terça-feira, 12 de janeiro de 2021

ARTIGO - Falta à oposição capacidade de dialogar! (Padre Carlos)

 

Falta à oposição capacidade de dialogar! 

 


 

 

Os partidos de oposição da nossa cidade se dividem entre os que fazem contas (e sabem que são minorias) e os que fazem de conta (e acham que ainda é maioria naquela casa). O futuro está com os primeiros. Mas se querem ser democratas, precisam convencer seus pares a acreditar na aritmética e na exatidão de seus números. 

 


Poucos fatos demostraram melhor o nosso fracasso eleitoral, do que a falta de capacidade e a dificuldade em levar adiante a política de aliança que deslocasse a base dos nossos adversários, com apoio das nossas lideranças. Não buscar uma frente política, comprometeu o projeto e deixou as forças de esquerda isoladas e sem perspectiva política. Sem uma grande aliança com setores da nossa sociedade, como poderemos enfrentar as dificuldades que esta eleição sinalizou.  

Precisamos juntar forças e construir um discurso que possa nos conectar com o povo.  Que possamos sair do isolamento não só do parlamento, mas em relação aos sentimentos da população, não podemos perder a capacidade de refletir com lógica e construir entendimento. 

Desapareceu a política de combinar ideias e sonhos, o que prevaleceu, foram às equações de uma leitura da realidade do poder e da conjuntura eleitoral que não se confirmaram. Alguns grupos se uniram na defesa da sua sobrevivência esquecendo-se do conjunto e que unidos poderíamos ter avançado muito mais; outros optaram pela frieza das equações sem respeito à opinião da população. Desapareceu o diálogo entre os grupos: o sectarismo político e a voracidade dos mandatos e dos cargos executivos não deixaram a política formular alternativas que permitissem construir o futuro justo e sustentável com o apoio do povo. 

Esta eleição foi um exemplo. Não houve diálogo que permitisse uma convergência entre as lideranças e coordenação e seus eleitores: alguns se apegaram aos dados que representavam um momento eleitoral para vender ilusões; outros se apegam aos números sem convencer a população de que uma candidatura exige consenso; outros não aceitaram ficar de fora; grupos (e quando falo isto não me refiro partidos) que se consideravam oposição se transformam em conservadores na defesa dos seus interesses. 

Sem construir uma frente com setores que abandonaram o nosso projeto, estaremos vendendo ilusões da nossa capacidade de vitória provocando a falência da unidade de uma frente democrática na nossa cidade; sem o convencimento, estaremos abrindo mão da democracia. 

Sem uma unidade que o momento e o futuro exigem as forças democráticas da nossa cidade, caminharão para uma catástrofe como aconteceu nesta eleição.


Sem a aprovação de um grande conselho que transcenda toda e qualquer hegemonia, estaremos provocando a falência política das forças de oposição de Vitória da Conquista.  

Sem a unidade necessária ou umas alianças sem convencimento, a população vai sofrer não só estes quatro anos que virão, mas décadas, porque os políticos de hoje não estiveram à altura do momento, foram incapazes de casar ideias com equação, responsabilidade com liderança. 

 

Padre Carlos 

  

  

  

  

 

 

 

 

 

 

 

 

Nenhum comentário:

ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...