quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

ARTIGO - A verdade sobre a saída da Ford da Bahia (Padre Carlos)

 

A verdade sobre a saída da Ford da Bahia




Analisar a conjuntura brasileira, não é tarefa fácil, e não digo isso apenas como uma frase de efeito. Repito fazer análise não é fácil, por vários fatores, mas, um dos principais motivos vem da própria política, em decorrência da forma como os grandes grupos de comunicação tomam partidos e tentam influenciar a população. O fato que chamou minha atenção e motivou escrever este artigo, esta relacionada à forma como o jornal O Globo através do seu colunista Laura Jardim, tenta justificar que o PT estaria fazendo vistas grosas para a saída da Ford do Brasil. Assim na sua coluna deste jornal ele escreve: “Sinal dos tempos: o PT que nasceu na luta sindical do ABC, centro nervoso da indústria automobilística no Brasil, não fez nenhuma manifestação especial em relação ao bye bye que a Ford deu ao Brasil ontem”.


Gostaria de lembrar a este renomado jornalista, que o PT vem denunciando esta montadora há mais de vinte anos, pela prática de impor aos governos estaduais uma política de isenção fiscal em troca do parque industrial. Esta forma de sangria dos impostos e do patrimônio do povo brasileiro termina criando uma situação de guerra fiscal, que não é nada salutar para economia e para a nossa democracia.

 Esta empresa é uma velha conhecida dos políticos, sempre agiu desta forma, quem não se lembra da manobra protagonizada por Antônio Carlos Magalhães, para a Ford se instalar no Nordeste? A Ford acabou trocando o Rio Grande do Sul pela Bahia em um processo que envolveu, entre outras decisões, a edição de uma Medida Provisória pelo governo Fernando Henrique Cardoso estabelecendo vantagens muito maiores para a empresa se instalar em Camaçari. Na época e nos anos seguintes, Olívio Dutra qualificou o episódio como um desrespeito ao pacto federativo, mas a imprensa burguesa condenava na época o PT pela saída da Ford do Sul do Brasil.

Como se sabe, o governo Olívio Dutra comeu o pão que o diabo amassou por ter ousado questionar os termos do contrato firmado pelo governo Antônio Britto (PMDB) com a montadora. Esta multinacional só quer incentivos fiscais que as nossas não têm. Dizíamos há vinte anos: o dia que achar que o Brasil não serve mais vai embora e não dá nem tchau’.


Não podemos esquecer que a elite gaúcha usou os seus veículos para falar mal do governador e do PT e apoiar a narrativa do PMDB e seus aliados. Agora quem vai reparar os prejuízos sofridos por este partido ao longo desses 20 anos? Em vez de criticar o PT o Jornal e seu colunista deveriam pedir desculpa publicamente a este Partido pela forma que crucificou em praça pública por discursos raivosos na mídia, que repetiam incansavelmente críticas e xingamento aos “inimigos do progresso”. Os veículos da RBS, que é afiliada da Rede Globo, em especial, passaram anos a fio, construindo uma narrativa que transformava a empresa e o desenvolvimento do Rio Grande do Sul em vítima de um “governo sectário e estreito”. O governo Olívio havia “mandado a Ford embora”. Era isso que importava. E a expressão virou bordão de muitas e muitas campanhas eleitorais.

 

 

 

 

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terça-feira, 12 de janeiro de 2021

ARTIGO - Falta à oposição capacidade de dialogar! (Padre Carlos)

 

Falta à oposição capacidade de dialogar! 

 


 

 

Os partidos de oposição da nossa cidade se dividem entre os que fazem contas (e sabem que são minorias) e os que fazem de conta (e acham que ainda é maioria naquela casa). O futuro está com os primeiros. Mas se querem ser democratas, precisam convencer seus pares a acreditar na aritmética e na exatidão de seus números. 

 


Poucos fatos demostraram melhor o nosso fracasso eleitoral, do que a falta de capacidade e a dificuldade em levar adiante a política de aliança que deslocasse a base dos nossos adversários, com apoio das nossas lideranças. Não buscar uma frente política, comprometeu o projeto e deixou as forças de esquerda isoladas e sem perspectiva política. Sem uma grande aliança com setores da nossa sociedade, como poderemos enfrentar as dificuldades que esta eleição sinalizou.  

Precisamos juntar forças e construir um discurso que possa nos conectar com o povo.  Que possamos sair do isolamento não só do parlamento, mas em relação aos sentimentos da população, não podemos perder a capacidade de refletir com lógica e construir entendimento. 

Desapareceu a política de combinar ideias e sonhos, o que prevaleceu, foram às equações de uma leitura da realidade do poder e da conjuntura eleitoral que não se confirmaram. Alguns grupos se uniram na defesa da sua sobrevivência esquecendo-se do conjunto e que unidos poderíamos ter avançado muito mais; outros optaram pela frieza das equações sem respeito à opinião da população. Desapareceu o diálogo entre os grupos: o sectarismo político e a voracidade dos mandatos e dos cargos executivos não deixaram a política formular alternativas que permitissem construir o futuro justo e sustentável com o apoio do povo. 

Esta eleição foi um exemplo. Não houve diálogo que permitisse uma convergência entre as lideranças e coordenação e seus eleitores: alguns se apegaram aos dados que representavam um momento eleitoral para vender ilusões; outros se apegam aos números sem convencer a população de que uma candidatura exige consenso; outros não aceitaram ficar de fora; grupos (e quando falo isto não me refiro partidos) que se consideravam oposição se transformam em conservadores na defesa dos seus interesses. 

Sem construir uma frente com setores que abandonaram o nosso projeto, estaremos vendendo ilusões da nossa capacidade de vitória provocando a falência da unidade de uma frente democrática na nossa cidade; sem o convencimento, estaremos abrindo mão da democracia. 

Sem uma unidade que o momento e o futuro exigem as forças democráticas da nossa cidade, caminharão para uma catástrofe como aconteceu nesta eleição.


Sem a aprovação de um grande conselho que transcenda toda e qualquer hegemonia, estaremos provocando a falência política das forças de oposição de Vitória da Conquista.  

Sem a unidade necessária ou umas alianças sem convencimento, a população vai sofrer não só estes quatro anos que virão, mas décadas, porque os políticos de hoje não estiveram à altura do momento, foram incapazes de casar ideias com equação, responsabilidade com liderança. 

 

Padre Carlos 

  

  

  

  

 

 

 

 

 

 

 

 

segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

ARTIGO - À volta as aulas sem vacina (Padre Carlos)

 


À volta as aulas sem vacina

 


Não podemos negar que existe hoje na sociedade uma quebra de braço entre os profissionais da saúde, educação e economia com relação à gravidade da pandemia e as formas de enfrentá-la. Enquanto a Europa e os países do primeiro mundo buscam proteger os seus cidadãos, no sentido de manter sua população o mais tempo possível em suas casas, no Brasil acontece o oposto quando deveríamos nos proteger principalmente depois que ficamos sabendo da mutação do vírus da COVID-19. Neste momento, deveríamos recuar com flexibilização e aumentem as restrições enquanto a vacina não chega. 


Se por um lado o empresário do ramo da educação vem enfrentando uma crise sem precedente neste setor, por outro, não podemos negar que os efeitos econômicos da Covid-19 devem-se à sua capacidade de gerar, ao mesmo tempo, choques negativos na oferta e na demanda de todos os seguimentos da nossa economia. Ademais, há uma enorme pressão sobre os recursos (físicos e humanos) na área de saúde com o aumento dos casos de pessoas infectadas, sobretudo no pico da epidemia, o que requer uma espécie de política de guerra para atravessar esta crise.

Mesmo diante deste quadro, Vitória da Conquista, já começa a ensaiar a retomada ás aulas presencial nas escolas públicas. Esta notícia me chocou e confesso que ao tomar conhecimento que o Conselho Municipal de Educação de Vitória da Conquista aprovou o Calendário Escolar da Rede Municipal de Ensino e Educação Infantil e Ensino Fundamental, para o ano letivo de 2021, e que as aulas na Rede Municipal de Ensino já começam no dia 24 de fevereiro me deixou apreensivo. 

         Apesar de respeitar o Conselho de Educação, gostaria de saber que medidas vão ser tomadas para que as crianças e jovens de Vitória da Conquista voltem às aulas? Como garantir a segurança sanitária nas escolas com o retorno do ensino presencial? 

Qual o protocolo divulgado pela Secretaria de Educação do nosso município e recomendado pelas autoridades competentes para garantir que alunos voltem aos colégios da maneira mais segura possível, com uma série de ações para evitar a contaminação na comunidade escolar?

É preciso lembrar aos conselheiros, que a Bahia, e outros estados brasileiros, lidam com uma nova escalada nos casos, com aumento na ocupação de leitos e mortes pela infecção. A situação está sendo vivenciada também em outros países, principalmente com a nova mutação deste vírus e reabrir as escolas num contexto de ampla transmissão vai, provavelmente, fazer o problema piorar.


Mesmo cientes destas evidencias, vocês não recuarem, teremos que tomar decisões sobre medidas de controle nas escolas que sejam consistentes com decisões sobre outros distanciamentos físicos. Quem vai garantir que alunos, professores e outros funcionários não irão se infectar. O retorno das aulas presenciais precisão ser diferente. É possível que as escolas reabram por períodos de tempo mais curtos e, dependendo do contexto local e aumento da transmissão, voltem a fechar.

 

 

 


domingo, 10 de janeiro de 2021

artigo - Minhas filhas, minha vida! (Padre Carlos)

 


Minhas filhas, minha vida!

 




 

O nascimento de minhas filhas foi uma daquelas datas que se inscrevem na memória e passam a fazer parte da nossa existência. Já os vínculos afetivos não foram criados como um passe de mágica, mas pela convivência. Os laços entre pais e filhos são criados à medida que se cuida da criança, dá banho, troca fraldas, dá carinho, lhe conta histórias e canções, encoraja a dar os primeiros passos, e assim por diante.


O tempo passa e não podemos negar que ser pai aos quarenta e sete anos traz uma maturidade bem como uma dimensão misericordiosa que o jovem pai ainda não vivenciou. Sim, a paternidade tem uma dimensão maior que felizmente, aprendemos com o avançar da idade.

Sabemos que cada uma delas carregará sua própria narrativa, as tristezas e alegrias de uma caminhada que será construída na sua história de vida, por mais que busquemos proteger do mundo, temos a certeza que passamos nossas experiências e valores. O que eu quero dizer, que não é nem educação, nem genética, nem exemplo. O que é então? Uma mistura de tudo um pouco. É o jeito como valores como educação e trabalho são passados pela família. É a forma como o filho é criado para que possam prosseguir pelas estradas da vida sob novas condições.

Não tenho uma formula pronta, eu vou misturando tudo na mesma panela e vendo no que vai dar. E, nessa receita, vou incluindo a educação que acredito. Passo os valores que me são caros. Oriento. Brigo. Contrario. E, claro, sempre e todos os dias, aprendo com elas.

Seria mais fácil se a vida fosse linear, numa ordem hierárquica que inclui apenas as pequenas e grandes vitórias. O caminho, já disse o poeta, se faz ao caminhar. É feito não apenas de sucessos, mas também de obstáculos a serem vencidos, limites a serem superados, derrotas e fracassos. Faço de tudo para não perder o contato com minhas filhas. Sei que não posso perder a oportunidade de conhecê-las e, daí, educá-las. Educar é responsabilidade diária, oriunda de convívio. É no dia a dia que se educa.


Somos envolvidos pela responsabilidade e pelo amor que se formam com este clima, são estes sentimentos que dão sustentação e sentido a paternidade. É simples compreender: os humanos precisam dar sentido a sua vida e ser pai com certeza é um destes sentimentos que nos dá a certeza do dever cumprido nesta existência.

Senhor, neste dia que dou graça pelas filhas que me destes, e apesar de toda proteção que consigo dar, confesso que a preocupação com o futuro delas sempre esta presente.

Obrigado pai de bondade por este presente e proteja minhas meninas amém!

Padre Carlos

 

 

 

 


sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

ARTIGO - Porque ficamos de fora da Mesa Diretora (Padre Carlos)

 

 

Porque ficamos de fora da Mesa Diretora

 




A notícia do momento é a eleição da Mesa Diretora no Congresso Nacional. Os bastidores da Câmara dos Deputados e do Senado Federal fervem a poucas semanas da definição de quem irá comandar os dois parlamentos mais importantes do País. O leitor que pouco acompanha esse tipo de discussão deve se perguntar por que a oposição na nossa cidade, mesmo não sendo maioria na legislatura passada tinha o presidente da Casa e hoje não tem nenhum assento na direção do parlamento municipal?

        


Esta seria uma pergunta para ser feita aos nossos representantes e como isto pode refletir negativamente para os trabalhos que o bloco de oposição vai executar nestes quatro anos? Precisávamos de dois planos para apresentar na posse: um com Zé eleito e outro na oposição, mas ficar fora da mesa é um atestado de falta de capacidade para negociar. O parlamento é a arte da negociação, por isto ela passa por várias fases. Uma delas é a fase de preparação, por isto este primeiro projeto deve ser baseado em princípios e na conjuntura não em opiniões pessoais ou se isolando.

Deveríamos ter sido objetivo, não podemos nos contaminar com a síndrome da minoria e achar que não temos capacidade para enfrentar os problemas, isto é: as diferenças e arestas que deveriam ser aparadas em direção a um acordo para a direção daquela casa. Interesses: Uma coisa é marcar posição, outra é não fazer política. Este comportamento é louvável no centro acadêmico, no parlamento se espera mais dos seus representantes. Não buscamos em momento algum compreender os interesses comuns que poderia convergir entre as lideranças daquela casa.


Fazer uma proposta para o campo da situação baseado em critérios lógicos não seria um comportamento indecente, nem estaria sendo desleal com o eleitorado. Assim, a situação não teria como explicar para sociedade porque passou o rolo compressor e deixou e fora a oposição da mesa diretora. Esta atitude, só fortaleceu a direita que não posou de falta de ética por ter isolado quase a metade da casa da direção do parlamento municipal.

Antes de qualquer coisa, gostaria de afirmar que a Mesa Diretora é um grupo de parlamentares eleitos pelos pares para administrar a Casa. É uma espécie de gestão interna que reúne muitos interesses. Assim, não tem nada haver com o embate político que será travado naquela casa.

 

 

 

 

 

 

 


ARTIGO - Análise de conjuntura ou avaliação eleitoral? (Padre Carlos)

 

Análise de conjuntura ou avaliação eleitoral?



 

Escrever uma análise de conjuntura ou avaliar as eleições municipais em Vitória da Conquista é uma tarefa difícil. Esse é um daqueles acontecimentos que desafia a lógica que normalmente empregamos na ciência política: é impossível “explorar tudo” e, avaliar cada variante sem perder a objetividade dos fatos é praticamente impossível. Cinco meses antes das eleições em Vitória da Conquista, Herzem e as elites da nossa cidade pareciam batidas e divididas. Assim precisamos entender para continuar lutando, como e por que eles conseguiram virar o jogo?


As forças conservadoras destas bandas talvez sejam fracas em termos de organização partidária, mas certamente são muito fortes em termos de poder econômico-político e de hegemonia social e cultural, afinal as elites do café sempre foram as mais atrasadas. Há cinco meses, o que víamos era o efeito desta debilidade partidária, que já havia levado à derrota a expressão partidária das elites durante as duas ultimas décadas. O que vimos, de lá para cá, é a prova de que eles têm muito poder econômico, político e hegemonia social e cultural. As obras de cartão postal e os asfaltos onde deixamos de fazer é a expressão deste fato. Seu uso político seria inexplicável sem essa capacidade que têm os grupos dominantes na nossa terra.

         O PT não podia ter colocado tanto poder como o FENIZA nas mãos do prefeito.  Sei que a oposição era voto vencido, mas agora com a crise econômica e fiscal, a oposição teria o discurso para apontar a incapacidade administrativa que essa gestão vai começar apresentar. Isso foi trunfo do outro lado, que jogou com competência. Um senário de terra arrasado passou da noite para o dia em um canteiro de obras e colocaram seus opositores na parede. É como num jogo de xadrez, no qual certas pedras estão de um lado e outras estão do outro. Nosso erro foi que reagimos, sem entender o peso que tem estas obras independentes de eleitoreiras ou não para a massa pobre do povo da periferia da nossa cidade. Deveríamos ter encontrado uma maneira de está presente nas lutas destes bairros, colocando nossa militância nestas áreas e fazendo a comunidade entender que era fruto desta luta, todas aquelas obras. Nós começamos a dizer: "a obra vai começar e não vai terminar. Esta obra é eleitoreira e estão fazendo isto como uma moeda de troca.". Em história, é muito difícil dizer que alguma coisa é rigorosamente inevitável.

Antes destes acontecimentos, a vitória de Herzem Gusmão era extremamente difícil. Porque além de seu governo não correspondendo às expectativas dos seus eleitores das camadas mais baixo da nossa sociedade, seus índices de rejeição eram grandes. O caminho seguido com nossas escolhas e táticas foram os melhores? Nós podemos fazer autocrítica dos erros do varejo, não dos erros do atacado. Este cabe somente a quem teve capacidade de escolher e coordenar todo o processo que levaram a este desfecho.

Depois de duas derrotas, qual é o caminho para o PT na nossa cidade? Este é o grande dilema que devemos tratar sem o peso e a influencia econômica e politica dos mandatos. Ela representa uma relação desigual entre duas partes. De um lado, um indivíduo com autoridade em uma estrutura de poder; do outro, um indivíduo que dependem desta estrutura, sob a crença de que a opção mais segura é obedecer cegamente a sua liderança e suas propostas. Um provérbio comum proferido pelas pessoas mais velhas ao se referirem aos detentores de mandatos e estrutura de poder partidário, ainda é: manda quem pode, obedece quem tem juízo. O leitor já deve tê-lo escutado diversas vezes.

 

         Estas duas derrotas são diferente das que sofremos na década de oitenta e início da década de noventa.  Nós sabíamos que íamos perder as eleições de 1992. Agora, fazíamos o jogo de ajudar a construir a organização popular. De ter uma política de crescimento para a sociedade. Isso eu acho que devemos ter. E nos preparar para concorrer, porque no meio do caminho tem as eleições para presidente e governador e isto é importante.  


Levando em consideração o que tem de organização popular na nossa sociedade, poderemos dizer que se não houver uma mudança de prioridades poderá levar muito mais tempo para voltar ao poder em Vitória da Conquista. Precisamos entender que a trajetória do PT na nossa cidade não é de derrota. Tem sido até aqui, e provavelmente vai continuar sendo, uma trajetória de vitórias. É a segunda derrota eleitoral para Herzem e a direta da nossa cidade depois de governa-la por vinte anos, mas o que me preocupa mesmo, é que partido não continua mais crescendo como víamos há alguns anos atrás. Só o PT pode derrotar o PT. O PT não tem mais base e militantes orgânicos, não tem mais, uma política de massas e perdeu sua relação com as lideranças católicas. Além das vinculações importantes no movimento sindical, que indicam mais a influência de sindicalistas no PT do que o contrário, qual a relação que temos fora da época eleitoral com a nossa cidade? O PT hoje ou é um partido de mandatos - de vereadores, de deputados, de prefeitos. Confesso aos senhores que achava que o grande mal do partido, era as tendências organizadas, hoje acredito que estava errado. Qual é o lugar para o cidadão comum, que tem uma simpatia vaga pelas propostas do PT, que sustenta o partido nas suas grandes campanhas político, qual é o ato em que ele participa do PT que não seja o da eleição? Um partido que muda de cara desta maneira está condenado a perder, apesar de não ser essa a sua trajetória.

 

 

quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

ARTIGO - Procura-se um bom líder (Padre Carlos)

 


A bancada da legalidade



 As boas intenções estão presentes em equívocos e absurdos, tirando algumas vezes direitos conquistados legitimamente nas urnas. Como não podemos ser levianos, vamos tratar este caso como uma das muitas besteiras que um ser humano pode fazer. Quando o novo presidente da Câmara, Luis Carlos Dudé, solicitou o advogado Ademir Ismerim para que representasse o prefeito Herzem Gusmão na posse, com este convite estaria retirando todos os direitos constitucionais da vice-prefeita Ana Sheila Lemos Andrade e transformava aquela solenidade sem efeito legal. O vereador Chico Estrella protestou e o presidente Luis Carlos Dudé tentou controlar a situação.


A intervenção da Bancada da legalidade que contou também com o
vereador Andreson Ribeiro era garantir a posse da vice-prefeita Sheila Lemos, do Democratas sem que houvesse interferência externa ao cerimoniaria. Ao fazer seu discurso de posse como Prefeita em exercício, Sheila apresentou seu projeto de uma nova era da Política Conquistense. Ela falou da necessidade do poder municipal ter uma relação harmoniosa com o Governo do Estado da Bahia e pregou uma política mais voltada para as comunidades carentes.

Diante do fato que ocorreu na posse dos vereadores e da Vice Prefeita, não podemos negar que estamos carentes de uma grande liderança. Assim, entendo a intervenção do Vereador Chico Estrela, como uma forma de terceirizar o que não conseguimos com nossa ação política. Aliás, esta é uma falha do nosso campo por ter passado muito tempo lutando contra governos autoritários, terminamos em determinado momento não sabendo diferenciar oposição de esquerda e terminamos deixando que outros quadros assumam o papel que lhe cabe, o que precisamos entender já no inicio desta legislatura é que não existe vácuo no poder ou na liderança, se alguém da esquerda não assumir, outra pessoa vai ocupar esse espaço’.

Quando levanto estas questões, quero dizer que sinto falta no nosso campo de uma liderança política com capacidade de colocar-se à frente dos processos políticos, conduzindo-os e fazendo-se seguir por outros indivíduos. Este quadro precisa ter percepção do momento histórico em que se vive a elevada consciência das circunstâncias, a perspicácia de ação, e habilidades de relacionamento que levam à persuasão de um amplo grupo; por fim, um militante que não seja uma coreia de transmissão da sua tendência ou agrupamento. De uma forma geral, políticos com estas características estão em falta no mundo inteiro e sua ausência se sente no Brasil e de um modo particular em nossa cidade. 

  


Há uma situação de crise no nosso campo político e isto ficou evidente na campanha e na incapacidade de discernir o recado que o eleitorado sinalizava. Vale dizer, para usar uma metáfora, que a condição atual da oposição e da esquerda é a de um homem perdido na floresta: é preciso encontrar uma saída. Mas não partimos de um marco zero, temos uma história e um projeto que foi vitorioso por duas décadas nesta cidade.

 


ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...