Claudia Oliveira, concedeu entrevista ao site local, explicando que o governador não teve nenhuma participação, sobre o desligamento da médica, e que ela própria, já havia postado um vídeo falando sobre o seu desligamento do HRDLEM, e que no decorrer dia, a Dra. Raíssa daria mais explicações sobre este fato. O que fez Malafaia com medo de ser processado, emitir um vídeo se dizendo arrependido.

 

Não, Malafaia, meu governador não é cretino e tem pautado seu governo na defesa da democracia e da verdade dos fatos. Nosso governador é um político que pensa por si próprios, que investigara exaustivamente a matéria e decidi de acordo com suas próprias consciências.

Seria mais honesto de sua parte largar o púlpito e adotar o palanque.

 

 

 

 

 

 

 



sábado, 4 de julho de 2020

ARTIGO - Os leitos do SUS e o Hospital IBR (Padre Carlos)





Os leitos do SUS e o Hospital IBR


O Governo do Estado da Bahia, através da Secretária de Saúde, informou que foi feita uma inspeção surpresa de auditores do Sistema Único de Saúde (SUS) do Núcleo Regional de Saúde do Sudoeste e nesta operação de rotina, foi detectado que o Instituto Brandão de Reabilitação (IBR), em Vitória da Conquista, estava utilizando leitos exclusivos do SUS para pacientes que possuíam plano de saúde, o que representa uma falta grave  na relação contratual existente com a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab). Além desta, foram encontradas outras irregularidades.
Diante de tais fatos, foram adotadas as seguintes medida de caráter imediato: determinou-se a rescisão contratual dos 30 leitos dedicados ao coronavírus (Covid-19).
Mesmo diante desse cenário de preocupação em que se encontra a nossa cidade, momento em que a solidariedade e a cooperação sociais se fazem necessárias, há aqueles indivíduos que em nada se preocupam com o próximo. E muito pior: há aqueles que veem na crise a possibilidade de enriquecer, desviando recursos destinados à saúde pública 
As denúncias de corrupção e mau uso do dinheiro público durante o estado de calamidade por conta da pandemia de coronavírus tem provocando um sentimento de revolta da opinião pública, bem como da classe política. Quando ficamos sabendo que na nossa cidade os leitos destinados aos pacientes do SUS, estariam sendo usados pelos usuários de planos de saúde, ficamos indignados e lamentamos a falta de ética e compromisso com as coisas pública. Estes escândalos revelam a necessidade de nossos representantes apresentarem medidas legislativas mais severas na tentativa de inibir novos casos.  Aproveitar-se da desgraça para desviar dinheiro poderia ser considerado crime hediondo, poderia ser proposto um projeto para elevar a pena para crime de peculato quando se trata de dinheiro para a saúde. Tem que punir exemplarmente, para que políticos empresários e funcionário públicos possam entender, que o crime não compensa.
Quando falo da falta de ética, corrupção, e mau uso do dinheiro público, não me refiro só o caso divulgado pela nossa impressa local, mas levanto estas questões, na esperança de sensibilizar nossas autoridades e o Ministério público, para que possamos defender punições rigorosas para empresários e administradores públicos corruptos que tentam tirar vantagem de uma situação tão complicada para o país. 

O IBR Hospital repudia a nota publicada pela Sesab e a considera como absurda e inverídica, em tempo que se sente usado em meio a um cenário de disputas políticas. Porém, não compete ao Hospital ou o Governo do Estado definir se houve ou não crime e quebra de contrato irregular, só a justiça poderá responder esta pergunta. O certo, é se for confirmada tal denuncia, abalará muito uma instituição como o IBR e levará muito tempo para que ela volte a gozar da respeitabilidade que até hoje contou com o povo desta terra



quinta-feira, 2 de julho de 2020

ARTIGO - Vai abrir: "Morra quem morrer" (Padre Carlos)




Vai abrir: "Morra quem morrer"



O prefeito do município de Itabuna, anunciou que na próxima quinta-feira o comércio desta cidade, vai ser aberto “ morra quem morrer”.

As declarações do chefe do executivo aparecem num vídeo difundido esta quinta-feira pelas redes sociais dos habitantes de Itabuna. Diante da forma como o representante do povo expressou o seu desprezo com as vidas dos itabunense e com suas famílias, terminou viralizando nas redes sociais devido à polémica em torno das palavras usadas pelo prefeito.

         “Mandei já fazer um decreto para que no dia 09 (de julho) abra, morra quem morrer", afirmou o prefeito Fernando Gomes, durante uma entrevista na quarta-feira.

Alguns prefeitos falam, outros usam métodos mais sofisticadas e tão letal quanto a língua: a caneta. O Ministério Público através da promotora Guiomar Miranda, não só vem recomendando, mas também buscou a revogação como medida para conter o aumento de casos na Pandemia da COVID-19, em Vitória da Conquista, no entanto a juíza de Direito Simone Soares de Oliveira Chaves, da 1ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Vitória da Conquista, encaminhou “com urgência, solicitação de análise técnica as autoridades competentes para se pronunciar sobre o assunto.

Depois da reabertura os números de infectados e óbitos dispararam em nosso município. Não resta outra alternativa para a nossa cidade que não seja o fechamento do comércio novamente em virtude do aumento de casos de pessoas que se infectaram nestes dias. Devido à grande movimentação que tem sido registrada diariamente no Centro desde que o comércio foi reaberto, podemos constar uma escalada do vírus em nossa cidade.  

        
Dezoito conquistense já morreram e apesar de contar 832 infectados com o covid-19 em nossa cidade, temos quase quatro mil casos com forte suspeita. O caso é sério!
Assim, tem prefeito que fala coma língua e outros com a caneta.

 




quarta-feira, 1 de julho de 2020

ARTIGO Amigos podem ser irmãos (Padre Carlos)









Amigos podem ser irmãos




Existe amigos em todas fases da nossa vida, estão sempre lá, gravados nas nossas lembranças. É como família, nosso sangue, nossa história. Por isso, se você tem amigos, mime-os, cultive-os, ame-os.
Já faz algum tempo que venho sentindo saudade de alguns amigos, saudade de um tempo, estou ficando meio “retrô”, saudosista, que guarda como um tesouro memórias de uma história de vida, de uma geração e das lutas que vivi. Como aqueles doces momentos da infância, que se perdem na Pituba da década de sessenta e sua suave inocência; as inquietações e descobertas da adolescência no Areal; a conquista de uma certa liberdade na juventude com a Igreja e a luta contra a ditadura; a passagem insegura para o mundo adulto. No seminário e ministério sacerdotal.
Em todas essas fases, há sempre aqueles com quem compartilhamos angústias e alegrias, paixões e desilusões, as confidências indiscretas. São os amigos mais chegados de determinada época – alguns já distante dos olhos, mas tão perto do coração! Posso dizer que contei com ouvidos atentos e ombros disponíveis! Tão alentador saber que ainda hoje posso contar com alguém que ora por nós, torce pelo nosso sucesso, sofre com nossas dores, ri das nossas piadas sem graça, aguenta firme quando damos “piti” por bobagem, nos passa bronca quando merecemos e aponta nossos erros sem a menor intenção de nos julgar. Amigo é assim, chega junto, sente saudade e às vezes chama a nossa atenção como se tivesse brigando.
Nesta semana ao saber da morte de uma amiga em Salvador, vítima do covid-19, me fez lembrar como é importante resgatar a memória destes amigos. Espero quando esta pandemia passar, poder rever colegas e amigos que fiz na Pituba, no Nordeste, na militância política e na Igreja. São mais de 40 anos de lutas e histórias que separam aquela juventude.  Alguns estarão mais gordos, carecas ou grisalhos. Todos com marcas do tempo no rosto.
Poderia ser um grande encontro, onde iriamos nos redescobrir jovens, ainda cheios de sonhos, ainda que os “sessenta” já tenha chegado, avisando que estamos no time dos legalmente idosos, com direito a carteirinha e tudo. E nós, ah, não estamos nem aí pra isso. Gostaria mesmo era de curtir as baladas dançantes de nossa época – toca Abba, Bee Gees e Dona Sommer aí, DJ – alheios às dores na coluna.
“Tô nem aí” será nosso brado uníssono para o avanço dos anos. Tô nem aí para as diferentes opções políticas de meus amigos – elas não nos arranham ou separam. Tô nem aí pra quem nos achar ridículos dançando discoteca – esses não entendem nada de genuína alegria. Quero mais é estar perto dos amigos e amigas que fizeram ou ainda fazem parte da minha história, sentir que o tempo não nos ergueu muralhas, que nossas escolhas não enfraqueceram nossos laços, que nossos destinos ainda fazem linha cruzada. E que, sim, amigos podem ser irmãos, com todas as suas características: cumplicidade, chatice, doçura…
Quero mais é ser feliz, que todos sejam felizes, mesmo com eventuais dores na alma e inevitáveis preocupações. Vamos parar o tempo, vamos nos permitir comemorar em festa.
E, nesse dia, vou afagar o passado com um carinhoso abraço de “bem-vindo ao futuro”.
Ô tempo bom!

domingo, 28 de junho de 2020

ARTIGO - Nenhuma vida é mais importante de que a outra (Padre Carlos)






Nenhuma vida é mais importante de que a outra




Quando estudamos teologia, descobrimos que o significado da palavra apocalipse não significa somente o fim dos tempos, mas também profecia e revelação. Não faz muito tempo que escrevi para um amigo dizendo que um vírus pode escrever certo em linhas tortas e ensinar aos economistas, que algo precisava ser feito para desmascarar o culto ao estado mínimo e a auto-regulamentação da economia.
O que este vírus quer revelar?
Urge entender o que o vírus está tentando ensinar com isto tudo. Fugir da ignorância que nos assola é primordial. A visão falsa moralista da pandemia não nos serve, pois ela não existe “por que Deus quer” ou por ser “uma vingança da natureza”, apesar de que parece ser isso, também. O mais importante são os ensinamentos que este acontecimento tem nos proporcionado! Saberemos tirar lições disso tudo? Antes de tudo, revelou-me uma nova diferença entre as ciências econômicas e as ciências sociais e a filosofia. Desde a Grécia Antiga foi assim, quando os homens não sabiam explicar os fenômenos da natureza, terminavam responsabilizando estas forças as divindades. Assim, os economistas recorreram à literatura para explicar como a economia funciona. Um caso clássico disto foi protagonizado por Adam Smith quando pegou emprestado de Shakespeare a ideia de “mão invisível” para creditar o equilíbrio do mercado.
Para os filósofos, a pandemia atual representa uma oportunidade, previsível, vindo a confirmar que só os governos, suas instituições, e sistemas públicos de saúde como temos aqui no Brasil (SUS), é capaz de enfrentar uma pandemia como esta. Pois, por definição, o capital privado se preocupa com os lucros e faturamento na área da saúde enquanto o Estado cuida das pessoas. O fato é que o vírus se alastra num mundo capitalista e, como sabemos, lucrar é o oposto de salvar vidas.
Um dos grandes problemas da humanidade é achar que algumas vidas valem mais que outras. Não aprendemos com nossos desacertos e deixamos por negligencia que a história e os nossos erros se repetissem. O que aprendemos realmente com a segunda guerra mundial? Se tiramos alguma lição do Shoá ou holocausto, porque estamos deixando o fascismo voltar? Porque aprendemos tão pouco com Influenza, Ebola, H1N1, Gripe Aviária?

É preciso lembrar que a vida é um bem de todas as pessoas, de todas as idades e de todas as partes do mundo. Nenhuma vida humana é diferente de outra, nenhuma vale mais nem vale menos do que outra. Se isto é uma verdade universal, por que só tomamos consciência dos horrores do nazismo, quando ele entrou na França e ameaçou invadir a Inglaterra, enquanto matava judeus e poloneses, a Europa não enfrentou Hitler?  

Se não é justo matar uma pessoa ou muitas pessoas para que alguns homens fiquem mais ricos ou mais poderosos, porque enquanto as pragas estavam confinadas e matando no Continente Africano e Asiático, o mundo virava o nariz ou fingia não enxergar para o perigo iminente desta  chegar ao seu quintal?


O vírus revelou que somos feitos do mesmo barro!

sexta-feira, 26 de junho de 2020

ARTIGO - O remédio é uma overdose de Utopia (Padre Carlos)




O remédio é uma overdose de Utopia


Estes dias recebi uma ligação de um amigo que estava assustado com tudo que está acontecendo no país. Naquele momento entendi que não era só as pessoas infectadas que estavam enfermas, toda a sociedade se encontra doente, não só em decorrência das doenças, mas de uma neurose coletiva, fruto do perigo iminente este vírus letal e da falta de esperança no futuro. O pior disto tudo, é diagnosticar estes problemas e não ser capaz de encontrar um remédio que possa curá-la, da angustia de não haver um amanhã.
Quando ouvir o depoimento de um paciente que tinha se recuperado do covid-19, dizendo que a sensação era que estava morrendo afogado no seco, entendi que a sociedade não poderia viver sem utopia e que esta era o ar que ela respira.  A sociedade está sem esperança, fruto da falta de visão das pessoas. Pior, a desesperança se agiganta, pois não há mais nada em que se possa sustentar. Mas, diante de todo este medo, mesmo enlouquecida, fruto da insanidade das pessoas, o milagre acontece. Passamos a enxergar uma luz no fim do túnel e acreditamos que ainda existe um pouco de bom senso, algumas vozes se levantam pelo direito da vida, pela sobrevivência de todos.
Esta patologia da sociedade está relacionada a prevalência do indivíduo sobre o coletivo. Assim, para buscarmos sua cura, ela tem que ter menos importância e passar a se preocupar mais com o desperdício sobre o comedimento, do ter sobre o ser, do insulto sobre o respeito, enfim, do eu sobre todos, depois de muito tempo poderemos criar as condições necessária para que estes antigos valores deixem de ser a regra central da vida, pela qual as pessoas hoje se guiam.
A liberdade, a vontade, o desejo, o prazer, tudo em nível individual perde o sentido quando você não tem para quem exibi-lo, o deus glutão depois do pós-guerra passa a perder sua força.
Estamos neste momento travando uma luta. A ignorância tenta oprimir a sabedoria, a força querendo superar o direito, a feiura buscando enterra a beleza, a violência querendo impor o terror, o demônio sonhando em vencer a deus. Por todos os lados ouvem-se gritos dos que ordenam, mas já não se ouve tantos lamentos porque estão começando a desobedecerem, por todos os lugares as maldades perdem força e já não eclodem mais, como se via antes desta pandemia.  Os negros, os pobres os honestos e inocentes não se apequenam mais e buscam diante do direito de existir superar a impotência de reagirem.
Os sintomas da doença que a sociedade contraiu são os seguintes: o passado é apagado, o presente é esquecido, o futuro é descartado. A história é desaprendida, a vida é jogada, o amanhã é incerto. O descompromisso é permanente, o trabalho é temporário, o resultado é indiferente. A riqueza é exaltada, a pobreza é condenada. O rico é bajulado, o pobre é espezinhado. O jovem é enaltecido, o velho é desprezado e condenado a se expor ao vírus.
A sociedade pós-moderna é líquida, já diz a sociologia e o que podemos espera da sociedade pós-pandemia? A crise sanitária, fez com que as pessoas ficassem sem rumo, como um barco à deriva num mar de tempestade. Aí, fico aqui a pensar com meus botões: o que será das futuras gerações se não buscarmos uma utopia que possa curá-la de seus demônios e males.




quarta-feira, 24 de junho de 2020

ARTIGO - Acusou o Prefeito, Vereadores e o Ministério Público (Padre Carlos)




Acusou o Prefeito, Vereadores e o Ministério Público


Prezado leitor, confesso a vocês que acreditava já ter visto de tudo nesta vida, aí, vem um acontecimento novo, e nos faz mudar de opinião, para mostrar que a experiência é algo infinito. Nesta quarta-feira, o decano da Câmara de Vereadores de Vitória da Conquista, cobrou de um dos seus pares, para que divulgasse e não ficasse com insinuações, quem na verdade seria os três vereadores corruptos que este tinha denunciado em plenário. Uma acusação séria como está, coloca em dúvida a conduta dos representantes daquela casa, pessoas como o decano, por se tratar de um parlamentar de caráter e de uma conduta ilibada.
Em vez de iniciar a sua fala apontando quem na verdade daquele parlamento seriam os vereadores corruptos, o parlamentar passou acusar o prefeito da nossa cidade de ladrão. E para ilustrar a acusação sem prova alguma citou alguns contratos entre a prefeitura com algumas empresas, deixado a comunidade entender que estava nestes contratos sua afirmação dos delitos do prefeito.
Até este momento acreditava que se tratava de bravatas de um vereador e no exercício do seu mandato e estaria protegido.  Assim, não pode ser condenado na Justiça por falas proferidas no “ambiente” da Câmara local.  Os vereadores estão protegidos pelo princípio constitucional da imunidade parlamentar quando proferirem supostas ofensas em plenário ou nas dependências da Casa legislativa. Mas será que estas imunidades se entendem a qualquer fala proferida dentro do ambiente da Casa legislativa? Acredito que não. O erro do vereador foi colocar o Ministério Público entre suas acusações até o momento infundadas. Ao agredir as instituições, o vereador coloca em risco todo o sistema democrático e abala de forma moral, todo o sistema de justiça com sua acusação.
Esta situação que se encontra os vereadores de Vitória da Conquista me lembrou de uma analogia, boca de sinuca: momento do jogo onde a pessoa se encontra sem uma saída. Aliás, há duas saídas: a primeira convocando o conselho de ética desta casa para que o vereador possa se explicar quem são os vereadores corruptos e assim tomar suas providencias, a segunda é se omitir e deixar a comunidade pensar que entre homens e mulheres honrados desta casa possa existir alguns corruptos.
O Prof. Cori chamou atenção recentemente para os perigos que a omissão ou corporativismo pode causar a toda classe política, agora o decano, Álvaro Pithon com sua sabedoria e seus cabelos brancos como testemunha e valores morais, busca acordar seus pares para mais esta agressão.
  



ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...